Fic Aulas De Amor escrita por YumeKoushirou


Capítulo 2
Continuação Cap 1.




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- Espero não ter feito nada errado Sr. Uzumaki.

- Oh não, não. Seu trabalho é excelente, Srta. Hyuuga, não tenho queixas. O assunto que quero lhe falar é... É totalmente diferente. - A surpresa foi maior ainda. E ele parecia tão nervoso que Hinata resolveu ajudá-lo.

- Gostaria que eu fosse buscar uma xícara de café, Sr. Uzumaki? Estarei de volta num segundo.

- Aceito, obrigado - o Sr. Uzumaki respondeu prontamente. - Estarei esperando em meu escritório quando voltar, Srta. Hyuuga.

Hinata ficou observando enquanto ele se afastava e em seguida levantou – se. Aquele dia de fato já começara estranho. Logo cedo o despertador não tocara. 

Depois havia derrubado café na gravata nova, chegara atrasada e agora o Sr. Uzumaki agindo completamente fora de seus hábitos. Só gostaria de saber o que viria a seguir.

A copa onde serviam café ficava no mesmo andar em que Hinata trabalhava, no final do corredor. Pegando rapidamente uma xícara, encheu-a com café colocando dois torrões de açúcar no pires.
Uma voz masculina soou bem atrás dela quando já ia sair.

- Oi, Hinata! Você está linda esta manhã. Aliás, como sempre.

Hinata se voltou devagar reconhecendo a voz de Sai, um rapaz moreno com ares de conquistador, que trabalhava no mesmo departamento que Ino.

- Obrigada, Sai. - Ela puxou o suspensório dele com a mão livre e soltou-o dando uma risada maliciosa. - Você também está lindo, sabia?

O rapaz riu e olhou a xícara de café.

- Precisando de uma dose extra de cafeína depois da noitada com Sasuke?

- Não, estou perfeitamente acordada, Sai. O café é para o Sr. Uzumaki. A propósito, quem lhe contou sobre Sasuke?

- Querida Hinata. Você sabe que este lugar seria tedioso se não tivéssemos a sua vida social agitada como assunto.

- O que foi que fiz para merecer um amigo como você, Sai?

Ele riu dando um leve tapinha no rosto de Hinata.

- Coisinha linda! E por falar nisso, como vai o "Homem das Neves" esta manhã?

- Não o chame assim, Sai. – Hinata saiu para o corredor. - O Sr. Uzumaki é o melhor chefe que já tive.

- Imagino.
Sai a seguiu. - Aposto como ele é o único que ainda não cantou a bela secretária que tem. E pelo que dizem a respeito do nosso gênio, você não vai precisar se preocupar, amor. Hinata apertou o passo e, quando chegou à porta do escritório, virou-se para ele, irritada.

- Volte para o seu trabalho, Sai. Você me dá enjôo, sabia?

Sai soltou uma gargalhada e antes de afastar-se assoprou-lhe um beijo.

Conforme havia dito, o Sr. Uzumaki esperava por ela em seu escritório. Hinata bateu de leve na porta e entrou. Encontrou-o distraído olhando para a enorme janela de vidro de onde se viam edifícios modernos cercados pelas nuvens cinzentas de inverno.

- Aqui está o seu café Sr. Uzumaki. Bem forte, como gosta.

- Obrigado, Srta. Hyuuga. - Ele pegou a xícara sorrindo. - Não é sua obrigação fazer isto, você sabe. Não sou daqueles que acham que a secretária deve ser uma escrava. 

- É claro que sei Sr. Uzumaki. E não me sinto uma escrava só por trazer-lhe uma xícara de café, imagine.
Ele sorriu, indicando a cadeira que Hinata costumava usar quando anotava os ditados. 

- Sente-se, por favor, Srta. Hyuuga.

A cadeira era de madeira maciça e escura como os demais móveis do escritório. Hinata sentou-se, ajeitou a saia e olhou para o chefe do outro lado da escrivaninha. O Sr. Uzumaki tinha cabelos, de fato, bonitos, pensou. Loiros, brilhantes, apenas necessitando de um corte mais moderno. Tinha certeza como Richard, seu cabeleireiro, faria maravilhas com aquela cabeleira farta e sedosa.
Lentamente, ela desviou a atenção dos cabelos para os olhos. Eles lhe pareciam azuis, mas não podia afirmar com segurança. Os óculos a impediam de ver com clareza. Mas havia os lábios a considerar. Puxa que boca tinha o Sr. Uzumaki. Como não havia reparado antes? Se tivesse que apontar algum defeito naquela boca sensual e bem desenhada, seria a de nunca vê-Ia rir. Raras vezes curvava-se num sorriso, mas jamais ria com prazer genuíno. 

De repente Hinata percebeu que o Sr. Uzumaki a fitava de uma forma estranha.
Desviando rapidamente os olhos se deu conta de que o estivera examinando como se ele fosse uma escultura numa galeria de arte.

- Quer que eu pegue meu bloco, Sr. Uzumaki? – indagou rapidamente.

- Não é preciso. - Ele tomou um gole de café. - O assunto é... É pessoal, digamos assim.

Hinata começou a ficar nervosa. O Sr. Uzumaki nunca havia discutido nenhum assunto pessoal com ela! Durante aqueles dois anos trabalhando com ele haviam mantido um relacionamento puramente profissional! A ponto de ela muitas vezes se esquecer da existência dele, a não ser quando o via no escritório. A menos que não estivesse se referindo a si próprio, mas, sim. A ela. Era possível que quisesse chamar-lhe a atenção devido ao número de telefonemas que recebia de rapazes. Ou às flores que ocasionalmente lhe mandavam ali para o escritório.
Não agüentando mais o clima de suspense, Hinata resolveu arriscar.

- Há alguma coisa errada, Sr. Uzumaki? Porque se fiz...

- Não, Srta. Hyuuga - ele a interrompeu. - Quero dizer, há. Isto é, não.

Os olhos de Hinata se arregalaram e ela ficou aguardando que ele se decidisse.
- Na verdade não sei bem por onde começar, Srta. Hyuuga. Eu... Bem, eu...

- Por que não vai direto à questão? - sugeriu com um sorriso. - Às vezes é mais fácil do que se imagina.

Pela primeira vez o Sr. Uzumaki pareceu relaxar. Sorriu também, e pelo pouco que o conhecia, Hinata deduziu que não iria ouvir um sermão.

- Talvez tenha razão, Srta. Hyuuga. - Ele concordou colocando a xícara de café sobre a mesa e levantou-se. Em seguida pôs-se a andar pela sala.

De sua cadeira, Hinata limitou-se a observá-lo. O Sr. Uzumaki só tinha trinta anos, sabia disso através de documentos. Então por que diabo se vestia e agia como um velho? Já notara que as roupas dele eram finas e caras, mas sempre tão antiquadas... Aquele terno cinzento que ele estava usando, por exemplo, era de um tecido lindíssimo, possuía um corte impecável, mas dava a impressão de ter pertencido ao avô dele! Ninguém mais andava de calça, colete e paletó.
Muito menos com gravata listrada de azul e branco e sapatos sociais pretos! Não se conformava que um homem com tão boa aparência e tão jovem se portasse como um senhor de idade!

- Como sabe Srta. Hyuuga, - ele finalmente começou a falar - os feriados de fim de ano estão chegando. Teremos festas e reuniões quase todos os dias.
Hinata se animou. Agora ele tocava num departamento do qual era grande conhecedora: festas! 

- Oh sim, Sr. Uzumaki. É a minha época favorita do ano.

- Fico contente em saber, pois nesse caso vai gostar de me ajudar.
Ajudá-lo? Estaria o Sr. Uzumaki com intenção de dar uma festa e a queria como anfitriã? 

- O que tem em mente, Sr. Uzumaki? Sem querer ser convencida, já devo ir adiantando que entendo um bocado de festas.

Naruto examinou satisfeito a expressão radiante de Hinata e sorriu consigo mesmo. Sim, ele havia feito a escolha certa. Aliás, sempre se orgulhara de sua capacidade de julgamento não só nos negócios, mas também das pessoas. Anos de experiência o haviam ensinado a avaliar todos os ângulos e tomar decisões com muita frieza e bastante lógica. E daquela vez não fora diferente. O objetivo sem dúvida era um tanto inusitado, mas se tudo corresse como planejara, não havia por que não dar certo.

- Estou certo de que está por dentro do assunto, Srta. Hyuuga - comentou, pensando no número de admiradores que ela possuía. - E é por isso que quero uma... Ajuda, digamos assim.

- Ajuda...?

- Algumas dicas, como você diria.

- Dicas?!

Os olhos de Naruto baixaram para as pernas de Hinata. Ela havia acabado de cruzá-las e ele não resistiu à tentação de admirar os tornozelos moldados pelas meias de náilon.

- Não sei que outro nome dar ao que desejo de você - disse então, forçando-se a erguer o olhar. Há dois anos, mulher alguma conseguira distraí-lo por um minuto sequer. Mas Hinata Hyuuga vinha fazendo misérias com seu autocontrole.
- Desculpe Sr. Uzumaki, mas por que não começamos do início? Não sei se estou entendendo bem aonde quer chegar.

- Tem razão, Srta. Hyuuga. Talvez seja melhor começarmos pela festa da véspera do ano-novo.

- Refere-se àquela que a Sooner Fidelity oferece aos executivos da firma todos os anos?

- Essa mesma.

Graças a Deus, Hinata pensou. Enfim começavam a chegar a algum entendimento.

- E o que há com a festa do dia trinta e um?

- É que um velho amigo meu de Nova York estará vindo para cá. E vai trazer a sua prima, Sakura, com ele.

- Sim, mas onde entro nessa história?

Ele andou até o fim da sala e só então voltou a falar.

- Sakura e eu estudamos juntos na faculdade. Ela era muito bonita, inteligente e bastante popular entre os rapazes. - Naruto limpou a garganta. - Você sabe, eu... Eu tinha uma grande queda por ela. Mas Sakura nem notava a minha existência.

Hinata não sabia o que dizer. Era difícil imaginar o Sr. Uzumaki caído por alguma garota. Ao mesmo tempo odiava a idéia de uma esnobezinha qualquer tê-lo maltratado. Ele era tão gentil, merecia muito mais. 

- Eu sinto muito, Sr. Uzumaki. Não a tem visto ultimamente?

Naruto a fitou confuso.

- Quem?

- Sakura. Não a viu mais desde os tempos de faculdade?

- Oh sim, sim, é claro. Mas poucas vezes. Aliás, faz bastante tempo desde a última vez. E é por isso que gostaria que me ajudasse antes que ela chegue Srta. Hinata. Ela e o primo vão ser meus hóspedes durante o fim de semana da festa, por isso achei que seria uma ótima ocasião para nos conhecermos mais... Mais intimamente. Quem sabe, se Sakura perceber que mudei, vai me dar uma chance.

Hinata ergueu as sobrancelhas.

- Quer dizer que continua interessado nessa tal Sakura?!

- Sim, muito interessado. E digo mais. Considero-a mulher ideal para mim, mesmo sabendo que não temos muito em comum.

Que coisa mais estranha para se dizer, Hinata pensou. Não tinham nada em comum, mas ela era a mulher ideal para ele?

- Ao que me parece está querendo provar a tal Sakura que pode ser o homem da vida dela?

O rosto de Naruto se iluminou. Pela primeira vez Hinata o viu sorrir abertamente e ficou pasma diante dos dentes maravilhosos que ele exibia.

- Isso mesmo, Srta. Hyuuga! Eu sabia que iria me entender.

Na verdade ela não havia compreendido tão bem assim. A começar pelo fato de que não conseguia relacionar o Sr. Uzumaki com qualquer mulher que fosse. 

- Se bem entendi, Sr. Uzumaki, gostaria que eu lhe desse algumas dicas sobre como entretê-la, aonde levá-la, certo?

- Exatamente, Srta. Hinata. E outras coisas também. 

Hinata por fim sorriu mais satisfeita. 

- Terei prazer em ajudá-lo, Sr. Uzumaki. Mas, é claro, será preciso que me dê algumas informações sobre Sakura. 

Naruto pegou a xícara de café, torcendo para que Hinata não notasse seu olhar preocupado.

- Informações sobre Sakura...? Oh sim, sim, é claro. Isso é vital, não é mesmo? - Ele a fitou por cima da xícara. - O que vai fazer esta noite? - indagou rapidamente.

- O que disse? 

Naruto sentiu que corava, mas procurou controlar-se.

- Estou querendo dizer que se não tiver um outro compromisso podemos nos encontrar para conversarmos um pouco mais, Srta. Hyuuga.

- Bem, eu...

- Podemos jantar fora, se quiser. Pagar-lhe um jantar é o mínimo que posso fazer para agradecer sua ajuda.

Hinata não acreditava no que acabava de ouvir. Ela jantando com o Sr. Uzumaki? Bem podia imaginar o quanto Sai e Ino ririam quando soubessem! Só que não saberiam, ela decidiu. E nem Sasuke, com quem combinara ir a uma lanchonete após o trabalho.

- E por que não, Sr. Uzumaki? - Aceitou com um sorriso. - Eu adoraria jantar fora. Só espero poder ajudá-lo com sua Sakura.

- Pois aposto como vai, Srta. Hinata. - Ele sorriu satisfeito. - Não tenho a menor dúvida.

Hinata olhou aflita para o relógio.

- Não seria melhor começarmos a trabalhar agora, Sr. Uzumaki?

- Sem dúvida, mas antes quero lhe pedir mais um favor, Srta. Hinata.

- Pois não?

- Não quero que comente este assunto com ninguém, está certo? O que quero dizer é que mexericos no escritório são contraproducentes.

- Não tenho o hábito de revelar confidências, Sr. Uzumaki. O que falamos aqui dentro é estritamente confidencial para mim. – Hinata sorriu e levantou-se. - Vou pegar minha prancheta, com licença.

Bem, a pior parte estava concluída, Naruto pensou quando ela se retirou. 
A "fase um" havia saído exatamente como ele planejara. Agora daria inicio à "fase dois".



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