In Love With The Hero escrita por Jungie


Capítulo 16
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Olha quem tá de volta! Apesar da atualização, tenho uma notícia que pode não ser tão boa... mas que eu vou falar só nas notas finais. Parabéns atrasadíssimo às meninas pelo 5º aniversário de debut e estou comemorando até agora a medalha de ouro das minhas biases da delegação olímpica brasileira haha.



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Aish, Jieun, aonde você foi se meter?! – disse a voz irritada ao telefone.


– Por que você se importa tanto, Suzy? – Jieun suspirou e deitou-se em sua cama. – Eu disse que estaria de volta em alguns dias, não disse?


Eu me preocupo com você, ao contrário de toda aquela gente desalmada – o tom de Suzy abrandou-se. – Queria saber pelo menos onde você está.


– Mas não é necessário se preocupar! Eu estou tentando resolver um assunto que deixei pendente há muito tempo, só isso.


Mas eu só queria saber onde...


– Suji-yah! – exclamou. – Eu tenho uma razão para não lhe contar onde estou e o que pretendo fazer. Até onde Jiyong sabe, eu estou em algum hotel barato em Jeju procurando por Shim Changmin. E é apenas isso que você irá saber também.


Você está em Jeju?!


– Não! Não, eu não estou em... Suzy, sem mais perguntas tá bom?


Por quê? – questionou inocentemente. Jieun levou uma mão à testa e rapidamente tentou formular uma resposta que satisfizesse a curiosidade de Suzy.


– Escute, se o Jiyong souber que eu não estou no lugar em que eu o disse que estaria eu terei problemas. Grandes problemas. E eu me importo com você o suficiente para que não faça parte disso, entende?


Acho que sim. Mas quando é que você volta? Sabe, você é a única pessoa daqui que eu gosto e eu não confio muito naquele Taejin.


– Taemin – corrigiu Jieun.


Que seja! Ele me dá medo.


– Tenho que concordar com você nisso – Jieun sentiu um arrepio correr pelo corpo ao recordar-se do olhar gélido e desprovido de emoções do garoto. – Suzy, eu tenho que desligar agora.


Você não respondeu a minha pergunta!


– Eu não sei quando eu estarei de volta... talvez daqui a uma semana, talvez amanhã. Tudo depende de como as coisas irão acontecer.


Tudo bem – Suzy suspirou tristemente com a possibilidade de ter de conviver sozinha por uma semana no meio de pessoas a quem temia. Sentia-se feito um peixinho dourado no meio de tubarões. – Boa sorte com... o que quer que esteja fazendo aí. E não se machuque Jieun-ah!


– Se isso acontecer, eu ligo e você vem correndo me salvar. Combinado? – sorriu.


Contanto que não seja na hora da minha novela ou do Running Man.


– Ah, claro, vou me lembrar disso quando estiver sangrando até a morte.


Aish, não fale isso nem de brincadeira!


– Tá, Suzy, eu não vou me ferir. O que eu estou tentando fazer é inofensivo, acredite em mim. Logo estarei aí para lhe servir de travesseiro humano novamente. – Deu uma risadinha. – Se cuida.


Bye bye!


Jieun desligou o celular e enfiou o rosto no travesseiro, inalando o doce aroma do amaciante. Olhou para o quarto quase vazio e lhe ocorreram lembranças de um passado não tão distante, quando passava horas e até mesmo dias seguidos isolada em algum cômodo da luxuosa mansão dos Kwon feito uma princesa de contos de fadas esperando pelo Príncipe Encantado para libertar-lhe. Era uma prisioneira de seus próprios sentimentos, constantemente derramando lágrimas pela perda de sua antiga família e daquela a quem mais amava.


O Príncipe Encantado eventualmente aparecera. Porém não se parecia em nada com um rapaz bonito e elegante montado em um cavalo como nos contos, e sim uma adolescente inocente, um pouco aérea e meio estranha que atendia pelo nome de Bae Suji.


Ainda se recordava claramente do primeiro contato que teve com a garota. Sua reação fora de surpresa e até mesmo defensiva quando uma completa desconhecida repentinamente interrompeu o seu sossego anunciando que seria sua nova colega de quarto. Não demorou muito para que fossem formalmente apresentadas por GD; Suji – que agora respondia por Suzy, graças à mania do jovem herdeiro da família Kwon de distribuir pseudônimos aos seus subordinados – era o novo reforço de sua “equipe especial”.


“Suzy possui o dom da cura,” dissera GD. “Não lembra alguém que você conhece, Jieun-ah?”


Aquilo fizera Jieun ressentir a mera presença de Suzy naquele lugar. O simples fato da sua habilidade e seu estúpido eye-smile a lembrarem de alguém que fazia parte de um passado que nunca iria voltar.


Suzy, porém, fora a principal responsável por impedir que caísse em uma profunda depressão. Tudo graças à sua insistência e por aparentemente não entender o significado da expressão “me deixe em paz”. Certamente seria uma pessoa muito mais amarga se não fosse pela amizade que cultivava com a garota.


Sua pequena sessão de nostalgia foi interrompida pelo estridente barulho da campainha ecoando pelo pequeno apartamento. Jieun sentiu seu coração disparar sabendo quem era a única pessoa que podia tê-la tocado.


Fez o curto trajeto do quarto até a porta principal mais lentamente do que de costume, preparando-se para aquele momento tão esperado. Inconscientemente alisou o cabelo com as mãos umas três vezes e respirava devagar como se o ar fosse deixar os seus pulmões em definitivo caso não o fizesse. Girou a chave e sentiu um fraco arrepio quando sua mão entrou em contato com o metal frio da maçaneta.


Fechou os olhos e respirou fundo pela última vez. Estava tão perto do que mais queria nesses últimos anos, mas ainda não se sentia preparada para encará-la de frente depois de tanto tempo. O misto de sentimentos que vagava por sua mente era algo pelo qual jamais havia passado antes.


Porém tudo aquilo parecia insignificante perto da vontade de ver Taeyeon outra vez.


Finalmente tomou coragem para abrir a porta, o único obstáculo que as separava naquele momento. E lá estava ela. Um tanto diferente com o sobretudo marrom, a peruca loira e os óculos escuros, mas ainda sim incrivelmente familiar.


– Oi.


Taeyeon deu um sorriso tímido. Segurava um caprichado buquê de flores em uma mão – lírios, as favoritas de Jieun – e os óculos que havia acabado de retirar em outra. Foi a primeira vez que trocaram olhares em anos, mas tudo aquilo lhes parecia costumeiro. Permaneceram alguns longos segundos se encarando, nenhuma delas com vontade de quebrar o silêncio estranhamente confortável.


Era como se nada mais no mundo importasse – Jiyong, Jessica, Suzy, Tiffany e Yoona.


Não eram a Kid Leader e IU, mas apenas Taeyeon e Jieun.


– E então, não vai me convidar para entrar? – disse Taeyeon com uma risada.


– É claro, eu... pode entrar.


– Acho que já é óbvio, mas são para você – entregou-lhe as flores, curvando-se brevemente antes de adentrar o apartamento.


– São lindas, obrigada – Jieun fechou a porta e apreciou o aroma das flores, agradecendo com um sorriso. – Você veio sozinha? Sabe, eu normalmente esperaria mais precaução de sua parte.


– E você acha que eu estou vestida deste jeito por quê? – apontou para as próprias roupas que, combinadas com os óculos escuros, faziam um bom trabalho em esconder sua identidade. – Eu até tive o cuidado de disfarçar minha altura! – balançou o pé, deixando à mostra o sapato plataforma que calçava. – E ainda botei uma palmilha para parecer ainda mais alta. Isso tudo é desconfortável, você se importa se eu tirar?


– Claro que não, fique à vontade – negou com a cabeça. – Estou aliviada por ainda continuar sendo a mais alta.


– Eu não gostei do comentário, mas como foi você eu deixo passar – disse, tirando a incômoda peruca e os sapatos.


– Ah, então altura continua sendo um assunto delicado para você! – brincou. Taeyeon lançou lhe um olhar que deveria ser intimidador, mas que para Jieun não estava muito longe de ser a coisa mais adorável do mundo.


– Não acho que devia continuar me pressionando quando eu tenho isso.


Taeyeon tirou um revólver de sua cintura e o apontou na direção de Jieun. Não conseguiu conter o riso ao ver o semblante de horror no rosto da mais nova.


– Relaxa, até parece que eu iria lhe machucar. – Taeyeon deu um sorriso brincalhão e botou a arma em cima do sofá velho da sala, cobrindo-a com o sobretudo que havia acabado de retirar. – Eu ainda traria o spray de pimenta, mas alguém sumiu com ele lá em casa.


– Vejo que continua paranoica como sempre, Kim Taeyeon.


– E isso é ruim? – deu de ombros. – Mas então, você disse que tinha algo que queria escla...


Taeyeon foi interrompida pelo toque dos lábios de Jieun aos seus, uma sensação que há pouco tempo atrás daria quase qualquer coisa no mundo para ter novamente.


Se até aquele momento achava ter feito um bom trabalho em manter-se relativamente calma, apenas o contato do corpo de Jieun com o seu fez tudo desmoronar. Seus olhos estavam levemente arregalados, suas mãos instantaneamente começavam a suar e seu coração batia furiosamente contra o peito.


A mente de Taeyeon resolveu trabalhar contra a sua vontade e lhe trouxe flashes daquela fatídica noite com Jessica. Porém quando sua amada a empurrou contra a parede e aprofundou o beijo, os pensamentos sobre a americana já eram a última coisa em sua cabeça.


O beijo rapidamente evoluiu de casto e inocente para afoito e apaixonado. Deliciavam-se uma da outra feito duas pessoas famintas diante de um banquete suculento. Jieun percorria suas mãos pelo corpo da líder, que gemia ao sentir o toque delicado em suas áreas mais sensíveis. Por mais que não estivesse acostumada a estar sob o controle da mais nova, Taeyeon estava amando cada segundo daquilo.


Mas é claro, ainda tinha um dever a cumprir. Não estava lá apenas para matar saudades.


– Não... deveríamos... estar... conversando...? – disse Taeyeon entre beijos. Pôde ver a relutância nos olhos de Jieun quando separou seus corpos.


– Que tal eu te falar tudo mais tarde? – Jieun lançou um olhar sugestivo. – Na minha cama?


– Você não se parece mais com a Jieun inocente que eu conhecia – riu.


– Você também não se parece com a Taengoo de antes – deu um selinho nos lábios de Taeyeon. – Acho que é o seu cabelo. Lhe dá um ar de rebeldia.


– Eu gostei do seu cabelo também – Taeyeon olhou para baixo e enrubesceu como um garotinho do primário se declarando para o seu primeiro amor. – Deixa você ainda mais linda.


– Eu te amo, Taeyeon – sussurrou Jieun no ouvido de Taeyeon. – Mesmo depois desses anos eu nunca deixei de te amar.


– Você não tem noção do quanto me deixa feliz ouvir isso – Taeyeon abriu um largo sorriso. – Eu também te amo, Jieun.


Jieun riu. Uma risada despreocupada e aliviada de alguém que finalmente havia encontrado um motivo para sorrir. Pegou a mão de Taeyeon e entrelaçou seus dedos com os dela, segurando firme como se qualquer coisa pudesse a levar embora e ela desaparecesse feito um sonho. De certa forma aquilo era um medo constante; Jieun era quem estava lutando contra a maré naquela situação.


Mas nada disso importava.


Pelo menos naquele momento, Taeyeon era sua. E ela não iria deixa-la escapar.


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– Aigoo, essa minha irmã irresponsável! – resmungava Tiffany para o telefone enquanto andava em círculos pelo quarto.


– Sei que está preocupada com ela, mas você não poderia se preocupar parada? – reclamou Jessica, que acompanhava o desespero da amiga deitada na cama. – Eu já estou ficando tonta vendo você andar de um lado para o outro.


– Eu já liguei seis vezes, e sabe quantas vezes ela atendeu? – Tiffany virou para Jessica e a americana tinha certeza que ela podia arrancar os próprios cabelos a qualquer hora.


– Nenhuma? – Tiffany assentiu vigorosamente em resposta. – Fany, a Taeyeon é uma mulher crescida que lidera o nosso grupo. Ela não seria tão idiota a ponto de se meter em confusão depois do que aconteceu.


Tiffany apenas olhou para o chão, silenciosa.


– Ou... seria? – Jessica ergueu as sobrancelhas.


– Sabe, eu ouvi a conversa de vocês duas com a Seohyun no dia em que o Changmin chegou – Tiffany sentou-se do lado de Jessica, os dois pés firmes no chão. – Eu ouvi sobre Jieun e... eu conheço a minha irmã. Sei que ela daria algum jeito de encontrá-la.


– Ah, ótimo! – Jessica revirou os olhos. – Isso era a coisa que mais precisávamos agora! Nossa líder sendo uma boba apaixonada logo quando mais necessitamos dela.


– Também não é assim Jessi, ela não deixaria de lado suas responsa... – a expressão de Tiffany instantaneamente iluminou-se ao sentir a familiar vibração do celular em sua mão direita. – É ela!


– Me dá isso aqui! – Jessica tomou o aparelho das mãos de Tiffany antes que ela tivesse tempo de reagir e atendeu a ligação.


Fany-ah, eu...


– Não é a Fany-ah aqui – disse em um tom severo. – Por favor, que você não tenha saído escondida antes que todo mundo acordasse, preocupado sua irmã e ignorado todas as dez ligações dela...


– Foram só seis, na verdade – corrigiu Tiffany, inclinando a cabeça próximo ao ouvido de Jessica para que Taeyeon também pudesse ouvi-la.


– Tiffany, agora não! – empurrou a amiga de leve no ombro. – Como eu ia dizendo, espero que não tenha feito isso apenas por uma menina idiota.


Yah, garota! Quem você pensa que é para falar comigo assim?!


– Alguém que parece ter mais interesse em nossa sobrevivência do que você, aparentemente – bufou. – Espero que volte para casa inteira, ainda preciso continuar meu treinamento.


Jessica desligou antes que pudesse receber uma resposta de Taeyeon, apertando o botão com tanta força que teve de checar se não havia o quebrado. Tiffany encarava-a com um olhar confuso, tentando entender a razão da aparente raiva de sua amiga.


– Eu queria falar com ela, Jessi...


– Aish, me desculpe Fany – fechou os olhos e entregou o celular a Tiffany. – Foi por impulso.


– Por que tudo relacionado à minha irmã consegue lhe tirar do sério? – Tiffany bagunçou os cabelos de Jessica de maneira afetuosa.


– É, acho que ela tem esse dom – deu uma risada, sentindo-se mais relaxada. – Eu só fico irritada por ela botar tudo a perder só por causa de uma namoradinha.


– Nós nem sabemos se ela realmente foi se encontrar com Jieun! – Tiffany discou o número de Taeyeon pela sétima vez naquela manhã. – Você parece é que está com ciúmes.


Excuse me?! – Jessica olhou incrédula para Tiffany, que apenas ria silenciosamente em resposta. – Por que eu teria algum motivo para sentir ciúmes de Kim Taeyeon?!


– Estou brincando Jessi. Não precisa ficar toda irritadinha.


– Eu não estou irritada! – revirou os olhos.


Tiffany encolheu os ombros e deu o seu eye-smile característico, pedindo silêncio ao pressionar o indicador nos lábios. Levou o celular ao ouvido e então seu sorriso imediatamente desapareceu; Jessica sabia que Taeyeon estava prestes a levar uma bela bronca.


– Yah, Kim Taeyeon! – Tiffany levantou-se. – Você não tem noção do quão preocupadas você nos deixou? Seis chamadas não atendidas! Por onde você foi se meter?!


Tiffany retirou-se do quarto exclamando sermões e gesticulando excessivamente, deixando Jessica acompanhada apenas de seus próprios pensamentos.


Jessica botou as mãos atrás da cabeça e soltou um longo suspiro. Começou a refletir sobre a pequena provocação de Tiffany feita momentos atrás. De maneira alguma tinha ciúmes de Taeyeon, mas não sabia a razão do incômodo que sentia com a mera existência de Jieun. Aquilo lhe preocupava; por que sentia aversão a alguém de que sequer sabia a aparência, personalidade ou caráter?


Talvez a resposta estivesse justamente ali. Para Jessica, Jieun era apenas um conceito, uma ideia. Uma criança pode nunca ter entrado em contato com fogo, mas certamente sabe o perigo que ele representa. Era exatamente esta a maneira que se sentia em relação à garota: não sabia nada sobre ela, mas tinha o sentimento de que Jieun lhe representava uma ameaça.


Mas ameaça a quê?


Jessica soltou um gemido de frustração. Pensar demais às vezes podia ser tão problemático.


Pensou em entrar debaixo das cobertas e cair em um sono profundo, porém a última coisa que queria era ter de lavar a louça pelo quinto dia consecutivo por ter perdido o horário do almoço. Decidiu então que uma leitura leve seria o ideal para relaxar e tirar aqueles pensamentos de sua mente.


Levantou-se e foi até a modesta estante de livros de Sunny. Deu uma breve observada nos títulos e acabou por pegar as três menores obras, jogando-as sem cerimônia em cima da cama. Ao organizar a estante, algo chamou sua atenção. Viu um livro maior no vão entre os demais enfileirados, inclinado por trás deles como se alguém tivesse o escondido.


Puxou o tal livro com cuidado. A fina camada de poeira que o cobria e suas páginas amareladas indicavam que ele não tinha sido mexido em um bom tempo. Ao examinar a capa descobriu que era um álbum de fotos: na capa se lia “Dandyu Photo Album” com letras coloridas desenhadas de canetinha. Afastou o álbum de seu rosto e soprou a poeira, limpando o restante com a outra mão.


Jessica acomodou-se na cama e apoiou o álbum sobre os joelhos. Leu o que estava escrito na contracapa e então sua curiosidade fora atiçada a níveis extremos.


Este álbum pertence a:
Sunny Bunny ^-^ e Kim Taengoo~


Logo na primeira página encontrava-se uma foto de Taeyeon e Sunny nos que Jessica imaginava serem seus quinze ou dezesseis anos. Apesar de não terem mudado muito fisicamente – apenas os cabelos longos que não mais ostentavam – ainda eram bem diferentes: não via em Taeyeon suas olheiras e olhar cansado, ou em Sunny um ar maduro e sábio. Faziam caretas para a câmera, e Jessica podia ver a inocência em seus olhos. Sentiu uma pontada no coração ao pensar em tudo que tinham sofrido desde então.


Virou a página e foi recepcionada por uma foto em família das irmãs Kim sorridentes. Yoona não mudara em nada, notou. Já Tiffany usava os cabelos curtos, o que a fazia aparentar ser ainda mais jovem. Um sorriso não pôde deixar de brotar em seus lábios ao ver Taeyeon de um jeito tão descontraído, tão... dorky. Completamente diferente da Taeyeon que conhecia.


Jessica folheou rapidamente as páginas, passando por rostos estranhos e familiares. Viu a transformação de Seohyun de uma garota inocente a uma bela jovem. Viu Sunny sendo beijada no rosto por um garoto desconhecido. Viu Changmin celebrando no meio de um bando de meninos que não lembrava de terem sido mencionados nos meses em que já passara em Seul.



É, pelo visto muita coisa havia acontecido antes de ela entrar em cena.
Pulou para a última página. Nela havia a foto de um belo casal de jovens abraçados fazendo caretas engraçadas, similar à primeira foto do álbum. Embaixo, escrito em apenas uma linha, lia-se:


“Em memória de Jung Yunho e Kwon Boa”


Jessica rapidamente fechou o álbum e enfiou-o debaixo do travesseiro ao ouvir batidas na porta. Pegou um dos livros que estava em cima da cama e abriu-o em uma página aleatória, fingindo estar o lendo.


– Uh... pode entrar!


– Sou eu – Sunny enfiou a cabeça na fresta da porta semiaberta e sorriu. – O almoço está pronto.


– Ok, já estou indo – assentiu, não tirando os olhos do livro. – A leitura está muito emocionante, sabe.


– Jessica... esse é um livro infantil.


– Er... – Jessica ergueu os olhos lentamente para encarar Sunny. – Isso é preconceito de sua parte, Sunny! Desde quando livros infantis não podem ter uma história profunda e envolvente?


– Desde que foram feitos para um público alvo que não iria captar tamanha profundidade? – riu baixinho.


– Por que você guarda um livro de criança na sua estante então, hein? – questionou, na esperança que Sunny não notasse nada de errado.


– Foi uma das únicas coisas que eu trouxe quando fugi de casa e me juntei às garotas. Tem valor sentimental.


– Entendo – voltou sua atenção para o livro. – Daqui a pouco eu vou. Só quero terminar de ler a história do... – olhou a capa do livro. – ...garoto da capa.


– Não precisa ir agora se quiser – disse Sunny, ainda rindo. – Taeyeon é quem vai lavar a louça hoje. Punição por ter sumido sem avisar.


– Ela está bem? – encarou Sunny novamente e franziu a testa. Apesar de tudo, no fundo Jessica ainda estava preocupada com a líder.


– Está. Disse que iria resolver uns problemas, mas que tomou a devida precaução – suspirou. – Disse que bolou uma maneira de nos contatar caso algo acontecesse. Estamos prontas para mandar Changmin via teletransporte a qualquer momento.


– Sabe, deveríamos botá-la em rédeas curtas. Só porque é a líder não significa que deva sair por aí fazendo o que quiser.


– Isso é uma discussão para outro momento, Sica. – Sunny sorriu, mas estava claro em sua expressão que não era com sinceridade. – Estaremos lhe esperando.


Sunny fechou a porta silenciosamente e Jessica esperou alguns segundos antes de puxar o álbum debaixo do travesseiro. Abriu uma página qualquer e, para sua sorte, encontrou justamente o que estava procurando.


Uma foto de Taeyeon abraçando uma garota visivelmente mais nova por trás. Podia ser apenas uma imagem, mas Jessica podia captar a mais pura felicidade em seus olhos. Não precisava nem relacionar a aparência da garota com a descrição de Tiffany para saber que aquela era Jieun. Leu então os comentários feitos a caneta no resto da página.


“Taeyeon-ah! Você sabe que eu gosto de você mais do que a SY gosta de comida, não é? Saranghaeyo, babo-yah!”


“Obrigada por fazer dessa danshin ahjumma aqui uma das pessoas mais felizes do mundo keke... saranghaeyo, Jieun-ah~”


“Arrumem um quarto! -Sunny”


Jessica fechou o álbum de fotos e o enfiou debaixo do travesseiro novamente. Não, definitivamente não estava com ciúmes de ninguém.


Ou era o que ela queria acreditar.


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Notas finais do capítulo

Então... daqui pra frente eu talvez possa demorar um pouco pra atualizar. Recentemente meu interesse e inspiração pra escrever não andam tão altos quanto deveriam, mas não se preocupem! Isso é algo passageiro. E além disso tenho que recuperar minhas notas do primeiro semestre na escola, então talvez não me reste tanto tempo assim. ;;
De qualquer maneira, ainda tem muita história pra rolar. Minha previsão inicial era de 27 capítulos + epílogo, mas tenho certeza que irá passar disso. Enfim, espero que tenham curtido esse último capítulo e que continuem acompanhando mesmo sem atualizações frequentes. Muito obrigada a vocês que leem e sempre me motivam a escrever mais! ♥