Perdida De Amor escrita por Leh


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

ssa é uma adaptação do romance de Lilian Peake... Portanto não se preocupem se por acaso tiver algum nome diferente...
Acho que é só isso...
Então vamos a mais um capítulo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/180450/chapter/3


No dia seguinte, o sol voltou a brilhar intensamente. O ruído dos motores do barco começando a funcionar acordaram Isabella. Ela se levantou e foi à janela, notando os raios brilhantes do sol, o céu limpo de nuvens e o brilho intenso das águas do rio. Mesmo a esteira que o navio deixava tinha um brilho mais intenso.Durante o café da manhã, o restaurante parecia carregado da expectativa dos passageiros. Sorridente, Alice disse:


— É uma pena que faça calor assim, porque quanto menos roupa eu estiver usando mais se nota que estou gordinha demais. . . Mas. Isabella, por outro lado... — E suspirou, com inveja.


Jacob, começando a tomar o café da manhã, observou:


— E as roupas que eu... que a firma comprou para ela posar para minhas fotos lhe ficam incrivelmente bem. . . Hoje é dia, querida. Espero que você tenha vontade de enfrentar o trabalho que a espera. O único problema é conseguir que todo mundo coopere. . . Todos manifestam uma curiosidade incrível quando a gente está fotografando uma modelo, e é difícil para a modelo e também para o fotógrafo se concentrarem no trabalho. Eu, por exemplo, fico muito nervoso, porque não consigo me concentrar com todo mundo olhando.


Jasper interrompeu:


— E por que você não espera que o navio ancore em Bonn? Todos irão à cidade, e você e Isabella poderão usar o navio à vontade, sem ninguém por perto...


Jacob apertou a mão de Jasper, e disse:


— Obrigado, amigão. Esta foi a melhor idéia que já ouvi em muitos anos de profissão. . .


Foi preciso algum tempo e bastante esforço para que Jacob conseguisse acalmar Isabella o suficiente para que ela posasse. Já era depois do almoço, e o navio havia ancorado em Bonn. A maioria dos passageiros tinha descido para a cidade, mas alguns permaneceram a bordo. A princípio, manifestaram curiosidade, mas depois a pequena multidão foi se dispersando e eles puderam trabalhar em paz.Isabella pensava, tentando descobrir por que concordara com o convite de Jacob. . . Decerto não fora pela promessa de ganhar as roupas. Na verdade, umas roupas estranhas, que não combinavam direito com sua personalidade e que talvez nunca mais fossem usadas. . .


Jacob interrompeu seus pensamentos:


— Agora que conseguimos nos livrar dos chatos, acho que podemos começar. Quero que você fique aqui... — Apontou para um banco de madeira que havia no lado. – Suba no banco, sente-se e estique as pernas para o lado. . . — Ele a ajudou a esticar as pernas, o que ela não gostou nada, em vista do toque abusado da mão dele.


— Curve esta perna... — disse, ajudando-a novamente no movimento, tocando a pele de Isabella. — Coloque as mãos em volta do joelho dobrado e incline a cabeça ligeiramente para um lado. Abra esses grandes e lindos olhos que tem e sorria de leve. . . assim, ótimo! Fique assim, querida. . .


Jacob fotografava rapidamente.O maiô de duas peças, imitando pele de leopardo, era incrivelmente exótico. Ao sair da cabine, Isabella olhou nervosamente à sua volta, no corredor, esperando não encontrar ninguém pelo caminho. Quando chegou ao topo da escada, no convés superior, Jacob assoviou, maravilhado com a beleza do corpo dela. E assoviou novamente, caminhando alegremente em direção a ela, com os braços abertos.Mas ela se afastou, irritada.


— Vamos logo com as fotos, Jacob. . . Eu me sinto ridícula vestida assim aqui no convés. Gostaria de não ter aceitado seu convite estúpido. . .


— Ora, você pode mudar de idéia quando quiser, srta. Swan. . . 


Isabella voltou-se rapidamente, encontrando o olhar irônico deEdward Mansen. Parecia encantado com a beleza do corpo dela, examinando-a cuidadosamente. Quanto mais ela demonstrava timidez diante daquele olhar, mais ele parecia se divertir... Jacob disse:


— Você que não se atreva a desistir justamente agora. Venha sentar-se aqui, nesta cadeira... Aqui está um banquinho onde você pode apoiar as pernas. . . Agora, levante-se e mostre bem essas pernas maravilhosas que tem. . . Puxa! Espero que esta câmara aguente o tranco diante dessa imagem incrível! Não. Não olhe para os lados...


Acho que podemos perfeitamente esquecer esse espectador não convidado que apareceu à última hora...Edward Mansen aproximou-se lentamente e Isabella sentiu-se nervosa diante do olhar curioso sobre seu corpo. Tinha vontade de sumir por detrás da cadeira, de fugir dali naquele instante! Mas o orgulho e o desafio do olhar dele a impediram de agir tão infantilmente. Manteve-se firme, de cabeça erguida, tolerando aqueles olhares masculinos, tão insinuantes e irônicos...De costas para Jacob, Edward disse, em voz baixa, ainda com ironia:


— Trabalhando para pagar a passagem, srta. Swan? A professorinha de música tem tão pouco dinheiro que precisa se vender para pagar a viagem de férias? Uma viagem cara demais, não?



— Eu? Vender-me? Só porque estou posando para umas fotos?— respondeu, com raiva.


— Sim, posando para umas fotos, mas usando tão pouca roupa que parece diferente de todos os demais seres humanos que estão por aqui...


— Estou usando a mesma coisa que a maior parte das moças que vão à praia em qualquer lugar do mundo...


— É verdade, sim... Só que as outras moças não se colocam assim na posição de modelos fotográficos para faturar um pouco mais, numa viagem de férias!


— O senhor faz com que minha atitude pareça completamente imoral!


Edward não se perturbou. Disse:


— Os valores morais estão tão alterados em nossos dias! Mas, já que a senhorita está tão feliz, quem sou eu para criticar? Sendo homem, e um homem que aprendeu na vida a observar os pontos mais bonitos e interessantes de um corpo de mulher. . .


Nesse momento, Jacob gritou:


— Queridinha, é hora de mudar um pouco o cenário. Venha até aqui. Quero que as bandeiras e a popa do navio estejam por trás de você...


Mas Isabella não se moveu. E Edward disse, sarcástico:


— Atenda ao pedido dele, srta. Swan. Não deixe que eu a impeça de ganhar seu dinheiro. . .

— Ora, por favor — pediu Jacob. — Estamos perdendo tempo e o sol pode sumir. Além disso, os passageiros talvez voltem...


Antes de caminhar para a prancha de desembarque, Edward Mansen disse:


— Se você não estivesse tão ocupada eu a convidaria para conhecer o lugar onde nasceu Beethoven, o novo teatro de concertos daqui, o Beethovenhalle. Porém. . .


Desesperada, tentando prendê-lo mais um pouco, Isabella chamou:


— Sr. Mansen! Por favor, não vou demorar muito. Eu adoraria fazer esse passeio com o senhor. . Jacob, você tem que me deixar ir com o sr. Mansen. . . Eu preciso ver. . .


Edward Mansen já estava a meio caminho da prancha de desembarque. Isabella correu pelo convés, gritando:


— Por favor, sr. Mansen. . . Por favor, espere por mim. . .


Edward Mansen olhou para ela, sorriu ironicamente e continuou seu caminho.Havia dois lugares vazios na mesa de Edward Mansen naquela noite: o seu próprio e o da jovem Jane. Os pais dela jantavam sozinhos. Isabella não sabia se Edward e a garota estavam juntos e pensava que, se não fosse por sua promessa a Jacob, ela, e não Jane, talvez estivesse passando momentos agradáveis em companhia de Edward Mansen.Jacob passou a noite, como sempre, no bar. Tentou fazer com que Isabella se juntasse a ele, mas ela recusou. A sra. Clearwater sentou-se novamente ao lado dela, com um livro fechado nas mãos.


— Eu adoro conversar. . . Além disso, posso ler quanto quiser quando chegar em casa. É tão bom ter alguém que gosta de conversar como eu...


Isabella não tinha nada a fazer a não ser ouvir a conversa da sra. Clearwater.


— Sabe, Isabella, não existe nada tão agradável para mim como o som da voz humana! Acho que você vai pensar que eu sou boba. . .


— Absolutamente, sra. Clearwater. . . Sei que a senhora passa a maior parte de seu tempo sozinha, em casa, e nada mais natural do que gostar de ouvir pessoas conversando, mesmo que elas não estejam falando com a senhora. . .


— Ah, você é tão compreensiva! O seu rapaz deve se sentir orgulhoso de você!


Rapaz? Ah, ela devia estar falando sobre Mike, recordando-se das mentiras que Isabella contara no outro dia... Como poderia, agora, mudar de assunto? Começou a dizer, com toda a naturalidade:


— Na verdade, sra. Clearwater, acho que seria muito mais agradável se tivéssemos um pouco de música pelos alto-falantes de bordo, à noite.


Ouviram uma alegre gargalhada e o som de passos descendo as escadas do convés superior. Duas pessoas entraram no salão de descanso: Jane Volturi, sorridente, que vinha correndo em direção a seus pais, e Edward Mansen, caminhando lentamente, mais seguro de si, atrás da jovem. Ele deixava perceber claramente que o tempo passado em companhia da moça nada havia representado para ele.

Enquanto todos olhavam para ela, Jane dizia, em voz alta:


— Passamos horas deliciosas! Edward me levou para todos os cantos! Jantamos num restaurante escuro e muito bom. . . — E, olhando para os pais: — Ora, não se preocupe! Edward é um homem muito respeitador. . . Além disso, ele mesmo assegurou que bancaria o mocinho se alguém me dissesse alguma coisa desagradável.


Isabella pediu à sra. Clearwater para ver o livro que ela tinha no colo.Relutante, a sra. Clearwater tirou a atenção da pequena cena desempenhada pela jovem Jane , e disse a Isabella que era um romance de amor.


— É um livro que tem final feliz, queridinha. Eu sei porque já fui ver o final da história. Odeio histórias que acabam mal, então leio sempre as linhas finais primeiro! Oh, olá, sr. Mansen. . . Sim, isso mesmo, sente-se aqui ao meu lado e vamos bater um papinho. Acabamos de ouvir a narrativa interessante da srta. Volturi, dizendo que passou horas adoráveis em sua companhia!


Um sorriso irônico se desenhou no rosto de Edward, mas ele se limitou a dizer:


— Foi um passeio interessante. Eu adorei apreciar todos aqueles lugares onde estive por meio dos olhos de uma garota jovem e impressionável. E a srta. Swan? Apreciou suficientemente os pontos turísticos da cidade? — Virou os olhos para Jacob, que continuava bebendo no bar.


Sem preparar a resposta, Isabella disse:


— Não desci do navio. . .


— Ela estava conversando comigo — disse a sra. Clearwater. — A srta. Swan estava dizendo como seria agradável se houvesse um pouco de música pelos alto-falantes desse salão de descanso, à noitinha. E eu concordo inteiramente com ela. As luzes já são fracas, criando uma atmosfera apropriada... O que falta aqui é só um pouco de música, não é mesmo, srta. Swan?


Edward Mansen curvou-se para a frente, com os braços apoiados sobre os joelhos e as mãos cruzadas.


— Que tipo de música a srta. Swan recomendaria? Beethoven? 


Beethoven! Ele estava dizendo isso apenas para irritá-la ainda mais!Nesse instante a sra. Clearwater foi chamada para juntar-se a outro grupo de passageiros. Um pouco mais além, Jane Volturi ainda contava suas vantagens:


— Depois do jantar, Edward fez uma ligação e disse que era para a namorada dele. Eu disse que não acreditava que tivesse namorada, porque se tivesse não teria vindo sozinho para esta viagem. . . Mas ele disse que a moça se chamava Tânia e que morava perto da casa dele, em Amsterdam. Eu ainda estava duvidando, até que Edward colocou o fone perto do meu ouvido para que eu escutasse ela falando. Falava só em holandês, e eu ouvi a moça chamá-lo de shat, e ele disse que quer dizer "querido". Aí, eu tive que acreditar, não é? 


A voz de Jane baixou um pouco, para continuar logo em seguida, a todo volume.Tânia... Schat... Querido... Enquanto Isabella digeria essas informações, Edward disse:


— Você parece ligeiramente pálida, srta. Swan. Há alguma coisa errada?


Havia algo falso naquela pergunta. Isabella estava certa de que a intenção dele era provocá-la. . . E, em vez de responder, falou:


— A sua. . . sua namorada gosta de música também, sr. Mansen?


— Não, srta. Swan... Infelizmente não gosta. Ela me disse uma vez, quando eu estava tocando um concerto de Beethoven no gravador, que gostaria de destruir todos os discos que eu tenho em casa... — Sorrindo, ele acrescentou: — Eu sabia que isso ia chocar sua sensibilidade musical, srta. Swan, tão profundamente baseada em melodia, contraponto e harmonia. . .


Isabella olhou fixamente para ele, estarrecida.


— Mas por quê?


— Por quê? Ora, porque ela achou que minha música estava tomando  seu lugar em meu coração. Ela acha que, quando está perto de mim, eu não devo dar atenção a mais nada. A senhorita concorda com esse ponto de vista?


Olhando para a revista que tinha no colo, Isabella disse:


— Bem, eu acho que depende da profundidade do sentimento que o senhor alimenta por ela. Ou seja, depende de quanto vocês dois se amam... Eu não consigo imaginar nada melhor do que ouvir música ao lado da pessoa a quem se ama. . .


— Então acha que não seria motivo para afastar-se da música?


— Ao contrário! Na verdade a música só iria nos aproximar!


— Nós? De quem fala quando diz "nós", srta. Swan? Está se referindo a seu namoradinho violinista? Aquele de quem está. . . quase noiva?


— Não estamos. . . — parou imediatamente. Não podia modificar a história que contara à sra. Clearwater a respeito de Mike. Pelo menos durante aquela viagem teria que manter a mentira de seu noivado com Mike. Nesse momento Jacob a chamou do bar, gritando seu nome, que ecoou pelo salão. Se não fosse pela presença desagradável de Edward Mansen e suas insistentes provocações, ela recusaria. Mas decidiu-se a aceitar o convite de Jacob e foi até o bar.Jacob deixou seu braço pesado repousar sobre os ombros de Isabella, enquanto falava com a garçonete, dizendo de sua felicidade em ter Isabella por modelo de suas fotos.Ela detestava as palavras de Jacob, mas estava disposta a aguentar aquela humilhação. E, embora estivesse de costas para Edward Mansen, podia sentir os olhos dele sobre ela como se fossem dois alfinetes. Uma sensação estranha a envolveu. Queria rebelar-se, desafiar o mundo, tornar-se repentinamente independente. Afinal de contas, estava em férias. Não estava ali para receber ordens e ser empurrada por todo lado. Não tinha qualquer satisfação a dar àquele cavalheiro chamado Edward Mansen, e ia vestir as roupas que bem quisesse, sem ligar para a opinião dele. E, se desejasse beber até cair, poderia fazer isso também.Quando Jacob lhe ofereceu um copo de bebida, Isabella tomou tudo de um só gole. Fez o mesmo com o segundo copo. Quando começou a tomar o terceiro drinque sentiu a sala girar.Jacob mantinha o braço sobre os ombros dela. Falava e brincava insistentemente com a garota que servia as bebidas e, toda vez que algum passageiro se aproximava, ele dizia em voz alta, e mal controlando as palavras, que estava feliz porque a garota mais linda que havia a bordo daquele navio o aceitara como namorado... Edward Mansen se aproximou do bar, olhando para ela com pena e mostrando o sorriso mais irônico que Isabella jamais vira. Se estivesse sóbria, teria se sentido profundamente humilhada. Como estava quase bêbada, nem se moveu.Sem que Jacob percebesse, Edward Mansen disse, quase num murmúrio:


— Acho que já basta, srta. Swan. É melhor parar antes que faça um papel ainda mais ridículo diante de todos. . .


Não fosse pela arrogância na voz, ela teria cedido à sugestão. Irritada, decidiu desafiá-lo e pediu a Jacob mais um trago. O olhar de Edward tornou-se então tão penetrante e frio que, mesmo sob o efeito da bebida, Isabella sentiu um tremor no coração. A cabeça doía e ela percebeu que não poderia tomar mais nada. Sussurrando um pedido de desculpas, virou-se no banquinho e desceu. Mas seu pé enroscou no trilho que servia de apoio e ela caiu pesadamente, batendo a cabeça no chão.


— Isabella. . . — A voz não era de Jacob, mas de Edward Mansen.


— Levante-se, menina! — Sua voz era impaciente, nervosa. Como ela não se erguesse, ele a levantou do chão e muita gente ali reunida parecia preocupada com Isabella.


Em voz potente, Edward Mansen dizia:


— Não é nada. . não se preocupem. Ela não está ferida. Vou levá-la para a sua cabine e. . . Por favor, deixem-me passar.


Jacob tentou interromper, mas nem conseguia controlar os próprios movimentos. E Edward insistiu:


— Não, pode deixar, sr. Black. Eu cuidarei dela.


Isabella se deixou levar, com a cabeça apoiada no ombro dele, enquanto Edward descia as escadas em direção às cabines inferiores. Achou que estava demorando para que ele a pusesse na cama. Quando a pôs no chão, ela descobriu que não estava em sua cabine, mas na de Edward Mansen! Em seguida, ele a pegou pela cintura e colocou a cabeça dela embaixo do chuveiro gelado. . . Quando conseguiu respirar de novo Isabella gritou:


— Pare com isso! Por favor, pare!


Ele deve ter sentido pena dela, porque a ducha gelada repentinamente parou e Isabella desabou no chão.


— Você é um bruto! Você não é humano!


Ele a segurou firmemente pelos braços e a levantou. Isabella não conseguia firmar-se nas pernas e se apoiou nele, chorando sem que Edward percebesse.Depois de enxugar ligeiramente os cabelos dela, sempre apoiando-a com um dos braços para que ela não caísse, Edward levou-a de volta para fora. Diante da cabine deIsabella, enfiou uma chave na fechadura e abriu sem qualquer problema. De onde ele teria tirado aquela chave? Edward colocou-a sobre a cama, sem a menor cerimônia, e disse:


— Bem, agora que você está sóbria, em sua cama, eu a deixarei em paz. Tem certeza de que consegue tirar a roupa?


— Claro que eu consigo... E, mesmo que não conseguisse, pode estar certo de que não deixaria que você me tocasse. . .


Sem dizer nada, ele saiu e fechou a porta.

Quando Isabella acordou, sentiu que a cabeça pesava toneladas, seus braços estavam descontrolados e pesados. A cabeça doía, o ombro que tinha batido contra o chão latejava. Ainda tinha os cabelos úmidos e estava vestida com as roupas molhadas. Tinha que se trocar. Olhou para o relógio: era mais de uma de madrugada. Havia silêncio no corredor, mas o rio parecia movimentado, com barcos passando e apitando de vez em quando. Tentou se levantar, apoiando na escrivaninha, e derrubou algumas coisas.
Ouviu sons na cabine ao lado, como se Edward Mansen estivesse se mexendo na cama, tão nervoso quanto ela.Alguém bateu na porta e Edward entrou. Lembrando que a porta da cabine tinha ficado destrancada, Isabella olhou para ele assustada e perguntou:


— O que deseja?


Edward estava de pijamas, com um paletó por cima. Seus cabelos estavam despenteados e pelo brilho em seus olhos notava-se que não tinha dormido. Com voz rouca ele perguntou:


— Por que não está deitada, moça?


— Eu estava dormindo, acabei de acordar...


— Verdade? Acho que não acordou direito ainda. E sua aparência é horrível!


— Obrigada pelo elogio!


— Se você se olhasse no espelho, compreenderia o que quero dizer. Mas acho que esse incidente deve ter-lhe servido de lição. Você não vai mais beber como fez esta noite. . .


— E quem lhe disse que eu estava embriagada?


— Não era preciso que ninguém dissesse. Todos viram o estado lamentável em que você ficou, lá no bar. . . Agora, chega de discutir. Enquanto você troca de roupa eu vou providenciar um copo de leite quente. . .


Isabella arregalou seus grandes olhos negros.


— Mas como pode ir à cozinha? É apenas um passageiro. Ninguém vai deixá-lo entrar para esquentar leite nenhum!


— Vamos, troque-se de uma vez, srta. Swan! Se demorar muito eu voltarei antes que esteja vestida. E isso é coisa que uma professorinha de música-não gostaria de enfrentar, não?


Ele saiu, e Isabella procurou trocar-se rapidamente, atirando a roupa molhada no chão. Mal se enfiou debaixo das cobertas, Edward entrou sem bater.


— Como conseguiu o leite? Teve que acordar o cozinheiro? Ele não respondeu. Colocou o copo sobre a escrivaninha, tirou do bolso um pequeno frasco de vidro e ofereceu a ela dois comprimidos.


— Isto não é veneno, srta. Swan. É para sua dor de cabeça. E vai ajudá-la a dormir de novo. . .


Isabella tomou o leite morno e os comprimidos e, ao entregar o copo vazio de volta, disse:


— Foi muita gentileza sua. . . Obrigada.


— Então, eu não sou tão mau assim, não? Não sou eternamente cruel, malvado, sem sentimento. Você disse que toda vez que eu me aproximo eu a machuco, mas não é verdade...— Tocou gentilmente o queixo de Isabella. — Por acaso a estou machucando agora?


— Não, não está me machucando. .. — Mas Isabella não estava tão certa disso. Enquanto ele se afastava e apagava a luz da cabine, ela pensava que, de certa maneira, Edward a estava ferindo com aquele toque tão suave da mão. Se não feria seu corpo, de certa forma feria seus sentimentos ou, talvez, seu coração...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente a partir do quarto capítulo ( que é o próximo) eu vou postar semanalmente ou semana sim semana não.... Isso e porque ninguém tá dizendo o que tá achando da fic... Eu postei em Três dias, três capítulo, portanto dependendo do de vai acontecer daqui pra frente eu posso até pensar em voltar a postar todo dia mas como eu venho dizendo desde o primeiro post ISSO DEPENDE UNICAMENTE DE VOCÊS....
Portanto COMENTEMMMMMMM MUITOOOO por favorzinho???? *____*
Bjokassssssss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perdida De Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.