– Oi Lucy. - disse Amanda assim que passei por ela.

– Oi, Amanda - falei e fui em direção a parede mais difícil.

Esperei a lava diminuir e comecei a escala.

Quando já estava quase no meio da parede, comecei a pensar em como meu amor secreto era lindo, maravilhoso, fofo. Em como eu adorava seu sorriso, adorava a cor de seus cabelos, que pareciam macios, em como a cor de seus olhos negros como a noite eram lindos e pareciam sorrir para mim...

Quando estava quase que terminando a escalada, um pouco de lava escorregou bem em direção a minhas mãos e eu não tive como desviar, pois não tinha prestado atenção na lava por causa de meus belos devaneios. Acabei me desequilibrando quando a maldita lava me queimou e cai.

Tentei levantar logo depois da queda, mas não consegui. Meu corpo estava todo dolorido. Minha cabeça estava latejando e parecia que estava molhada. Sangue. Sangue estava escorrendo pelo meu rosto. Meu braço direito estava muito dolorido, pois na hora em que caí no chão, eu coloquei todo o peso nele, mas mesmo assim eu bati a cabeça.

A parede da qual eu havia caído, tinha uns 20 metros e eu estava no topo dela. Como não me conseguia mexer, pois meu corpo doía, fiquei quieta. Minhas mãos ardiam por causa da lava. Por que fui de esquecer de por as luvas logo hoje?

Senti alguém me pegar no colo e encostei a cabeça no peito da pessoa. Estava escutando pessoas falando e gritando ao longe, mas parecia mais um zumbido de vozes. Senti que a pessoa que me levava começou a andar e antes de qualquer outra coisa, desmaiei...

x-x

Estava acordando. Não queria abrir os olhos, mas estava escutando vozes. Aos poucos as identifiquei.

–... Fique tranquilo Nico. - disse uma voz feminina, Annabeth.

– Nico, Annabeth tem razão vá descansar, você já está aqui a dois dias. - falou outra voz, Percy.

– Não estou cansado. - falou uma terceira voz, Nico.

– Então vamos, coma alguma coisa pelo menos. - pedia Annabeth.

– Não quero. – respondeu o filho de Hades.

– Irá ficar doente, Nico. - falou Percy.

– Vamos Nico, não custa nada. - pediu Annabeth.

– Tá bom, eu como. – resmungou o mais novo.

Eles ficaram algum tempo em silencio, até que...

– Venha Percy, já está na hora do almoço. - chamou Annabeth.

– Claro. Você não vem Nico? - perguntou Percy.

– Não. – respondeu.

– Os filhos de Apolo já garantiram que ela ficara bem Nico. - disse Annabeth.

– Eu sei, mas mesmo assim vou ficar. Vai que ela acorda? Pelo menos vai ter alguém com ela. – protestou Nico bocejando.

– Você quem sabe. - disse Percy e escutei passos.

Percy havia saído.

– Tudo ficará bem, você vai ver. - disse Annabeth.

Escutei passos novamente e deduzi que estávamos sozinhos agora. Escutei o sinal de concha tocar e logo depois abri os olhos. Demorei a me acostumar com a claridade.

Olhei pelo canto do olho para o lugar em que a voz do Nico vinha e percebi que estávamos na enfermaria, pois eu já estive lá antes cuidando de outras pessoas. Nico estava sentado em uma cadeira ao lado de minha cama e estava quase dormindo.

Quando fui tentar me sentar percebi que meu corpo não doía mais, nem meu braço ou minha cabeça. Mas como eu levantei muito rápido, acabei ficando tonta. Mas antes que caísse, alguém me segurou pela cintura para me ajudar.

– Obrigada. - disse, minha voz estava um pouco rouca, não sei se é porque acabei de acordar ou outra coisa.

– Não foi nada. – falou ele. - Posso te soltar? Você não vai cair?

– Pode me soltar sim, eu não vou cair. - disse lhe dando um sorriso.

– Você está bem? - perguntou Nico voltando a se sentar na cadeira.

– Estou sim. – respondi. - Mas você não. Está com olheiras profundas.

– É que eu não tenho dormido. - disse ele bocejando e ficando um pouco vermelho.

– Quanto tempo eu fiquei apagada? - perguntei.

– Dois dias. - respondeu.

– Isso significa que eu perdi o caça a Bandeira ontem. Você foi? – perguntei novamente.

– Não. - disse Nico ficando mais vermelho ainda.

– Mas sabe quem ganhou? – perguntei curiosa.

– O chalé de Ares. – respondeu-me.

–Aff. - disse voltando a me deitar. - Eu posso sair da enfermaria já?

– Quíron falou que era para esperar ele vir até aqui. – me informou o filho de Hades.

– Ah, sim. - disse me sentando novamente. - Tente descansar um pouco Nico. - falei sorrindo para ele. Suas olheiras estavam muito funda.

– Não estou com sono. - disse ele dando um bocejo no final.

– Logico que está. Descanse, quando Quíron chegar eu te acordo. - eu disse.

– Não quero dormir. - disse Nico.

Levantei-me da cama lentamente e fui até a mesinha, que tinha do outro lado de Nico, pegando duas torradas e dois copos de sucos.

– Toma... Come alguma coisa - disse lhe dando uma das toradas e um dos copos.

–Não estou com fome. - disse Nico quando eu voltei a me sentar na cama para comer minha torrada beber meu suco.

– Se você não comer, eu não como. E se eu não comer, eu te bato, pois estou com fome. – retruquei decidida

– Ok, eu como. – disse ele mordendo a torrado.

Quando terminamos de comer algumas torradas e tomar nosso suco, percebi que havia uma carta em cima da mesa.

– De quem é a carta? – perguntei. Curiosa? Imagina

– Hermes pediu para entregar a carta para você quando acordasse. - disse Nico – Esqueci-me disso... - falou me dando um sorriso amarelo.

Continua...