- Eu sou inocente

Falo assim que me viro para encarar as três mulheres que estavam no mesmo ambiente que eu. Uma é meio magra e alta, esta vestida com uma meia calça preta e uma regata branca. Com um cigarro na boca e a melhor cara de "eu sou uma vaca". A outra é de estatura mediana. Morena, coberta de jóias "que ela jura que são verdadeiras" com uma calça jeans surrada. Uma sandália salto alto. E com uma camiseta com o rosto de Elton John. Mascando chiclete com a boca aberta. A terceira e não menos brilhante que as outras. É da minha altura, olhos claros, loira, muito elegante. Parece até celebridade. Ela está usando um vestido azul com gola em v. E um sapato de bico fino. E é essa mulher elegante que se dirige a mim primeiro.

- Claro querida, todas nós aqui somos inocentes

Falou com uma seriedade tão grande que eu quase acreditei. Quase, porque no segundo seguinte todas caíram na gargalhada.

- Eu não estou brincando... Realmente sou inocente - A mulher elegante se aproximou de mim, com as outras duas em seu encalço.

- Se é inocente porque está aqui?

- Bom...

Fiquei sem palavras, ela me pegou de jeito. Baixei minha cabeça, estava me perguntando, se eu realmente era inocente ou não. A final eu que tinha armado tudo. E foi eu que executou o plano... Minha cabeça estava uma confusão só.

- Eu acredito nela

Levantei meu rosto procurando a pessoa que acabou de dizer isso e me surpreendo. Foi a mulher magra com o cigarro na boca. Ela deu a ultima tragada e jogou a bituca no chão, soltando a fumaça pra cima formando não uma, mais três aureolas seguidas "como ela fez isso?". Caminhou na minha direção entrando no meio das outras duas e estendendo a mão pra mim.

- Joane muito prazer. A gorda é a Ades... Não me pergunte o porquê, que eu não sei. Essa madame aqui é a Ster

- Meu nome é Char... Digo Quinn... Quinn Fabray

- Porque está aqui Quinn? Você é muito nova pra freqüentar um lugar como esse

- Eu sei...

É  eu realmente sei. Se tudo que eu planejei tivesse dado certo, agora eu estaria na festa de comemoração do Titans. Que está noite venceu um dos maiores rivais. Em um jogo importantíssimo. Que garantiu a passagem para as nacionais.

- Vai nos contar porque está vestida assim? - olhei pra minha roupa vermelha e branca e sorri

- Eu estava no jogo de futebol da minha escola. E nós derrotamos o Carmel. O nosso maior adversário. Agora é só seguir para as nacionais.

- Legal. E daí?

- E daí? É que nós quebramos a superstição do time.

- Que superstição?

- Os jogadores encontraram um livro que tem nome de jogadores e de moças que eles tiraram a virgindade. Nos anos que todos os jogadores dormiram com garotas virgens eles venceram. E nos que não conseguiram eles perderam. Então eles colocaram isso na cabeça. Que os jogadores, todos sem exceção de nenhum, nem dos reservas pegariam uma garota virgem da escola e tiraria a virgindade dela. Mais elas não podiam nem sonhar com isso, se não o pacto seria quebrado.

- Espera ai... Se nenhuma garota sabe sobre o livro, como você sabe?

A mulher gorda que até então estava calada perguntou. Eu sorrio diante a total atenção das três mulheres e respondo.

- Simples... Eu sou um dos jogadores do time

- Mais você é uma garota. E esse esporte é muito violento para uma garota jogar. Como conseguiu entrar no time?

Olhei mais uma vez para minha roupa. Que é a camisa vermelha numero oito do time do McKinley e a calça branca que esta suja de grama, devido ao jogo.

- Isso é uma longa história

- Você tem algum lugar pra ir? Ops! Se você tiver vai ter que contratar um bom advogado pra te tirar daqui.

Não consigo não sorrir diante a afirmação da mulher elegante. Olho em volta, para o lugar onde estou e me deparo com uma pequena sela de cadeia, com quatro camas e u sanitário. São exatamente três paredes e uma enorme grade de ferro preto. E isso é tudo que nos separa da civilização.

- Você tem razão... Não tenho nada melhor para fazer agora.

Me sento na cama que estava reservada pra mim. Respiro fundo, para poder contar como cheguei até aqui. Como elas três você deve ter muitas perguntas, de como eu vim parar aqui né... Fiquem calmos que agora tenho tempo de sobra para contar.