Prólogo

Para onde vamos? De onde viemos? Talvez a maior utopia do universo, e um dos mais famosos clichês usados em animes, e não só neles. A verdade é: não sabemos, e por não termos essa noção é que a humanidade precisa, das mais variadas formas, encontrar uma resposta, até para que se conforme em aceitar a única infame certeza: todos, um dia, morreremos, pelo menos, nossos corpos irão. Mas tratar desse assunto é tão inútil, já que muito se falou e pouco se descobriu... Prefiro ficar com a imaginação humana na forma de animes e mangás, pois esta é mais uma destas tramas. Se quiser parar de ler agora, leitor saturado de tramas clichês, não o culparei, talvez eu fizesse o mesmo se não tivesse uma trama assim fervendo em minha mente agora pra escrever. Aos que persistem, sem mais delongas, vou começar minha história.

Episódio 1 – Ami e a luz do sol.

Meu nome é Hikari Ami, sou estudante da escola secundária e tenho 14 anos. Meus olhos são verdes e meu cabelo é castanho e liso, eu sempre mantenho-o preso com uma fita preta, ou amarro a mesma fita no alto do cabelo como uma tiara, em luto pelo meu pai, que morreu quando eu tinha 5 anos. Minha mãe é fotógrafa, seu nome é Hikari Tomoyo, 32 anos, neste momento ela está cobrindo uma festa de aniversário de um cantor famoso (não me lembro seu nome). Tenho também uma irmã, Hikari Yuna, ela completa 12 anos daqui a dois meses, no mesmo dia que em que completarei quinze.

Somos uma família apesar de tudo, levo uma vida normal pra uma menina da minha idade. Porém hoje, meu diário, começo a contar como minha vida normal começou a ter um sentido, ou talvez, como minha vida começou a não fazer mais sentido algum.

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Geikaku City, 6 de agosto de 2006.

_ Ami! Venha almoçar!- gritou Yuna, garota de cabelos encaracolados e curtos, castanho-escuro, como seus olhos.

Ami, uma jovem de 14 anos, com cabelos lisos e castanhos na altura do meio das costas, e olhos verdes, lia um livro grosso intitulado "Diário de Anne Frank".

_Larga esse livro e venha almoçar, Ami. A comida está esfriando. - gritou Tomoyo, mãe de Ami e Yuna. É uma mulher muito bonita, alta e de cabelos longos e olhos negros. – AMII!!!

Ami sentiu a barriga roncar e viu que realmente estava com fome. Foi até a cozinha, não perdendo uma letra do livro. Tomoyo pegou-o de suas mãos e falou, enérgica:

_Não dá para parar de ler ao menos no almoço? Vou guardar esse livro comigo até você comer, escovar os dentes e fazer seu dever.

Ami fica um pouco triste mas compreende. Senta-se a mesa e começa a comer.Yuna  olha a irmã com um sorriso nos lábios e Ami abaixa a cabeça e come, quieta.

À noite, quando sua mãe devolve o livro, ela continua a ler no seu quarto. Yuna entra, senta-se ao lado da irmã  e diz:

_Acho que Anne Frank era assim como você, raquítica, feia, chata e infantil. Também... para escrever um diário tão tolo...

_ Não, vou nem responder, divindade...- diz Ami - Oh!!! Santa Ignorância!!!

_ Então, vai me dizer que não é assim? O que você sabe, espertinha?

_ Anne Frank foi uma garota muito bonita, muito paquerada e muito EDUCADA. Ela era inteligentíssima, ao contrário de você. E sofreu muito na Segunda Guerra Mundial, pois era judia e morava na Alemanha. Você já não estudou isso em história?

_ Não gosto de estudar, não gosto de livros.

_ Então, o que veio fazer aqui?

_ Eu só vim pegar...

Antes que Yuna terminasse, as luzes do quarto e da casa toda se apagaram, um verdadeiro breu. Yuna gritou, pois tem medo do escuro. Ami tentou acalmar a irmã, dizendo:

_ Deve ser só uma pequena falha, logo a luz voltará. Não se preocupe...- Mas Yuna gritou ainda mais...

De repente, Yuna pára de gritar. Ami estranha e chama pôr ela:

_Yuna... Yuna, onde você está? O Yunaaa, ow, onde está você?- Ami começa a achar aquilo muito estranho, e a ficar com medo...

Então, uma lâmpada se acende na frente de Ami. Uma lâmpada diferente. Ami pôde se enxergar no escuro, mas não via mais nada, além daquela esfera parecida com uma bola de fogo.

Uma voz de homem soa forte:

_ Hikari Ami! Você está realmente preparada para assumir tal compromisso?

_ Que compromisso?- pergunta Ami, um pouco assustada.

_ O de possuir e guardar os poderes da luz! – disse a voz.

_Mas porque eu...

_Porque só você pode ter esses poderes, você foi a escolhida!

_Quem é você?

_Sou Shine. – disse o homem, aparecendo na frente de Ami, com a lâmpada estranha nas mãos – O mestre dos guardiões da luz.

_An?! O que são guardiões da luz?

_Vou lhe contar uma história, sente-se. - Ami então sentou-se no chão, e o homem também acompanhou-a. Ele tinha a aparência de um jovem de 18 anos, muito bonito, uma mecha de seu cabelo comprido e dourado lhe caía sobre um dos olhos de uma cor sem nome... Se parecia com vermelho, mas, se olhassem bem, veriam certamente outras cores, ocultando suas expressões. Vestia uma roupa branca, límpida e brilhante, que cobria seu corpo inteiramente, mas não tirava seu ar jovial.

Então, depois de um curto silêncio, em que Ami olhara-o com bastante curiosidade, Shine começou a falar:

_Há muitos e muitos bilhões de anos atrás, um ser muito poderoso criou o Sol, com todo o seu calor e seu brilho. E também criou os planetas e povoou alguns deles, inclusive a Terra, criando assim os homens e mulheres. Mas, alguns homens, involuntariamente, criaram o mal. Esse Mal tem um único objetivo: destruir tudo o que o “Todo Poderoso” fez, a começar pelo Sol e toda a sua luz e energia, pois é essa a energia vital do universo.

Shine fez uma pequena pausa, então continuou:

_Cabe então a mim e aos guardiões proteger toda a criação de todo o mal: dos Yashins, as malvadas criaturas que querem acabar com tudo isso. A cada geração, cinco pessoas recebem então os cinco poderes e elementos vitais que são: Luminosidade, Velocidade, Brilho, Calor e Eletricidade. Eles são chamados de Guardiões da Luz.

_E eu...eu terei que combater esses Yashins? Eu sou uma guardiã?

Shine sorri e se levanta, dizendo:

_Você é a primeira guardiã da luz da centésima qüinquagésima quinta geração!!!

_ AH!!! Ami com um salto, se levanta. – Eu??? Olha aqui, se isso for uma brincadeira...

_ Sinta, Ami... Sinta o poder de valor inestimável que há nessa esfera. Sinta você mesma e depois me diga se isso pode ser uma brincadeira. – disse Shine, calmamente.

Então Ami sentiu algo muito diferente de tudo o que havia sentido: Uma espécie de magia... Não, não era magia... era maior que tudo o que havia sentido até então. Algo havia invadido seu coração, e ele se iluminou. Ami pôde ver com clareza tudo o que se passava... Parecia um sonho... Mas era tudo muito real... Lugares iluminados por luzes intensas, que cegavam a vista. Mas havia lugares obscuros... pequeninas sombras em meio à luz. Ami tentou chegar perto de uma dessas sombras, mas logo foi interrompida.

_ Não. Ainda não é hora. – disse Shine.

Então Ami despertou... Ficou calada por alguns instantes... e então perguntou.

_ O que era aquilo?

_ Não é o momento de saber, como já disse. É o momento de sentir.

_ E eu senti... Um poder incrível... Uma luz!

_ Isso, então você chegou onde eu queria. – disse Shine com um sorriso.

Ami se calou por um instante novamente, mas ela ainda tinha uma pergunta a fazer:

_ Sou obrigada a aceitar tudo isso?

_Claro que não, garota... você não é obrigada a ser uma guardiã. Mas, se Ele escolheu você, é pôr que Ele confia em você e sabe que você saberá enfrentar os Yashins. – disse Shine, olhando-a com afeto. – Ele pode confiar em você?

Ami abaixa a cabeça e pensa um pouco. Logo depois levanta e sorri, dizendo:

_O que tenho que fazer para ganhar tais poderes?

O homem sorri mais uma vez e pensa que ali está uma menina muito corajosa e que ela será uma grande guardiã da luz.

_Toque com as duas mãos essa esfera, ela é a própria luz que dá ao Sol toda a energia necessária para os guardiões e para iluminar toda Terra junto com todos os planetas do Sistema Solar. Essa é fonte de luz que trará a você e aos outros guardiões dessa geração todos os poderes necessários para combater os Yashins e todo o mal que habita a Terra.

Ami pega a bola de fogo em suas mãos e sente uma força incrível entrar em seu corpo. Depois, Shine a manda dizer, com muita confiança, "algumas" palavrinhas. Ami repete:

_Luz que dá energia ao Sol, que pôr sua vez ilumina toda a Terra e é fonte de vida dos homens. Prepare-se para assumir uma nova função: a de fazer com que cinco humanos comuns se tornem guardiões e carreguem consigo os cinco poderes principais: Luminosidade, Brilho, Velocidade, Eletricidade e Calor. Que o poder da Luminosidade tome conta de todo o meu ser e que eu possa encontrar os outros guardiões para podermos juntos derrotar os Yashins e assim livrar todo o Universo da fúria do Mal. - Ami ergue então a bola luminosa e grita: Dê seus poderes a sua Primeira Guardiã!!! Pelos poderes da luz!!!

Nesse momento, Ami recebe toda a energia e os poderes da luminosidade, o seu elemento. Uma luz intensa ilumina tudo à volta, mas não o quarto de Ami. Ela recebe também todos os outros elementos para que possa enfrentar os Yashins mesmo não estando os guardiões reunidos. Várias cores agora enchem o corpo de Ami, e ela sorri pois essa é uma sensação gostosa de prazer e paz. Em fim, a luz desaparece, mas, a agora guardiã, ainda sorri, olhando para o seu corpo que ainda brilha em muitas cores.

Shine, com os olhos brilhando de emoção, fez uma reverência, e depois disse:

_Agora você está pronta para o seu primeiro desafio: Com seus poderes, feixe de luz, estrelas brilhantes, chama e explosão solar, dê luz à Terra!!! – e desaparece no ar, levando a esfera consigo.

_ Mas... Shine! – a guardiã chama em vão, e não mais pode se ver no escuro. “Hum... acho que voltei pro meu quarto, se é que estive em algum lugar...” – pensou Ami.

Então sente uma coceira estranha nos dedos.

_ E essa coceira agora! – disse ela, curiosa.

Começa a estalar os dedos, pensando em como fazer com que a luz volte.

De repente, numa dessas estaladas, sai uma faísca de seus dedos. Ela se assusta um pouco, mas estala os dedos novamente, então uma pequena chama se acende no seu dedo indicador. Se espanta, pois não sente dor de queimadura e sua mão não está quente.

A pequena chama clareia o quarto de Ami. Ela olha para sua cama, onde Yuna dorme, olha então para o lustre e se lembra das palavras de Shine.

_ Hum... como será mesmo? Hm... Poder!!!- Ami diz de repente, apontando para o lustre.

Nada acontece. A chama crepita nos dedos de Tamy.

_ Ah... Pelos poderes da luz!!!

Nada.

_ Luz Apareça!

Nada ainda.

_ O que Shine disse mesmo? Meus poderes? Quais eram mesmo? Hum... e que coceira me dá essa chama... Chama! É isso!

Ami estende o braço na direção do lustre e invoca:

_ Chama!

A chama no dedo de Ami aumentou de tamanho e chegou até o teto, tocando a lâmpada do lustre. A lâmpada então se acendeu e todas as outras também. Depois, a chama  se apagou. Ami olhou pela janela para se certificar que todas as luzes da cidade estavam acesas. Depois pensou naquilo tudo muito satisfeita, pois sua primeira missão tinha sido bem sucedida.

"Aparentemente, diário, esse apagão me pareceu obra de algum Yashin. Sei que logo, logo, vou encontrar um deles e terei que usar esses poderes para derrota-lo. Tenho um certo receio. Não sei se quero isso pra mim, mas... mesmo assim, minha missão é conseguir! Queria falar novamente com Shine, ele é um rapaz simpático, aparenta ter mais ou menos dezessete anos, mas como todas as criaturas mágicas têm lá os seus milhões de anos.... não sei... Ele também é muito misterioso. Teve um momento em que aqueles olhos dele me deixaram nervosa. Tenho muitas dúvidas a respeito dos guardiões. Como vou encontrar os outros? Ai ai... Agora vou dormir... Já tirei Yuna da minha cama e levei ela pro quarto dela (quase a deixei cair... mas ela não acordou, e eu precisava fazer isso). Mamãe também estava dormindo na sala.... essa é mais uma das dúvidas que tenho: Porque as duas dormiram? Bom, vou lavar minha mão e tentar me livrar desse cheiro de queimado. Depois me deito....

Ami."                 

Este é um trecho do diário de Ami, escrito logo após tudo ter acontecido...