O Mundo Da Caixa Mágica escrita por Rafaella Livio


Capítulo 13
Esclarecimentos com o Anãozinho




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"Diz-se da melhor companhia: a sua conversa é instrutiva, o seu silêncio, formativo." (Johann Goethe)


Eu já tinha passado mais de uma semana naquele mundo esquisito e nada de explicações, resolvi tomar as rédeas da situação e chamar meu anãozinho preferido para conversar: Andrus. Chamei ele para um café na sala, nos sentamos, Carl nos serviu e eu comecei a perguntar.

– Ok, para eu morar com uma pessoa durante alguns anos, preciso conhecê-la. Qual é o seu nome inteiro?

– Andrus Dornelli.

– Quantos anos?

– Cento e trinta e um.

– Está brincando?

– Não! Até já fui casado, mas essa é uma outra história, que não faz parte do meu presente.

– E você é que tipo de criatura mágica? - Tentei disfarçar porque ele parecia um tanto constrangido com aquela história de casamento.

– Sou um Gesmur.

– Gus-o-quê?

– Gesmur. G-E-S-M-U-R. É uma espécie de anfíbio mágico.

– Ah, isso explica muita coisa. - Dizendo isso levei uma almofadada do sapo que eu chamo de tutor. - Hum... Se eu me lembro bem, eu estou aqui porque te salvei de uma fera que queria te pegar, certo? Tive até que comprar uma fruta que se mexe!

– Oh, sim. Aquilo foi uma farsa para você entrar em meu mundo. Você é tão teimosa, seria impossível trazê-la sem um pouco de drama. E até foi divertido.

– Abusando da minha bondade, não é, sapinho?

– Sapinho é o seu namoradinho nojento!

– Nós não somos... Nossa! Tanta coisa que eu acabei esquecendo de te contar!

– Contar o quê?

– Fredd me pediu em namoro. - E com um gesto impaciente com a mão, ele perguntou:

– E VOCÊ...?

– Aceitei.

– Oh, por todo o Poder! Cansei de adverti-la, está bem? Faça o que quiser, mas depois não me venha pedir conselhos, sou seu tutor e não seu pai. - Lembrei de meu pai. Que saudades do meu mundo gosmento e escuro que eu amava tanto...

– Ótimo! Bom... Como vou aprender a língua de vocês, porque eu andei percebendo que a maioria das pessoas por aqui não fala a minha língua.

– Oh, sim. Também acabei me esquecendo. Vou procurar alguém que possa te ensinar.

– E o que eu estou fazendo aqui?

– Bem, eu acho que essa pergunta é um pouco óbvia demais, não acha? Você é uma feiticeira.

– Está subestimando minha inteligência? É claro que eu sei que sou uma feiticeira. Quero saber de quem herdei isto.

– É, eu acho que chegou a hora.

– Hora de quê? Meu Deus, por que aqui as pessoas, quero dizer, os seres são tão misteriosos?

– Para te explicar isso vou precisar de uma ajudinha...

– Para me explicar por que são misteriosos?

– Não! De onde você herdou seu poder... - E dizendo isso, se levantou e esfregou as mãos dizendo aquelas palavras novamente. Acho que ele disse alguma coisa parecida com: "Famius Gwendoline venaum atrui!". E, como um passe de mágica, meus pais estavam ali, na sala da casa de Andrus, em outro mundo, em Midrifia. Mas não eram só os meus pais, Joseph e Hanna também estavam lá, e o meu irmão segurava Rye. Toda a minha família estava lá e eu abracei um por um. Peguei Rye e abracei-a tão forte que ela grasniu e voou pela janela. Como Joseph não é nada burro, olhou para o meu braço.

– Uma pulseira? Quem é o cara? Não é esse não, né? - Disse apontando para Andrus. Eu olhei-o com uma cara assustada e ele completou: - Sabia que tinha alguém. Você vai me contar.

– Como vocês souberam que eu ficaria aqui? - Perguntei para meus pais.

– Bom, eu os invoquei até aqui porque acho que está na hora de contarmos toda a verdade para Gwen. Ela precisa saber.

– Eu preciso saber do quê? - Nessa hora todos se sentaram nos sofás e eu fiquei com a expressão de dúvida até minha mãe começar a falar.

– Filha... Você... É adotada. - Meus olhos encheram-se de lágrimas, como já era esperado.

– C-como assim? Pai, fala que não é verdade!

– É verdade, filha. Sua mãe biológica era uma feiticeira e seu pai também, mas logo após seu nascimento eles te deram para a Adoção de Midirfia.

– Midrifia. - Corrigiu Andrus.

– Tanto faz. - Meu pai parecia não gostar muito do meu tutor. - E você não foi muito procurada, por ser filha direta de feiticeiros, então eles te mandaram para um Orfanato em outro mundo. Para o nosso mundo, e eu e sua mãe a adotamos. Mas não pense que ser adotada é uma coisa ruim, muito pelo contrário, é uma coisa maravilhosa!

– Eu sei, mas... É um choque. - Eu disse.

– Bom, você não pode ir se acostumando com visitas, porque eles não virão sempre, então se despeça logo deles.

Eu me despedi deles e então eles sumiram. Logo eu me lembro de uma coisa que estava faltando. Rye entra pela janela sorrateiramente, provavelmente querendo ver se aquela é realmente a casa de onde tinha saído.

– Droga, esqueci do passarinho! - Disse Andrus.

– Passarinho uma ova, que ela pode te engolir de uma vez só!

Andrus engoliu seco e saiu para seu quarto resmungando baixo.

É difícil descobrir que sua família não é a sua família de verdade, e sim só um bando de atores que te acharam assim como a um animal de estimação e ficaram em silêncio para você não descobrir que era tudo uma farsa.


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