Eu ainda me lembro de como estava nervoso por ter partido tua janela.

“Porque tinha que acontecer comigo?” Eu pensava.

Eu bati nervoso e completamente sem jeito à porta de tua casa, já preparado para ouvir, de cabeça baixa, uma voz zangada a dizer o quanto irresponsável eu era.

Eu ouviria tudo e no final pediria desculpas, encarregava-me das consequências e jurava que aquilo nunca mais ia acontecer.

Mas quando a porta se abriu eu não ouvi nenhuma voz zangada. Apenas a voz suave e compreensível de sua mãe dizendo para eu levantar minha cabeça.

E, no momento eu que eu a levantei, eu vi o sorriso que, exactamente como naquele momento, preenche a razão da minha existência.

O mundo saiu debaixo dos meus pés, não para me fazer cair, mas para me fazer flutuar. Quando dei por mim já estava preso no sorriso que exibias com tanto carinho.

Admirei-te assim que te vi. A maneira como sorrias mesmo quando a vida não te tinha sorrido era, sem dúvida, o exemplo mais puro de força para mim.

A partir daquele momento, passas-te a ser o meu mundo.

E hoje, agora, quando te vejo vestida de branco, percebo realmente a sorte que eu tive em ter sido eu a partir a tua janela.

Nunca fiquei tão feliz por ter atirado uma bola tão mal.

Yui, eu prometo que, no amor e na tristeza, na saúde e na doença, eu te amarei sempre.

Hinata.