Companheiro (a) escrita por Chase_Aphrodite, RaeRae


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se!



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Rachel

Rachel acordou satisfeita. Um cheiro suave de baunilha e mel enchia suas narinas. Também sentia um peso mínimo sobre si. Ela abriu os olhos devagar. A cabeça loira apoiada em seu peito subia e descia no ritmo de sua respiração. Os dedos da jovem Fabray enrolavam-se nos cabelos escuros. A morena sorriu, mas rapidamente lembrou-se das palavras de Sophie Pierce.

Flashback

Então quando eu fizer isso do vinho, a Quinn... Digo, a pessoa que eu escolher me aceita como companheira? a morena perguntou.

Não, querida. Oma respondeu. Neste ritual, Quinn representaria toda a matilha. É como se ela fosse todos nós juntos, para podermos assumir o compromisso e assim te fortalecer e você nos fortalecer. Quando sua companheira e você fizeram outro ritual... Não serei responsável por esse! disse rindo.

Então sua companheira levará um cheiro parecido com o seu, mas um pouco mais suave, para mostrar sua localização na alcatéia. Mas, só quando as duas se aceitarem. Abuela completou.

Rachel sorriu desanimada.

Flashback Off

Bem, mas, parecia que Quinn estava cedendo aos poucos. A diva fechou os olhos e tentou voltar ao seu sono.

Quinn

Quando Quinn acordou, respirou fundo e piscou os olhos repetidas vezes, sentido algo macio sobre seus dedos. E deu-se conta da atual situação. Enrolada de forma complicada em Rachel Berry.

Ela saltou para fora do colchão em choque, acordando Rachel no processo.

“Droga, droga, droga” — sua mente gritava com ela. Ela não podia fazer isso. Não mesmo.

— Quinn, o que há de errado? — Rachel a olhava, preocupada. Quinn estava pálida.

— E-eu, eu... — Quinn foi se afastando, mas o lençol enrolou-se em seu pé e ela quase caiu. Rachel a segurou impedindo a queda.

— Quinn, o que diabos...

— EU ESTOU ÓTIMA, BERRY. — Quinn gritou com a voz aguda, as bochechas adquirindo um tom avermelhado. — E-eu, eu vou me trocar, porque eu tenho muito que fazer com as Cheerios, treinamento, estudo, clube de celibato, er... Com a alcatéia também! Tchau! — A loira trancou-se no banheiro com sua mochila.

A morena olhou à porta.

— Mas, que diabos...

* * *

Durante o café da manhã, Quinn não levantou a cabeça. Nem por um minuto.

— Quinn, querida, está tudo bem? — Maria falou pela primeira vez na presença de Rachel. — Eu fiz o bacon do jeito que você gosta, crocante e com pouco óleo...

Quinn sorriu amarelo para ela.

— Está uma delicia. Só não estou com fome.

Dr. Lopez, Sra. Lopez, Sr. Fabray, Abuela, Oma, Helena, Santana, Puck, Sue e Brittany levantaram a cabeça em sincronia. Nunca, nunca, Lucy Quinn Fabray rejeitara o bacon crocante de tia Maria.

— Sabe... — Quinn falou afastando o prato. — Acho que vou... Andar um pouco. Com licença, por favor.

A loira saiu pela porta dos fundos e logo estava fora de vistas.

— Rachel Barbra Berry, — Santana falou, virando-se para a morena que olhava confusa para porta — o que você fez?! Eu, em todos esses 16 anos de mi vida, nunca vi Quinn rejeitar bacon. Ou sair sem ajudar a retirar a mesa. Você quebrou a loira!

Rachel não parecia escutar Santana. Na verdade, o rosto estava levemente inclinado para janela, de onde um forte vento do norte passava.

— ALÔ! ALGUÉM AI? — Santana agitou os braços, brava por ser ignorada.

— Algo está se aproximando... — Rachel afirmou olhando a janela.

Russel farejou um pouco o ar. A garota tinha razão. A floresta comunicava a aproximação de visitantes. Talvez em...   

— Então! — Brittany falou animada enquanto brincava com uma maça. — Quais são os planos para hoje, Rach?

A morena mexeu-se desconfortável.

— Eu vou para casa... — os olhos de Brittany encheram-se de lágrimas. — Eu preciso pegar algumas roupas, e minha escova de dentes. Essas coisas, se vou passar um tempo aqui... Para o meu... Treinamento de Alfa, certo?

Brittany bateu palmas animadas.

— Nós vamos com você! Não vamos San?

A latina levantou a cabeça, as bochechas cheias ao máximo com panquecas e um pouco de mel escorria pelo lábio inferior. Ela assentiu enquanto fazia um esforço para mastigar e engolir tudo.

— Pelo amor de Deus, Santana! Você pode ser uma loba, mas não tem que comer como uma! — Helena ralhou.

Santana engoliu com certa dificuldade e ajuda de um pouco de suco.

— Dane-se Helena! Sou uma loba alfa, esqueceu? Preciso me manter forte!

— Meninas, não briguem! — a mãe das meninas pediu. — E Santana, por favor...

— Ora, Indira, deixe a menina comer do jeito que ela quiser! Quem se importa? Eu, não. — Abuela falou enquanto roubava o mel das mãos da neta.

— Eu vou com você, se não se importar Rachel. — Helena falou. — Afinal com Santana no volante, muitas famílias perderão as caixas de correio.

Todos riram, exceto Santana.

Rachel

A casa dos Berrys poderia ser confundida facilmente pela de uma típica família americana. Havia uma cerca branca, o gramado era cortado semanalmente, e praticamente escovado, o verde brilhava. Em cima de duas fileiras de pedras postas ali justamente para isso estava o carro dos homens Berry. O clássico Volkswagen Jetta preto e ao lado dele uma moto GS1200 prata e preta que fez Santana dar uma pequena babada. Era fato que ela e Quinn compartilhavam em mais absoluto segredo a atração por motos.

— Chegamos. — Rachel anunciou. A morena as conduziu pelo quintal muito bem cuidado e girou a chave na porta que estampava no batente de cima um floreado 1516. Toda casa era decorada lindamente. E havia vários retratos de Rachel, e vários troféus e medalhas. A típica bem-sucedida família americana.

— Nossa! — Helena exclamou olhando a casa.

— O que? — Rachel falou parando perto da escada.

— Eu, sei lá, eu imaginava sua casa como uma miniatura do teatro da Broadway, ou um altar a Barbra Streisand.

— Não! — Rachel exclamou rindo. — Essa parte fica no porão.

Helena riu de leve. É claro, que teria isso.

O quarto de Rachel Berry era algo inesquecível. Na porta já havia uma enorme estrela dourada com as iniciais RB em rosa Pink. O carpete era de um rosa bebe quase branco. Havia uma cama de casal ao centro com lençóis brancos e, adivinhe, uma estrela dourada estampada. As paredes eram rosa claro, e o teto tinha várias estrelas. Tudo era limpo e organizado. E ao canto uma enorme pilha de bichos de pelúcia sorria para elas.

— Berry, — Santana falou. — seu quarto. É. Assustador. Só falta um maldito unicórnio rosa com estrelas cagando arco-íris passar por aqui.

— Você tem um unicórnio rosa Rachel? — Brittany falou espantada. — Oh, Deus, eu também quero! Nós podemos ter um, San? Hein? Por favor!

Santana olhou para Brittany desesperada.

— Britt-Britt, eu não sei... Bem... Um unicórnio. Onde eu arrumaria um?

Brittany teve seus olhinhos azuis cheios de lágrimas.

— San...

— Eu prometo que vou tentar! — Santana falou a abraçando.

Rachel pegou uma mala e começou a arrumar suas coisas.

— Rae! — Helena chamou apontando para um retrato na cômoda. — Esses são seus pais?

A foto, Rachel lembrou, fora tirada há um ano. Sua família havia ido a Chicago e parou no mesmo lugar onde supostamente Roxy e Velma do musical haveriam feito sua última apresentação. Os três se abraçavam e sorriam.

— Sim, o moreno é Leroy e o baixinho Hiram.

Os pais de Rachel pareciam ser gentis.

— O que aconteceu?

— Eles tiveram uma filha. Brincaram de boneca. E depois, foram curtir La vida loca. Fim da história.

— Eu sinto muito Rachel.

— Não sinta.

— Mas, eu sinto. Ninguém deveria crescer sem ter os pais por perto.

— Eu estou acostumada. — Rachel se controlou para não chorar. — A última vez que os vi foi na competição de coral. Eles sempre vêm para me ver competir. Acho que por isso sempre quero os solos. Assim, sei que eles estarão lá por mais uma noite, e ficarão um pouco mais depois no jantar. Eles nunca passam a noite, sabe?

Helena a abraçou por trás.

— Você tem uma nova família agora. E nós nunca vamos te abandonar. Eu prometo.

Rachel sorriu com os olhos cheios de lágrimas.

Russel

Russel Fabray era um homem conservador. Sempre foi. Ele ia à igreja aos domingos, cumpria as tradições de família, e se preocupava com sua imagem. A vida era simples. Até um ano atrás, quando ele se viu muito perto de perder a mulher que não sabia que amava. Isso colocou tudo sob uma nova perspectiva. O mundo que sempre foi preto e branco agora mostrava variadas nuances de cinza, e muitas vezes Russel se sentia a deriva. Mas nada, absolutamente nada, o confundia tanto quanto Quinn. Com ela era tudo acinzentado. Tudo era cheio de curvas e dicotomias. Duvidas e cenários hipotéticos. Russel se sentia cada vez mais perdido, sem saber como encerrar a distancia que ele foi o único responsável por criar entre ele e a filha.

E agora Rachel apareceu, e ele soube imediatamente quem ela era. Em um flash de imagens, Russel assistiu todos os sonhos que tinha para sua Quinn morrerem. Ele se deixou afundar nas imagens que invadiam sua mente e escapavam para um lugar sem volta. Visões dele entregando a filha para um digno e honrado rapaz no altar, ele e o genro trancados no escritório fumando charutos e tomando whisky enquanto discutiam negócios. Tudo isso evaporando no ar, bem diante de seus olhos. Dando lugar ao desconhecido, e para um homem como Russel, que sempre amou o controle, sempre soube onde estava pisando e o que esperar, o desconhecido era assustador.

Mas então ele recordou do conflito que assistiu nos olhos da filha. E Russel se obrigou a sair do torpor. Ele tinha que estar lá para Quinn. Agora ele só precisava descobrir como ajudar.

— Você parece cansado.

Russel olhou para cima de sua escrivaninha e encontrou Victória observando-o da entrada da porta.

— Tem sido um longo dia — ele encolheu os ombros.

Vitória assentiu e caminhou para dentro do escritório, sentando-se na cadeira de frente para o filho. Ficaram sem dizer nada por alguns minutos, mas a matriarca Fabray não via mais motivos para esperar.

— Por vezes você é demasiado um Fabray para o seu próprio bem. — ela disse, quebrando o silêncio. — Sei que em nossa família temos essa regra tácita de nunca falar dos problemas, mas tem sido tempo para mudanças. Penso que essa seria uma das boas.

— Estou preocupado. — ele cedeu.

— Não estamos todos? Um Alfa Verdadeiro recusado pela própria companheira! — Victória fez uma expressão de desgosto. — Nunca se viu algo assim. É um escândalo! — Russel se mexeu inquieto na cadeira. — Sem falar que isso pode torná-la fraca aos olhos da alcateia. E tudo o que não precisamos agora é fornecer munição para ratos como Michael provocarem uma insurreição.

— Sim, essa situação também me angustia, mas eu me referia a Quinn e Rachel.

— E sobre o que eu estou falando?

— Do Alfa Verdadeiro e sua companheira. — Russel inclinou a cabeça e olhou para mãe com cuidado — Preocupo-me com a alcateia, é claro que eu faço, mas neste momento minha prioridade é a felicidade da minha filha.

— Quinn é forte. Ela ficará bem.

— Talvez sim, talvez não. — ele respondeu. — A senhora tem razão quando diz que ela é forte, mas ela também está assustada, confusa. Eu posso vê-la se enterrando no suposto ódio que deveria sentir por Rachel e o que a vida ao lado dela representa, se afogando nos sentimentos estranhos. — a aura de culpa ao redor de Russel era quase palpável. — Dói saber que sou o principal responsável por seu sofrimento.

— E o que você pretende fazer para mudar isso?

— O que eu posso fazer? — Russel olhou cansado. Levou as mãos ao rosto e suspirou frustrado em suas palmas. — Talvez eu tenha estragado tudo sem chance de concerto.

— Essa não é a atitude de um Fabray. — Victória repreendeu. — Será uma estrada dura, áspera, e todos precisaremos de tempo para nos ajustar. — ela deu ao filho um olhar encorajador. — Elas precisam de você, a alcateia precisa de você. — sua postura tornou-se mais decidida. — Então pare de ficar sentado aqui sentindo pena de si mesmo e seja o homem que todos precisamos que você seja.

— Como?

— Seja o mentor da nossa Alfa. Você é aquele que pode guiá-la através de todos os lobos em pele de cordeiro que tentaram derruba-la. — dizendo isso, Victória levantou-se e saiu, deixando Russel para organizar seus pensamentos. Ela viu o brilho determinado nos olhos do filho, e então ela soube que tudo estaria bem. Seu trabalho aqui estava feito.

Rachel

Quando chegaram à porta dos Lopez depois da caçada da segunda noite de lua cheia, cinco roupões brancos e fofos os esperavam em uma pequena mesinha do lado de fora. Noah foi o primeiro pegando o maior e entrando na casa aos tropeços. Brittany e Santana o seguiram, Santana quase carregando Brittany aos cambaleios. Quinn sorriu e preparou-se para transformar quando notou a apreensão de Rachel.

“Algum problema?” enviou preocupada, apesar das duas estarem caindo de sono.

“Não sei bem o que fazer... Naquela hora foi puro instinto... Agora...”

Quinn esticou-se um pouco mordendo a orelha escura da Alfa — É só relaxar. Pense na sua forma humana.

Rachel se concentrou e ela e Quinn mudaram juntas vestindo-se o mais rápido possível. A loira parecia meio dormindo, meio acordada, e mal conseguia manter-se em pé. Rachel também se sentia cansada, mas não tanto quantos os outros pareciam. Com cuidado abraçou Quinn pela cintura, foi segurando-a no caminho até as escadas.

Puck ainda tentava subir as escadas, quando conseguiu deu dois passos e tropeçou no tapete caindo de forma estrondosa.

— Noah! — Rachel falou preocupada. Um ronco alto soou do garoto. Rachel revirou os olhos e continuou puxando a loira.

No quarto da latina mais nova, Santana se jogou na cama e adormeceu imediatamente. Brittany a seguiu colocando os braços ao redor da Companheira. Quinn deitou-se delicadamente no colchão ao lado da cama, e em menos de um minuto já ressonava. Rachel deitou-se a um metro dela e logo dormiu também.

Rachel fechou os olhos pelo que pareceram apenas minutos, quando ouviu um estrondo alto, caiu da cama de bunda no chão. Ela olhou para cima atordoada e encontrou uma Sue Silvester em roupas de exercito, rosto com pintura camuflada e o peito coberto de medalhas, parada na porta do quarto. A eletricidade pura que fluía da mulher fez qualquer pergunta que a morena poderia ter congelar em sua garganta. A treinadora tinha uma aura de glória homicida a sua volta.

— Nada como o cheiro da mediocridade logo cedo. — Sue zombou, olhando para os cinco adolescentes petrificados em seus lugares.

O comentário depreciativo foi o suficiente para ajudar Rachel a reencontrar a própria voz. — Por que você está aqui?

— É tempo para iniciar seu treinamento. — respondeu como se fosse obvio.

— Treinadora, – Britt chamou. — a senhora não vai amarrá-la na escada do parquinho e entregar bastões de baseboll às crianças dizendo que ela é uma pinhata cheia de doces, vai? – a loira perguntou seriamente preocupada.

— Como se eu usaria a mesma coisa duas vezes — Sue parecia levemente ofendida. — Apresse-se. — ordenou a Rachel abrindo a porta para sair do quarto. — e mini-Barbra?

— Sim?

— Bem vinda ao inferno.


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Notas finais do capítulo

Pra quem já tem perfil no Hanashi ou pretende fazer um em breve, gostaríamos de avisar que faremos um grupo pra Companheiro(a). Lá adiantaremos trechos dos capítulos antes de postarmos aqui, vocês poderão dar dicas ou tirar dúvidas de forma mais rápida e direta, levantaremos alguns tópicos de discussão pra ajudar a definir o futuro da fic, entre outras coisas.
P.s: na verdade, já fizemos o grupo, mas ainda não editamos.