A Irma da Serpente escrita por Tina Granger
A segunda feira chegou fria mas o restinho de neve derretia-se vagaroso sobre a grama ensolarada. Snape e Eddie estavam calados e muito estranhos, Rachel sabia que era por causa da briga que ela tivera com Cassandra só não entendia o que afetava tanto os dois. Encontrou Eddie a esperando na escada como ele sempre fazia, se atirou ao pescoço do garoto e lhe deu um beijo. Ele ficou vermelho.
— O que esta fazendo tampinha?
— Pedindo desculpas!- falou ela dando de ombros.- Dês daquele meu ataque histérico com a jararaca de peruca que você anda zangado comigo.
Eddie balançou a cabeça.
— Não esquenta tampinha!- ele se aproximou e abraçou a amiga, aspirou o cheiro de ervas que emanava do cabelo dela.
— Solta ela agora Montgomery!
— Ah esta com ciúmes Sevynho?- perguntou Rachel se afastando de Eddie e se aproximando do irmão.
— Não!- ele sorriu malicioso- Não queremos que a Fage apanhe de você!
— Haha!- fez Rachel- Severus você esta muito desaforado! Acho que sua noite de sono com a Cavendish mudou seu humor!
E saiu da sala com um Severus resmungando e um Eddie rindo atrás dela. Caminharam conversando animados pelo corredor e seguiram para o café. As aulas da segunda transcorreram calmamente, até porque nenhuma delas era com os Grifinórios. No intervalo Rachel saiu para o jardim sozinha, havia algo que ela precisava fazer.
Observou os alunos e achou quem procurava, caminhou sorrindo até ele.
— Bom dia Black!
Diego Garcia se voltou e seu sorriso escorregou.
— Calma! Só quero conversar, será que pode ser?
Ele a encarou e se voltou para os amigos dizendo que já voltava. Caminharam lentamente.
— Espero que seja rápida, Cassandra não vai gostar nada de saber que estou falando com você!
— Olha eu vim aqui para pedir desculpas!
Diego a encarou curioso.
— Pode me chamar de louca, safada, miserável... do que você quiser mas nunca diga que não tenho honra! Jamais beijaria um cara se soubesse que ele estava noivo!- parou um segundo e encarou com um sorriso- Não sou tão vil assim!
— Entendo o quer dizer!- baixou a voz um quarto- Me beijou porque achava que eu era o Black!
— Exatamente!- ela franziu o nariz- Tenho uma quedinha por ele!
— Se depois de tudo que fez a ele no baile ainda quer beija-lo, imagino o tamanho da queda!
Ele levou um soco no braço.
— As coisas não são tão simples assim! Eu bem que queria esquece-lo mas...
Sentiram alguém segurar os ombros os dois e faze-los se voltar.
— Não esta satisfeita ainda?- perguntou Cassandra zangada.
— Olha Cassandra não é nada diss...
— Cavendish!- Rachel a encarou com a mesma intensidade- Estávamos só conversando. Tem uma dúzia de testemunhas aqui!
Rachel fez um gesto abrangendo o pátio.
— Olha só vim aqui pedir desculpas! Se soubesse que era o Garcia jamais teria o beijado.
— Mas que aproveitou, aproveitou!
Rachel riu pelo nariz.
— Sabe muito bem que ele não faz meu tipo! Ele é bonzinho demais! É do tipo com quem as garotas se casam!
Diego tossiu. Cassandra baixou um pouco a guarda, a aura de Rachel dizia que ela estava sendo sincera.
— Eu realmente sinto muito! E depois não deveria ter irritado você, mas você me conhece!- ela deu de ombros.
Cassandra deixou o queixo cair.
— Rachel Glenn esta pedindo desculpas?
— Ah qualé!- Fez uma careta e baixou a voz- Não espalha tá! Vai acabar com minha reputação!
— Ela realmente esta pedindo desculpas!- Cassandra parecia realmente surpresa.
— Que posso fazer! Todo mundo ficou zangado comigo! Você, o Eddie, o Garcia e até o mala do Severus!
O nome do monitor despertou algo na mente de Cassandra.
— Severus! Ele disse que conhecia a você há oito anos! O que quis dizer com isso?
Rachel sorriu, pelo menos não era só ela que deixava escapar que era irmã dele.
— Nossas mães se conheciam!- respondeu simplesmente.
— Mas você é órfã!
— Sou, mas não sou filha de chocadeira! Fui para um...é orfanato quando minha mãe morreu!
— Ninguém podia ficar com você? E seu pai?- Cassandra a encarou curiosa.
Ouviram a sineta e Rachel sorriu tristemente..
— Preciso ir, espero que tudo esteja resolvido agora. Sinto muito!
E saiu sem dar explicações para nem um dos dois.
Severus não ficou muito satisfeito quando a menina se juntou a eles para o jantar. Alem dela ter chegado atrasada estava agora contando à conversa que tivera com Garcia e Cassandra.
— Você é maluca!- murmurou Eddie- Ela podia ter partido sua cara.
— Era mais fácil eu ter acabado com ela!- resmungou mordendo o pastelão.
Eddie levou a mão ao rosto da garota e levantou uma mecha de cabelos, riu cínico.
— E o que é isso aqui mesmo? Ah é os dedos da Cassandra...
Rachel fez uma careta e se voltou, Snape levou alguns segundo para se recuperar.
— Disse a ela que nossas mães se conheciam?- perguntou Severus num sussurro quase inaudível mas cheio de raiva.
— Queria que eu dissesse o que? Que meu pai é marido da sua mãe? E depois foi você que deixou escapar que me conhecia há oito anos!
— O que não é mentira!
— Isso eu sei! Mas me diga estão o que faria? A acertaria com um feitiço e sairia correndo?
Rachel se inclinou sobre a mesa encarando o garoto, ele fez o mesmo. Havia uma certa tensão entre eles.
— Glenn, tenho um recado para você.– Angélica malfoy parou atrás de Rachel, com uma expressão não muito feliz no rosto.
— Dando uma de coruja, Malfoy?– Snape intrometeu-se, endireitando-se na cadeira. Angélica lançou-lhe um olhar exarcebado.
— Snape, será que você podia ao menos fingir que é educado uma vez e ficar quieto no seu canto?
— Desde quando você dá atenção para o que Severus tem a dizer, Malfoy?– Rachel ergueu a sobrancelha enquanto pedia.
— Desde que Snape é razoável em poções e talvez nós precisemos dele.
— Nós quem, cara-pálida?– Severus ergueu a sobrancelha.
— Hum... – Angélica fez uma expressão pensativa– Alice, Beatrice, Lílian... Dieguinho, Frank... Han... será que estou esquecendo alguém?
— Qual o recado que você veio me dar?– Rachel a cortou.
— Credo, assim vocês dois fazem uma dupla de dar inveja, sabiam? Parecem até irmãos!– Angélica reclamou. Eddie soltou uma risadinha, fazendo Angélica olhar para ele.
— É o que eu vivo dizendo para esses turrões! Que eles parecem irmãos!– caiu na risada, com as carrancas que arrecadou.
— R-E-C-A-D-O! – Rachel soletrou, fazendo Angélica revirar os olhos.
— Cass me pediu para lhe avisar, que vai fazer a poção do lobinho e que se vossa majestade quiser ir, acompanhada do seu súdito mais fiel– ela fez uma reverencia cômica em direção a Eddie– e do seu cãozinho de estimação– mostrou a língua para Severus– é para me acompanhar, hoje, às três horas.
— Malfoy, se você acha que eu vou...
— Ela vai!– Severus falou, fazendo os três se voltarem para ele. A expressão fria tinha apenas os olhos brilhantes.
— Eu não estou gostando disso, tampinha!– Eddie sussurrou
— Você fala como se eu estivesse gostando.
— O que deu na cabeça do snape?
— E eu é que sei?
— Ei, Glenn, eu sei o que falta para você melhorar a sua reputação.
— Rachel não precisa de um namorado!– Severus falou com a expressão fechada, caminhando atrás de Angélica.
— Nisso eu concordo. Mas essas suas roupas cafoninhas, pelo amor de Merlim!
— Você não tem espelho no seu dormitório, Malfoy?
Rachel estava preste a perder a calma. Se Cavendish pensava que podia obriga-la a passar mais um minuto na companhia daquela perua...
— Mas é justamente por ter espelho que eu falo. Francamente, se eu não tivesse conhecido a estilista pessoal da Cass...
— Fresca? Imagina! – Rachel bufou para Eddie, que sufocou uma risada.
— Chegamos!– Angélica parou diante de uma porta, no terceiro andar, antes de bater.
— Senha!– uma voz conhecida soou através da porta.
— Eu morro antes de dizer aquilo, abra essa porta agora mesmo!
— Senha incorreta. Tente novamente.
— Cassandra Catherine!
— Senha incorreta!
— A propósito, se trouxe Remo nuzinho, ele vai ter muita utilidade para nós.– uma outra voz falou. A explosão de riso que se seguiu fez Angélica apertar os dentes.
— Beatrice, abra essa maldita porta!
— Senha incorreta!– as duas vozes femininas gritaram, antes de rir novamente.
— Vamos lá, Angélica, você consegue. Você é uma sonserina, lembra?– respirou fundo- Eu amo Remo Lupin!
— Até que enfim você resolveu admitir isso! Aleluia!– rindo, Cassandra saiu, fechando a porta.
— Você me paga, Cassandra. Pode ter certeza disso!
— Pago e com prazer! Bom, mas isso fica para depois. Agora, a questão é a seguinte. Nenhum de vocês vai poder entrar nessa sala, sem antes fazer uma promessa...- enquanto falava, olhava para o ar, acima deles. – ...que em momento algum, jamais, nem que sejam tentados ao extremo, torturados até, nunca mesmo...
— Cavendish, já entendemos!– Rachel revirou os olhos, exasperada.
— Tem certeza disso?
— Cavendish!– apenas não pulou no pescoço dela, por que Severus a estava segurando.
— Que promessa?
— De não contar para madame Pince sobre o que irão ver aqui dentro. – ela sorriu para Snape.
— Não entendi!– Rachel ergueu uma sobrancelha.
— Típico. – Cassandra entrou antes que Angélica conseguisse lhe dar um tapa.
— Cassandra! Quando eu conseguir te pegar...
— Meus netos vão estar formados!
Eddie não conseguiu deixar de rir, vendo a carranca de Angélica.
— Eu vou mostrar para aquela grifinória disfarçada o que a espera!– Angélica abriu a porta, resmungando.
Quando enfim conseguiram entrar, perceberam que havia sete pessoas ali: Alice Pigneus, Frank Longbottom, Beatrice Johnson, Lílian Evans, Diego Garcia, Remo Lupin e Cassandra.
— Sessão tortura dos mal vestidos?– Angélica torceu o nariz.
Remo lançou-lhe um olhar não muito gentil.
— Se eu soubesse que essa fresca vinha, teria ficado no salão comunal.– falou, para que a sonserina o ouvisse.
— Se eu soubesse que esse idiota vinha, não teria dado o recado para Glenn.
— Um aviso aos dois: querem se matar? Se matem. – Cassandra intercalou o olhar entre eles– mas se matem longe de nós, de preferência em um horário que o resto dos alunos ganhe folga das aulas.
— Cassandra!– Lílian fez um gesto negativo com a cabeça.
— Que culpa eu tenho se a vaca da Ferguson atacou o Remo na frente da Angie para fazer eles dois brigarem? Nenhuma, eu digo!– Cassandra gesticulava, enquanto falava– mas espero que tenham entendido muito bem o que eu disse, senão vou fazer uma coisa que provavelmente amanhã vou me arrepender.
— Ah, é vai fazer o que? Beijar o Snape?
As palavras de Angélica caíram como uma bomba. No silêncio que se instalou naquela sala, se uma mosca voasse, produziria o barulho de um foguete sendo lançado.
— Não! Vai me pedir para levar uma coisa loira para fora da sala.– Diego intrometeu-se, lançando um olhar zangado a Angélica. Cassandra estava paralisada, o rosto pálido encarando Severus– por mais cooperativa que você seja, Malfoy, aqui estamos para estudar, não para lançar piadinhas sem graça para nossos colegas.
— Eu não vim para estudar.– a voz fria de snape fez todos o olharem. Cassandra não havia desviado o olhar dele– vim apenas lhe avisar Cavendish, que se você pensa que todas as pessoas são como o idiota do Black, saiba que...
— Que diabos você está falando?
— Do recado que você mandou pela malfoy!
Pela expressão totalmente confusa que surgiu no rosto dela, por um momento Severus chegou a duvidar que ela tivesse o chamado de...
— Angélica Felícia Malfoy que recado você deu?– Lílian pediu, antes que Cassandra pudesse abrir a boca.
— Só o que a cass me mandou dizer... – o tom displicente fez Cassandra estreitar os olhos.
— E qual foi o recado desmiolado que você deu?– Diego pareceu tomar as dores da grifinória. Severus não gostou daquilo.
E menos ainda quando o corvinal aproximou-se de Cassandra, passando uma mão pelos ombros dela.
— Oras... que era para Glenn vir comigo, se quisesse preparar a poção para o lobinho...
— E...
— O que?
— Qual foi à parte do recado que você acrescentou?
— Nenhuma. Ela me disse para avisar que se Snape ou o tudo de bom Montgomery quisessem vir junto, eles poderiam fazer isso sem problema.
— Ainda sentindo algo de podre no reino da Dinamarca. – Diego falou para Remo, que balançou a cabeça em concordância.
— Para o súdito fiel Montgomery e para o cãozinho de estimação!
— Eu não disse para dizer isso!– Cassandra engoliu em seco, arregalando os olhos- Disse que se você quisesse vir, para fazer uma poção complicada, seria muito bem vindo. Por todos nós.– afirmou olhando diretamente para Diego.
— Só dessa vez pode me incluir nisso. – Diego sustentou o olhar de Snape.
— Felícia, vem comigo agora.– Remo surpreendeu a todos, levantando-se e arrastando Angélica pelo braço.
— É Angélica e eu não vou a lugar algum com... – Remo a silenciou com um beijo.
— Vai vir comigo?– ele sussurrou, fazendo a sonserina piscar e concordar com um sorriso embasbacado. Depois que eles saíram, todos meio que soltaram as respirações. Frank falou, deixando as garotas eriçadas.
— Até que enfim Lupin resolveu mostrar quem é que manda!
— Como assim, quem manda no quê?– Alice voltou-se para ele, ao mesmo tempo em que o grifinório recuava.
— Quem manda... Diego, pode me passar aquele livro que está acima da cabeça da Cass?
— Uhu!– Beatrice gritou, chamando a atenção de todos– Não querendo dar uma de Angélica, mas se você fizer o que está pensando, Al, vai quebrar as unhas. E a manicruela foi feita hoje!– as garotas com exceção de Rachel riram.
— Sorte sua! – Alice levantou-se do lado do namorado, indo até Lílian.
— Manicruela? – Diego cutucou Cassandra, que fez um sinal negativo com a cabeça.
— Sem chance. Mais fácil o Lucio Lombriga sair do lago pelado.
— ECA! – todos com exceção de Severus gritaram.
— Nem morta quero imaginar isso!
— Snape, você vai gostar de ver isso?– Diego teve a ousadia de perguntar.
— Cuide da sua vida, Garcia.
— É isso que estou fazendo... E muito bem, devo acrescentar! pegou um livro que estava flutuando e jogou na direção de Frank, que com um gesto floreado abriu o livro.
— Snape? Fica ou vai sair rastejando?
Diego o provocou, fazendo Rachel virar os olhos.
— Ele fica!– Rachel respondeu, fazendo todos, com exação de Cass, a olharem.
Beatrice abriu a boca, mas a um sinal de Cass a fechou.
— Rachel não faça isso!- Diego suspirou teatralmente, colocando a mão no coração.
— Isso o que?
— Acabar com as minhas esperanças. Vai me trocar por ele? O que ele tem que eu não tenho?
— Cérebro?– Cassandra pediu, fazendo todos rirem.
— Só porque chegou na hora do recreio. – ele murmurou alguma coisa no ouvido de Cass, que olhou no relógio.
— Eu também acho. Mas considere os seguintes pontos: estão em três, sabem todos os corredores e são tão anjos quanto o lobo mau da historia da chapeuzinho vermelho.
— Auuuuuuu!– Beatrice uivou. Frank jogou uma bolinha de papel nela.
— Se está se referindo aqueles babacas, não fazem falta.
— Lilinha do meu coração... Vai plantar feijão! Eu vou ir atrás dos meus bolinhos cobertos de creme e ponto final. Montgomery, pode me fazer dois favores? Primeiro, se acomodem gente! Parece até que vamos morder vocês... no mau sentido da coisa. É lógico.
— Tem lugares marcados?– Rachel falou, percebendo que a mesa tinha dez cadeiras.
— A única marcada é essa daqui!– mostrou uma, que estava perto de Frank. Fez uma expressão de conspiração– Não sei como a Alice faz para conseguir ficar do lado dele.
— Ela aprecia as boas qualidades que ele tem.– Beatrice falou seriamente, levando um tapa da amiga. Cassandra havia se afastado, lendo em silm,êncio, o que Frank lhe apontava com o dedo.
— Acho que não vai dar certo.– ela falou para o adolescente, que franziu a testa.
— Por que não?
— E qual é o segundo favor, Garcia?– Eddie falou, sentado a cabeceira, enquanto olhava Beatrice fazer uma careta para Lílian.
— Acertar o Black se o imbecil tiver coragem de aparecer por aqui sem os meus bolinhos cobertos de creme.
— Ele fala como a Cass!– Beatrice pareceu surpresa.
— O que não faz a convivência... –Lílian meio que suspirou.
— Ei, fica longe da Johon Johnon, entendeu?– Cassandra o avisou, jogando uma parte do cabelo que ainda estava negro para trás.
— Madrecita, a senhora não está com o padrecito em Madri? – Diego saiu andando de costas, com um sorriso zombeteiro nos lábios. Rachel ainda mantinha uma expressão de quem não estendia nada.
— Já te avisei, Garcia! Lílian, se misturar... – Cassandra voltou sua atenção para o conteúdo teórico dos livros que estavam mexendo. Severus se acomodou em uma cadeira, cruzando os braços.
Observava Cassandra com o canto do olho, enquanto escutava Rachel resmungar sobre a idiotice de se estar ali. Por fim, Cassandra pareceu ter se cansado de ficar zanzando de um lado para outro e sentou-se na cadeira ao lado de Severus, que ergueu uma sobrancelha. Ela o olhou espantada.
— Que foi? – mostrou os pergaminhos na mesa.– Minhas anotações, meu lugar.
— Eu não entendi uma coisa.- Eddie chamou a atenção de todos.– Que diabos é isso aqui?
— Eddiezinho, o negocio é o seguinte: aqui, nós... – Beatrice tomou para si as explicações– desde o primeiro ano, temos esse grupo de estudos. Ou você por acaso nunca achou suspeito que eu tivesse notas razoáveis em herbologia?
— Como eu consegui passar em poções?– Cassandra o encarou, antes de uma bolinha jogada por Frank acerta-la no rosto. – Longbottom, se a sua namorada não te segurar imediatamente, pode ter certeza que o pó que o Diego trouxe, vai ter utilidade.
Frank balançou as mãos como se estivesse com medo. Cass abriu o bilhete. Severus conseguiu ler, espichando o olho. Dizia "Rachel pelo visto vai sair logo". Cassandra deu de ombros.
— Azar o dela!– falou, quando uma batida na porta sobressaltou a todos.
— Eu abro. – Beatrice se prontificou. Indo até a porta, pediu a senha. Uivos foram escutados. Rindo, ela abriu a porta. Sirius Black, Tiago Potter e Peter Pettigrew entrarem carregando caixas.
— Comida, até que enfim!– Cassandra gritou, levantando-se. A cadeira caiu com a pressa que a grifinória se levantou. Quase correndo, tirou a caixa de Pedro, enquanto a abria com ansiedade. Tirou alguns pratos, que meio ia jogando até achar o que queria.
— Aha! Bolinhos com creme!– abriu um sorriso satisfeito.
— Ei, não foi o Garcia que pediu... – Tiago tentou falar, sendo interrompido por cass.
— Ele falou o que eu mentalizei. – deu uma mordida com gosto- Melhor que isso, só os biscoitos com chocolate da mamãe.– ela pegou outro prato com comida, voltando para o lugar onde estava sentada.
— O que o ranhoso está fazendo aqui?– Black pediu, recebendo um olhar gélido dos sonserinos.
— Quer dizer que eu me disponho a vir até aqui e você só tem olhos para o Snape? Francamente, Black, você precisa de óculos!– Eddie brincou.
— Nem vou dizer o que pensei. – Rachel falou acidamente.
As garotas riram. Frank balançou a cabeça, em sinal negativo.
— E o que vocês estavam fazendo que demoraram tanto?
— Depende do que você quer saber, Longbottom. Boa parte do tempo, estávamos tentando tirar o Rabicho de cima das tortas de morango.
— E a outra parte? – a expressão seria do rosto de Lílian fez Tiago hesitar um pouco.
— Acomodar essas comidas para que elas chegassem perfeitas aqui, para que as nossas princesas não passassem fome, ora essa!– Sirius falou galanteador.
— Nem as meninas do primeiro ano caem nessa, Black!– Beatrice rosnou para ele.
— E podem tirar Alice do meio disso dali. Ela é minha namorada.
Frank encarava Sirius, com uma expressão furiosa no rosto.
— Paz amigo! Eu jamais encostaria um dedo na Alice!
— Até porque não é burro de se meter com ela!– o comentário saiu entre duas mordidas de cassandra.
— Isso significa o que?
— Que o Frank arrebentaria o seu crânio... – Lílian começou.
— E outras partes do seu corpo... – Beatrice continuou.
— Bem menos resistentes. Tais como os seus...
— Já entendi, já entendi! Mas que vocês cometeram uma injustiça, quando elegeram Frank como o traseiro mais sexy de hogwarts!
— E porque elegeríamos o seu se o seu traseiro é feio? – Cassandra jogou mais um bolinho na boca.
— O meu traseiro é feio?
— Somos realmente obrigadas a responder a essa pergunta?– Alice perguntou, fazendo Frank bufar.
Rachel sorriu, perante a possibilidade que se abria.
— Sirius, entre o seu traseiro e o de um boi... Fico com o segundo!– nem mesmo Severus conseguiu resistir e soltou um pequeno riso.
— Idem!– Cassandra gritou com a boca cheia– bovinos não tem pulgas!
Começaram a fazer gracinhas. Sirius ainda ficara um bom tempo em pé, suportando as piadas. Até que Frank colocou dois dedos na boca, assobiando alto.
— Galera, vamos voltar ao trabalho. Cassandra, mastigue de boca fechada.
— Sim, papai. – ela engoliu um pedaço do bolinho que estava mastigando.
— Agora, vamos bem ao projeto inicial. Cassandra e Glenn estão fazendo a poção para o lobisomem ficar com a mente lúcida. Qual a duvida Montgomery?– perguntou ao vê-lo com a mão levantada.
— Como vocês pretendem testar a poção se em hogwarts se não existem lobisomens?
— Que Merlim continue protegendo a inocência das crianças!– Beatrice juntou as mãos, rezando em voz alta.
— Amém! – com exceção de Rachel, todas as garotas juntaram-se na prece da lufa-lufa.
— Quer dizer... tem um lobisomem aqui na escola?– Eddie virou-se assombrado para Rachel, que assentiu.
— Quase virei comidinha dele, alguns dias atrás.
— Mas... o diretor sabe disso?
— O diretor sabe de tudo que acontece na escola, Eddie!– Lílian falou com paciência.
— Vocês estão brincando, certo? E foi uma piada sem graça, Rachel!
— Quem disse que essa cobra peçonhenta estava brincando? Pelo que eu me lembro, ele sempre esteve na floresta!
— Como você sabe?– Severus pediu a Cassandra, que sorriu maliciosa.
— Lembra da nossa primeira vez na floresta, Alice?
— E como eu poderia?– A corvinal começou a rir- A Lílian quase teve um ataque!
— Ficava repetindo... Estamos transgredindo as regras!– Beatrice emendou.
— Cuidado Cassandra! Fala mais baixo! Ai, meu deus, vamos ser pegas! As criaturas da floresta são perigosas! Vamos morrer!
— Não... não vamos morrer, Angélica dizia!– Beatrice replicou.
— Vamos ser expulsas isso sim! Querem parar de rir!– Lílian falou, fingindo-se aterrorizada.
— CALA A BOCA EVANS! – todas elas gritaram, antes de cair na gargalhada.
— E o lobisomem?– Eddie perguntou, até com medo de ouvir a resposta.
— Bem... a Cass tinha nos convencido a subir nas arvores, para achar um bom local para os rituais. Quando estávamos encarrapitadas como pitangas maduras, ele apareceu.
— Nos seguramos firmes... e estamos aqui na frente de vocês!– Beatrice levantou-se e fez uma mesura.
— Eddie, não vá desmaiar!– Rachel assustou-se com a súbita palidez do amigo.
— E quem é ele?
— Nem se me enchesse de beijinhos, na frente dessa criatura, vou contar quem é.– Cassandra levantou-se, limpando os farelos de bolinho que tinham caído na sua blusa.– e agora, com exceção das noites de lua cheia, vamos sempre lá.
— O que vocês vão fazer lá?– Rachel não conteve a curiosidade. Alice respondeu.
— Dançar nuas em volta da fogueira.
— Se quiserem companhia para...
— Black, se quiser um olho roxo é só continuar com isso.
— Pedro, as tortas de morango estão com bastante calda?– Cassandra trocou de assunto.
— Bem açucaradas!– o garoto gordinho sorriu, lembrando das tortas.
— Ótimo. Qualquer novidade, crianças, vou estar na cozinha, me deliciando com as tortas doces de morango. Beijinhos e tchauzinho!
— Você acabou de comer dois pratos cheios de bolinhos!– Lílian chamou a atenção da amiga.
— Que posso fazer se me deu vontade de comer torta de morango? Só satisfazer essa vontade! – atirou um beijo para a amiga, antes de sair.
— Lilinha... – Tiago a chamou.
— Eu sei! Eu sei!– A ruiva passou as mãos pelos cabelos. Uma batida assustou a todos, que haviam ficado pensativos. Sirius, em passos largos foi até a porta, pedindo a senha.
— TORNADOS!– Diego gritou, rindo em seguida. Entrando, fitou sirius que estava com alguns farelos no canto da boca.– Meus bolinhos?
— Cara, o que aconteceu com você?– Sirius não se conteve ao ver o rosto de Diego.
— Como assim, o que aconteceu comigo? Não aconteceu nada!
— Diego, no seu rosto está escrito: Cachorro, galinha e mulherengo!– Alice riu– Acho que a Cass vai ter que ir com o Sirius a Hogsmeade na próxima vez.
— Você está brincando não esta?– Diego ficou assustado. Correu pegar um espelho, que sabia que Angélica deixava no aposento – Caracas, to ferrado! Lilinha...
— Vou plantar feijão, Garcia!– Lílian falou calmamente.
— Se abuelito me vir assim... – ele ficou pálido.– diabos, onde está a Cassinha?
— Na cozinha, saciando a vontade de comer torta de morango.
— E desde quando que ela tem vontade de comer torta de morango? Ela não gosta disso!– seu olhar pousou em Severus, estreitando os olhos– O que de verdade aconteceu naquela noite Snape?
— Por que está me pedindo isso, Garcia? – ele sentiu-se em um jogo de tênis, pois todos os olhares se voltaram a ele.
— Porque será? A cass está se irritando por nada, chorando como uma fonte, comendo feito uma doida...
— Não será por que ela é uma doida? Ou será que você não conhece direito a criatura que você vai se casar?
— Repita isso! – Diego se aproximou, estreitando os olhos.
— Você não conhece a criatura que vai se casar!
— Conheço a Cassinha melhor que qualquer um aqui. E posso dizer, com cem por cento de chances, que se você ficar atravessando o caminho dela... vai se arrepender para sempre. ¡Ella propia se encargará de eso!
— Estou tremendo de medo! – Severus zombou.
— Deveria. As mulheres Cavendish têm os punhos fortes!– Diego começou a sair.
— Diego, aonde você vai?– Frank pediu, surpreso que ele não se importasse em sair com aqueles dizeres no rosto.
— Impedir a cass de comer a torta!– lançou um olhar irritado para severus.– Ela é alérgica a morangos.
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