Até As Nerds Sabem Lutar! escrita por Lise Muniz


Capítulo 18
Capítulo 18 - Sou salva pelo deus que eu salvei


Notas iniciais do capítulo

Geeeente! Eu tenho que parar de aprontar aqui em casa! Minha mãe me botou de castigo de novo só porque eu tive ideias para a história uma hora da manhã e resolvi escrever. É injustiça! Mas aí vai mais um capítulo. Não prometo nada para o próximo porque ninguém sabe o dia de amanhã, não é?



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Acordei com um gosto amargo na boca. Olhei para os lados e percebi que estava em um quarto claro feito de mármore com detalhes em ouro. Aposto que os lençóis com os quais eu estava coberta, também eram feitos de fios de ouro.

- Ué? Será que eu morri? – eu me perguntei sentando na cama

- Não! Você não morreu Lana! Por pouco não! – Apolo disse aparecendo repentinamente ao lado da cama

- AI! Quer me matar de susto? – eu disse dando um pulo da cama – Onde é que eu estou?

- Na minha enfermaria do Olimpo. Se não fosse pela sua prima, você estaria nos Elíseos à uma hora dessas.

- Como assim?

- Lembra da górgona que atacou vocês?

- Eu bebi o sangue dela? Credo! Eca! Eca! Eca! Por isso que eu estou com esse gosto amargo na boca!

- Eu sei que é nojento, mas foi o único jeito de ajudá-la!

- E os meus amigos, onde estão?

- Lá fora esperando você acordar. Consegue levantar?

Tirei os lençóis de cima de mim e tentei levantar da cama, porém, quando pus os pés no chão e tentei ficar de pé, eu perdi um pouco do equilíbrio e Apolo me ajudou para que eu não caísse no chão. Apesar de estar bem, eu me sentia um pouco fraca. Eu não tinha idéia de quanto tempo eu havia ficado inconsciente e minha barriga roncava pedindo comida.

- Está com fome? – Apolo me perguntou

Eu balancei a cabeça afirmativamente e ele me ajudou a ir até o lado de fora. Lá fora, Annabeth estava agarrada ao braço de Percy, enquanto Kevin abraçava a Gwen e o Ben consolava a Alice que tinha as mãos sobre o rosto e parecia estar chorando. Ninguém havia notado a minha presença e nem a presença de Apolo (o que é muito difícil porque Apolo brilha).

- Ok! Acho que vou voltar para enfermaria, lá pelo menos o pessoal nota a minha presença! – eu disse em voz alta para chamar a atenção de todos

Ao ouvir a minha voz, Alice tirou as mãos do rosto e veio correndo até mim. Ela veio tão rápida, que quando me abraçou, eu quase caí de bunda no chão.

- Ai meus deuses, Lana! Nunca mais faça uma coisa dessas! Se não fosse o Apolo... Ah! Eu não acredito que você está bem! – Alice disse com lágrimas nos olhos

Percy, Annabeth, Gwen, Kevin e Ben vieram até mim e me abraçaram de uma só vez.

- Você está bem? – Gwen me perguntou

- Estou bem! Só estou com um pouco de fome. – eu respondi

- Você bateu o meu recorde de inconsciência! Ainda não acredito que você ficou 4 horas, desmaiada! – Percy disse

- EU FIQUEI QUATRO HORAS, APAGADA? – eu disse assustada

- 4 horas só aqui! Calculando direito acho que dá umas 5 horas e meia. – Annabeth disse

- Nossa!

- Nem eu teria coragem de fazer o que você fez Lana! E eu que me achava corajoso por ter enfrentado o Vilgax quando eu tinha 10 anos! – Ben disse

- É só refletir se vale à pena. Eu prefiro morrer a conviver com a idéia de que bilhares de pessoas morreram por uma escolha errada que eu fiz. – eu respondi

- Nossa! Isso foi bem filosófico! – Kevin disse e eu ri

- Temos que ir! Zeus e o resto dos Olimpianos estão nos esperando na sala do trono. Ele quer falar com vocês! – Apolo disse e eu me arrepiei

Apolo nos acompanhou até a sala dos tronos e sentou-se em seu trono dourado e brilhante. Nós todos respiramos fundo e reverenciamos a todos os Olimpianos ali presentes.

- Como rei do Olimpo, eu gostaria de agradecê-los pelo que fizeram esta tarde e pedir um milhão de desculpas a você, Lana Shane Johnson, por ter lhe culpado por algo que você não fez. Eu estava enganado sobre você. Você é uma ótima garota, e por sinal, também muito corajosa! E por esse seu ato de coragem, o nosso conselho olimpiano decidiu lhe recompensar. Você pode pedir qualquer coisa. – Zeus disse

- Qualquer coisa? – eu perguntei

- Desde que esteja ao nosso alcance... Sim. – Hera disse

Olhei para todos os deuses presentes no salão. Todos tinham concordado em me conceder um pedido. Qualquer poderia pedir dinheiro, imortalidade, inteligência ou beleza, mas ao invés disso, eu olhei para a Alice, refleti um pouco, olhei para Hades e disse:

- Eu queria que eu e a Alice, pudéssemos rever as nossas mães pelo menos pela última vez. Talvez o senhor não me conceda esse pedido, mas eu o faço de coração. Minha mãe é tudo o que mais importou na minha vida e eu nem tive a oportunidade de despedir-me dela direito. É a única coisa que desejo.

Hades me olhou com o seu olhar mais sombrio e depois olhou para seu irmão mais novo (Zeus). Geralmente é mais seguro pedir algo a Hades nessa época, ou seja, Outono, a estação do ano na qual Perséfone fica ao lado de seu marido no mundo inferior. Ela é a única que consegue controlar a ira dele e mantê-lo calmo por um semestre
inteiro. Hades voltou o olhar para mim e disse:

- Nunca imaginei que uma mortal pediria a mim permissão para dar uma volta no meu reino. Lá é geralmente o lugar aonde se evita ir. Como você é a primeira a fazer isso, lhe concederei o pedido. Meu filho as levará até seus parentes em segurança. Ah! E se alguém quiser ir com as duas, pode ir. Menos você, Percy Jackson! Você já me deu muitos problemas por uma vida.

Hades estalou os dedos e um garoto de olhos e cabelos negros apareceu ao lado de seu trono. O garoto vestia uma calça e um sapato social preto e um blazer também preto. Seu cabelo estava todo bagunçado e o seu olhar mostrava uma completa confusão. Hades olhou para o garoto e disse:

- Escute, quero que leve essas garotas para dar uma volta no mundo inferior. Elas querem rever as mães pelo menos uma última vez. Leve-as e traga-as com segurança. Entendeu?

- Sim, senhor! – o garoto disse

- Quem quiser ir com a Lana e a Alice pode ir. Algum voluntário? - Hades falou

Depois que ele falou isso, ninguém não deu um piu sequer.

- Ah! Seus malvados! Achei que vocês gostassem de mim! Jura que ninguém quer vir comigo? – eu disse fazendo biquinho

- Quem quiser vir, levanta a mão. Não precisa falar nada. – Alice disse

Houve mais alguns minutos de hesitação, até que lentamente Gwen levantou a sua mão. Kevin fez com que ela abaixasse a sua mão e agarrou os seu braços com força, fazendo com que ela ficasse de frente para ele.

- Gwen! Você está ficando doida? Pirou de vez? – Kevin disse olhando nos olhos da Gwen

- Kevin, você está me machucando! Por favor, me solta! – Gwen pediu e Kevin a soltou – Se acalma! Eu vou ficar bem! Confia em mim! Eu vou e volto rapidinho. Prometo!

Gwen o abraçou e Kevin levantou o seu queixo e a beijou. Ben revirou os olhos e Afrodite sorriu em seu trono todo cheio de frufrus. Devagarzinho, Gwen afastou-se de Kevin e veio até mim.

- Gwen! Você tem certeza disso? – Ben perguntou

- Nossa! Vocês falam como se eu não fosse voltar mais! Eu sei que estou indo para o Mundo Inferior, mas diferentes dos outros que vão para lá, eu voltarei! Não se preocupem comigo! Eu estarei segura entre amigos! – Gwen respondeu

Gwen juntou-se a nós e Hades perguntou se estávamos prontas. Assentimos hesitantemente e Hades fez com que fossemos teletransportados. Segundos depois, estávamos em uma das calçadas da grande, movimentada e famosa Los Angeles.

- Onde estamos? – Alice perguntou confusa

- Estamos em Los Angeles. Aqui fica uma das entradas para o Mundo Inferior. – o garoto emo que nos acompanhava disse

- Ok! Mas... Antes de entrarmos, será que você poderia nos dizer o seu nome? – eu pedi

- Claro! Desculpa por não ter me apresentado antes! Meu nome é Nico di Ângelo. – o garoto disse

- Prazer! Meu nome é Lana Johnson e essas são Gwen Tennyson e Alice Shane. – eu disse

- Você é mesmo filho de Hades? – Alice perguntou

- Sou. – Nico disse cabisbaixo

- Maneiro! Prefiro um milhão de vezes Hades a Zeus! Sempre achei que ele era legal e simpático, apesar de todos acharem o contrário. – Alice disse

- Sério? Geralmente o acham sombrio e terrível! E como eu sou filho dele, acham isso de mim também!

- Eu não acho isso de você! Você me parece ser um garoto legal!

- Xi! Acho que sua prima acabou de ganhar um fã! – Gwen murmurou no meu ouvido

- E aí? De que deuses ou deusas vocês são filhas? – Nico nos perguntou

- Não somos meios-sangues. – eu disse

- Não? Então como conseguiram entrar no Olimpo, se vocês são mortais?

- Também não somos simples mortais! Você não vai acreditar, mas eu e a Gwen somos descendentes de alienígenas, e a Alice é alienígena?

- Você é alienígena, Alice?

- Sou. – Alice disse cabisbaixa – Agora podemos logo atravessar a rua e entrar pela porta do estúdio Morto ao Chegar?

Depois disso Alice me olhou feio, esperou um pouco e atravessou no meio dos carros em movimento. Gwen, Nico e eu fomos logo atrás e eu fiquei pensando se não havia feito besteira ao contar a Nico que Alice era alienígena.

...

Ao entrarmos no salão principal do MAC, Gwen agarrou no meu braço e olhou em volta aterrorizada. Eu entendia o medo dela, afinal, por toda a parte, havia centenas de almas penadas que vagavam a espera de um dia poderem chegar ao Mundo Inferior. Alice e Nico passaram pelas almas como se fosse a coisa mais normal do mundo, enquanto eu tentava acalmar a Gwen, que ainda estava agarrada no meu braço. Seguimos o Nico por entre todas as almas e paramos diante de um balcão onde um homem negro de terno preto e óculos escuros, estava apoiado. Em seu crachá, podia-se ler o nome: CARONTE.

- Sempre achei que Caronte fosse um esqueleto com um manto preto, sentado num barco com um remo na mão. – Gwen sussurrou no meu ouvido

- Olá Nico! – o homem disse assim que o viu – Faz um bom tempo que não o vejo! Geralmente você entra direto! Vejo que trouxe três amigas suas. Elas não estão mortas, estão?

- Não! Meu pai mandou que eu as levasse até os Campos Elíseos para que elas pudessem rever as mães delas. Então se você puder ser gentil e... – Nico disse

- Desculpe garoto, mas ninguém sobe no meu barco de graça. Muito menos três vivas! Você eu levo de graça porque você é filho do patrão, mas as garotas terão de pagar.

- E agora? – eu disse – Meus dracmas ficaram todos na minha bolsa (que por sinal eu não faço a mínima idéia de onde foi parar). Eu não tenho nenhunzinho comigo.

- Deixa comigo! Eu já sei o que fazer! – Alice disse

Alice avançou até o balcão onde Caronte estava, pôs a mão no bolso e tirou um pequeno saco cor de creme de lá de dentro. Ela balançou o saco próximo ao rosto de Caronte e pelo barulho que fez, deu para perceber que ali havia muitas moedas. Não foi a toa que Caronte obviamente tentou tomar o saquinho das mãos de Alice.

- Negativo. Isso aqui só será seu se você levar nos quatro para o Mundo Inferior. E, aliás, aqui tem dinheiro o suficiente para levar além de nós, mais a metade dessas almas penadas que ficam vagando por esse salão. Temos um acordo? – Alice disse estendendo a mão para que Caronte a apertasse

Caronte a olhou com um ar de desconfiança, olhou para o saco na mão dela, sorriu e apertando-lhe a mão disse:

- Sigam-me! Vou levá-las ao Mundo Inferior! Espero que gostem de lá!


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?