P.O.V Angie

Eu olhei para o lado e o vi parado em frente à minha casa.

–O que você tá fazendo aqui? – perguntei andando até ele.

–Ei, calma. Só vim trazer uma coisa que te pertence. – ele levantou meu ipod.

–Ah, muito obriga… – mas quando eu fui pegar o ipod de suas mãos, ele não deixou, eu tentei de novo… E ele não deixou. – Me devolve!

–Não até você aceitar sair comigo. – ele disse com um sorriso de lado no rosto.

–Por que eu? Tem tantas garotas por aí que dariam tudo para ter um encontro com você.

–Por isso mesmo. Você é diferente, Angie!

–Oh, quem foi que te deu a intimidade para me chamar pelo meu apelido? – eu perguntei.

–Por favor! Um encontro e se você não gostar, eu te deixo em paz. – ele disse olhando em meus olhos.

–Um encontro e você me deixa em paz! – eu reforcei. Dei o meu número a ele.

–Ótimo! A gente se vê, Angie. – ele se despediu e foi embora.

Entrei em casa e dei de cara com a minha mãe olhando com uma cara maliciosa.

–Você vai sair com ele, filha? – ela veio correndo para me abraçar.

–Mãe, é só um encontro. Me deixa ir tomar banho. – eu pedi me desvencilhando de seu abraço. Quando vi o seu olhar triste, dei um beijo em sua bochecha e fui para o meu quarto. Tomei banho e coloquei uma roupa para ficar em casa. Almoçei e depois fiz a lição de casa. Dormi o resto da tarde e acordei com o apito de mensagem do meu celular.

“Amanhã, às 19 hrs, topa?”, era do Zayn.

“Depende, aonde vai ser?”, perguntei desconfiada.

“Surpresa.”

Eu até pensei em discordar, mas eu tinha acabado de acordar, e não estava a fim de discutir.

“Ok.”

Coloquei o celular de lado e fiquei no computador até umas 23hrs. Vesti meu pijama e fui dormir.

Acordei no dia seguinte mais cedo do que o normal. Fiz minha higiene e coloquei umaroupa, desci para tomar café da manhã e depois me despedi da minha mãe.

No caminho para a escola eu encontrei a Charlie, e como aproveitamos que ainda faltava um tempinho para a aula começar, resolvi contar para ela.

–Eu vou sair com o Zayn, hoje. – eu disse em um suspiro.

–OMG!Amiga, ainda bem que você resolveu abrir seus olhos e seguir em frente…

–Não, eu vou sair com ele porque ele devolveu o ipod, e esse é o nosso trato.

–Ah! Nossa hein, o que esse menino viu em você? – ela perguntou segurando a risada.

–Cala a boca. – eu bati nela fraquinho.

Voltamos a caminhar para a escola calmamente e conversando sobre coisas aleatórias. Quando chegamos lá, encontramos o Matt e decidi contar para ele também.

–Hm, decidiu sair da caverna, né. Mas, falando sério agora, e se você gostar do encontro? – ele perguntou cauteloso.

–NÃO! Eu nunca iria me divertir em encontro com um cara que se acha. NUNCA! – eu disse.

O Matt e a Charlie iriam protestar, mas o sinal bateu e tivemos que ir para as nossas salas. As aulas passaram mais rápidas do que eu queria e logo eu já estava voltando para casa.

*

Estava sentada em um balanço que tinha na sacada do meu quarto, quando eu recebo uma mensagem de texto da Charlie:

“Quer que eu vá aí para te ajudar à se vestir?”

“Não precisa, eu sei me vestir.”

“Do jeito que eu te conheço, você vai se vestir igual à Mortícia só pra assustar o garoto. Tô indo.” Eu revirei os olhos e guardei o telefone.

Quando ela chegou, cumprimentou a minha mãe e foi direto para o meu quarto.

–Bom, vamos dar uma olhada nisso aqui… – ela disse abrindo o meu closet. – Que saia lindal, amiga. - ela pegou uma saia vermelha.

–Essa saia foi o meu pai que me deu. – eu sorri ao lembrar dele.

Depois de muito procurar, ela finalmente achou uma roupa para eu vestir e me mandou tomar banho.

Eu me vesti (não me senti nem um pouco confortável naquela roupa, mas enfim) e a Charlie fez a maquiagem. Quando eram uma dez para às sete, o Zayn me mandou uma mensagem:

“Tô chegando.”

Ao ver a mensagem a Charlie deu sorrisinho excitado e se despediu de mim. Eu desci e fiquei esperando na sala.

Às sete, em ponto, eu ouvi a buzina de um carro.

–Divirta-se, filha. – a minha mão me abraçou.

Sai de casa e quando eu o vi, perdi o fôlego, literalmente. Ele estava lindo. Olhei para a sua expressão, e vi que ele olhava da mesma maneira para mim.

–Nossa, você tá, maravilhosa. – ele pegou a minha mãe e à beijou.

–O-obrigada. – eu gaguejei, mas logo me recuperei. – Para onde nós vamos?

–Eu disse que era uma surpresa. – ele piscou para mim. Fomos até o carro e ele abriu a porta de trás, eu entrei e depois ele.

Ficamos a maior parte do tempo quietos, até que ele quebrou o silêncio.

–Então… quantos anos você tem?

–18 e você? – perguntei sem o menor interesse.

–Também, mas meu aniversário está perto.

Ficamos mais um tempo em silêncio.

–Nós vamos para um lugar muito longe? – eu perguntei começando a me arrepender.

–Na verdade, nós já chegamos. – ele disse apontando para a janela.

“Nossa, um restaurante? Sério? Tããããão original.”, foi o que eu pensei na hora.

Ele saiu do carro e ofereceu à mão, eu apenas ignorei. Ele conversou com o segurança que nos deixou passar com um sorriso no rosto. Fomos guiado por um cara à uma mesa de frente a janela um pouco longe de onde tinha mais gente. Zayn puxou a minha cadeira e eu sentei.

Já tínhamos feito os nossos pedidos e ficamos, mais uma vez, em um silêncio constrangedor. Quando os nossos pedidos chegaram, começamos a conversar.

–Então, Angelyn, você sempre morou aqui? – ele perguntou.

–Sim, desde que eu nasci. – disse, colocando um pedaço de frango na boca depois.

Conversamos mais um pouco. Ele ficou sabendo um pouco da minha vida, e eu um pouco da dele. “Até agora está tudo bem, logo mais eu estarei indo para casa e nunca mais verei esse garoto novamente.”, eu pensei. Mas eu estava totalmente errada.

–Ei, eu sei que você não está curtindo nem um pouco esse lugar, que tal nós sairmos daqui? – ele perguntou com um sorrisinho torto no rosto.

–Pra onde você tá pensando em ir? – eu perguntei com medo da resposta.

–Só um minuto. – ele pagou a conta e depois pegou a minha mão. –Vamos. – e saímos de lá.

Agradeci mentalmente por ele não ser muito famoso em Tybee Island, porque se fosse, estávamos ferrados.