– Eu sempre choro em casamentos! - Disse Rin enchugando as lágrimas com um lenço - É tão fofo!

Ela, Len, Meiko e Megume estavam sentados na primeira fileira ao ar livre, em frente a uma grande árvore. Desde que haviam saído da mansão, passaram a ter suas vidas normais de novo. O sol das 8 da manhã brilhava nos rostos deles e algumas folhas e petálas voavam. Kaito acabara de “beijar a noiva”.

“Isso vai ser bom pra desenfetar o beijo que eu dei naquele duque tarado.” Foi exatamente isso que ele pensou quando deu um beijo na garota.

O vestido de Miku era lindo, tomara-que-caia, com alguns diamantes cintilantes sobre a saia, seu cabelo solto, o que não era muito normal (ela sempre costumava usar dois rabos de cavalo em cada lado da cabeça). Logo começou uma música, e os noivos começaram a dançar valsa.

– Quer dançar comigo, mana?

Perguntou Len com um sorriso adorável, as maçãs do rosto coradas enquanto estendia a mão para Rin, que também estava vermelha.

– M-mas é claro!

Os dois deram as mãos e começaram a dançar. Podia se ver a gordinha da senhorita Delacour dançando com seu marido magricelo, entre outras mulheres que estavam presas na mansão.

Megume e Meiko estavão solteiras, e continuaram sentadas.

– Isso é estranho - Disse Meiko com uma cara séria para Megume - Luka não saiu com a gente da mansão?

– É... eu não a vi enquanto vinhamos para a cidade.

As duas continuaram com as cabeças baixas, pensativas, até que foram interrompidas por dois rapazes.

– As senhoritas estão sozinhas? - Disse o primeiro, era meio baixo mas bonito, com olhos verdes e cabelos claros. Ele piscou o olho e estendeu a mão para Megume - Gostaria de dançar comigo?

Ela corou.

– S-sim!

Disse a garota e se levantou. Os dois formavam um casal muito fofo.

O outro era alto e magro, tinha os cabelos ondulados negros na altura do ombro e olhos azuis. Meiko o achou lindo.

– Sim! Eu quero dançar com você!

Ela segurou as mãos dele enquanto gritava e pulava da cadeira.

– Mas... Eu nem lhe convidei ainda! Quer dizer, eu ia pedir isso mesmo, e... - E sorriu - Deixa para lá, vamos dançar...

– Meiko-chan e Megume-chan estão arranjadas! - Disse Miku enquanto abraçava Kaito - Assim como Len e Rin... é meio estranho, mas...

– Eu te amo. - Disse Kaito - E mais ninguém.

A imagem de Gakupo chegou na sua mente involuntariamente. Ele inclinou a cabeça e beijou-a, tentando esquecer de tudo. Miku retribuiu o beijo, feliz, por ter conseguido finalmente se unir ao seu verdadeiro amor.

***

Luka observava a cidade de longe. Ela estava sentada em uma colina, bem fora do território urbano. Havia uma pequena barraca atrás dela, a moça estava com os cabelos cor de rosa presos em um rabo de cavalo, uma blusa frouxa e uma saia curta.

– Não adianta olhar assim para essa cidade, não podemos mais pisar lá.

– Você está horrível.

– Você também estaria se fosse salva nos últimos segundos de sua vida.

Luka olhou para Gakupo que saira de dentro da barraca, sem camisa, mostrando um corpo delgado, porém, com os músculos do abdômen e braços definidos. Ela havia passado alguns dias cuidando dele com muita dedicação, para que o rapaz sobrevivesse. Tudo havia saído como a garota havia planejado, e ele estava quase recuperado, não corria mais risco de morte.

– Meus antídotos lhe salvaram. Eu... Não iria conseguir viver sem você. Nada iria fazer sentido. Eu te amava muito além daquela maldição idiota. - Ela relembrou quando deu meia volta antes de sair pela porta da mansão e correu até seu quarto tirando o frasco com o antídoto mais poderoso que possuía e dando para que ele pudesse beber.

Gakupo estava mais pálido do que o normal e com algumas olheiras. Mas logo ia voltar a ser o mesmo de antes.

– Eu sei... não sei como te agradecer. Eu também te amo, Luka. Você é o amor da minha vida, desde os meus 14 anos. E foi a única que não me deixou.

Ela sorriu.

– Sim... Quando tinha 12 anos, eu fiquei muito surpresa quando você disse que gostavade mim... mas não queria me entregar fácil, eu te julguei pelas aparências. E olha só, você ficou lindo quando cresceu. Não me leve a mal, eu era apenas uma criança. Quando nós fomos crescendo, fui percebendo que realmente sentia algo por você, Gakupo. Mas para onde nós vamos agora? Todos pensam que você está morto - Ela parou de falar quando ele sentou-se ao lado dela e colocou a mão em seu ombro. Recomeçou. - Não temos pra onde ir, nem dinheiro...

– Eu tenho dinheiro - Disse Gakupo - Quer dizer, vou ter. Irei vender aquela mansão, tudo o que tenho dentro dela e vou comprar algo mais simples em outra cidade. Vamos ter dinheiro suficiente para vivermos com tranquilidade. Espero arranjar um emprego também...

Os dois sorriram. Luka encostou sua cabeça no ombro dele.

– Fico feliz em saber que você não tem mais aquela maldição terrível.

– A maldição... ela se desfez quando minha vida estava no fim.

Os dois olharam um para o outro. Beijaram-se. Ele segurou as dua bochechas dela amavelmente enquanto os lábios roçavam-se. Gakupo sentiu-se de algum modo bem diferente enquanto o beijo fluía, era algo sadio, doce, sem maldição, perdas de sanidade e nenhum tipo de loucura. A não ser a do amor.

- Eu te amo, Luka.

- Também te amo, meu amor.

~Fim~