_ Irmão, quem aqui é meio gato e quem aqui é gente? - perguntou Ikky, me fitando.

_ Só eu e o Yuki somos humanos. - falei, lançando um olhar mortal para Yuki, que se encolheu, assentindo.

_ Verdade, verdade, verdade, naah, tudo o que ele falou é verdade. - resmungou Yuki.

_ E o que ele falou? - perguntou meu irmão.

_ Err... Naah, issso é injusto, você... - começou Yuki, sendo interrompido por um puxão de cabelo. Eu só vi as orelhinhas subindo. - Ai...

_ Ah, fala sério. - resmunguei, andando até a porta e saindo, batendo ela na cara do Yuki, que tinha vindo comigo. - Pfu... - soltei, me virando e notando um garoto atrás de mim.

_ Fala, mano brother... - resmungou o garoto. - A sua casa está com um cheiro de gato... Posso dar uma olhada? - perguntou o estranho.

O cara era estranho mesmo. Parecia um pouco mais velho que eu, tinha o cabelo preto com mechas brancas descendo até a cintura. Que cabelo grande! Tinha um olho verde e o outro preto e dentes amarelos. Ele era bem bonito, parecia uma mulher, e se fosse, eu nunca teria coragem de beijar aquela boca.

_ Você é gay? - perguntei. - Sem ofensas, só de curiosidade.

_ Não, eu sou bissex, e não gosto de cortar o cabelo, nem de escovar os dentes e nem de cortar as unhas. Eu vou ter que virar um cachorro para você entender, brother? - perguntou ele, pondo os óculos escuros.

_ Você é de qual raça? - perguntei.

_ Sou um pitbull americano, mano. Agora deixa eu dar uma olhada aí. Você está me estressando. - resmungou o cara e vi que ele tinha dentes afiados.

_ Err... - soltei, um pouco assustado. Pitbull?

_ Sai da frente logo, frangote. - resmungou o esquisito, me jogando para trás e entrando.

_ Irmão? - ouvi a voz do Ikky.

_ Eu estou bem. Só não sei se os gatos da sala vão ficar. - resmunguei.

O cara entrou e fitou os quatro garotos, que agora riam da cara de idiota que ele fazia.

_ É... Cara, você entrou na nossa casa sem permissão. - resmungou Ikky.

_ E qual é a tua, você deveria me deixar ficar nesse ar condicionado junto com os gatos. - disse o estranho, deitando no canto da sala, se esticando e pondo a cabeça nos braços, fechando os olhos.

Eu virei a cabeça de lado, franzindo as sobrancelhas e acabando por cair na gargalhada com o meu irmão, que parecia indignado.

_ Sai da minha casa agora, cachorro! - exclamou Ikky e todos começaram a rir quando o pitbull rosnou para o meu irmão e ele se encolheu dizendo algo como: - Ah, daqui a pouco a minha casa vira um zoológico.

_ AÍ, já tem gente demais aqui dentro. - falei, notando um garoto na porta.

_ Mas meu dono me abandonou... - disse o garoto. Ele não tinha orelhas.

_ O que você é? - perguntei.

_ Sou... Um Araçari-Poca. Eu como basicamente só insetos e frutas. Por favor? É fácil cuidar de mim! Eu só tenho medo de macacos. - disse o garoto. Ele tinha cabelos negros, mas algumas mechas eram amarelas e com cores vivas e vibrantes.

_ O que é Araçari? - resmungou Yuki no meu ouvido. - Ele tem cheiro de pássaro.

_ Ah, sim! - exclamou o garoto e asas negras surgiram atrás dele.

_ Ah, é agora que a casa vai virar um zoológico! Não devia ter falado nada. - resmungou Ikky, irritado. - Mas como falar não? Todos que não são nossos, caiam fora! AGORA! - berrou Ikky, super irritado.

_ Mas eu preciso de uma casa... - murmurou o tal Araçari.

_ E eu não estou a fim de sair. - resmungou o pitbull.

_ Seu mau agradecido! Eu....

CONTINUA.... EU NÃO TERMINEI, HEIN?