POV. Natália.

            - Como assim você tem uma mensagem do meu irmão? – indagou Edmundo à ninfa loira a nossa frente. Já se passaram dois dias desde que nos separamos dos outros e, agora, nos encontrávamos no Espelho D’água, pouco depois do nascer do sol.

            - Vocês estão correndo perigo. – disse ela – Ele pediu para que eu viesse avisá-los. – ela caminhou até as margens das águas cristalinas do Espelho. Uma de suas mãos tocou a superfície liquida causando pequenas ondulações. Na água formou-se a imagem de Pedro. Aproximamo-nos mais para ouvi-lo.

            - Ed, Nathy, espero que essa mensagem não tenha chegado tarde. Bom, Julia e eu fomos atacados, está tudo bem conosco, mas descobrimos que há ninfas contra nós. É, nós, eu, você, a Lucia, o Caspian, a Susana, enfim... Por esse motivo temos que ficar juntos de novo. Vá com Adrya, ela levará vocês até onde estamos, de lá iremos ao encontro dos outros. Venha o mais rápido possível e, por Aslam, tomem cuidado. Até mais. – então a imagem se desfez em algumas ondinhas.

            - Vamos. – chamou a ninfa.

            Logo voltamos pelo bosque, montados em nossos cavalos seguindo a loira que ia a pé a nossa frente, oscilando.

            POV. Jill.

            - Qual o seu nome mesmo? – perguntou Eustáquio.

            - Ecco. – a ruiva respondeu. – Mas não temos tempo para interrogatórios! – ela bateu pé impaciente.

            - Ei, calma, eu sei que não sou rei, mas sou praticamente um Lorde, ta? – reclamou ele. Prendi o riso.

            - O Rei Pedro me mandou aqui para leva-los em segurança até ele. Temos que ir o mais rápido possi... Ah! – ela arfou quando uma flecha raspou seu braço, sangue manchou seu vestido cor-de-caramelo.

            - Ah, meu Deus! – gritei quando outra flecha atingiu meu cavalo, saltei para trás de Eustáquio. Este puxou sua espada, apontando-a na direção em que as flechas vieram. Das árvores surgiram algumas ninfas armadas.

            - Ecco, desculpe por isso. – disse uma delas, a mais alta.

            Elas atacaram. Puxei minha espada e saí golpeando. Lutei usando o pouco de esgrima que havia visto nos filmes e seriados. Duelei contra uma ninfa de cabelos arroxeados e olhos prateados, ela caiu quando um golpe marcou de sangue sua roupa, começando no ombro e terminando na cintura. Cravei minha lamina nas costas de uma morena que iria atingir Eustáquio por trás. Ele matou sua oponente e Ecco a dela.

            - Obrigado. – ele falou. Sorri tímida.

            - JILL, CUIDADO! – gritou Ecco.

            Virei a tempo de aparar um golpe da ultima ninfa, defendi novamente, mas ela lançou minha espada para longe e, sem tempo de reação, senti algo gelado atravessar minha barriga. A ninfa puxou a espada suja de meu sangue e eu caí de joelhos, curvada sobre mim mesma.

            - NÃO! – gritou Eustáquio que matou a ninfa antes que ela desferisse o golpe que me mataria. Ecco já estava ao meu lado, impedindo-me de cair na relva. Eustáquio embainhou a espada e se lançou de joelhos ao meu lado. – Jill, fala comigo! – pediu com os olhos desesperados, embora seu olhar tenha mexido comigo, não consegui falar nada, a dor e o sangramento pareciam sugar todas as minhas forças. – Ecco, ela vai ficar boa, não vai? – sua voz saiu chorosa e suplicante. Ecco olhou para mim.

            - Talvez, mas temos que tirá-la daqui. – pôs-se de pé ajudando Eustáquio a me erguer. Ela me apoiou enquanto ele subia em seu cavalo, logo me puxou para cima do animal também, aconchegando-me. Deitei a cabeça em seu ombro deixando um fraco gemido de dor escapar de meus lábios.

            - Shh... – acalentou-me sussurrando apenas para mim. – Não se preocupe, vamos tirá-la daqui, vai ficar tudo bem, você vai ver... – prometeu.

 Ele não disse mais nada, a partir dali senti apenas o vento da cavalgada enquanto aos poucos minha visão ia escurecendo.