Rose Winchester- A Filha De Sam escrita por Gi


Capítulo 5
Desabafos e entrevista




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Pov's Rose:

O meu dia tinha sido bem cheio. Hoje fechamos praticamente tudo o que publicaremos no anuário, só falta fazer a entrevista com os novos professores e, por falar neles, o de história (aquele tal de Gregory) é totalmente esquisito. Oli teve um pouco de razão ao xingá-lo de todos os nomes relacionados a animais irracionais e indisciplinados, mas eu não poderia concordar com ela. Senão ia querer que fosse reclamar na diretoria com ela. Por que tem que ser tão temperamental? Mesmo assim é minha melhor amiga. Já o professor de biologia, o Kevin, é tão inteligente! Já o admiro bastante, sua aula foi muito produtiva. Me tirou várias dúvidas que eu tinha e com o entusiasmo que dá aula, aumenta ainda mais a minha vontade de aprender. Vou pedir pra fazer a entrevista com ele.

Mudando um pouco de assunto, minha festa de aniversário tá chegando. Vai ser a fantasia! Já combinei tudo com a minha mãe e, pelo visto, tudo vai ser do meu jeito. O que eu quiser terei, vai ser quase perfeito! Nem acredito que vou fazer 16! A única coisa que impede a perfeição dela é a ausência do meu pai. É uma pena que ele tenha morrido antes do meu nascimento. Devo parecer muito com ele, já que a minha mãe é ruiva de olhos azuis e eu, morena de olhos negros... Mas é melhor não pensar nisso, senão daqui a pouco estarei com o rosto todo inchado e se amanhã eu chegar assim na escola, a treinadora da equipe da torcida pira!

Também tem o Jason, o meu namorado. Ele é um pouco mais velho, tem 18 anos. Vive às custas dos pais que deram-lhe um apartamento aqui na Califórnia, mas moram em Nova York. Só quero vê-lo fantasiado, qual deve ser a fantasia? Ele anda meio estranho esses dias. Me olha de um jeito que as vezes chega a me dar arrepios. Talvez seja só impressão minha.

Uma das coisas que andam me atormentando há um bom tempo são os pesadelos que venho tendo. Tem uma mulher de cabelos castanhos, olhos negros e pele clara sempre com um sorriso sarcástico no rosto. É meio assustador! No pesadelo eu a olho e a abraço e, depois disso, um homem de terno, com cabelos grisalhos e boa aparência me puxa pelo braço pra longe dela. De repente tudo fica escuro e eu acordo suada. Às vezes tenho a impressão que ela está pelo quarto! Que quando acordar de manhã, estará me olhando fixamente, como no pesadelo. A primeira "aparição" dela foi quando eu tinha 7 anos, depois do meu aniversário. Eu estava voltando do banheiro, tinha acabado de escovar os dentes para dormir, enquanto andando pelo corredor em direção ao meu quarto lá estava ela. Em pé, parada me olhando. Na hora saí correndo e contei para minha mãe, mas ela desconversou, foi estranho.

Eu nunca contei a ninguém, por todos terem essa ideia de que sou boazinha sempre. Mas tenho que confessar, mesmo que seja pra mim mesma. Já senti vontade de matar uma menina chamada Kath Valentine.

Tinha 9 anos quando ela grudou chiclete no meu cabelo. Naquele momento, cheguei a me imaginar esquartejando-a e depositando em um copo o sangue que escorria dos pedacinhos de carne infantil. Porém, logo tirei aquela ideia da cabeça. Não foi a primeira vez. Desde que fiz meu sétimo aniversário, venho tendo essas pequenas "visões" nas quais torturo pessoas, que as assassino. Entretanto, nunca confidenciei isso à ninguém. Oli não entenderia, me mandaria ir a um analista com certeza. Tenho que guardar isso comigo, como um segredo precioso, igual ao dia em que assassinei o gato da vizinha para beber seu sangue. É melhor eu ir dormir, só espero não sonhar com ela hoje.

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O dia seguinte tinha amanhecido. Sam estava na correria imprimindo sua aula de hoje.

–Hahaha!- ria Dean, que via um programa de comédia na tv do quarto.

–Do que tá rindo?- perguntou Sam.

–Esse programa é muito engraçado. O homem achou que a mulher alta era um travesti, só porque ela tinha um volume entre as pernas da calça.- respondeu entre risadas.

–E por que a mulher tinha um volume entre as pernas?- perguntou Castiel.

–Por que ela tava escondendo lá a última rosquinha do café da manhã, pra comer mais tarde! Não é genial?- o Winchester mais velho se desatou a rir, enquanto Sam e Cas se entreolharam com uma cara de " que besta".

–Você é estranho.- foi o que Sam respondeu- Mas, então...Já estamos indo pro colégio, você não vem?

–Não, hoje eu não dou aula. Vou dar uma passadinha lá mais tarde, tenho que conversar com uma certa gata. Chamar pra sair, entende?- respondeu.

–Dean, isso é uma missão! Quem é essa mulher?

–Não sei, uma professora talvez.- respondeu.

–Acho que deveria escolher alguém menos inteligente.- disse Cas.

–E por quê?

–Porque elas não pensam só em sexo, gostam de conversar sobre coisas mais cultas.- explicou o anjo.

–Ei, mas eu sei conversar! Tenho um bom papo.- disse Dean, se fingindo de ofendido.

–Bom papo sobre o quê? Mulheres e bebidas não valem, Dean.- respondeu Sam. O Winchester mais velho fechou a cara, pois não tinha como debater sobre isso. Esses eram os assuntos que ele dominava, fora histórias de crianças, como rapunzel, a branca de neve e os sete anões e os três porquinhos...E coisas sobrenaturais, é claro.

Quando chegaram na escola, Sam foi para a sala dos professores e Cas para o depósito pegar as vassouras e esfregões para começar o seu trabalho. O irmão mais velho, por sua vez, ficou em pé no corredor à espera da mulher que havia esbarrado anteriormente. Até que lá estava ela, segurando um menino pelo braço. O moleque parecia resistir ao tentar ser levado pra sala de aula.

–Ben, vem! Você tem que ir pra aula.- chamou a loira de óculos, numa tentativa fracassada de convencer o garoto. O menino tinha uma incrível semelhança com Dean.

–Ela tem razão.- disse Dean se aproximando para puxar conversa.

–O que você tem com isso?- perguntou o garoto.

–Seja educado.- repreendeu a mãe.- Me desculpe. Onze anos, você sabe...Ele já se acha um homem.- disse virando- se para Dean.

–Posso tentar?- perguntou Dean. Ela só assentiu com a cabeça- Garotão, você tem que ir pra aula! As gatas não vão querer ficar com você se não for inteligente.

–Sério?- perguntou o garoto de olhos verdes e cabelo loiro escuro, como Dean.

–Sério! Sou professor de história, como acha que sou tão desejado?- brincou Dean.

–Valeu pelo toque...Qual é o seu nome?

–É Gregory.

–Valeu Greg, vou lá mãe! Não quero ser um solteirão.- o menino saiu correndo para a sala de aula.

–Não acredito que conseguiu que ele fosse pra aula. Sou Lauren Lenox- se apresentou- Professora de matemática daqui.

–Sou Gregory Harold...Quer dizer, Handolf, que droga de sobrenome...

–Bem, obrigada por me ajudar. O Ben está impossível, sem uma figura paterna fica mais difícil.- desabafou.

–Você não é casada?

–Não, meu marido morreu.- mentiu, ele tinha partido- Dean Winchester era o nome dele, do pai do Ben...

–Dean Winchester?- Dean ficou sem palavras. Não podia ter um filho, ou será que podia? Ele morreu? Como tinha morrido?

–Sim, você me lembra muito ele.

–Você é mãe da Olívia Lenox do primeiro ano?

–Sou sim.

–E esse Dean também era pai dela?

–Não, são pais diferentes.

–Entendi....Tenho que ir, hoje eu não dou aula.

–Tudo bem, então...Foi um prazer conhecê-lo e obrigada.- agradeceu sorrindo.

–Igualmente, não há de quê.- disse sorrindo olhando para os lindos olhos cinzas, que ela possuía.

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Castiel estava limpando o chão da cantina quando foi abordado pela cozinheira.

–E aí?- perguntou ela com um sorriso.

–Oi.- respondeu sem graça ao observar a verruga horrível e enorme que ela tinha no queixo, com fiapos de pelos.

–Eu sei que chegou aqui essa semana, mas te achei um gato.- disse mexendo na gola do macacão que Castiel estava usando, na tentativa de seduzí-lo.

–Obrigado.- agradeceu virando-se para não precisar olhar para aquela criatura nefasta que estava querendo fazer coisinhas com ele.

–Mas então, o que você me diz?- falou analisando a bunda dele.

–Eu sou casado...- mentiu para tentar se livrar dela.

–Ah, mas eu não sou ciumenta.- disse fazendo beicinho.- O que você tem a dizer sobre isso?- disse e depois rosnou, novamente tentando seduzí-lo.

–Com um homem.- mentiu mais uma vez. Só de imaginar o que aquela mulher estava pensando seu estômago revirava. Que Deus lhe perdoasse pelas mentiras que estava contando, mas fornicação também era pecado.

–Tudo bem, então. Se quiser conversar ou não conversar e variar, me procura. Eu tô livre.- a cozinheira foi se retirando de volta a cozinha, mas antes de ir, deu um beliscão na bunda de Cas, fazendo-o dar um pulo. Ele saiu o mais rápido possível de lá. Enquanto andava procurando uma parte ainda suja na escola, um senhor trajando um terno cinza, lhe fez uma pergunta.

– Com licença, pode me informar onde fica a diretoria?

–Siga nesse corredor reto e vire na primeira esquerda que encontrar.- respondeu.

–Obrigado.- agradeceu. Quando Cas o olhou, seus olhos estavam totalmente negros, não havia uma parte sequer, isso era sinal de que ele era um demônio. Cas largou o esfregão e foi procurar Dean, pois Sam deveria estar ocupado.

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Sam estava entrando na sala do segundo ano para dar sua aula quando foi abordado por Rose.

–Bom dia professor.- cumprimentou ela com um sorriso e voz doce.

–Bom dia Rose.- respondeu.

–Eu não queria incomodar, mas sou da produção do anuário e preciso entrevistá-lo para publicar uma matéria sobre o senhor.- explicou.

–Entendi, pode ser depois da aula? É que eu trouxe uma lista imensa de exercícios pra vocês.

–Pode sim.- respondeu sorrindo e ambos se acomodaram em seus respectivos lugares.

–Bom dia, turma.

–Bom dia!- todos responderam.

–Hoje temos muitos exercícios pra fazer. As provas finais estão chegando e vocês tem que se preparar.

–Ah...- suspiraram todos, por serem lembrados das provas.

–Então, vamos começar.- disse distribuindo as folhas com exercícios para cada um.

Depois da aula, como combinado, Rose foi entrevistá-lo:

–Podemos começar?

–Claro, Rose.

–Data de nascimento?

–Ah...- ele teve que pensar numa nova data, pois sua aparência era jovem, não podia dizer que nasceu em 1983- 2 de maio de 2002- respondeu mentindo somente o ano.

–Onde nasceu?

–Em Lawrence, no Kansas.

–Onde estudou? Em que faculdade?

–Stanford, medicina. Mas consegui licenciatura em biologia.- mentiu, ele não podia dizer que não havia concluído o curso, porque teve que ajudar o irmão a procurar o pai caçador desaparecido.

–Medicina? Eu adoro! Também quero fazer em Stanford.- admitiu animada.

–Sério?- perguntou Sam, feliz pela filha ter herdado parte dos seus gostos.

–Casado?

–Não.- disse lembrando-se de Jéssica, sua namorada na época. Seus planos com ela incluíam casamento, mas isso foi interrompido pelo ataque surpresa de Azazel que a assassinou.

–Filhos?- quando ela perguntou Sam teve vontade de responder que "Sim, você!" e abraçá-la, mas ele não podia fazer isso. Pelo menos não agora.

–Não.- respondeu.

–Bom... o resto como, currículo e mais algumas coisas, eu pego com a diretora. Obrigada por disponibilizar seu tempo.- disse sorrindo.

–Foi um prazer.- ele ficou durante alguns segundos olhando fixamente para o rosto da filha.

–O que foi?- perguntou ao perceber o olhar do professor em sua direção.

–Você tem os olhos da sua mãe.- respondeu, se referindo aos olhos escuros que a filha possui.

–Não, minha mãe tem olhos azuis.- respondeu gentilmente.

–Ah, me desculpe. Então, deve ter puxado o seu pai.- tentou consertar.

–Na verdade eu não sei. Não o conheci.- ao dizer isso, Rose, involuntariamente, olhou para o corredor e, ao lado de uma pilastra, atrás de Sam, ela a viu. Viu a mulher morena, em pé, com o sorriso nos lábios de sempre, a encarando. Sem pensar muito ela disse: - Eu tenho que ir.- saiu rápido, sem olhar para traz, passando por Ruby sem a encará-la. Confuso com a saída repentina da filha, Sam virou-se para olhá-la e se deparou com algo inesperado. Era ela, Ruby. Inesperadamente, ela disse, se aproximando:

–Oi Sam.

...




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Notas finais do capítulo

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