Sweet Homework escrita por Puella


Capítulo 4
Parte 3 - Da mancada à segunda chance


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é um dos melhores!
Aproveitem!



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Shoran's POV


Há quase uma semana ela vinha tendo as aulas comigo, sem nenhum progresso aparente, o que começou a me deixar profundamente irritado. A Kinomoto parecia clamar por uma reprovação, mas mesmo assim não deixei o meu desânimo transparecer, eu ainda tinha três semanas para reverter aquela cabecinha com cérebro de ervilha.

Sempre relapsa, e nunca achava a formula certa e ao mesmo tempo desinteressada por aprender, muito pelo contrário, ela parecia gozar da minha cara enquanto eu explicava, hoje mesmo pela manhã ela havia passado dos limites!

Flashback on


Como de costume eu chegando pelo corredor próximo à sala de aula, e justamente hoje eu encontrei a Kinomoto acompanha de algumas garotas que conversavam alegremente.

– Olá Kinimoto – eu falei naturalmente.

As meninas olharam para ela e depois para mim, o que veio a seguir foi o que me deixou irritado. Ela voltou a falar com as colegas me ignorando completamente. Eu podia até ser quieto ou calado, mas sempre, digo sempre, respondia aos outros quando me cumprimentavam.

– Olá Kinomoto – eu falei um pouco mais alto, chamando sua atenção – não se esqueça que teremos o reforço depois aula.

Ela finalmente pareceu prestar atenção em mim, com um riso debochado respondeu.

– Só se for nos seus sonhos! De certo você deve está me confundindo com outra garota Li-kun! - nisso as outras meninas riram divertidas.

A olhei com os olhos semicerrados e depois caminhei pra dentro da sala.

Flashback off


Nunca me senti tão constrangido como naquela hora. Ela deve pensar que eu sou um idiota, mas não, eu não sou, tanto que eu não vou deixar barato.

Ela vai ver só uma coisa...


Sakura's POV


Ai, ai, ai... eu acho que o Li não gostou do que eu fiz, só sei que depois do que aconteceu, ele me olhou mortalmente durante a aula inteira. Ele é sério quase sempre, mas aquela cara “assassina” era bem diferente. Só espero que isso não afete as aulas de reforço, acho que vou dar um bombonzinho como desculpas.

Não consegui nada durante a semana que se passou, acho que se eu tivesse que aprender matemática desde o princípio, voltar ao primário não seria o suficiente, só que eu não tenho muito tempo, preciso pegar o meu lugar de volta no clube de torcida, as meninas sabem que eu to suspensa, mas ela não sabem que eu to fazendo aulas de reforço, isso seria humilhante – e Meilin e Nakuro com certeza me atormentariam com isso - já que eu sempre fazia subornos para nerds.

Após me despedir de Tomoyo-chan e Eriol-kun, eu fui prontamente em direção a aula de reforço – a fim também de quebrar o clima estranho do sr. Chato – mas ao chegar na sala ela estava trancada. Estranho. Será que ele não estava lá? Ou será que ele não havia chegado ainda? Logo o senhor pontualidade? Desconfiada eu resolvi espiar pela fresta e para minha surpresa – e emputecimento – eu o vi sentado na mesa, lendo tranquilamente.

Bati na porta mas não obtive resposta, dei uma batida mais forte chamando em seguida e o que se sucedeu foram passos rápidos e uma porta aberta bruscamente, ele me olhou e antes que lhe dissesse algo fechou porta na minha cara.

Imagine cara de “pocker face” que eu fazia naquele momento.

Irritada, eu bati mais uma vez e com mais força, só podia ser mais uma das suas armas de chantagem emocional, dessa vez ele abriu novamente a porta saindo de dentro dela como se fosse um vulto, com uma cara que me assustou um pouco. Seu rosto parecia mais sério que o normal.

– Puxa, você não parece bem... - falei sem graça.

– É mesmo? Deu pra reparar não foi? - ele falou sarcástico e depois continuou, seco – O que você quer?

– Ora, você é meu professor de reforço esqueceu?

– Agora eu sou seu professor? - ele falou com um sorriso sinistro seguido de uma gargalhada que me assustou – até onde eu sei, eu estava dando reforço para uma outra menina certo? Você deve ter se enganado.

Caramba, ele tava com muita raiva mesmo.

– Não! Sou eu!

– Ah, - ele se fez de entendido – é verdade, mas só se suas coleguinhas da torcida não ficarem sabendo, certo?

– Isso mesmo! Espera aí? Como é que você sabe disso?

– É fácil ler a sua cabeça oca – ele falou me irritando profundamente.

– Ei! - eu falei me segurando para não voar no pescoço dele.

– Agora eu preciso ir – ele falou colocando a mochila nas costas.

– Ir? Como assim? E a aula? - perguntei preocupada.

– Não vou mais te ensinar – ele disse indo embora pelo corredor, e eu fui ao seu encalce.

– Mas como assim, não! Você não pode fazer isso!

Ele se virou e disse:

– Posso sim! Ainda mais depois do que a senhorita fez! Acha mesmo que eu daria aulas pra você depois daquilo? Eu não sou nenhum tipo de idiota, caso você achava.

– Mas...

– Mas nada! Agora se vira! Se quiser aulas de reforço procure outro otário!

– Espera Li... - eu falei visivelmente desesperada – não faz isso...

– Agora é tarde! - ele disse indo embora - deveria ter pensado nisso antes sua tonta!

– Droga! Lá se ia a minha única chance de aprender matemática, mas eu não desistiria tão fácil assim...


***

No dia seguinte eu resolvi ir falar com o Li. No intervalo fui atrás dele a fim conversarmos para que ele voltasse a dar as aulas de reforço pra mim. E lá estava ele, sentado sozinho, comendo uma maçã e um suco de frutas enquanto lia um livro - bem grosso.

– Li... - eu falei meio baixo.

– Ele ignorou completamente a minha presença, fazendo um barulho alto enquanto chupava o canudo do suco.

– Li! - eu gritei, já irritada.

– O que quer? - disse sem tirar o livro do rosto.

– Eu... - ele mal me deixou falar.

– Se é o que estou pensando – disse abaixando o livro da cara – esqueça. Sem chance. Nem pensar.

– Ei! Eu nem disse nada!

– E nem precisava... - e nisso voltou a ler, me ignorando novamente.

– … – não sabia o que falar, até que puxei um assunto qualquer – O que está lendo?

– O Capital. Estou lendo algumas obras de economistas ocidentais.

– Ah – fiz uma cara de que achava interessante – Olha... sobre ontem, eu queria pedir desculpas.

– Nossa! Acho que estou ouvindo vozes - ele falou olhando para cima – com licença senhorita, se não se importa, meu tempo é precioso, por isso vou me indo – falou pegando suas coisas e saindo em seguida.

– Li, eu to falando sério – e eu tava mesmo.

– Hum... será que eu acredito... hum deixa eu ver... não!

– Mas...

Então ele se foi novamente, fiquei desolada, outra chance frustrada. Fiquei sentada na cadeira onde ele estava, e agora? O que eu faria?

– Algum problema Sakura-chan?

– Eriol! - me virei deparando com meu colega de sala – Não, não é nada!

– É que vi que você estava falando com o Li... aconteceu alguma coisa?

– Não... por quê?

– Não, é que geralmente o Li não costuma conversar com todo mundo, principalmente com as garotas.

– É? - falei estranhando – Eu achava que ele não falava com ninguém.

– Bem, ele fala – disse Eriol - eu o conheço um pouco, só fala sobre coisas relacionadas aos estudos. Há quem diga que ele é misógino.

– Mi- o que? - falei sem entender.

– Misógino.

– E o que é misógino?

– É um tipo de pessoa que odeia o sexo feminino.

– Credo! - então minhas suspeitas estavam claras, era provável que ele fosse... ah! Por isso que ele era tão chato comigo!

– Mas – Eriol falou pensativo – eu acho que não é nada disso. Acho que na verdade ele é muito tímido. Mas fiquei surpreso quando vi vocês dois conversando...

– É uma longa história Eriol – falei desanimada de novo.

– Talvez eu possa te ajudar – ele falou sorrindo – Hoje temos treino de basquete, se você quiser esperar o treino até o fim, será facil de você conseguir falar com ele.

– Isso seria ótimo! Obrigada Eriol! - falei batendo palmas de felicidade.

– O turma! - disse Tomoyo aparecendo em seguida.

– Oi! - eu falei mais animada.

– Oi Tomoyo-chan – Eriol respondeu rindo em seguida, deixando uma certa garota coradinha.

– Oi... - ela respondeu corada.

Ficamos conversando até o final do intervalo. Depois da aula, eu fiquei próxima a quadra onde aconteciam os treinos do clube de basquete esperando por ele. Quando o treino terminou, vários rapazes saíram de lá, até finalmente aparecer o Li. Ao me ver ele ficou sério e tentou seguir pelo outro lada, porém rápida, eu conseguir barrá-lo.

– Você!

– Eu! - não estava disposta a deixá-lo ir – Temos que conversar!

– Não temos nada o que conversar – ele respondeu seco.

– Não! - bradei novamente – Agora me escuta!

– Você é insistente hein?

– Não adianta, você não vai me vencer pelo cansaço! Agora, volta a me ensinar de novo, por favor!

– Eu já disse que não! N-A-O-til ! Não!

Caramba, e eu disse por favor. Entrei em desespero.

– O que você quer? - eu disse visivelmente perturbada.

– Quê? - ele falou meio assustado.

– Quer que eu me humilhe, me rebaixe, te implore de joelhos?! Tá bom! Eu faço! Mas por favor, volte a dar aulas pra mim...

– E por que logo eu? - ele falou se desvincilhando das minhas mãos.

– Porque você é tão inteligente... e eu... eu sou só uma cabeça oca e vazia – meus olhos se encheram de lágrimas – e como você mesmo disse, ninguém mais iria querer me ensinar, só me resta você Li, por favor... - não aguentei e chorei copiosamente.


Shoran's POV


Vi aquela menina se debulhar em lágrimas, chorando feito uma criancinha, admitindo a própria burrice que coragem. Droga, senti pena dela, não gosto de ver meninas chorando. Vendo que eu não falava nada, ela resolveu dar meia volta, rendida.

– Espera – eu falei despertando.

– Sim? - ela se virou rapidamente pra mim.

– Ok, eu te ajudo...

– Que bom! Eu...

– ainda não terminei! - falei tentando parecer frio.

– desculpe...

– Vou impor algumas condições.

– Claro! O que você desejar!

– É o seguinte, eu dito as regras. Você as obedece. Sem atrasos, sem soninho na hora em que eu estiver explicando. Preste atenção e faça todos os exercícios que eu pedir pra você fazer – enquanto eu falava, ela concorda com a cabeça – E por favor, não me ignore quando estivermos na sala. E mais uma coisa...

– O quê? - ela falou resoluta.

Tirei um lenço do bolso.

– Enxugue esses olhos, é que eu não gosto de ver gente chorando.

Ela pegou o lenço e limpou o rosto, depois olhou pra mim com os olhos inchados e brilhosos, como se eu fosse a última esperança da humanidade ou algo assim.

– Obrigada Li, prometo que darei o meu melhor! Não vou desapontá-lo!

– E é bom mesmo – falei falhando um pouco na minha frieza – Então até amanhã Kinomoto.

– Me chame de Sakura! - ela falou rapidamente – Prefiro que as pessoas me chamem pelo primeiro nome.

– Como quiser, até mais Sakura.

– Tchau – ela falou saindo alegremente, correndo tão rápido que acabou tropeçando em coisa alguma – Eu estou bem!

Apenas suspirei pesadamente, eu teria que ajudar a cabecinha de ervilha novamente.

Que Deus me ajude!




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Notas finais do capítulo

Legal não? Espero que dessa vez eu tenha mais reviews!! (Não desaminem a autora!)
Bjs!



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