Samantha Roberts - O Infiltrado escrita por Duda Chase


Capítulo 3
Suspeitos


Notas iniciais do capítulo

E agora é que tudo começa ... quem será O Infiltrado?
Capitulo e personagem Alex dedicado à minha góticaa, a Ju! ( @camp_meiosangue )espero que goste dela!



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O sinal de escola bateu. Férias! Ou melhor. Férias no acampamento! Peguei todos meus livros e fui em direção ao meu armário. Recolhi tudo de lá dentro e pus em minha mochila – roupas de ginástica, fotos, meus livros, cadernos e apostilas, essas coisas.

Fechei a porta do armário e Jenny apareceu do nada.

- Que susto! – Me queixei.

- Que nada. Não sou tão feia assim. Pronta? – Ela perguntou.

- Prontíssima. Quer almoçar em casa? Aí já preparo minhas coisas pro acampamento e amanhã de manhã eu te ajudo com as suas.

- Claro.

Depois disso, nós duas fomos para minha casa. Para falar a verdade, meu pai é um ótimo cozinheiro. Ele fez um filé à parmegiana delicioso.

Jenny e eu nos trancamos em meu quarto para fazer a minha mala. Hmm , roupas o suficiente. Confere. Livros em grego antigo para eu ler. Confere. Meu colar\espada sempre ao meu pescoço. Confere. Néctar, ambrosia. Confere. E minha mochila de missões de emergência. Tudo arrumado.

O dia passou rápido e quando vimos já eram nove horas da noite. Jenny se despediu e voltou para casa antes que sua mãe a matasse. Fiquei assistindo um pouco de UFC com papai (Zé Aldo ganhou. Por que sempre são os brasileiros?) e fui dormir. Dessa vez não sonhei com Sócrates e o monte Tam. Foi diferente, mas igualmente perturbador.


Primeiramente tive flashbacks. Eu no acampamento com Briana e Mary fazendo guerra de travesseiro surpresa com meus outros irmãos do chalé. Depois Jenny e eu na aula de tiro com arco. Como sempre, ela rindo de minha desgraça. Nick e eu no píer. Depois eu brigando com a Queen. De repente tudo foi ficando preto, como se eu estivesse perdendo tudo isso.

De repente eu estava em meu chalé. Era como se eu estivesse de olhos fechados e acabasse de abri-los. Eu estava mais que exausta, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Fui em direção à coruja da parede. Levantei sua asa e entrei no covil. Andei, ou melhor, manquei até a minha mesa. Fique vendo as fotos que eu tinha colocado lá. Logico que agora havia muitas mais fotos. Uma que eu tirei com todo meu chalé, aquelas primeiras da casa de Nick, mais algumas com alguns campistas do acampamento – Alex, filha de Hermes; Max, filho de Hebe; Gabe, filho de Hefesto.

Não aguentei. Pus meus braços em cima da mesa e minha cabeça entre eles. Comecei a chorar.


Acordo toda suada e com taquicardia. Levei minhas mãos à cabeça. Eu não aguentava mais isso! Me levantei e fui me trocar. Já tenho esses sonhos há meses, não vou deixa-los estragar meu dia. Tomei um reforçado café da manhã e peguei minha mala.

Papai pôs tudo no carro e partimos em direção à casa de Jenny. Ela já tinha arrumado tudo sem mim, então ela só jogou as malas no porta-malas – menos o violão sagrado dela, se algum dia aquilo aparecer com um arranhão ela morre - e entrou no carro. Bom, o caminho foi silencioso. Eu não estava a fim de falar com ninguém e também nenhum deles puxou assunto.

Papai nos deixou na base da Colina Meio-Sangue. Nos despedimos e Jenny e eu começamos a subir. Quando eu chegasse ao topo da colina eu esperava ver um acampamento cheio de jovens semideuses, sátiros correndo atrás de ninfas, risadas e pegadinhas dos filhos de Hermes. Não era isso o que vimos. Poucos semideuses, quase não se tinha sátiros e onde está os animo do pessoal?

- O que está acontecendo, Sam? – Jenny perguntou ao meu lado.

- Eu tenho uma leve ideia do que seja e vamos torcer para que não seja isso, não mesmo.

Descemos a colina. Quando chegamos aos chalés, Jenny foi para seu lado e eu para meu chalé. Quando cheguei lá dentro logo avistei Briana e Mary, que pareciam estar discutindo.

- Eles só devem estar atrasados! – Mary falou.

- Não, Mary. Tenho certeza disso, vejo em sonhos. Eles não são mais campistas. Quiseram ter seu potencial reconhecido e se esqueceram de nós. Esqueça.

Joguei minhas malas na minha cama de sempre – terceiro beliche de baixo, que o divido com Mary. As duas tomaram um susto, mas logo sorriram ao me ver. Nós três nos demos uma abraço.

- O que está acontecendo aqui? – Perguntei.

- Ah, também estava com saudades! Minhas aulas? Minhas aulas foram ótimas. – Briana disse.

Mary e eu rimos, mas eu logo voltei ao meu estado sério.

- Sério, gente. O que aconteceu? – Perguntei de novo, já sabendo a resposta.

Mary baixou a cabeça.

- Sócrates aconteceu. – Briana disse. – A maioria dos campistas passou para seu lado. Idiotas. Perdemos três irmãos. – Ela olhou para Mary. – Que não vão voltar. Eu... eu ...

Briana sentou-se em um beliche. Ela estava visivelmente abalada por isso, mas estava tentando ser forte. Essa é Briana: tão fraca e tão forte ao mesmo tempo. Não vou mentir, ela era a pessoa que eu mais sentia saudade do acampamento. Eu passei, praticamente, o ano passado inteiro com ela. Durante esse semestre de aula havíamos nos falado bastante, mas sem M.I.s – gastei todos meus dracmas com Nick... – Eu estava feliz por vê-la, apesar desse momento de crise no acampamento.

- Quais irmãos saíram do chalé? – Perguntei, com um pouco de medo.

- Miranda, Oliver e Josh. – Briana respondeu.

Eles não, pensei.

- Droga! – Explodi de raiva e chutei o pé do beliche. – Ai, ai,ai ! Essa doeu.

Mary riu da minha cara.

- Para com isso! – Mandei. – Não tem graça de rir da infelicidade alheia. – Briana também ria de mim.

O.k. , doeu muito. Mas isso as fez parar de se lamentar. O que não durou quinze minutos, porque Alex apareceu na porta do chalé. Até ela não estava mais com aquele sorriso malicioso de sempre. Maldito Sócrates! Conseguiu deixar a maior pregadora de peças do Acampamento Meio-Sangue desanimada.

- Oi, gente. – Ela falou. – Briana, reunião do Conselho de Guerra agora. Hã, Sam ... você está convidada a participar dela também. É Sócrates.


Todos nos reunimos em volta da mesa de tênis de mesa. Nem precisei procurar Nick, ele estava no lugar do chalé 3. Ela piscou para mim e voltou a prestar atenção em Quíron, que estava convidando todos a se sentar. Por que não pegam uma mesa normal para isso? O.k., deixe isso para lá.

Sr. D. se demonstrava inquieto na mesa. Ele chacoalhava sua lata de Diet Coke, fazendo com que ela perca totalmente seu gás. Depois ele dá um gole e faz uma cara de desaprovação. Bom, acho que para o deus do vinho uma refrigerante não deve ser nada agradável. Ela não se ajeitava direito na cadeira. Algo me dizia que ele acabara de voltar do Olimpo.

Quando o assunto era Sócrates, eu tinha uma cadeira honorária na mesa. Ela era na cabeceira, em frente às cadeiras da cabeceira de Quíron e Sr. D. Todos se sentaram. A reunião começa.

- Sejam bem-vindos. Espero que tenham uma boa manhã no acampamento. – Quíron começou. - Hã, Sr. D., gostaria de começar?

Sr. D. fez um sinal com a mão para que ele prosseguisse. Com uma cara bem: Não estou a fim. Quíron respirou fundo e continuou.

- Bom, vocês perceberam que o número de campistas caiu e muito neste verão. Botamos nossos sátiros em atividade para o recrutamento de novos semideuses. Precisamos de mais campista, caso um confronto direto contra Sócrates.

Alguns murmúrios de concordância.

- De que isso adianta, se os novos semideuses não terão treinamento suficiente? – Disparei. – A guerra contra Sócrates pode ser amanhã, não sabemos. Não podemos contar com coisas incertas, temos de nos preparar com que temos. Números não vencem guerras. Determinação e uma causa por que lutar, isso sim. Devemos intensificar o treinamento aqui no acampamento. Conseguimos o Livro de Sócrates, não? Deve ter mais informações úteis para se tirar de lá. Podemos ter poucos, mas se forem poderosos semideuses, nossas chances aumentam. Bom, pelo menos é essa minha opinião.

Mais murmúrios. Briana sorriu para mim, bem tipo quando ela tá orgulhosa.

- Sábias palavras, nerd. – Queen falou de sua cadeira. Ah, ela estava ali? O ser é tão insignificante que nem notei. – Mas palavras e discursos bonitos também não vencem guerras. Precisamos, sim, de muito mais campistas. E além do mais, você é o membro menos experiente do conselho.

O.K.. Eu nunca falei que não precisávamos de campistas. Falei que não podíamos contar com pessoas que não se sabem quando irão chegar. Mas antes que eu abrisse a boca para me defender, Briana cruzou os braços e falou por mim.

- Mas é um membro muito mais inteligente do que certas pessoas aqui.

Ela que ir pro Tártaro? Por que aquela doida fez isso? Eu brigo com a Queen. A única diferença é que eu posso. Se ela fizer algo comigo, Nick nunca mais irá querer ver a cara dela. Ah, eu também não tinha medo dela. O ponto era: a briga era minha e eu não queria que Briana entrasse nela.

O pessoal ficou boquiaberto. Depois começam uns ‘’ Whoah, vai deixar, Queen? ‘’, ‘’ Nossa, que coice! ‘’. Ai, meus deuses!

- Só porque eu não sou filha da Cara de Coruja não quer dizer que eu sou burra. – Queen disse e cruzou os braços.

Briana se levantou com tudo da mesa.

- Tenha mais respeito com minha mãe, prole do Hellboy!

Eu gargalhei. Essa é minha irmã! Na verdade, todos riram, até o Sr. D.. Quíron e Queen eram os únicos que se mantinham a seriedade. Durou pouco tempo. Queen saiu do sério e se levantou com tudo também. Ela pode ser... tão explosiva quanto eu. Sua mão já procurava a espada embainhada.

Nick olhou para mim, pedindo para eu parar com aquilo. Mas eu não queria! Ele olhou para mim de novo. Ah, tudo bem.

Me levantei também.

- Ei, garotas! – Tentei chamar a atenção delas. – Esta é uma reunião séria do Conselho de Guerra, se comportem! Ei, abaixem essas espadas! Ei! Dá pra me ouvir?

Outro fato sobre mim: Uma das coisas que eu mais odeio é quando me ignoram.

- Já chega! – Explodi. – Vocês duas, sentem agora! – Entrei nas funções motoras delas e as fiz sentar em suas cadeiras com tudo. Elas tentaram se levantar depois, mas eu não as deixei. Todos olharam para mim surpresos. Hora de usar meus poderes de influencia no cérebro. – E vocês, calem a boca também! Caramba, estamos no meio de uma possível guerra e vocês estão rindo? Sejam maduros! O Acampamento Meio-Sangue e todo o mundo como o conhecemos está em nossas mãos. Eu lutei contra Sócrates. Se ele não estivesse tão fraco ainda, ele me matava a sangue frio. Nicholas quase morreu! Todos nós temos esse risco! Agora deixem Quíron prosseguir antes que eu entre no cérebro de todos vocês.

Sentei de braços cruzados. Todos olhavam para mim calados. O problema é que eu não sabia se era porque eu os influenciei pelo cérebro a fazer isso ou por causa de meu surte básico. Poder maldito.

Quíron pigarreou.

- É... obrigado, Samantha. Você chamou muito bem a atenção. Sr. D., pode continuar.

Sr. D. bufou e se ajeitou na cadeira.

- Zeus me chamou para o Olimpo, o que achei muito bom. Qualquer segundo fora desse lugar é um alívio. Fontes confirmaram que Sócrates irá fazer um pequeno ataque para desestabilizar o acampamento. Quando ainda não sabemos.

Matt estava inquieto em sua cadeira.

- Mas... Sócrates quer reunir um exército de semideuses. Monstros também, mas são os semideuses que ele quer por no comando. Não seria idiotice dele nos matar? – Ele perguntou.

- Não muito. – Briana falou e olhou para mim. Assenti em concordância.

- Se estamos aqui é porque ainda nos resta algum caráter. – Nick falou. – Sócrates sabe que não vamos nos unir a ele.

Alex olhou para mim.

- Tá. Mas para os semideuses passaram para seu lado sem que ele faça algum contato com o acampamento ele tem que ter tipo... um mediador. – Ela falou.

- Um espião. Sócrates tem um infiltrado. – Falei o óbvio. – O pior. Creio que ele sabe informações demais. Ele pode estar aqui agora. Digo, nessa mesa.

Falei as palavras proibidas. Mas na verdade, foi só uma de minhas estratégias. Todos se levantaram e começaram a acusar uns aos outros. Alguns xingamentos, pragas lançadas, Quíron e Sr. D. tentando acalmar a todos, alguns empurrõezinhos. Mas nisso eu podia fazer uma certa eliminatória para ver quais eram as opções. Observei as reações de todos. Vamos ver quem estava na sua, sem falar nada depois dessas acusações. Nick estava sentado na cadeira com as mãos massageando as têmporas, totalmente cansado. Coitadinho dele, a viagem foi longa mesmo. Eu posso assegurar de que ele não era o infiltrado. Harry, do chalé de Hipnos, estava dormindo na mesa. Pode ser, talvez. Victor estava de braços cruzados e bufando na mesa. Victoria, do chalé de Hebe também estava na dela. Suspeita e misteriosa aquela garota. Queen também estava sentadinha. O que é isso? Jenny deu um soco em Matt por ele me xingar de ... um nome feio! Bem feito! Gabriel do chalé de Deméter. também estava quieto demais. Conclui. Tenho cinco suspeitos principais. Vou descobrir quem é e acabar logo com isso.










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Notas finais do capítulo

E aaaaaí ????