Contrição De Snarkii escrita por Breno Velasco


Capítulo 9
Capítulo 009 - Sentimentos de Gih


Notas iniciais do capítulo

Thiago "Snarkii" Ishida, capítulo 009. Qual seria sua reação em ver seu melhor amigo matando pessoas? Boa leitura e Não esqueçam de comentar!



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27 de Setembro de 1989.


Estava na casa de Killer, tomando um café com Gih logo após acordar. Já se passaram 10 dias desde o ocorrido no meu aniversário, assim como se passaram 5 dias da história do meu pai, de como matou pela primeira vez.

Nesse período de 5 dias, nada de mais aconteceu. Gih havia ligado para seus pais, e avisara que estava tudo bem, e explicara o que havia ocorrido. Seus pais lhe informaram que haviam chamado a polícia para uma busca aos arredores de sua casa.

A reação deles foi inacreditável. Pensei que eles iriam surtar e mandar ela voltar para casa. Porém, eles concordaram com o amadurecimento emocional de Gih, e permitiram a ela morar comigo, porém com ligações diárias.

E assim foi, Gih estava morando comigo, tivemos conversas descontraídas diariamente, e cada vez mais, mais eu gostava dela. Ela era muito bonita, inteligente, tinha assuntos legais...

Tomamos café e comemos pão com manteiga, normal. Terminamos, fomos escovar os dentes, e nos trocar para ficarmos "apresentáveis", já que estávamos de pijama. Aquele era o dia em que Cobra queria nos ver. Ele deu a data e a hora, e a mim a responsabilidade de comparecimento. "Gih será essencial nessa... digamos... reunião" - Disse ele, após a nossa volta da visita aos meus pais.

Killer estava morando em outro lugar agora, ainda na favela, mais perto de Cobra, porém ele nos dá visitas diárias para deixar tudo em ordem e saber como estamos. Ele tinha entrado em casa de madrugada e não vimos ele, mas nos deixou a roupa pronta.

Ele deixou o de sempre pra mim, terno e gravata, calça e sapatos, tudo preto. O inacreditável foi que Gih recebeu a mesma roupa que eu, terno e gravata, etc... Mas se era assim que Killer queria, era aquilo que deveríamos usar.

Saímos da casa de Killer as 08:00 da manhã, rumo ao topo do morro. Não fomos pelo caminho alternativo, já que Gih queria ir pelo caminho normal.

Indo pelo caminho normal, onde todos vão, subimos muitas escadas e passamos por muitos barracos, como sempre. Gih dava oi para todos os homens e mulheres que via pela frente, acenando. Eles apenas olhavam constantemente e não falavam nada.


– Oiii!

– Gih... Pára com isso. - Disse eu, cochichando em seu ouvido esquerdo.

– Aiiin! Pára você ow... Eu quero cumprimentar eles! Oii!

– Mas... a gente tá... no meio... da Favela!!! - Disse eu gritando, fazendo com que todos olhassem para mim com expressões estranhas.

– Escandaloso...

– Viu só, agora tá todo mundo olhando pra mim!

– Tsc, não liga pra isso. Quem se importa com opinião alheia, não vive bem!

– É por isso que você faz eu passar vergonha...

– Ah! Quieto aí tá bom?

– Tá tá...

– Oiii!!!


Gih não era uma adolescente comum, que se importava com coisas bobas como conquistar meninos. Não, ela vivia do seu próprio jeito, sem se importar com o que os outros achava. Era disso que eu gostava dela... E ela gostava da minha... "timidez".

Andamos mais, enquanto Gih continuava a dar "oi" para todos que via pela frente. Subimos as escadas que ligava a favela para a Arena. Quem entrava naquela Arena, onde estava Cobra, já tinha que se preparar para morrer, essa era a regra.

Nas escadas, encontramos rastros de sangue, resultado da última batalha que tive com o Comando Vermelho. Me lembrei também de Arbok, e de suas menções duvidosas, sobre o que ele falou para mim... Ele disse que era para eu procurar saber do que ele estava falando, porém, deixei isso por pendente. Espero que eu comece realmente a pesquisar sobre isso.

Pisamos na Arena, quando quatro unidades miraram em nós com submetralhadoras Uzi, arma Israelense. Olhamos para eles, até que se tocaram que era eu, então abaixaram a arma e pediram desculpas.

Nos aproximamos de Cobra, ele estava sentado no clássico Trono de ouro dele, quase a segunda casa. Falando nisso, nem sabia onde era a casa dele. Mas enfim, ele olhou para a Gih e começou a falar.


– Gih, como você está indo, minha querida?

– Ah eu tô indo b--

– Nossa que peitos...

– Q-Quê?

– Nada não! Tô olhando a paisagem, é bonita daqui de cima.

– É, realmente...

– Mas viu, esse Snarkii atrapalhado tá te dando problemas?

– Ei! - Exclamei para Cobra.

– Não tá não, claro que não.

– Você já pegou em uma arma?

– N-Não!

– ...

– Também espero nunca pegar em uma.

– Claro claro...

– ...

– ...

– Por que o senhor me chamou aqui?

– Ah sim! Quero que você preencha isso! - Disse cobra, entregando uma folha para Gih.

– Hm, com o quê?

– Pega esse Lápis.

– Ah, tudo bem então.


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Nome: Giselle Andrade Miyazaki Nascimento: 12/06/74

Tipo sanguíneo:O- Problema Cardíaco: Não

Pele: Caucasiano Olhos: Azuis Cabelo: Preto

Físico: Magro/Médio Altura: 1,67 Peso: 60 kilos

O que faz diariamente: O que eu quiser.

O que gostaria de fazer diariamente: O que eu quiser.

Sexo: Feminino Orientação Sexual: Heterossexual


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Após Gih escrever na folha que Cobra havia lhe dado, ela entregou o mesmo para o velho. Cobra olhou cautelosamente, com os mesmos olhares que fez quando olhou a minha. Ele pegou seu óculos e começou a olhar.

"Está tudo bem" - Disse ele, com um sorriso no rosto. "Vocês já podem ir" - Concluiu. E assim foi nosso encontro com Cobra. Nos despedimos, e começamos a voltar para a casa.

No caminho, como de costume, Gih só sabia cumprimentar os moradores da favela, dizendo ou "oi", ou "tchau". Estávamos quase chegando na casa de Killer, quando ele mesmo correu em minha direção, parou, respirou ofegante de cansaço, e finalmente disse:


– Snarkii! Ah...

– Calma, respira um pouco.

– Calma é o caralho! Estamos sendo invadidos!

– M-Mas, onde!?

– Lá onde Cobra está, ele corre grande perigo, as unidades não são suficientes para deter o ataque, vamos!

– T-Tá! Gih, vai pra casa, fica lá.

– Não, eu vou com vocês!

– Me obedece! Vai pra casa, fica lá!

– Me promete que vai ficar tudo bem!

– Não! Não posso garantir isso!

– Vamos logo porra! - Gritou Killer

– Tchau Gih - Disse eu, dando um beijo em sua bochecha - Prometo que vou voltar, agora vai lá!

– T-Tá!


Já que estávamos perto da casa de Killer, eu e ele fomos pelo caminho alternativo, cercado de árvores, como uma trilha, porém muito mais rápido. Correndo, em alguns poucos minutos, chegamos até o local do conflito.

As forças azuis, nossas, estavam sendo massacradas pelas forças vermelhas, que possuíam armas de alta tecnologia na época, e equipamentos sofisticados. As caixas de cobertura estavam postas na arena, então corremos em algumas para pegar cobertura.

Eu estava com a M1911 em mãos, e comecei a atirar.

Antes eu não tinha um objetivo, agora meu objetivo era proteger Gih, ela necessita de proteção pois, numa hora dessas, ela não sabe se defender.

Atirei pensando nela, e matei muitos... Como sempre, estourei muitas cabeças. A batalha foi tão sanguinária, que pelo chão, haviam olhos separados das cabeças, e cabeças separadas do corpo.

Ambas unidades foram dizimadas em poucos segundos, restando apenas eu e Killer na arena. "Estou bem!" - Disse Cobra, dentro de seu pequeno refúgio a direita do trono.

Porém eu estava enganado, haviam três pessoas na Arena. Eu, Killer... e Gih. Ela viu tudo que eu fiz, como eu matei... Ela viu minha expressão de alegria e prazer pela matança. Ela me olhou assustada, porém começou a chorar.

Ela estava com medo, saia lágrimas de seus olhos azuis, e começou a correr em minha direção. Ela deveria estar na casa de Killer, mas foi ver se eu estava bem... Não era necessário. "Desculpe" - Disse eu... Foi tudo que pude dizer.

Enquanto ela corria em minha direção para um abraço consolante, ouvi um tiro, e ela também. Ela parou de correr também. Olhei para trás onde Killer estava, e só vi ele agonizando de dor no chão. Ele foi atingido na perna.

"Killer!!!" - Gritei, me ajoelhando para verificar se estava tudo bem. Sua arma estava fora de alcance por causa do impacto do tiro. Ele não apresentava riscos de morrer, então olhei mais a frente, e vi Arbok.

"Arbok, pra quê isso!?" - Perguntei, com raiva. "Snarkii, vim te buscar" - Disse Arbok, com um sorriso sincero no rosto. Não pude resistir, mirei nele com minha M1911, pronto para puxar o gatilho, foi quando uma unidade vermelha, inimiga, atirou na minha arma, fazendo com que ela voasse longe.

Fiquei impressionado, mas não era hora de ficar parado. Corri em direção a Arbok para matá-lo, foi quando ele disse: - "Mais um passo, e a Gih morre".

Parei, literalmente parei, não dei mais nenhum passo. Olhei para as unidades vermelhas mirando para a Gih. "Você tem 5 segundos para sumir da minha frente" - Disse Arbok para Gih. Ela começou a gritar e a correr de volta ao caminho alternativo, voltando para casa.

Agora era só nós dois e as unidades vermelhas. Olhei para os olhos de Arbok, e ele olhou para os meus. Ele andou, com um pouco de dificuldade até mim, e chegou perto. "Desculpe-me" - Disse ele, antes de me atingir na perna.

"Aaaaaah!!" - Arbok me deu um tiro na perna, como fez com Killer. Gritei com muita dor. Nunca havia levado um tiro, e o meu primeiro foi na perna. Doía muito, até que me arrependi de todas as matanças naquele breve momento.

Killer olhava para mim com dó, estendendo seu braço em minha direção. Ele estava meio longe, mas pude claramente ver as lágrimas saindo em seus olhos.

"Tampe os olhos dele com algo, não deixe ele ver nada, e leve-o para minha casa" - Disse Arbok, com tristeza em seus velhos olhos. Um homem de Arbok tirou sua blusa e tampou minha visão com ela.

A dor era imensa, estava agonizando de dor. Essa dor ficou tão forte, que eu desmaiei. A última coisa que eu vi foi o preto da camisa que tampava meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo em Breve! Espero que tenham gostado!



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