– Pensei que você iria direto procurá-lo... Estava tão apressado para chegar na mansão do cara! - Disse Len para Kaito, os dois estavam andando cada vez mais para o centro da cidade, ao invés de sair dela em direção à mansão do duque - Espere aí... você está indo a uma loja feminina ?! Qual é, virou gay agora? Não ia salvar as garotas?

– Cale a boca, Len.

Os dois entraram em uma loja feminina chamada “Senhorita Delacour”. Len estava assombrado, desesperado e com medo. Sua irmã era tudo para ele, e para piorar a sua situação Kaito parecia não ligar muito.

– Ah... Essa loja é bem conhecida, Rin costuma vir comprar vestidinhos floridos... Rin... ela é tão linda ... Estou com tantas saudades da minha irmã...

– Meu Deus, Len - Falou Kaito com rispidez - O amor probido de vocês até que daria em uma boa história de romance...Tome cuidado, porque do jeito que você está pode atacá-la a qualquer momento, você sabe que isso é incesto!

– Hm, esqueça o que eu disse, Kaito-kun. - E virou a cabeça para o lado - Não sou tão louco a ponto de atacar a Rin. Ah, mas o que você vai fazer na Senhorita Delacour? - Disse Len antes de perceber que Kaito já havia entrado na loja - Espeeeeeeeeeeeeeeere aí Kaito-kun!

A loja era pequena, e as paredes eram pintadas com diversos tons de rosa, com jarros e buquês de flores coloridas e incrivelmente fofas nos quatro cantos da parede. Milhares de vestidos, sapatos, perucas, jóias, tecidos e tudo o que qualquer mulher adoraria ganhar de presente estava exposto.

– Que loja gay...

Murmurou Len, revirando os olhos.

– Isso aqui é uma loja para mulheres – Disse Kaito - Elas gostam de coisas rosas e fofinhas.

– Bom dia rapazes - Disse um velho magro com óculos imensos que estava no balcão da loja - Pretendem comprar um presente para alguma garota especial?

– Quem me dera que fosse isso - Disse Kaito passando a mão nos cabelos azuis escuros - Mas, não senhor, eu vim aqui para... Hm, cadê a senhorita Delacour? Ela que costumava nos atender...

O velhinho pegou um lenço e começou a chorar, assoando o nariz ruidosamente.

– A minha querida mulher, Delacour... ela sumiu! Assim como as outras mulheres do país, que estão desaparecendo! Estamos em uma situação alarmante! Até nossas melhores clientes estamos perdendo!

– Calma, calma - Disse Len para o senhor. Depois virou-se para Kaito e murmurou no ouvido dele - Esse duque é realmente louco! A senhorita Delacour deveria ter uns 40 anos e era muito gorda... Pelo jeito ele aceita todas! Eu, hein! Espero que ele não tenha tocado na minha Rin!

– Se ele só gostar de mulheres “cheinhas” Então não vai tocar na Rin... ela nem tem seios!

– Respeite-a! A RIN É PERFEITA!

Gritou Len.

– Senhor - Disse Kaito ignorando totalmente o garoto que gritava alguns palavrões para ele - Eu gostaria muito, mas muito mesmo que o senhor arranjasse um vestido e uma peruca. É o melhor jeito para eu me camuflar e entrar nessa mansão.

– Se você inventar de dar um beijo no duque... vou te declarar um gay oficial, Kaito - Disse Len com uma risada.

– Você é muito corajoso, meu jovem - Disse o velhino. Len já estava ficando vermelho por ser tão ignorado - Mas tem certeza de que o que está fazendo é certo? Você tem certeza absoluta que esse tal duque é o responsável? - Ele pegou um vestido azul e um espartilho.

– Tenho sim! Quer dizer, pelo menos irei investigar! - Disse Kaito - E-eu tenho que usar espartilho?!

Gemeu ele. Len começou a rir.

– Mas é claro - Disse o velhinho - Todas as mulheres usam - E piscou o olho.

***

Os raios de sol bateram na janela do quarto onde estava Gakupo, Meiko e Luka. Luka abriu os olhos e olhou para Gakupo, que continuava dormindo e Meiko também. A expressão facial dele enquanto dormia parecia algo nostálgico, impossível de ocorrer enquanto ele estava acordado. Luka admirou seus lábios finos, suas sobrancelhas elegantes e os músculos definidos. Ele era lindo, sem sombra de dúvidas.

Ela lembrava-se perfeitamente da noite anterior... O duque estava completamente fora de si e de algum modo ela também se sentiu assim, mas teve algo diferente, que Luka não conseguia explicar, não era uma sensação estranha, mas também não era algo natural, mas a garota tentou esquecer isso. Ele parecia um louco com elas.

– Meiko-chan... - Luka falou baixinho por cima de Gakupo e cutucou o braço dela - Está acordada?

– Hm... - Meiko abriu os olhos castanhos e olhou para Luka - Estou agora.

– Meiko, eu senti algo estranho enquanto...

– Se “divertia” com ele? - Completou Meiko, com um riso estranho, como se estivesse embriagada - Eu seeempre sinto...

Meiko fez menção de cair no sono novamente.

– Não é isso... Eu senti como se já o tivesse conhecido antes, fora dessa mansão... embora já tenha passado tantas noite com ele... só tive essa sensação agora.

– AAAAAI! - Gritou Meiko - Está pegando na minha bunda?!

Gakupo abriu os olhos com um sorrisinho.

– Gakupo-sama, estava acordado esse tempo todo?! - Gritou Luka, segurando o lençol.

– Vocês duas são umas delícias - Disse ele - As melhores. E fechou os olhos, com um sorriso pevertido.

Os 3 se levantaram da cama e vestiram as suas respectivas roupas.

– Luka - Disse o duque - Gostaria de falar com você... mais tarde. Poderia vir me encontrar na sala de estar hoje a noite?

– Uhm, sim - Murmurou a garota, corando. - Quando quiser.

Megume estava andando com Miku e Rin pelo jardim da grande mansão. As garotas haviam dormido um pouco, mas com dificuldade. Tiveram uma noite cheia de sonhos e pesadelos ilógicos. Elas passaram por várias mulheres de diversas idades sentadas em bancos e perto da fonte que não parava de jorrar.

– Aqui é bom para esfriar a cabeça - Disse Megume, sentando-se na beirada da fonte, enquanto algumas gotas pingavam em seu vestido. - Com o tempo vocês se acostumam a viver neste lugar.

– A mansão é abarrotada de mulheres - Disse Rin - O duque fica se divertindo com elas o dia todo?

– Eu quero muito vê-lo novamente - Disse Miku - Estou tão apaixonada...

– Sim... - Disse Megume - Embora ele passe mais tempo com a Meiko e a Luka.

As três garotas conversavam até que Gakupo apareceu, saindo da porta de entrada, caminhando calmamente e com elegância. Ele pegou Miku e Rin pelos pulsos.

– Vocês estão lindas... Mais do que a primeira vez que as vi. - E as conduzio em direção a mansão. Elas o seguiram, encantadas.

Megume não falou nada, mas viu quando ele piscou para ela. A garota tremeu.

“Ele deve ser poucos anos mais velho do que o Kaito... é bem jovem..." Pensou Miku enquanto ele a levava. Quando estava perto dele não conseguia raciocinar direito, e o nome ''Kaito'' era estranho para ela, pois só tinha olhos para o Duque.

– Sinto muito por não ter dado atenção a vocês - Suspirou Gakupo com um sorriso - Juro que amanhã vocês não vão ficar assim, passeando pelos cantos sem nada para fazer.

Ele encostou Miku em uma das paredes da mansão e começou a beijá-la. Ela retribuiu o beijo e o agarrou por trás do pescoço. Essa seria uma espécie de traição para Kaito, mas ela não conseguia se lembrar do rapaz quando estava com o duque. Ele fazia movimentos rápidos com os lábios, ferozes, famintos. Como se houvesse algo a mais dentro dele que não se contentasse com coisas simples.

Miku sentiu-se feliz, ela ficava mais apaixonada por ele a cada segundo daquele beijo. Rin observava tudo, ela até que se lembrou de Len, mas a cada dia que se passava as lembranças ficavam mais remotas e não só ela mas como as outras garotas não conseguiam sair de perto do duque... muito menos da mansão. Ele saia raras vezes para dar um volta na cidade com seu capuz e atrair mulheres. Luka ia passando por eles, Gakupo estava a ponto de tirar o vestido da Miku.

– Luka! - Disse ele olhando para ela, interrompendo o bejio. Seus olhos sempre brilhavam quando a viam, mais do que com qualquer outra garota.

– Uhm, Gakupo-sama - Disse ela, de algum jeito a garota parecia estar com ciúmes da Miku, ou algo parecido - E-eu...

Gakupo deixou Miku de lado, murmurando um "depois eu volto", e seguiu Luka, os dois começaram a andar pelo jardim.

– Não conte para ninguém, mas você é a minha favorita.

Disse ele, com um sorriso torto.

– Eu pensei que fosse a Meiko. Ou então nós duas.

– A Meiko não se compara a você.

Luka sentiu-se um pouco envergonhada.

No fundo Gakupo sabia que ela não gostava dele de verdade, mas o efeito da maldição servia para satisfazer seu desejo.

– Beije-me - Murmurou Luka - Eu me sinto muito feliz quando estou perto de você, e mal quando está com qualquer outra que não seja eu.

– Isso se chama ciúme - Disse ele com um leve sorriso, tomando-a em seus braços. - Fico feliz que você sinta isso, mas saiba que eu não me controlo, principalmente quando estou com Meiko, Megume ou você.

Luka fingiu que não ouviu aquilo, ela não sabia se o amava, se o odiava, se o temia, só sabia que quando estava próxima dele perdia o controle de seu corpo e de sua mente.

Os dois se beijaram, sentindo o vento assanhando seus cabelos. As línguas entrelaçaram-se fazendo movimentos rápidos, mas delicados. Luka estava deixando-se levar por aquela sensação excitante.