X

(Ponto de Vista: Cross/Kuran Yukki)

Era uma tarde ensolarada. Fazia muito tempo que não via a luz do sol

Zero-kun disse que queria me levar a um lugar que ele considerava, vamos dizer assim, especial.

- Zero-kun. Pela ultima vez, onde está me levando? Por favor, me fale! – pedi já curiosa

- Dá para esperar?

- Chato! – bufei e pudi ouvir uma risada – Eu quero abrir meus olhos, que coisa!

- Terei que vendar sua boca também? Fique quieta!

Estava curiosa. Já havia alguns minutos que Zero havia-me, ahm, seqüestrado para esse passeio misterioso dele.

 - Chegamos...

 Ele tirou gentilmente a venda que cobria meus olhos. Meus olhos percorreram todo o local.

Estávamos em um lindo e enorme jardim cheio de pequenas flores e arvores frutífera.

Sorri. Nunca havia visto um lugar tão lindo assim.

Os raios de sol batiam leve em meu rosto, abri meus braços e respirei um pouco de ar puro, era gostosa essa sensação. Isso não agradava muito Zero, que rapidamente foi para um lugar com sombra.

Deveria ser porque ele era um vampiro?

- Fico feliz que tenha gostado. – sorriu Zero

- Gostei muito. – retribui seu sorriso – Não gosta mesmo da claridade não é mesmo?

- Nem um vampiro gosta Yukki...

Lembrei-me do que estava fora do palácio. E se eles me pegassem aqui e pensassem que estava fugindo.

Eu estaria morta, com toda certeza do mundo. Estremeci com esse pensamento e Zero percebeu.

- O que foi Yukki? Estava tão feliz até agora pouco.

- Se eles me pegarem aqui iram me matar e iram te castigar. Não quero que nada de ruim te aconteça Zero-kun... – disse com medo

- Eu não vou deixar que ninguém te machuque certo? Fique tranqüila, pequena.

- Mas isso é contra as regras... – disse a inocente que nunca quebrou uma regra na vida

- E alguma vez eu as cumpri?

Ri do seu comentário. Apesar de ele ser estranho e quase nunca rir, gostava desse jeito rebelde de Zero.

Ele me fazia bem, muito bem.

Sentei-me na beira do pequeno lago que ali tinha.

Era uma água cristalina tava até para ver alguns peixinhos laranja, muito bonitinhos.

Zero me olhou demoradamente me fazendo corar violentamente. Ele sorriu com essa minha ação e entrelaçou seus dedos nos meus.

Fiquei com um enorme sorriso bobo no rosto.

- Yukki, me prometa uma coisa? – perguntou Zero

- Sim Zero-kun.

- Nunca se esquecerá de mim ou desse momento?

- Jamais esquecerei Zero-kun.  – sorri

- Eu te amo Yukki.

Zero acariciou minhas bochechas com seu dedão e se aproximou lentamente de mim.

Apertei a barra de meu vestido. Seria receio de fazer algo errado?

Seria o meu primeiro beijo, estava com medo de fazer algo errado e ele não gostar.

Zero começou a rir da minha cara de “nunca beijei ninguém antes”.

- É o seu primeiro não é? – perguntou Zero ainda rindo

 - Sim. – disse ficando vermelha e Zero riu mais ainda. Que coisa, porque está rindo?  Até parece que ele nunca viu uma garota que nunca beijou.

- Irei fazer de tudo para ser perfeito, está bem?

Engoli seco. E aquele frio na barriga tomou conta de mim.

Relaxe Yukki, está sendo como você sempre sonhou. O primeiro beijo com seu verdadeiro amor.

Ok. Que eu sempre sonhei que fosse com Kaname-senpai, mas estou apaixonado pelo Zero e tinha certeza que seria perfeito.

Zero foi se aproximando lentamente, eu podia sentir a sua respiração junto com a minha. Ele colou sua testa a minha. E nossos lábios tocavam de leve um no outro.

Meu coração batia loucamente como se fosse explodir a qualquer momento. Uma corrente elétrica percorria meu corpo e senti borboletas no estomago.

O beijo foi começando a ficar intenso. Sua língua percorria cada canto de minha boca e vice versa.

Instantes depois, Zero se afastou de mim.

Não sabia quem estava mais vermelho eu ou ele.

Eba! Dois pimentões se beijaram...

Não foi como eu sempre imaginei. Foi melhor, foi mais perfeito do que imaginava.

Ficamos nos olhando por alguns minutos. Mas preferi olhar os peixinhos nadando.

Estava viajando. Eles eram tão lindinhos.

- Yukki? Ainda está aí? – perguntou Zero estralando seus dedos na minha frente

- Hã? – perguntou a desinformada Yukki.

- Estava quase babando vendo os peixinhos na lagoa. Será que terei que matá-los para você me dar um pouco de atenção? – disse Zero num tom de ciúmes

- Não acredito que está com ciúmes de peixes nadando numa lagoa. – ri

Zero fez uma careta e deu um olhar matador para os pobres peixes que nadavam angelicalmente na pequena lagoa.

- Tenho uma idéia. Que tal eu te jogar ali?

- Claro que não! Nem ouse Zero! – ordenei me levantando e saindo correndo na esperança que ele não viria atrás de mim.

Zero se levantou e correu atrás de mim. Corri, rindo da cena que estava presenciando.

Meus cabelos voavam ao vento, fazendo uma gostosa brisa em meu rosto.

Logo, Zero me abraçou por trás e me carregou até a lagoa.

Ele estava mesmo disposto a me jogar lá dentro. Comecei a gritar e espernear feito uma criança e Zero gargalhava da minha ação.

- Me solta Zero! – dando tapas inúteis em seu ombro e rindo em seguida

- Não. Você preferiu ficar com os peixes a ficar comigo agora sofra as conseqüências.

- Não! – gritei

Zero me desceu de seu colo e me colocou sobre água, fazendo os peixinhos saírem com medo. A água estava numa temperatura até boa.

Comecei a jogar água para cima feito uma criança feliz por estar nadando. Zero fazia uma careta quando a água ia a seu rosto.

- Ei. Está água em minha, criança feliz! – resmungou Zero me jogando quase, ahm, a água da lagoa inteira.

Estava ensopada de água. Meus cabelos pingavam água, minha franja ficar em meus olhos.

Não conseguia ver nada.

- Eu não consigo ver nada! – disse andando para todos os lados sem direção.

- Calma irei te ajudar! – riu Zero

Comecei a balançar os braços freneticamente. Minha franja estava começando há incomodar um pouco. Ouvi algo como: Espera! Vamos cair Yukki!

Dito e feito. Tropecei em uma pedra e cai em cima de Zero.

Só senti o baque da água indo para cima. Comecei a rir descontroladamente junto com Zero.

Finalmente, tirei minha franja de meus olhos e pude ver o mundo ou que restava dele.

Zero estava sorrindo ao me abraçar.

Ele era tão fofo quando ria.

- Ok. Prometa-me que não irá mais colocar sua franja em seu rosto. Você quase destruiu o lago e os seus preciosos peixes... – zombou Zero.

- Não foi minha culpa, você me jogou muita água.

- Não tenho culpa de você não ter coordenação motora, ok? – disse Zero se levantando e me ajudando a levantar.

Estávamos todos encharcados de água. Passamos o dia inteiro brincando na lagoa.

Foi um dia perfeitamente perfeito. Não sabia que quebrar regras era tão divertido assim, se soubesse havia feito isso muito antes.

Mas uma vez Zero me mostrou um lado da vida que nunca pensei que viveria. E sempre seria grata por ele ter me mostrado tal lado.

Voltamos a anoitecer para o palácio. Estava rezando para ninguém ter sentido minha falta.

Zero me deixou na porta da minha sela.

- Se cuide, tá? Mais tarde voltarei aqui. – advertiu Zero bagunçando meus cabelos já secos.

- Tá. Se cuide você também, eu espero que ninguém tenha sentido minha falta.

- Acho que não, Fique tranqüila, não irei deixar que nada te machuque, minha pequena. – disse Zero beijando minha testa e saindo

Entrei em minha sela ainda com um sorriso bobo no rosto. Hoje tinha tudo para ser um dia sem aborrecimentos.

Bem, como eu disse tinha...

Ele estava me olhando sentado em minha cama. Recuei em alguns passos para trás.

- V-você? – perguntei ainda em choque.

Havia me descoberto. Droga!