Amor Mascarado escrita por LunaCobain


Capítulo 21
O Início


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse é o último capítulo dessa temporada... Mimimi |:
Mas, como eu já disse, pretendo fazer mais uma ou duas. Para quem quiser, estou escrevendo outra fanfic nesse meio tempo, a Music In The Dark, que -tantantan- também é do Fantasma da Ópera, porque eu sou realmente muito, muito viciada.
Espero que gostem. Desfrutem da leitura.



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Eu continuava atrás daquela estátua, minha mente perdida em devaneios, a pedra gelada resfriando meu corpo encolhido. Por que tudo aquilo estava acontecendo? Eu estava tão assustada. Sim, eu estava com medo do Fantasma -quer dizer, Erik-, apesar de alguma coisa no fundo do meu ser me dissesse que aquilo era completamente ridículo. E também estava assustada por causa da visão de Matt morto e até por causa de Amelie. A visão dela morta como o pai me apavorava.

Bati a cabeça contra a pedra, fechando os olhos, com o máximo de força que podia. E de novo, e de novo... Até conseguir sentir o líquido quente e vermelho começar a se esgueirar pela minha cabeça, pelo meu pescoço, pela testa. Pelo menos assim, talvez, eu conseguisse descansar. Desmaiando. A porta do terraço fez um barulho e eu ouvi a voz do Fantasma (droga, Erik, o nome dele era ERIK) soar como um eco.

-Catherine? Catherine, você está aqui? Cathy?

Então, entreabri os olhos e Erik estava na minha frente. Quer dizer, encolhida do jeito que estava, tudo o que conseguia ver sem olhar para cima eram suas pernas. Ou melhor, as calças. Meu Deus, minha cabeça latejante estava me deixando zonza. Enfim, deu pra entender, ele estava ali, e erguendo a cabeça, com o coração aos pulos, vi o quanto ele estava preocupado. Ah, que irônico.

Ele se ajoelhou, ficando quase da minha altura.

-Catherine, o que você fez? - ele perguntou, tocando o sangue na minha testa.

Meu corpo, mesmo sem meu comando consciente, se comprimiu ainda mais contra a pedra quando sentiu seu toque. Isso apenas mostra que eu realmente estava muito horrorizada. Eu era uma tremenda medrosa.

-Catherine, você está com medo? Que pergunta é essa, não é? É óbvio que está assustada. Mas será que não vê que eu só estava pensando em você?

Eu sabia daquilo, sabia que era verdade, mas mesmo assim, não era um jeito muito bom de demonstrar sentimentos. Eu estava quase tendo meu desejado desmaio, e percebi que não achava minha voz, mas tentei lhe dizer o que estava pensando com meus olhos.

-Catherine, ele já tinha quase te matado. Duas vezes. Eu preciso te proteger.

Me encolhi um pouco mais quando ele tentou tocar meu rosto novamente, e então fechei os olhos. Eles não se abriram tão rápido.

Quando o fizeram, eu ainda estava no terraço, e o manto negro da noite me envolvia. Ou melhor, nos envolvia. Erik estava parado há alguns metros de distância, encostado em outra estátua, de frente para mim, com os olhos semi-cerrados. Percebi que não sentia, como deveria, o sangue seco na testa e no pescoço. Passei os dedos pela cabeça, e verifiquei que não havia mais sangue ali. Também percebi que a brisa da escuridão não me atingia, e vi que estava envolta na capa preta que me parecia tão familiar, na capa dele.


Voltei os olhos para Erik, para observá-lo com mais atenção. Os olhos estavam vermelhos, e a face esquerda estava um pouco encharcada. Lágrimas.

-Erik...- eu disse com a voz um pouco fraca, mas conseguindo fazer com que seu olhar fosse para mim - Não chora, tá bom?

Me partia o coração vê-lo desse jeito, por mais que na hora não fosse a coisa mais conveniente a fazer. Amar um assassino. Ah, droga. Não, ele não era um assassino. Na verdade, ele parecia com uma criança quando chorava, completamente desamparado, sem sombra de esperança nos olhos.

Ele me observou com tristeza, enquanto eu retribuía o olhar e me aproximava. Tinha que tomar coragem para isso. Ele era meu noivo. Me agachei ao seu lado e sequei as lágrimas que lhe caíam no rosto, tentando, suavemente, sorrir.

-Desculpe. - eu sussurrei, pesarosa.

-Não tem que se desculpar, não tem culpa de absolutamente nada. A culpa de tudo isso estar acontecendo é minha.

-Claro que não, você não tem culpa nenhuma.

-Não precisa mentir, Catherine. - ele disse, e eu calei a boca. - Não está mais com sono?

-Um pouco, mas não sei se vou conseguir dormir.

-Quer voltar lá pra baixo? - ele perguntou.

A ideia de voltar ao cenário de horror me espantou.

-Não. Acho que não, a menos que você queira.

-Não, tudo bem.

O clima estava extremamente tenso entre nós dois, mas eu não conseguia deixar de me sentir culpada por isso. Queria que tudo voltasse ao normal o mais rápido possível. Queria poder sentir os braços de Erik ao meu redor sem sentir neles a morte. Queria poder beijá-lo sem culpa. Mas eu não conseguiria fazer isso, não com a cabeça dando voltas e voltas, sem tomar um rumo certeiro.

Erik tocou o meu rosto, perguntando com os olhos se eu fugiria. Não, eu não fugi. Não havia porque fugir. E mesmo se houvesse um por quê, não haveria pra onde fugir. Eu simplesmente senti os dedos de Erik escorregando pelo meu rosto, e depois pegando uma mecha do meu cabelo. Estava óbvio que ele estava me testando. Coitado. Agora eu entendia como eu o fazia sofrer. Droga. Eu estendi meus dedos, tocando seu rosto também.

Minha cabeça já estava quase voltando ao normal. Ainda bem, não sabia quanto tempo poderia aguentar com uma mente insana.

-Ah, Catherine... - ele sussurrou, triste. -Eu te amo.

Engoli em seco.

-Eu te amo, Erik. Me desculpe por tudo.

-A culpa não é sua.

Eu não queria começar uma discussão ali - e era exatamente o que aconteceria se eu respondesse àquilo. Erik, como eu, era ótimo em discussões.

Então eu puxei seu rosto pra perto do meu, e o beijei, tentando ao máximo esquecer de tudo aquilo que me assustava, puxando para minha mente tudo de melhor que eu já sentira por Erik.

Quando separamos nossos rostos, Erik estava contente de novo, mas ainda assim, um pouco amargurado. Ah, qual é? Eu estava dando o meu melhor, apesar de ainda estar bastante assustada.

-Sabe que eu não vou te machucar, certo?

-É claro que sim. - eu sussurrei, perto dele.

Ele me abraçou, hesitante - provavelmente ainda temendo que eu saísse correndo a qualquer minuto - e apoiou seu queixo sobre a minha cabeça, me aninhando em seu peito.  Eu passei meus braços ao redor dele, também, apertando meu corpo ainda gelado contra seu calor, sentindo aquele cheiro conhecido de rosas misturado a colônia masculina que eu aprendera a amar. Ah, Erik! Tudo o que eu mais queria era que tudo voltasse ao normal. Nada de mortes, nem de Matt, nem de Brigitte ou pais chatos. Só Erik e eu, sem ter que sentir culpa alguma. Assim ficamos até que eu dormisse, para acordar na casa do Lago. No meu quarto, do qual eu incrivelmente já estava com saudades.

Acordar ali foi como morrer e ir pro paraíso. Ao menos ali, no meu lugar sagrado, eu podia esquecer do resto do mundo e ficar apenas com Erik. Não precisava nem sequer me lembrar do Fantasma da Ópera. Dei uma olhada a minha volta, reobservando o comôdo que fora construído pra mim. Levantei e fui tomar um banho,  para esquecer de vez qualquer pedacinho que sobrara na minha mente do que acontecera no dia passado. Quando voltei ao quarto, me troquei e resolvi ir ver Erik. Andei até o quarto dele, batendo na porta antes de entrar. Ele quase sempre acordava mais cedo do que eu. Dessa vez não foi diferente. Ele estava deitado na cama, mas seus olhos estavam abertos, e ele parecia pensativo.

Percebi que o clima ainda estava um tanto ou quanto tenso entre nós dois, mas tudo o que eu podia fazer era deixar que o tempo amenizasse isso.

-Bom dia, Erik. - eu disse, tentando amenizar as coisas, e parecer o mais feliz quanto me fosse possível.

-Bom dia, Cathy. - ele respondeu, se sentando e abrindo um pouco os braços para possibilitar um abraço de bom-dia.

Eu fui até ele, abraçando-o forte. Precisava daquilo.

-Sua cabeça está doendo? - Erik perguntou, quando nossos corpos se afastaram.

-Não muito.

Nenhum de nós dois tinha coragem o suficiente para tocar no que tinha acontecido. Não era necessário. Não era nem sequer conveniente, pois estragaria tudo de novo. Se estava tudo bem, era assim que deveria ficar.

Me sentei ao seu lado na cama, colocando sua cabeça sobre minhas pernas, acariciando aqueles cabelos negros. Erik fechou os olhos, desfrutando o momento, para alguns momentos depois abri-los com receio.

-Catherine? - perguntou ele.

-Sim?

-Depois do que aconteceu... Eu preciso saber...Ainda vai se casar comigo?

Fechei os olhos por um momento, respirando fundo. Então respondi.

-É claro, Erik. Não deveria duvidar disso.

-Só não quero que se sinta obrigada a se casar comigo. Muita coisa aconteceu desde que ficamos noivos. Eu te amo, Catherine, mas vou entender se não estiver pronta.

Nossa. Era difícil acreditar que ele tentara, um dia, obrigar Christine a se casar. Ele estava sendo tão gentil comigo, e isso só me fazia sentir mais pena dele. Pena por ele se achar tão inferior, por sempre se desvalorizar.

-Eu estou pronta, Erik, já faz muito tempo. Você sabe. Eu te amo, e quero me casar com você. Vamos ter uma casa normal, Erik, quem sabe filhos, e vamos sair para passear nos domingos. Sei que é isso o que você quer, e é exatamente o que eu  quero.

Erik sorriu, embora seus olhos ainda estivessem um pouco tristonhos e pensativos.

-É o que eu desejei a minha vida inteira, Catherine. Você não faz ideia...Ah, Catherine, você é tão boa para mim. Ás vezes acho que é uma pena que esteja tão disposta a passar a vida ao lado de um monstro como eu.

Não acreditava naquilo. Acariciei seu rosto. pensativa.

-Não devia dizer isso, Erik, de maneira alguma. Aos meus olhos, você é um príncipe. O meu príncipe. É a única pessoa que me entende na face da Terra, e também a única pessoa com quem eu poderia passar minha vida. Por favor, não fale mal de si mesmo nunca mais, pois me magoa profundamente.

Ele me encarou, e agora o meio sorriso que ele me dirigia parecia totalmente sincero. Erik se levantou e me beijou, ternamente. Fazia tempo que não nos beijávamos assim. Dois anos já haviam se passado sem que eu ficasse muito tempo longe de Erik - eu já tinha quinze - e isso fora o suficiente para ser incapaz de ficar mais um dia sem ele. Os medos do outro dia eram bobagem, pura idiotice. Eu estava com ele, e ele me protegeria sempre que necessário. E eu cuidaria dele.

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O casamento foi dali a uma semana. Finalmente. O vestido que Erik me dera ficou perfeito, mas para que isso fosse possível, eu tive que quase me matar para emagrecer tudo o que engordara durante a gravidez. Resolvemos fazer uma cerimônia pequena, nada de extravagante - se é que isso era possível, com Erik por perto. Erik... Ele estava mais lindo do que nunca naquele terno, a rosa vermelha na lapela do paletó. E o melhor foi ele ter me agradado, e mesmo com a roupa social ter colocado os All Star que eu amava tanto. Michelle até que segurou bem as pontas, para não chorar e borrar a maquiagem, mas Luigi - para a minha surpresa -, este eu descobri ser um manteiga derretida de mão cheia.

Agora estava tudo oficializado. Erik era meu, e eu era todinha dele. Agora bastava esperar pela lua de mel.



Continua...


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de deixar reviews, para me deixar feliz nesse último capítulo de temporada.
Aqui está o link para a outra fic do F. da Ó ( que na verdade, vou contar a vocês, foi só uma ideia que eu tive enquanto estava escrevendo essa fic aqui):
https://www.fanfiction.com.br/historia/207186/Music_In_The_Dark
Beijos, Luna :*