XX
(Ponto de Vista: Kiryuu Zero)

Algumas semanas se passaram desde que Yoshie me contou toda a verdade.
Não estava nenhum pouco chateado ou revoltado com ele, pois sei que ela só esta fazendo para ganhar alguma coisa em troca de Kaname. E também nunca iria conseguir fazer alguma coisa maldosa contra ela.
Querendo ou não, ela ainda era para mim aquela linda e inocente garotinha no qual tinha que proteger.
Bem, pelo menos eu achava que tinha que proteger ela

- Kiryuu Zero? – perguntou algum ser vivo segurando um envelope
- Sim. O que voce quer?
- Mandaram lhe entregar esse envelope.

Peguei o envelope com certa curiosidade, era do Conselho.
O que eles queriam comigo dessa vez?
O cara que entregou o envelope se esticava para ler o que estava escrito no envelope. O olhei com meu melhor ou pior olhar mortal do mundo e virei o envelope para o lado que não continha letras, ele engoliu seco e saiu.
Mortais...
Comecei a ler do que se tratava indignado, esses ratos sujos do Conselho deve me amar mesmo e devem amar mais ainda gastar seu lindo e precioso tempo escrevendo besteiras que nas quais eu já estava cansado de ler, ouvir e saber.

- Blá, blá e blá. – repetia ao ler cada parágrafo daquela porcaria

Estava prestes a jogar aquele papel no lixo e queimar junto com as mãos de quem escreveu essa merda, mas um parágrafo me chamou a atenção
Um ódio doentio tomou conta de mim, eles estavão dispostos mesmo a isso?

- Eu não consigo acreditar nisso. – bufei ao amassar aquele papel.
- Sua mãe não te ensinou que não se deve jogar lixo no chão Zero? – perguntou Kaname, sentado no banquinho daquela praça
- Até ensinou, mas nunca gostei de obedecer a regras. Fale logo o que quer.
- Aquela carta do Conselho já disse exatamente o que quero. Se entregue logo Zero.
- Ah claro, e entregar Yukki de bandeja a você...
- Entenda uma coisa. Eu sempre irei ter Yukki de bandeja em minhas mãos, ainda mais agora que ela se tornará como nós.

Bufei ao ouvir essas palavras.
Se Kaname transformasse Yukki na mesma criatura desprezível que somos, ele seria um homen morto.

- Transforma Yukki na mesma coisa desprezível que nos somos que você morre. – avisei ao saquar minha arma.
- Você é mesmo infeliz Zero. – riu Kaname, me fazendo ficar seriamente nervoso – Você acha mesmo que quando eu a transformar e ela retomar suas memórias, Yukki ainda vai ter algum afeto a você?
- Ao contrario do você, ela nunca foi feliz ao seu lado e não é depois de transformada que ela vai.

Kaname me deu uma olhada mortal e sacou uma arma. Fiquei até impressionado, desde quando Sangues Puros usavam armas em sua legitima defesa?
Recarreguei minha Bloody Rose, para o caso dele tentar atirar em mim.
E não é que estava certo?
Mas, infelizmente nesse caso eu queria estar redondamente errado.
Quando Kaname estava prestes a atirar em mim, ela se colocou na minha frente me protegendo da bala que ia tirar a minha vida e não a dela.
Porque ela havia feito isso?
O grito que ela deu quando a bala perfurou seu peito doeu mais em mim do que deve ter doído nela.
Kaname pagaria amargamente de ter feito isso.
E a única coisa que pude fazer era pelo menos tentar salvar sua vida.

- Yoshie! – gritei a segura-la antes que caísse no chão.

Sua expressão de dor me fazia sofrer ainda mais. Havia bastante sangue naquele chão de cimento daquela praça tão monótona. Sangue no qual fazia minha mente ficar desorientada e esquecendo meus verdadeiros princípios.
Fui forte e agüentei o cheiro doce de sangue. Tinha que ser forte.

- Porque você fez isso Yoshie? – perguntei a colocando em meu colo
- Zero. – me chamou bastante ofegante e com muita dificuldade – Me desculpe, por tudo. Mesmo ter ficado varias vezes com Kaname, eu sempre te amei.
-... – e as palavras? Onde estão?
- Eu nasci para ser do lado mal da vida, Zero. Mas mesmo sabendo disso, eu tinha que fazer algo honesto antes de morrer como te proteger. Recompensar todas as vezes que fez isso por mim.
- Yoshie, você não mudou nada. – disse afagando seus cabelos lilás
- Por favor, Zero antes de morrer, diga pelo menos que a coisa que sempre me acalmava quando estávamos em apuros... – pediu Yoshie fazendo uma careta de dor e segurando minha mão
- Você é e sempre vai ser minha pequena criadora de problemas.

Yoshie sorriu serenamente pela ultima vez e fechou os olhos lentamente.
Meus olhos não paravam de olhar suas mãos em minhas mãos, como sempre fazíamos quando ela estava em apuros com medo.
Yoshie não mudou nada. Sempre foi minha pequena criadora de problemas na qual irei sentir muita falta.
Aquele sorriso sereno jamais me saira da memória.

- Jamais pensei que veria um psicopata como você falando coisas tão fofas para uma pessoa que agora está morta. – zombou Kaname.

O olhei mortalmente. Não estava para gracinhas sem graças de Kaname.
Não depois de ele ter matado Yoshie.

¬- Você não deveria ter feito isso Kuran Kaname.
- Porque não? Mais cedo ou mais tarde eu ia dar um fim nessa daí.

Levantei-me morrendo de raiva. Já estava na hora de algum infeliz dar um fim é no Kaname e não em outras pessoas inocentes.

- Eu tenho pena que tanta gente idolatre uma pessoa tão baixa como você Kaname.
- E eu tenho um ódio doentio de ter achada durante tantos anos que você era o cara perfeito Kaname.

Olhei para trás assustado e na duvida se era mesmo Yukki que havia falado isso.
Era ela. Yukki parecia estar com um ódio mortal de Kaname e isso me deixava imensamente feliz.

- O que você está fazendo aqui Yukki? – perguntou Kaname totalmente assustado.
- Não interessa agora Kaname. – cortou totalmente Yukki o assunto com Kaname

Preciso dizer que estava adorando esse lado de Yukki que jamais pensei que ela teria. Mas me preoupava um pouco o que ele iria fazer depois de descobrir que seus anos de farsa foram descobertos.

- O que houve com você Yukki? – perguntou Kaname – Você não me ama mais?
- Eu estou com raiva de você Kaname. Eu não te amo mais, desde que conheci Zero.

Yukki olhou fixamente para mim e depois alguns instantes veio ficar do meu lado.
E ainda preciso dizer que isso não tem preço? Humilhar o Kaname e os ratos sujos do Conselho não tem dinheiro que pague isso.

- Tudo bem então, pode ir. – disse Kaname olhando pro chão
- Vamos Yukki? – perguntei ao pegar na sua mão todo sorridente

Yukki assentiu e sorriu logo depois.
Eu estava realmente estava acreditando que ficaria tudo bem, que Kaname aceitaria isso na boa e que finalmente viveria feliz ao lado de Yukki.
Mas, como a sorte ama pregar peças...

- Não me deixaram terminar de falar. Vocês podem ir, mas não saíram vivos daqui. – disse Kaname apontando uma arma para nós.

Eu e essa minha imaginação fértil de acreditar que Kaname iria deixar isso quieto.