POV Daniel

– A banda vai ser melhor assim! Sem você! – Eu disse, percebendo a burrice que fiz. Ela estava com lagrima no olhar. Eu não tive mais coragem de encarar e virei a cara. Ouvi a porta batendo atrás de mim.

Por que essa garota me tira do serio? Ela tem esse dom... Ela não canta melhor do que eu... Mas tenho que admitir, ela canta muito bem, ate mesmo quando perde o tom. Ela canta no mesmo padrão do que eu. Admito, mas só para mim.

– Daniel! De novo não! – Félix falou, tendo um dos seus ataque. – Por que você faz isso? Ela estava cantando perfeitamente e você faz isso. Quer destruir a nossa banda?

– Parabéns Daniel! você perdeu a melhor vocalista! Sem ela, não existe banda! Ela é única... – Disse Martim, sarcástico e serio, coisa que quase ele nunca fazia.

– Eu sei que ela é única... - Falei mais para mim do que para eles.

– O que você falou? – Martim perguntou.

– Nada! Vou pedir desculpas. Vou pedir para ela voltar, de novo. – Disse atravessando a parede.

Fui ate o quarto dela, bati na porta, tentando fazer o máximo para ser um “bom” antiguado. Como não ouvi nenhuma resposta, entrei de imediato. Sera que aconteceu alguma coisa com a Julie?

Mas ela não estava, ainda bem … Mas aonde ela foi?

Chateada, brava, magoada... Para onde a garota iria? Claro, que pergunta besta. Ela só podia estar na casa da Bia ou na loja com a Bia.

Fui primeiro na casa da Bia, fui direto no quarto dela. Antes de bater na porta, ouvi uma pequena conversa feminina.

– Eu não entendo o porque ele faz isso! Estou ate estudando mais ate alguns dia ate dói a minha garganta... Por causa dele, para ele parar de pegar no meu pé.

– Mas você não pode abandonar a banda por causa dele.

Achei uma brecha na conversa delas, bati na porta, não iria entrar de supetão, se eu quero que a Julie volte para a banda. Atravessei a porta. A Julie estava no puf gigante roxo no chão, nos “pés” da cama, com o net no colo e a Bia estava deitada de costa para cima, olhando para Julie. Quando entrei, as duas me encararam, o olhar da Julie era de magoa e da Bia de preocupação.

– E você não vai abandonar a nossa banda... – Disse calmo, apenas grifando o “nossa” da frase.

– Agora quem me expulsou, não quer que eu vá?! Não é muita hipocrisia de falar isso? – Julie me encarou.

– Não acho, não! Queria falar contigo, se for possível a sós. – Encarei a Bia. – Por favor. – Sorri para Bia e ela entendeu o recado.

– A minha amiga não vai em qualquer lugar, ela vai ficar.

– Julie, é melhor vocês conversarem. – Piscou para ela e ficou em pé e foi indo em direção da porta. Quando passou por mim, tocou no meu ombro como boa sorte.

Esperei a Bia se afastar totalmente do quarto, estava chegando a hora de dizer a verdade. Julie me encarou, ainda deitada, sentada no puf.

– Quer falar alguma coisa, pode começar. – Ela disse, muito fria. Essa conversa não vai ser nenhum pouco fácil... Como eu não tenho um gênio muito fácil...

– Julie, a culpa não é minha se você esta errando nos tons... – Ela me interrompeu.

– Espere ai, Daniel... Estou sempre tentando melhorar, sempre tentando agradar ao teu gosto fantasmagórico e ainda você reclama?! E você faz alguma coisa para melhorar o teu querido gênio? – Ela disse ríspida. Quando ela falava, levantou-se e foi para minha frente. Cruzou os brações e me encarou. Se ela pudesse, ela me matava outra vez.

– Oh Juliana! Estou tentando fazer o melhor de mim. Estou aqui tentando pedir desculpa pela idiotice que fiz, mas você não esta ajudando em nada...

– Essa eu não sabia! Agora eu tenho que ajudar você para me pedir desculpa?! – Disse ela irônica, olhando para baixo. Respirei fundo, tentando me acalmar. Puxei o rosto dela para cima, segurei ele com as duas mãos.

– Julie, vim para te pedir desculpas por aquilo que eu falei. Eu sou um cretino. A banda não existe sem você. Você é única. A banda precisa de ti. Me desculpa e volta. – Aproximei o meu rosto no dela, eu ia fazer uma coisa, mas parei no meio do caminho. Fiquei encarando os olhos dela.

– Você é mesmo um cretino. Tudo bem, eu volto. – Larguei o rosto dela e abracei ela. – Mas sobre uma condição. – O olhar dela era de vingação.

– O que foi dessa vez, Julie? – Lá vem bomba.

– Você precisa me ajudar a conquistar o Nicolas. Precisa descobrir tudo sobre ele. Que cor ele gosta, qual é o maior sonho dele, o que ele gosta de fazer quando esta livre, o que ele gosta em mim, fora os meus olhos, isso eu já sei. Todas as informações possível.

O que?! Eu vou ajudar ela conquistar ele? É isso que eu ouvir?! O mané nem gosta dela. Por que eu menti para ela?! Agora ela acha que o idiota gosta dela. Aquele cretino é idiota, mané, nerd, mentiroso, fútil... Mas se é preciso para ela volta numa boa, eu vou ajudar.

– Só faço isso pela banda, eu te ajudo. Mas não entendo a tua ficção por esse mané. – Revirei os olhos e parei de abraça-la. – Vamos ensaiar?

– Vou daqui a pouquinho, pode indo. Ate mais.

Ela beijou meu rosto e abri a porta para eu sair. Não aceitei, passei pela parede. Vi a Bia subindo as escadas. Agora, elas iriam fofocar bastante.

Voltei para o quarto dos fundos. Os cretinos me encheram de perguntas e respondi todas. Que eu me desculpei com ela, que eu fui um cretino, ela iria volta. Ela estava na Bia, etc...