O Teatro escrita por GabrielleBriant


Capítulo 2
A Morte do diretor




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II

A MORTE DO DIRETOR

ONZE MESES ANTES

A corrida se iniciava, e agora ele sabia que não havia mais volta; não com o caminho que escolhera seguir. Cansado, dolorido e sangrando, Severo Snape invadiu a sede da Ordem da Fênix, sabendo que aquela era a sua última oportunidade para fazê-lo. Certamente não mais seria bem-vindo ali depois daquela noite.

Ele ofegou quando entrou na sala, e apoiou os seus braços nos joelhos, tentando em vão recobrar um pouco das suas forças. Sangue respingou do seu rosto e escorreu para carpete da mansão. Por um momento, ele temeu que o maldito retrato de Walbugra Black acordasse... a última coisa que precisava no momento, era ouvir aquela velha chamando-o de traidor, mestiço ou escória.

O homem respirou fundo mais algumas vezes e decidiu que não tinha tempo a perder. A Ordem provavelmente estava, naquele exato momento, vasculhando a sua casa; com alguma sorte, Linda conseguiria detê-los por um tempo. Mas não tardariam a procurá-lo na própria sede...

Com passos largos, ele se apressou pelas escadas da mansão e entrou no quarto que vez por outra o abrigava. Com um simples menear de sua varinha, os seus pertences foram jogados numa mala que, em seguida, foi fechada e magicamente reduzida, de forma que coubesse em seu bolso.

Se ele quisesse, já poderia ir embora; mas jamais sairia antes de... Apressando-se ainda mais, Severo encaminhou-se para o antigo quarto de Sirius Black. Foi diretamente para um grande malão, onde Sirius provavelmente guardara as lembranças do seu tempo em Hogwarts. Abriu-o e, rapidamente, começou a vasculhá-lo. Não demorou a encontrar uma carta endereçada à ‘Almofadinhas’ com uma letra arredondada que ele jamais esqueceu.

Rapidamente, com o coração angustiado, ele rasgou o envelope. Além da carta, havia um foto. Lá estava ela, linda, sorrindo. Os seus cabelos ruivos brilhavam com o sol e os seus olhos incrivelmente verdes faiscavam tanto que parecia que ela estava lá, olhando para ele. Severo sorriu brevemente e começou a dar atenção à carta. Eram noticias triviais da vida de casada de Lílian pouco antes de ela morrer... e, na segunda página, a sua assinatura:

Afetuosamente, Lílian”.

Era assim que ela sempre terminara as cartas que, em sua juventude, escrevia para Severo. O homem suspirou. Tinha que levar aquilo com ele... Porque era justamente aquela lembrança; a lembrança do afeto e do sorriso dela, que justificava todos os seus atos.

Ele tinha uma dívida com Lílian, e não a decepcionaria... não de novo. Mesmo que isso significasse morrer. Mesmo que isso significasse matar o seu único amigo.

Ao lembrar-se do corpo moribundo de Alvo implorando pela própria morte e do golpe frio que saiu da sua própria varinha, os olhos de Severo marejaram. Por um momento, com o coração martelando e uma angústia indescritível, ele esqueceu a dor do resto do seu corpo e entregou-se a um choro silencioso... deixando as suas lágrimas caírem como há muito tempo não fazia.

Afetuosamente, Lílian.”

Ele teve de olhar para a assinatura de Lílian mais uma vez para lembrar que tudo tinha uma razão de ser.

Então, depois de se permitir um momento de fraqueza, ele se levantou, rasgou a foto que ainda segurava no meio, de forma que apenas ficasse com a imagem de Lílian, e guardou-a em seu bolso junto com a segunda folha da carta. E, o mais rápido possível, ele deixou a sede da Ordem da Fênix e foi ao encontro do Lorde das Trevas.

O show tinha que continuar...

XxXxXxX

Havia dias que ela achava que acabaria enlouquecendo.

Linda Marie Snape suspirou pesadamente, enquanto, pela décima vez naquele dia, passava o pano úmido nos porta-retratos que ficavam sobre o aparador da lareira. Neles, a imagem do seu marido lhe encarava, sempre tão sério – ela mordeu o lábio. Não se preocuparia mais; não choraria mais.

Quase um mês inteiro havia se passado desde o assassinato de Alvo Dumbledore. Desde então, o seu marido desaparecera completamente, sem deixar rastros... e, claro, sem dar notícia alguma...

Qualquer outra esposa ficaria transtornada com a situação; mas não ela. De fato, Linda sabia bem que isso poderia acontecer quando aceitou casar-se com Severo Snape. Ela sabia que, de uma hora para outra, o mundo deles poderia desmoronar... exatamente como parecia acontecer.

Mordendo o lábio inferior, ela começou a lustrar a madeira. Há seis anos Severo lhe contara toda a sua história; como ele havia se juntado aos Comensais e causado a morte da sua namoradinha d colégio... e como, por causa disso, ele passara para o lado de Dumbledore e tinha a missão de proteger o filho dela. Linda, na época, achara todo esse conto muito bonito e nobre – mas essa opinião apenas prevaleceu enquanto ela era apenas uma Malfoy mimada que contrariava a sua família com idéias de igualdade entre bruxos e trouxas, e enquanto o Lorde das Trevas estava presumidamente morto e as chances de uma nova guerra estourar eram remotas.

Com a volta do Lorde das Trevas, há dois anos, Linda percebeu que o seu marido não estivera mentindo sobre absolutamente nada. Ela lembrava que, na noite em que os Comensais da Morte foram chamados pela primeira vez, Severo lhe disse que tudo mudaria; que o casamento deles deixara de ser uma prioridade em sua vida. Linda, no entanto, jamais reclamou; Severo havia lhe alertado sobre essa possibilidade antes do casamento, afinal... e, enquanto ela não tivesse de viver ao lado de um autêntico Comensal da Morte, ela estaria feliz.

Talvez por isso ela estivesse se sentindo tão vazia ultimamente. Não era apenas a ausência do seu marido; não era apenas o fato de ela não saber se ele estava vivo ou morto. Era a dúvida incitada em sua cabeça acerca da lealdade dele.

Desde o assassinato de Alvo Dumbledore, não havia uma noite sequer que Linda não se perguntasse se ela realmente conhecia o homem com quem casou? A loira se afastou levemente da lareira. Estava perfeita.

Livrando-se finalmente dos serviços domésticos na sala, Linda começou a se encaminhar para o quarto. No entanto, breves batidas na porta da frente a interrompeu. Justamente como aprendera com a sua mãe, a mulher foi até a sala de jantar, onde havia na parede um grande espelho, despiu o avental branco e escondeu-o numa cadeira, junto ao pano que ela usara para limpar os móveis. Um menear da sua varinha foi suficiente para colocar os seus cabelos em ordem.

Finalmente impecável, assim como a sala, a mulher estampou em seu rosto um sorriso simpático e foi atender a porta.

- Sim?

Ela imediatamente reconheceu a figura do Ministro da Magia e, atrás dele, o que pareciam ser dois grandes aurores.

O Ministro abriu um sorriso provavelmente tão falso quanto o dela.

- Sra. Snape, eu sou Rufo Scrimgeour...

- Eu sei, Sr. Ministro. – Ela abriu mais a porta, abrindo passagem para ele e seus assessores. – Isso pode lhe surpreender, mas eu leio jornais, vez por outra. Ademais, Vossa Excelência já se apresentou a mim diversas vezes na Mansão Malfoy... Podem entrar, à propósito. – O Ministro e os acompanhantes pediram licença e adentraram a casa. Linda fechou silenciosamente a porta e voltou-se para os seus convidados. – Sentem-se, por favor. Será que posso servir um chá, ou um café?

- Obrigado, Sra. Snape. Eu quero que a nossa visita seja rápida.

Enquanto o trio acomodava-se num grande sofá branco, Linda preferiu a larga poltrona de couro marrom que ficava quase ao lado da porta. Era a favorita de Severo e, de alguma forma, fazia-a se sentir segura.

- Em que eu posso ajudar?

- Antes de tudo, queremos saber se a senhora teve alguma notícia do seu marido?

Ela suspirou e olhou friamente para o Ministro.

- Vossa Excelência veio à minha casa por causa da absurda acusação que aquele garoto louco fez ao meu marido? Aqui está a sua resposta, Senhor Ministro: Severo não matou ninguém. – A loira deu um sorriso sagaz. – Desculpe-me, mas a sua equipe de aurores está pautando toda uma investigação em cima do depoimento de um garoto, o que não me parece prudente! Ao longo dos anos, esse menino mostrou ter uma fixação por mídia, caso o Ministério não tenha percebido. Ele obviamente quer que todos falem dele! E essa foi apenas mais uma mentira! Até onde eu sei, meu primo Draco, pode muito bem ter assassinado Alvo; bem como o próprio Potter. Então eu pergunto a Vossa Excelência: por que diabos a única casa a ser constantemente invadida é a minha? E por que, nos jornais, o único nome a ser citado como suspeito é o de Severo?

O Ministro piscou duas vezes. Nunca antes ouvira alguém defender tão efusivamente Severo Snape.

- A senhora realmente acredita que o seu marido não seja culpado?

- Alvo era um grande amigo da família. Não há motivo no mundo que fizesse Severo o matar.

- E por que ele fugiu?

- Ele não fugiu, ele viajou. Mas, claro, agora que está todo o mundo bruxo querendo a sua cabeça, será muito melhor que ele fique onde está!

- Se a senhora sabe, terá de contar. Ou será cúmplice.

Ela deu um meio sorriso, embora os seus olhos ainda fossem frios.

- Se eu soubesse, não contaria. Isso é tudo?

- Não, na verdade. Viemos entregar isso. – E, dizendo isso, jogou sobre a mesa de centro um envelope antigo. – São escrituras. Dumbledore deixou para o seu marido quatro casas; uma em cada canto do Reino Unido.

- Foi muita bondade dele. Entregá-las-ei a Severo quando ele retornar.

- Ele também deixou certa quantia em dinheiro, que já foi depositada na conta de vocês. Devo informar, no entanto, que esse dinheiro está bloqueado até que aconteça o julgamento.

- Muito obrigada, Senhor Ministro. Acredito, no entanto, que esse não seja o motivo da sua visita. – Linda lentamente cruzou as pernas e deixou a sua expressão ficar séria. – Vossa Excelência não deve ter tempo de ficar rodando o muito mágico cuidando da entrega de heranças e legados, estou certa?

O Ministro assentiu.

- Sim. Vim lhe informar pessoalmente que a senhora será intimada a depor. Se o seu marido é inocente, como a senhora diz, um depoimento com utilização do soro da verdade não será problema.

Linda levantou-se e logo se encaminhou para a porta, abrindo-a.

- Eu já fui intimada mais de três vezes no último mês, e em todas elas o meu advogado conseguiu me livrar; o que faz Vossa Excelência crer que agora será diferente?

O Ministro bufou visivelmente contrariado e se levantou.

- O fato que eu declararei estado de guerra – Ele se encaminhou para a porta. – E, quando isso acontecer, nenhum advogado me impedirá de entrar na sua casa, usar império contra você e arrancar cada pedacinho escondido de informação que esteja guardado em sua cabeça.

Linda sorriu.

- Muito obrigada. Eu me lembrarei disso. Adeus, Senhor Ministro.

Ele apenas acenou com a cabeça e deixou a casa.

Com o coração martelando com a última ameaça, Linda fechou a porta, recostou-se a ela e respirou fundo várias vezes. Manter a farsa estava cada vez mais difícil, e ela sinceramente não sabia até quando agüentaria mentir para todos.

XxXxXxX

O silêncio era cortado apenas pelo rangido irritante que a porta soltou ao ser empurrada. Pé ante pé, tomando cuidado para não fazer nenhum ruído, Severo Snape adentrou o seu quarto. As cortinas escancaradas deixavam a luz da lua penetrar no cômodo, iluminando a sua esposa, que dormia profundamente.

Lentamente, aproximou-se da cama e observou os traços delicados e pacíficos do rosto de Linda. Estava com saudades. Quase não resistiu ao ímpeto de tocá-la... mas precisou – não queria que ela acordasse. Silenciosamente, encaminhou-se à gaveta onde sabia que ela guardava todos os seus documentos importantes.

Antes de morrer, Alvo Dumbledore o disse que deixaria como legado para ele algumas de suas propriedades. Tais propriedades eram guardadas por feitiços antigos e poderosos que as protegiam e, por tanto, Severo apenas poderia adentrá-las uma vez que passadas para o seu nome.

Desde que fugira, ele vinha observando a sua casa; tanto para proteger a sua mulher, caso fosse preciso, quanto para saber o momento em que as escrituras seriam entregues a ela. E, naquela manhã, ele viu a esposa ser visitada pelo Ministro da Magia; não poderia ser por outro motivo.

Apressando-se, ele abriu a gaveta da cômoda de madeira que ficava de frente para a cama e imediatamente encontrou uma mala preta. E, quando a abriu, lá estavam as escrituras que levavam o seu nome.

- Severo?

Ele fechou os olhos e suspirou pesadamente, frustrado por não ter conseguido passar despercebido. Lentamente deixou as escrituras caírem de volta na maleta e virou-se para encarar a sua mulher.

Linda estava sentada na cama com uma expressão atônita em seu rosto. Se bem conhecia a sua esposa, assim que passasse o choque ela começaria um longo falatório que talvez chamasse atenção das vizinhas fofoqueiras; e isso ele simplesmente não podia permitir. Alerta, Severo sussurrou:

- Não fale nada.

Mas Linda não parecia querer falar. De repente desperta, ela engatinhou para fora da cama e se encaminhou para ele, pondo as suas mãos frias em seu rosto. Os olhos acinzentados logo marejaram e ela falou baixinho:

- Você...! Não faça isso de novo!

Severo desviou os olhos para a mala.

- Me desculpe, mas eu não pude dar notícias. E não posso conversar agora.

- Eu quase enlouqueci! Eu pensei que você tinha morrido!

Severo tentou abrir a boca para dizer novamente a sua mulher que não podia ficar, mas foi impedido pela boca trêmula de Linda, que capturava o seu lábio inferior com ferocidade. Ele fechou os olhos e, quase por impulso, as suas mãos firmaram-se na cintura fina dela... Como sentira falta daquele corpo.

Linda afastou levemente a sua cabeça para olhá-lo; seus olhos acinzentados implorando por um pouco de atenção, por um pouco de carinho. Severo não resistiu a abraçá-la com um pouco mais de força, mas sabia que não podia demorar.

- Linda, eu não posso correr o risco de ser visto aqui.

A mulher deu um meio-sorriso.

- Nós podemos tentar ser silenciosos.

Severo fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, suspirando em busca de um pouco de controle; mas Linda aproveitou esse pequeno descuido para levar os seus lábios ao pescoço do seu marido, beijando-o lentamente e sentindo o arranhar a barba em crescimento. Sentiu as mãos dele apertarem os seus quadris e o delicioso vibrar das cordas vocais enquanto ele tentava disfarçar um gemido. As mãos de Linda escorregaram lentamente pelo peito dele, deliberadamente descendo pelo caminho que ela tanto conhecia... ao atingir o seu alvo, Linda soube que ele não queria nada além de ficar com ela. Severo prendeu a respiração, sentindo a sua mulher acariciá-lo lentamente, permitindo-se relaxar apenas por um momento... Quando Linda, no entanto, começou a abrir a sua calça e ameaçou ajoelhar-se, Severo segurou as suas mãos com força e a afastou.

- Agora não. Eu estou ocupado.

Linda bufou, sentindo como se ele tivesse acabado de jogar um balde de água fria em sua cabeça.

- Então é isso? Você aparece aqui e vai embora, sem nenhuma explicação?

- Sim. Volte a dormir e finja que nem me viu aqui!

Irritada, Linda sentou-se na cama e observou o seu marido pegar rapidamente as escrituras que o Ministro viera lhe trazer naquela manhã. Sem uma palavra sequer, ele passou a se encaminhar para a porta do quarto.

- Você não vai sequer me dar um beijo de despedida?

Severo parou. Lentamente, deu meia-volta e aproximou-se da sua mulher, sentando-se na cama, de frente para ela. As suas mãos grandes afastaram uma mecha de cabelos loiros do seu rosto antes de ele levar os seus lábios aos dela, tocando-os de uma forma quase casta. Ele engoliu seco quando se afastou, deixando ainda as testas encostadas. Sentiu no seu rosto o suspiro de Linda. Em confidência, ele disse:

- Eu estou com saudades.

Ela sorriu, esquecendo completamente a irritação que até um segundo atrás sentia.

- Eu amo você.

Severo suspirou mais uma vez e, para a surpresa e contentamento de Linda, puxou-a novamente para outro beijo; desta vez mais profundo, mais necessitado, mais violento. Um beijo que deixou claro para ela que ele estava sendo sincero quando disse que sentia a sua falta. Esquecendo-se da guerra, da sua missão e da sua pressa, ele deixou que as suas mãos acariciassem as coxas alvas da sua mulher, explorando-a por debaixo do tecido da sua camisola.

Ele a forçou a se aproximar mais e os seus beijos desceram para o pescoço e colo da sua esposa. Linda deu um gemido alto, enlaçando os seus dedos nos cabelos negros de Severo enquanto uma das suas mãos começava a abrir os botões da capa negra. Mais uma vez, no entanto, ele segurou as suas mãos e impediu os seus avanços. Os seus beijos ávidos caminharam pelo ombro, pescoço, até chegar à orelha de Linda.

- Nós temos que ser rápidos – ele sussurrou com uma voz rouca.

Como sempre, ela concordou.

XxXxXxX

Os corpos ofegantes descansavam juntos por um tempo... Mas Severo sabia que, apesar de querer ficar ali, ao lado de Linda, não poderia fazê-lo por muito tempo. Pelo menos não por enquanto. Então, com pesar, ele beijou a testa da sua esposa e sentou-se na cama.

Linda também se sentou, cobrindo o seu corpo com o lençol. Ainda lânguida, colocou uma mão no ombro dele e beijou levemente o seu pescoço.

- Você tem certeza que tem que ir?

- Eu já deveria ter ido. – Ele se levantou, subindo e fechando a sua calça. – Mas eu acho que voltarei logo. Como estão as coisas por aqui?

- Eu continuo fazendo meu papel. Digo a Deus e ao mundo que você é inocente e que está apenas viajando... – ela deu uma risada amargurada. – Acho que as pessoas pensam que eu sou louca.

Muito sério, Severo voltou a olhá-la.

- Continue assim. Evite qualquer contato com amigos de Alvo, também. Você tem que se mostrar do meu lado, e, como já está público o fato que sou um Comensal da Morte...

- E o Ministro veio aqui hoje. Disse que vai declarar estado de guerra. Eu estou com medo de ser obrigada a depor, caso isso ocorra.

Um vinco logo se formou entre as sobrancelhas de Severo.

- Não se preocupe. Eu falarei com o Lorde das Trevas e ele vai tomar alguma providência.

Linda mordeu o lábio, sentindo uma leve angústia começar a tomar conta de si.

- Severo, o que está acontecendo? Por que você sumiu?!

- Se eu não tivesse sumido, estaria em Azkaban.

- Então você realmente...?

- Você tinha alguma dúvida?

Ela desviou os olhos dos dele.

- Não. Mas tinha esperança que você me dissesse que não o fez.

- Mas eu fiz, Linda. Eu o matei. E não tenho tempo para me explicar agora.

Sem mais, ele começou a se encaminhar para a saída. Parou, no entanto, à porta do quarto e olhou pela última vez para a sua esposa.

- Você já sabe o que fazer, certo?

Ela assentiu.

E Severo saiu.

Sozinha e com um pouco de frio, Linda suspirou, vestiu a camisola que estava jogada no chão, buscou na gaveta da mesinha de cabeceira pela sua varinha e, com um breve menear e alguns encantamentos sussurrados, ela revelou um fundo falso, cheio de pequenos frascos lotados de uma densa substância prateada. Fechou os olhos, como se relutasse antes de fazer algo difícil... e, enfim, pegou um frasco ainda vazio, segurou a varinha por um tempo em sua têmpora e removeu um fio prateado de lembrança.

XxXxXxX

Reviews, por favor!

Agradeço a minha maninha querida, a Shey, qye betou mais esse capítulo. E, claro, agradeço as maravilhosas leitoras que deixaram os seus reviews: Lo1s, Eris, Olivia Lupin, France Potter Cullen e Farfallas (Dani).


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