Perdida De Amor escrita por Leh


Capítulo 10
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeee....
Gente esse e o ultimo capitulo de Perdida de Amor....
espero sinceramente que gostem de como acaba....
quero agradecer a todos que leram, ao que comentaram, e a todos que gostaram da historia.... que por mais que seja apenas uma adaptação, eu fiquei muitooooo feliz de saber que estava agradando....
Como eu venho deixando claro em todos os post Perdida de Amor não me pertence, pertence a Lilian Peake, eu estou somente fazendo a adaptação.
Então vamos ao ultimo capítulo......



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A viagem de volta a Amsterdam, no dia seguinte, começou bem cedo. Isabella levantou-se e foi ao banheiro preparar-se para o último dia de sua viagem. Antes que lhe viessem servir o chá da manhã, tratou de arrumar suas malas.


Duas coisas em sua bagagem que não haviam entrado a bordo com ela: o rádio que Edward lhe havia emprestado e a camisola de seda que ele tinha dado, com tão más intenções.


Colocou o rádio em sua bolsa de mão, já que pretendia devolvê-lo a Edward assim que o encontrasse, naquela mesma manhã. A camisola, que agora nada mais era do que alguns pedaços de tecido rasgados, ficaria com ela como lembrança dele, ainda que fosse uma lembrança amarga, de alguns dos momentos mais tristes de sua vida. Tirou os pedaços de seda da caixa de papelão e os arrumou em sua mala de roupas.


Subiu para o café da manhã. Encontrou Jacob sentado ao lado do sr. e sra. Whitlock, notando imediatamente que tinha os olhos vermelhos e o cabelo desarrumado. Ele foi logo dizendo:


— bom dia, meu anjo... Ontem à noite você fugiu de mim, não?


— Não, Jacob, eu não fugi de você. Simplesmente estava cansada, com dor de cabeça, e fui me deitar. Você se divertiu?


— Bem, eu passeei bastante, mas só teria me divertido mesmo se você estivesse comigo. Mas, esqueça.

Jasper Whitlock, procurando mostrar-se cauteloso e não dizer nada que pudesse ofender Isabella, perguntou:


— Hoje é o último dia da viagem. . . Vai haver mais fotos?



— Não... — respondeu Jacob. — A mocinha já ganhou o direito a seu pagamento pelas fotos que fizemos. Estou satisfeito com tudo o que fotografei. . .



Depois disso, a conversa prosseguiu em torno de assuntos diferentes. Todos conversavam muito, mas havia duas coisas em particular que chamavam a atenção de Isabella: primeiro, e mais importante, o casalzinho que ocupava uma mesa para dois, num canto sossegado do salão de refeições. Edward continuava agindo como o homem apaixonado que realmente deveria ser. 
Sempre com o rosto bem perto do rosto de Tânia, conversando o tempo todo, sorrindo feliz. Cada sorriso deles representava, para Isabella, uma pontada a mais no coração ferido.


Outra coisa quê prendia a atenção de Isabella era o comportamento estranho de Jane. Estava calada, o tempo todo sem dizer uma palavra, ainda que seus pais insistissem em conversar com ela. Devia estar igualmente ferida por haver descoberto tudo a respeito do sr. Edward Mansen Cullen e sua noivinha, Tânia Denali. Jane parecia, agora, uma mulher sofrida, madura, compreendendo todas as tolices que havia cometido durante a viagem, em sua tentativa de se aproximar de Edward. Em outras palavras, demonstrava claramente haver aprendido sua amarga lição. . .


O dia passou sem que Isabella visse muito Edward e Tânia. 


Havia passado a maior parte de seu tempo trancada em sua cabine, ouvindo rádio ou procurando uma forma de preparar suas palavras para o adeus a Edward. Vez por outra saía da cabine, levando sua bolsa de mão, na esperança de encontrá-lo e lhe devolver o rádio. Caminhava um pouco pelo convés mas, além de não encontrar Edward, procurava se afastar de todas as outras pessoas com quem havia travado conhecimento naquela viagem. Não tinha a menor vontade de conversar com ninguém.


Numa de suas saídas, estava no convés, observando o movimento rápido do Comet rio abaixo, quando a sra. Clearwater se aproximou. Estava com o semblante preocupado e disse:



— Srta. Swan, estou notando que você está se afastando de todos aqui. Por acaso se sente doente?



— Não, sra. Clearwater. Estou triste porque este é o último dia da viagem. Ainda tenho duas semanas de férias pela frente, mas vou ficar em casa. A viagem foi linda demais e...



A sra. Clearwater a interrompeu, acariciando o rosto sem maquiagem de Isabella:



— Eu sei querida. Entendo que deva ser difícil para você ver o sr. Mansen.. . digo, o sr. Cullen com a noiva, depois de tudo o que aconteceu entre vocês. . .



Isabella quase teve um colapso, tal foi sua surpresa. Como poderia a sra. Clearwater saber do que tinha acontecido entre eles? Teria ela visto alguma coisa? Muito improvável. . . Mesmo assim, Isabella resolveu fingir que nada sabia.



— Não sei a que a senhora está se referindo. O sr. Mansen. . . digo, o sr. Cullen apenas foi gentil comigo, como procurou ser gentil com todos os outros passageiros...


— Minha filha, eu não nasci ontem. Notei todos os seus olhares, a maneira como a tratou durante a viagem. Sei que você se deixou envolver por ele, e imagino que deva estar sofrendo muito agora. . . Em todo caso, quero que saiba que tive muito prazer em conhecê-la e quero que saiba, também, que sinto muito por tudo o que aconteceu. Mas, como dizem os mais velhos, nada como um dia após o outro. . .



— Eu sei que a senhora é uma mulher vivida e que sofreu pela morte de seu marido, mas acho que está enganada a meu respeito, sra. Clearwater. . .


— Vamos deixar as coisas assim, Isabella. Espero que seja feliz com seu futuro marido. . .



E a sra. Clearwater se afastou, antes que Isabella tivesse chance de lhe contar a verdade a respeito de sua amizade sem compromisso com Mike.


Quando o Comet aportou em Amsterdam, já era quase noite. Isabella estava em sua cabine e, quando percebeu que estavam aportando, o primeiro pensamento foi o de procurar Edward antes que ele deixasse o barco, para lhe devolver o rádio. Mas não teve coragem de sair da cabine. Aquele momento não seria propício, porque teria, igualmente, que se despedir dele, e isso lhe seria difícil. Ela não aguentaria ter que dizer adeus a Edward. Apesar de haver sido muito maltratada por ele, estava apaixonada e não poderia esconder esse fato se o visse novamente. E jamais iria suportar a idéia de ver Edward se afastando dela com aquele olhar frio, em companhia de Tânia Denali.


Subiu apenas depois, quando soou o sinal para o jantar. Em sua mesa estavam apenas Alicee Jasper Whitlock. Jacob, segundo informação de Jasper Whitlock, havia desembarcado imediatamente depois que o navio aportou, para tomar um avião de regresso a Londres. Havia deixado seu abraço e muitos agradecimentos a Isabella pela ajuda durante a viagem.Na mesa ao lado, os três membros da família Volturi estavam em silêncio, mantendo-se assim durante toda a refeição. A mesinha para dois, no canto, estava vazia.


E o ambiente parecia incrivelmente triste para Isabella.Depois do jantar, antes de se recolher para a última noite a bordo, Isabella pensou em entregar o rádio de Edward a um dos membros da tripulação, para que eles o encaminhassem ao sr. Cullen. Mas desistiu da idéia, achando que ela mesma poderia, de volta à Inglaterra, enviar o rádio pelo correio para o apartamento dele em Londres. E, com essa idéia em mente, recolheu-se a sua cabine.


Como todos os passageiros, ela ia passar essa última noite da viagem a bordo do Comet, agora ancorado no porto de Amsterdam, para tomar o ônibus de volta para o norte da Holanda no dia seguinte, bem cedo.


Quando já estava deitada, ouviu uma batida na porta e seu coração gelou. Seria Edward? Mas, como podia ele aparecer ali agora, se estava em companhia de sua querida Tânia? E, por que viria procurá-la, se nem tinha notado sua presença durante todo aquele dia? Bateram de novo e isso fez com que Isabella se tranquilizasse tão repentinamente como tinha ficado nervosa. Se fosse Edward, não iria bater duas vezes. Tinha a chave mestra e com ela teria aberto a porta de sua cabine como fizera inúmeras



vezes. Isabella, então, levantou-se e foi abrir. Era Alice Whitlock, acompanhada do marido, Jasper. Alice, sorridente, disse:



— Querida, viemos nos despedir, porque iremos sair de bordo às seis horas da manhã, antes de todos os outros passageiros. Vamos para o aeroporto, tomar o avião às sete e meia da manhã de volta a Londres.


— Ah, sim. . . — disse Isabella, meio surpresa ainda por aquela visita em hora tão imprópria.


Jasper Whitlock disse:


— Além de nos despedirmos queremos saber se deseja alguma coisa de Londres. Afinal, você só vai chegar à Inglaterra amanhã à noite, e...


— Não, sr. Whitlock... muito obrigada.


— Pois então, querida, saiba que tivemos muito prazer em conhecê-la nesta viagem tão agradável. Faça uma boa viagem de volta à Inglaterra, sim?



Alicee Jasper Whitlock se foram, deixando Isabella novamente sozinha. Ela se deitou e ligou o rádio portátil de Edward. Sua mente estava confusa e assim ela dormiu, pensando em tantos momentos felizes que tiveram durante a viagem.

No dia seguinte, a viagem de navio terminou de vez. Sua bagagem foi colocada a bordo do ônibus e ela embarcou, com alguns outros passageiros, a caminho do norte da Holanda. No ônibus, adormeceu e, algumas horas depois, estava de volta à Inglaterra.

Sua casa lhe pareceu um lugar incrivelmente estranho. Isabella já estava desfazendo as malas, cansada da viagem, mas sentia que era outra pessoa. Por isso sua casa lhe parecia tão diferente. Agora, ela era uma mulher que trazia na lembrança a memória de Edward Mansen Cullen, o homem por quem se apaixonara. Tinha passado momentos divinamente agradáveis em companhia dele nas duas semanas anteriores e todos os seus pensamentos se concentravam nele agora. Apenas os bons momentos da viagem permaneciam em sua memória. E apenas a lembrança de Edward tomava conta de seus pensamentos.

A última peça de bagagem que Isabella resolveu desfazer foi sua bolsa de mão. Ali dentro, o rádio que Edward havia emprestado e que ela não devolvera. Agora entendia que não quisera devolver o rádio ainda a bordo do Comet porque aquele minúsculo aparelho eletrônico representava seu último ponto de contato com Edward. Queria se prender a essa lembrança tanto tempo quanto fosse possível. Mas não poderia ficar com o rádio. Afinal, fora apenas um empréstimo, e teria que devolver. Mas não iria mandar pelo correio. Na mala havia o endereço completo de Edward, em Londres, e ela iria pessoalmente, dois ou três dias depois, ao apartamento dele.


Esse pensamento se transformou em idéia fixa. Isabella se lembrou de que Edward lhe havia emprestado também aquela mala de viagem, e teria que devolvê-la também, juntamente com o rádio. Então, devolveria a mala e o rádio, agradeceria a Edward por toda a gentileza e partiria dali com a maior rapidez possível, para nunca mais ver Edward Mansen Cullen. . .



O apartamento de Edward ficava numa praça aristocrática, fartamente arborizada, de Londres. Na porta de entrada do prédio, diante da caixa de correio, estava o nome "Edward Mansen Cullen", seguido do número do apartamento dele.


Subiu pelo elevador e tocou a campainha. Sentiu o coração angustiado e, de certa forma, achava que talvez nem o visse, já que Edward provavelmente estaria ainda em Amsterdam, tratando de seus negócios, ou mesmo se preparando para seu casamento com Tânia Denali. Aqueles poucos segundos de espera pareciam horas infinitas, de sofrimento ainda maior. Se ela tocasse novamente a campainha e não obtivesse resposta, deixaria a mala e o rádio diante da porta e fugiria correndo, para nunca mais voltar.


Antes que tocasse novamente, a porta se abriu. Uma mulher idosa estava diante da porta. Baixa, corpo pesado, com o rosto sorridente, vestindo uniforme de governanta. com o olhar surpreso, perguntou:



— Sim... o que deseja?



— Bem, eu... — Isabella hesitou, sem saber o que dizer.




— Você parece ter feito uma longa viagem, moça. Quer entrar?




— Sim... eu... bem, meu nome é Isabella Swan... Eu gostaria de falar com... — Isabella parou de falar. Não tinha coragem de pronunciar o nome de Edward. Continuou depois de uma pequena pausa: — É que. . . bem, eu trouxe algumas coisas que pertencem ao sr. Cullen... Eu vim devolver. . .



— Então, vamos entrar, moça. Talvez você prefira falar pessoalmente com o sr. Cullen. . . Ele chegou de viagem ontem, e está em seu escritório. Entre. . . Por aqui.


Isabella entrou. Passou pelo grande salão de visitas do luxuoso apartamento e foi levada até a biblioteca, onde a governanta pediu que esperasse, enquanto ia avisar o sr. Cullen.


Era uma sala grande, com um conjunto de estilo colonial colocado diante das imensas prateleiras cheias de livros, que iam desde o chão até o teto alto. Acima de sua cabeça, Isabella viu um enorme lustre de cristal e, no centro do conjunto estofado, uma mesa também em estilo colonial com um lindo vaso de rosas vermelhas.



O silêncio foi rompido momentos depois pelo ruído de uma porta se abrindo. Isabella se voltou. Trazia nas mãos a mala de Edward e seu rádio. Seus olhos estavam arregalados, como se ela esperasse ver um fantasma. Deparou com os olhos distantes e frios de Edward Mansen Cullen.



Ele estava com um terno escuro, como se estivesse de saída. Isabella imediatamente se lembrou das roupas esportes que Edward vestia durante a viagem a bordo do Comet, e instintivamente comparou aquele homem com o Edward que havia conhecido. Não, ele era outro homem agora. Suas roupas combinavam bem melhor com a personalidade de homem de negócios bem-sucedido que era. Seus cabelos estavam úmidos, como se tivesse acabado de tomar banho.



Edward ficou parado ali alguns instantes, ajeitando a pulseira do relógio. Depois, fechou a porta atrás de si e se apoiou nela, com as mãos nos bolsos do paletó, olhando para Isabella em silêncio. Ela sentia vontade de poder ler os pensamentos dele, procurando interpretar alguma coisa, já que a expressão não lhe dizia absolutamente nada. De repente, Edward perguntou:



— Por que você veio aqui?



— Eu... bem, eu... desculpe se minha presença o incomoda.. . Talvez tenha sido abuso de minha parte vir até sua casa, mas é que. . . bem, eu queria apenas devolver sua mala e seu rádio.




— Você poderia perfeitamente mandar isso pelo correio. Não precisava vir aqui pessoalmente.




Isabella se sentiu desolada. Era como se ele a estivesse expulsando dali. Fez um movimento com os ombros e disse:



— Bem, mas... eu apenas achei que deveria trazer pessoalmente, por causa do rádio. Pelo correio ele poderia ser destruído...





— Na verdade eu não teria me importado. Tenho muitos rádios como esse e muito melhores. . . Não precisava se incomodar.Isabella se sentiu ainda mais desanimada. Tinha vontade de chorar e não sabia se olhava para Edward, para as paredes, para fora, pela janela. Sem dúvida, havia cometido um grande erro. Não era bem vinda ali, mesmo demonstrando sua preocupação em devolver as coisas de Edward. Ele não queria vê-la e deixava isso bem claro em cada palavra.



Houve novo silêncio, até que Edward disse:



— Pode deixar as coisas ali... — Seu tom de voz era impaciente, como se a hesitação de Isabella o estivesse deixando nervoso. Ele permanecia imóvel.



Isabella voltou-se e deixou a mala e o rádio num canto da biblioteca. Então notou um magnífico piano, que não tinha visto antes. Estava fechado, mas havia algumas páginas de músicas colocadas em cima.




Quando se voltou para olhar novamente para Edward, era como se seus olhos espelhassem seu sofrimento, mas apesar de Edward perceber tudo, ele nada disse. Apenas sugeriu que ela se sentasse, apontando em direção ao lindo sofá. A formalidade com que falava fez com que Isabella sentisse seu peito gelar e suas pernas enfraquecerem. Não conseguia se mover. Mas, quando Edward caminhou em direção a ela, imediatamente se sentou na poltrona que ele havia apontado. Ficou com as mãos sobre os braços do sofá, como se estivesse pronta para se levantar repentinamente e fugir.




Edward se colocou diante da lareira que havia num dos lados da biblioteca, sem dizer nada por uns instantes, examinando a expressão assustada e confusa de Isabella. De repente, falou:



— Mas, você está sem aliança. . . Você não estava para se casar assim que terminasse a viagem de férias? Com seu amiguinho do violino?




— Era mentira...



— O que era mentira?




— Que eu ia me casar. . . Era tudo mentira que eu estava noiva e que iria me casar logo. Mike é apenas um amigo, um colega de trabalho. Eu saí com ele algumas vezes, mas só isso. . .Edward permaneceu em silêncio, mas seus olhos se mostravam curiosos.




— Pode continuar. . .




— Pois é, eu apenas inventei a história toda para magoar você, nada mais. . .




— Magoar a mim? Eu gostaria de saber por quê.




O soar do relógio carrilhão desviou por um instante a atenção de Isabella. E ela permaneceu em silêncio, enquanto Edward perguntava:



— Então, você é livre? — E, não havendo resposta de Isabella, ele perguntou: — E Jacob Black?




— O que tem Jacob Black? Acho que eu nunca mais vou ver Jacob na vida. . .



— Então o seu. . . seu relacionamento com ele foi apenas casual, sem qualquer significado maior?




— Eu gostaria de informá-lo de que não houve "relacionamento" entre Jacob e eu da forma como você coloca a coisa. . .




— Bem, mas ele falava tanto de você como sua garota, chamava você o tempo todo de meu bem e minha querida, disse que o seu lugar no ônibus era ao lado dele, e tudo o mais. . .



— Era simplesmente a maneira como ele falava.. . Nada significava!



— E você acha que eu vou acreditar nisso?



— Sim! Porque essa é a verdade! Ou prefere que eu minta apenas para que continue pensando que eu sou uma qualquer?



Edward virou o rosto para um lado e, depois de um momento, voltou a olhar para ela, dizendo:




— A verdade é que eu não sei em quem acreditar. Afinal de contas, você mesma admite que mentiu. . .




— Sim, eu menti, mas estou dizendo toda a verdade agora. . .— E quanto foi que ele pagou a você para posar pra ele?



— Pagar? Não pagou nada! Eu não pedi pagamento algum. . Apenas concordei em ajudá-lo.




— Mas ele lhe comprou roupas. Eu acho que só quando tem muita intimidade com uma mulher o homem se acha no direito de comprar roupas para ela. . .




— Sim, comprou roupas, mas comprou porque queria que eu posasse para ele com aquelas roupas. Só isso. . . Jacob me disse que comprava com o dinheiro que lhe fora dado pelo jornal, e que eu poderia ficar com as roupas depois que a viagem terminasse. Eu aceitei para ajudá-lo. . . Que queria que eu fizesse? Que jogasse as roupas no rio?



Os olhos de Edward esfriaram novamente.




— Você, então, não sabia que Jacob era um fotógrafo independente muito bem pago, conhecido nos altos círculos jornalísticos de quase toda a Europa e sempre procurado pelas revistas de moda mais famosas? Não sabia que ele foi suficientemente inteligente para conseguir, naquela viagem, uma modelo das mais lindas, sem ter que gastar uma fortuna, ao contrário do que aconteceria se tivesse que contratar uma modelo profissional?



Isabella estava estarrecida. A única coisa que conseguia fazer, com os olhos arregalados, era balançar a cabeça. E Edward continuou, depois de uma breve pausa, andando pela sala:




— Você, para ele, representou uma daquelas raríssimas descobertas, uma bela jovem, inexperiente, pouco informada sobre seus próprios atrativos que Jacob, como fotógrafo experimentado, notou logo de cara. Ele se aproveitou de você e, sem dúvida, agora deve estar vendendo suas fotos por uma pequena fortuna... Só teve que gastar uns míseros centavos nas roupas que lhe deu. . .





— Não sei, não. . . As roupas que ele me deu valem muito mais do que uns míseros centavos, como o senhor diz... E, seja como for, não acho que isso lhe dê nenhum direito de duvidar da minha honestidade e muito menos de minha honra. Eu não recebi nenhum dinheiro dele e fiz aquilo porque Jacob me pediu. Seus motivos verdadeiros pouco me interessam... O que me interessa é que o senhor deixe de ser tão mesquinho a ponto de julgar minha honra só porque eu concordei em ajudar uma pessoa que me pareceu sincera... E, já que estamos falando em mesquinharia, eu acho ainda mais baixo o golpe que o senhor aplicou, viajando com nome falso para enganar os passageiros. . .



Edward mostrou estar com raiva quando interrompeu, parando diante de Isabella com os olhos arregalados:





— Golpe baixo? Eu? Por quê? Porque viajei com nome. . . nome falso? Pois fique sabendo, mocinha, que meu nome verdadeiro é esse que você conhece, e eu viajei com o nome de minha mãe, que faz parte do meu registro de nascimento. E tive duas razões para isso: queria viajar sem ser perturbado por ninguém e, mais do que isso, queria que os passageiros me dissessem tudo o que havia de bom e tudo que poderia haver de ruim em minha companhia de navegação. Você acha que alguém criticaria minha empresa se eu viajasse com o nome de Cullen? Acha?



Isabella nada disse. Apenas se lembrou de algumas coisas que foram aos poucos melhorando durante a viagem, por sugestão dos passageiros. E então, perguntou:



— E Tânia? Não foi uma ótima forma de...



-... me livrar de você? Não foi, não! Ainda que eu não lhe deva nenhuma satisfação, quero que saiba que eu trago quem eu bem entender a bordo dos meus navios. . .




A governanta entrou, trazendo uma xícara de chá, e eles ficaram em silêncio. Depois de tomar o chá, com as mãos trêmulas, Isabella disse:





— Bem, sr. Cullen, eu queria apenas agradecer sua gentileza, emprestando-me a mala e o rádio e...




— Espere! Por que veio aqui? Poderia ter mandado as coisas pelo correio. . .




Isabella sentiu que aquilo era demais. Por que Edward insistia tanto em que ela não deveria ter ido até sua casa? Não entendia que estava apaixonada, que queria vê-lo pelo menos uma vez mais? Não entendia que ela não era a mocinha vulgar que ele estava julgando que fosse?



Levantando-se, sentiu que seus olhos estavam cheios de lágrimas. Soluçava e deu apenas um passo até que Edward a tomasse nos braços, dizendo:



— Querida! Por favor, não chore. . . Desculpe, mas. . . eu não sabia. Por favor, pare de chorar... — A mão de Edward fez com que Isabella levantasse o rosto em direção a ele. E começou a enxugar suas lágrimas com um lenço, enquanto dizia:




— Meu amor... Eu tinha tanta vontade de me declarar a você. . . Sentia tanta necessidade dos seus carinhos, mas fui precipitado, interpretando tudo o que acontecia pela maneira mais errada. Eu, realmente, fui estúpido não entendendo você. . .



— Edward... Edward. . .



— Tantas vezes, à noite, durante a viagem, tive vontade de romper aquela parede que nos dividia para estar a seu lado, beijar você, acariciar você, amar você. . .  Mas, você também não foi muito boazinha comigo. . . Disse muitas coisas que me magoaram profundamente. Eu prometo que quando estivermos casados vou puni-la. . .



— Casados? Mas, Edward, você vai se casar com Tânia!



— Eu? Casar com Tânia? Quem é você para me dizer com quem eu devo me casar? E Tânia. . . Quem é Tânia? É apenas uma amiga que me persegue há muitos anos, mas que nada significa para mim. . .



— Mas, e o anel que você comprou em Braubach? Não era para ela?



— O anel? Ah, sim, o anel. . . — Edward se afastou por uns instantes, indo até a escrivaninha, no canto da biblioteca. Voltou trazendo na mão um lindo porta-jóias que abriu, mostrando para ela, e disse:





— É este anel aqui? Pois eu o comprei para você. . . Quando vi que gostou tanto dele, decidi que seria seu, como meu presente, de noivado. Eu já estava apaixonado por você e achei que iria ficar noivo mais cedo ou mais tarde. Apesar das tolices todas que eu pensei a seu respeito, achei que iria vê-la de novo e poderia esclarecer tudo... Sabia que ia me procurar para me devolver o rádio e a mala porque, de certa forma, confiava na sua honestidade. E, se você não viesse, eu iria procurá-la, porque tenho seu endereço na lista de passageiros do navio. . .




— Mas você mal me conhecia! Além disso, você muitas vezes ficou nervoso, chegou até a rasgar a camisola que me deu e me ofendeu profundamente. . .





— Eu sei, meu amor. . . Mas era como se eu a conhecesse há muitos anos, e realmente fiquei nervoso com você pela maneira errada como eu interpretava tudo. Quanto às ofensas que lhe dirigia, ainda haverei de provar que fiz aquilo apenas por ignorar quem você realmente era e por ignorar, principalmente, o que sentia por mim... Mas, você ainda não me respondeu: por que veio?



— Ora, Edward, querido. . . Será que não entende que eu me apaixonei perdidamente por você, e que teria que vê-lo uma vez mais antes de seguir minha vida? Eu senti que teria que falar com você uma vez mais, porque você passou a representar minha esperança de alegria, de felicidade. Eu o amo, Edward, e não poderia ficar sem vê-lo de novo. . . Por isso vim até aqui. . .



Edward a puxou em direção a ele, apertando-a num abraço e num beijo mais quente e duradouro do que todos os anteriores. Para Isabella, era como se o mundo tivesse se mudado para o paraíso. As mãos dele, agora, eram carinhosas. . .Seus lábios sussurravam promessas de amor. . . Seus olhos ardiam com um brilho que Isabella jamais havia notado antes. . . 



Momentos depois, ainda abraçados a ela, Edward disse:




— A partir de agora, estamos oficialmente noivos... E eu quero lhe fazer uma pergunta: você quer se casar comigo? Quer ser minha esposa?



— Sim, Edward. . . sim. . .




— Então, vou levá-la para a Holanda e tenho certeza de que vai gostar de lá tanto quanto eu gosto. . . Vamos morar em minha casa, em Amsterdam, e eu a levarei a muitos concertos da Orquestra Concertgebouw que você tanto aprecia. . .Encostada na poltrona, inteiramente calma, feliz, Isabella ficou por uns instantes observando o rosto alegre de Edward, enquanto ele continuava fazendo planos, olhando para ela, gesticulando. Depois, perguntou:



— Você tem piano em sua casa de Amsterdam?



— Claro que sim, meu amor. Tenho um piano lá que é melhor ainda que este. . . Está lá e vai ser seu. Algumas vezes eu tocarei também, e você poderá criticar meu concerto. E saiba que eu não quero esperar muito, minha querida. . . Primeiro de tudo, preciso cancelar um compromisso que tinha para hoje. . . Depois, vou telefonar para minha mãe e informá-la de que iremos jantar na casa dela. Quero que conheça hoje mesmo a mulher maravilhosa que vai se casar comigo. E quero que ela saiba também que vou levar minha esposa para Amsterdam, exatamente como meu pai fez com ela... Depois, vamos telefonar para seus pais e informar que estamos noivos e vamos nos casar. . . E eu quero que você diga a eles que eu quero conhecê-los também. . . Você acha que vão aprovar sua escolha?



— Claro que sim. Vão me dar os parabéns pelo gosto tão acertado. Apenas uma coisa pode preocupá-los. . . Eu conheço você há tão pouco tempo, não é?



— Minha querida, isso vai ser resolvido aqui e agora. Até que comecemos nossa viagem para Amsterdã, como sr. e sra. Cullen, você vai ficar aqui mesmo, comigo. Não quero ficar nem mais um minuto longe de você. . . E, deste momento em diante, nós vamos nos conhecer melhor, muito melhor. . .


E Edward se calou para beijá-la, calorosamente. Lá fora, o sol brilhava, deixando entrar pela janela todo o calor daquele verão que se tornaria inesquecível para Isabella Cullen. . .


                                    F I M


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Notas finais do capítulo

E o fiiiiimmmm!!!!!
Espero que tenham gostado do final.... E ai eu não disse que ia surpreender muita gente..... Aposto que ninguém imaginava isso néh... Então perdoem o Edward, ele só era meio, como eu posso dizer, ciumento rsrs' Mas no final eles terminam juntos....
Quem gostou comenta.... e quem não gostou comenta também....
to pensando em postar mais adaptações aqui.... foi tããããããããããããããooooo legal postar essa que eu to pensado.... Mas é só uma simples idéia.....
Mas chegou a hora da despedida.... Mais uma vez obrigada a quem leu, gostou e comentou....
Bjksssssss
E Até a próxima......