Pov. Annabeth

Pelos deuses, o que eu estava fazendo?

Cheguei em casa correndo e entrei no meu quarto, tranquei a porta e fechei as continas sem antes olhar o quarto de Percy, as luzes estavam apagadas. Entrei no banheiro e me olhei no espelho.

Meu cabelo estava bagunçado, meu vestido estava torto e meu baton estava borrado. Revirei os olhos e ri sozinha. Passei a mão no cabelo e vi uma marca de mordida no meu pescoso.

Me despi e tomei um banho quente, imagens do que ia acontecendo passavam na minha cabeça. E o mais estranho: Eu quase ia me entregando pra Percy. Existe coisa mais estranha que isso?

Mas logo me lembrei que Percy tinha namorada, e algo dentro de mim doeu. Uma lágrima rebelde decesceu pelo meu rosto, se misturando a água quente.

O que estava contecendo comigo?

A água estava quente a pondo de incomodar, mas deixei assim mesmo, quem sabe ela poderia substituir a dor que eu estava sentindo.

Pensei em Mark, no que ele tinha feito comigo, eu não acreditava nisso. Será que Piper sabia disso?

Desliquei o chuveiro e me enrolei na toalha, sai do banheiro e senti um vento frio atravesar a minha pele.

Estremeci.

Fui até o meu closet e peguei um moletom e uma camisa rosa com mangas. Me olhei no espelho e torci o nariz com o que eu estava vendo. Tinha uma garota com um estilo horrivel, seus cabelos estavam molhados e bagunçados. Suas olheiras estavam evidentes e seus olhos estavam tristes.

Essa era eu, uma Annabeth destruida, que não tinha sorte na vida, e principalmente no amor.

Deitei na cama e olhei para o teto agora escuro. Eu não tinha sono, mas não estava disposta.

Rolei para um lado da cama, rolei para o outro. Bufei.

Mas que droga! E o sono, ein?

Peguei o meu celular e coloque a playlist triste.

Someone Like You começou a tocar.

Fiquei revisando tudo que tinha acontecido até ali. Desde o beijo com Mark até essa noite com Percy. E tenho que confessar, meu sorriso se alargou quando a imagem de Percy se passou em minha mente.

Agora ele tem namorada, Annabeth. Ele nunca vai ser seu.

E com esse pensamento, cai no sono.

___

Acordei mais cansada do que eu realmente estava. Joguei o edredom pro outro lado da cama e sentei na cama. Olhei o relogio e vi que ainda era 5h40.

Suspirei com tristeza. Levantei da cama e comecei arrumar a mesma. Em cinco minutos ela já estava pronta, entrei no banheiro e liguei o chuveiro, me despi e tomei um banho rápido, peguei uma toalha e sai do banheiro. Hoje estava frio, estava nevando franco, fui para o meu closet e peguei uma calsa jeans escuro, uma blusa escrita “I Have You”, uma jaqueta de couro e um cachecol pra cobri a mordida que tinha ganhado. Coloquei um all star preto e passei uma maquiagem um pouco pesada.

Desci as escadas e minha mãe estava fazendo o meu café da manhã preferido: Ovos, bacon e suco de laraja. Ela estava vestindo uma saia social com riscos cinzas, uma blusa de manga comprida preta e seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo bem apertado. Ela colocou os ovos e o bacon a mesa, voltou e pegou o suco.

– Venham comer! – Ela gritou.

Meu pai apareceu vestindo uma calsa social preta com uma blusa azul claro, ele estava fazendo o nó em sua gravata.

Ele cheirou o ar e sorriu satisfatóriamente.

– Essa é a minha esbosa.

Mamãe corou e sorriu.

Meus pais eram tão bem resolvidos, eles se amavam e nada parecia da errado.

Peguei um pouco de ovo e bacon e coloquei no meu prato, comi devagar, pensando na vida.

Mas logo fui enterropida com Ben puxando o meu cabelo.

– Annabeth! Vamos logo. – E ele sumiu pela porta.

Subi pra escovar meu dente e pegar a minha bolsa, desci as escadas correndo e me joguei pra dentro do carro.

Meu pai saiu da frente de casa e foi dirigindo até a escola. Durante o caminho ouvimos Red Hot. Especialmente a musica A Certain Someone.

Paramos na frente do colégio e o meu pai sorriu para mim, beijei a sua testa deixando uma marca de batom e sai do carro.

Comecei a andar pra dentro na escola e percebi que vários olhares me seguiam. Olhei para minha roupa pra ver se tinha alguma coisa de errado, mas logo duas mãos femininas seguraram o meu braço. Levantei o olhar e Thalia sorria para mim.

– Você tem estilo! – Ela disse.

– Hum, obrigada. – Eu disse me afastando um pouco.

– Cara, ela blusa, a maquiagem... – Ela disse balançando as mãos. – Por Zeus!

Bianca apareceu rindo do seu lado.

– Nunca pensei que você fosse falar isso. – Ela disse para Thalia.

– Andar com lideres de torcida nerds dá nisso. – Ela disse ainda me olhando.

– Eu ainda não entendi...

Eu definivamente estava boiando na conversa.

– Não liga pra Thalia, ela fica assim quando alguém se veste que nem ela. – Disse Bianca me puxando pelo braço. – Eu contei pro Nico.

Eu e Thalia paramos de andar e Bianca nos olhou.

– E aí? – Pergunto.

– Ele puxou os cabelos e subiu pro quarto. Não falou comigo hoje de manhã. – Ela disse passando a mão no braço e olhando pra baixo.

– Calma, ele vai falar com você. – Disse Thalia colocando a mão no ombro de Bianca.

– É, ele vai.

Ela levantou o olhar e sorriu pra gente. Voltamos a andar, eu fui para o meu armário e peguei o livro de Português, no qual ia ser a primeira aula. Vi Percy chegando com Tracy pendurada em seu pescoso, bati a porta do armário com uma certa brutalidade e andei rápidamente para a sala, já tinha alguns alunos sentados conversando ou simplesmente ouvindo musica.

Me arastei para uma cadeira e me encostei na parede. Peguei o meu fone de ouvido e comecei a escultar This Fortress of Tears. Fiquei fitando o vazio, até que a professora chegou e começou a fazer a chamada.

____

A dia passou rápidamente,as aulas não foram entendiantes, até que foram bem legais. Thalia apareceu do meu lado e fomos para o refeitorio, pegamos o nosso lanche e fomos nos sentar em nossa mesa.

Nico estava com os fones de ouvidos tão alto que eu pude ouvir a musica que ele estava escultando. Sweet Child O’ Mine, dos Guns. Sentei ao seu lado e bati em seu ombro.

Ele olho pra mim e sorriu, depois voltou a fitar o vazio. Jully estava escrevendo em uma prancheta e Bianca me lançava um olhar desesperador. Grover tossiu para chamar a nossa atenção.

– Então, o que vocês fizeram ontem? – Ele perguntou mordendo a sua maçã.

– Eu fiz sexo selvagem com um negão. E vocês? – Disse Thalia indiferente.

Todos olhamos para ela, inclusive Nico. Ela levantou o olhar e ergueu uma sobrancelha.

– O que foi?

Não aguentamos, começamos a rir alto, Grover já secava umas lágrimas do rosto.

– Qual é a piada? – Perguntou uma voz masculina.

Meu sangue gelou e as batidas do meu coração falharam. Olhei pra onde tinha vindo a voz e vi Percy, e logo atras dele tinha uma garota chiclete agarrada a sua cintura.

Todos paramos de rir, Nico colocou o fone de ouvido e Bianca começou a mexer o canudo do seu suco, Grover voltou a comer a sua maça, Jully voltou a escrever e de repente as minhas unhas mal feitas ficaram interresantes de se ver.

– Oi Percy e... Tracy. – Disse Thalia com certo desgosto na voz.

Percy pegou uma cadeira e bateu no ombro de Nico, que ergueu a cabeça e sorriu torto, Tracy continuava em pé com as mãos no ombro de Percy e sorrindo falso.

– Sabe que não é bem vinda aqui, né? – Disse Thalia.

– Eu sei, por isso que vou sentar com o meu grupo. – Sua voz doce saia como veneno da sua boca, Thalia lançou um olhar intimador para ela, que se encolheu. – Pena que o Percy não queira vim.

Percy olhou para mim, e por um momento os nossos olhos se encontraram, mas logo desviei.

Tracy beijou Percy por cerca de alguns segundos, o que pra mim pareceram uma eternidade.

– Você é um I-D-I-O-T-A! – Disse Thalia quando Tracy saiu.

– Ei. – Protestou ele.

– Melhou da dor de cabeça, Percy? – Perguntou Nico.

– Melhorei sim, tomei um remedio assim que cheguei em casa. – Disse Percy olhando-me.

Sorri ao lembrar do que havia acontecido.

– Quê? Desde quando você sabe se auto-medicar? – Disse Grover se apoiando na mesa.

– Annabeth me ajudou. – Percy deu os ombros.

Olhei para ele e vi que ele estava com um sorriso malicioso no rosto.

– Sou uma boa enfermeira. – Disse ironica.

Percy riu baixo, Bianca me lançava um olhar curioso, junto com Thalia. Nico e Grover pareciam perdido na conversa.

O sino bateu e fui para o meu armário pegar o meu material dos dois ultimos tempos, Percy apareceu do meu lado, mas nada falou, continei pegando o resto do meu matérial e coloquei dentro da minha bolsa, fechei a porta e olhei para Percy.

– Sobre o que aconteceu ontem... – Ele começou a falar.

– Vamos esquecer, ok? – Eu o interrompi.

Ele me olhou por um tempo mas logo assentiu.

Sorri para ele e entrei na sala. Eu sabia mais do que ele que nunca iriamos esquecer o que aconteceu.