Assim que acabei de tocar, abri os olhos e ele estava me olhando espantado.

- Nossa você toca melhor que o Tom – disse e abriu um sorriso lindo que me fez perder o folego.

- Obrigada – falei.

Que droga Haylle o que tá acontecendo com você? Você nunca foi assim por um garoto. Provalmemente ele é igual ao irmão dele, um tarado né? Não ele não é. E como é que você sabe? Eu sou só sei. Droga essa discução comigo mesma está me dando dor de cabeça.

- Você está bem? perguntou com uma cara preocupada.

- Sim, por quê?

- Você fez uma careta e está massageando os lados da sua cabeça – disse ele sorrindo.

Há – falei baixando a mão, ele levantou, sentou ao meu lado na banqueta e começou a fazer a melhor massagem que eu já recebi na vida, fechei os olhos não aguentando encarar aqueles olhos castanhos intimidadores. Engraçado que geralmente sou eu quem intimida as pessoas, principalmentes homens que chegam perto da minha irmã, e não ao contrário.

- Está melhor? - falou ele minutos depois, eu concerteza não estava mais com dor, as sensações que passavam pelo meu corpo não me deixavam prestar atenção em mais nada, a não ser o seu toque.

- Sim – falei, abrindo os olhos.

Seu rosto estava tão perto, sua beleza me deixou deslumbrada, seu hálito quente tocou meu rosto, seu cheiro me deixou atordoou minha mente, seu olhar me deixou sem ar, mais não havia a menor possibilidade de eu desviar, seu rosto foi se aproximando devagar, quando nossos narizes se tocaram ele parou, fechei os olhos em expectativa, mais o beijo não veio, abri os olhos e ele estava olhando para a tecla do piano com uma expressão triste.

- O que foi Bill? - perguntei com a voz entrecortada.

- Nós não podemos fazer isso, não é certo – disse ele.

- Por quê? Não tem nada de errado se duas pessoas se ... beijarem – falei corando.

-  Tem sim, quando uma dessas pessoas é comprometida – mordi os lábios e fiquei feliz por ele não está olhando pra mim e ver a dor que me causou suas palavras, senti meu coração se apertar e meus olhos arderem ao imaginar outra garota o tocando, abraçando-o, beijoando-o.

- Há, eu ... tudo bem ... Desculpe – ficamos em silêncio, ele ainda não olhava pra mim e agredeci por isso, a umidade em meus olhos transbordou e eu levantei e fui até a janela, limpei as lágrimas e enfiei minha dor bem fundo dentro de mim, respirei fundo e tentei agir com naturalidade – Bom eu vou voltar pra festa e se você quiser ficar aqui fique a vontade.

Sai rapidamente para não dar tempo de ele me questionar sobre alguma coisa e assim que cheguei ao topo da escada dei de cara com a Hayden e o Tom.

- Quem fez isso com você? - perguntou ela, abraçei forte minha irmã e chorei. Nossa ligação sempre foi um pouco ... anormal para algumas pessoas, inclusive nossos pais, eu podia sentir quando ela estava feliz, triste, machucada, fisica ou emocionalmente e foi isso que a fez a chegar até mim nesse momento que eu a necessitava tanto.