Contrição De Snarkii escrita por Breno Velasco


Capítulo 10
Capítulo 010 - Tortura para cura


Notas iniciais do capítulo

Thiago "Snarkii" Ishida, Capítulo 010. Um verdadeiro patriota não luta pelo que acha certo, luta pela nação. É Snarkii um patriota? Boa leitura e Não esqueçam de comentar!



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29 de Setembro de 1989.


Acordei em uma cadeira de madeira, no centro de uma sala escura. A minha frente uma mesa bem pequena, com uma lamparina acesa em cima dela, e mais a frente, outra cadeira.

Minha cabeça estava doendo, e minhas mãos estavam amarradas na cadeira, impossibilitando a maioria dos meus movimentos. Olhei para minha perna esquerda, e ela estava enfaixada. Não doía mais como antes, mas ainda sentia algumas pequenas dores.

A sala era pequena pelo que pude ver, não havia nenhum objeto, apenas a mesa e as duas cadeiras. Consegui ver em meu relógio, eram 10:15 da manhã do dia 29.

Haviam se passado dois dias desde minha captura. Fiquei inconsciente desde aquele momento... E a Gih? Será que ela está bem? E Killer... levou um tiro na perna. Vi ele chorando pela primeira vez... Onde ele está também?

11:00 horas, comecei a ficar desesperado, estava lá sozinho e nenhum sinal de vida. Realmente, estava com medo de morrer. Comecei a refletir sobre a vida, aqueles momentos que não há o que pensar. Lembrei dos bons momentos com minha família, com meus amigos. Na verdade, me arrependi de ter pensando nisso, estragou meu dia.

11:30 e ainda estava na mesma merda, com vontade de ir ao banheiro, e com fome. Caralho, ninguém aparecia, e minha perna começou a doer de novo. Preferiria morrer.

11:35 e finalmente alguém entrou na sala, iluminando um pouco com a luz de fora. Esse cara, provavelmente um dos vermelhos, deixou comida para mim na mesa, me desamarrou, e trancou a porta. Não tive nem tempo de "agradecer".

Enfim de pé, poderia me locomover livremente... Bem, livremente pela sala pequena.

Haviam duas portas: A que o homem entrou, e o banheiro. Fui desesperadamente ao banheiro. Urinei, fui lavar as mãos, quando vi armários. Nesses armários, haviam remédios e produtos para o tratamento de feridas, além de um pedaço pequeno de madeira.

Já havia visto isso em filmes, enquanto você cuida das feridas, você usa o pedaço de madeira para morder, se houver alguma dor intensa, não há riscos de morder a língua ou acontecer outra tragédia.

Isso só significava uma coisa: Ia doer pra caralho. Mas enfim, peguei os remédios, coloquei na mesa do lado da comida, e deixei lá.

Como eu estava com fome, decidi comer. Arroz, Feijão, Brócolis e Carne. Estava muito bom, quase igual a comida que Killer fazia, mas isso pouco importava naquele momento. O que importava era cuidar da minha perna atingida.

Os remédios de tratamento eram pouco convencionais: Uma faixa, cigarro, tesoura, whisky, faca, álcool, pedaço pequeno de madeira, pano e grampeador.

Estava começando a doer mais e mais, e a área da faixa estava começando a ficar vermelho, cubrindo minha calça e a própria faixa de sangue, devido à hemorragia.

A faixa não prendia a hemorragia, ela estava mal colocada e nem estava tão firme assim, o resultado foi o vazamento de sangue.

Peguei a faca, e com ela, comecei a cortar a parte esquerda da minha calça, um pouco mais acima da ferida. Cortei, e a parte de baixo da calça caiu, fazendo com que essa parte esquerda, parecesse um shorts.

Como a faixa nem havia sido prendida, eu simplesmente a soltei, fazendo com que a ferida ficasse literalmente exposta. Estava muito feio e sangrando muito, pingando sangue no meu pé.

A bala ainda estava dentro da minha perna, provavelmente entre os músculos. Milagrosamente consegui vê-la... Não penetrou tanto quanto eu imaginava, era só tirar...

Num ato de desespero e de dor intensa, peguei o facão, e não pensei duas vezes. Tremendo demais, de dor, cansaço e principalmente medo, enfiei lentamente o facão na carne da ferida. Saiu mais sangue, porém eu precisava tirar a bala. Mexi o facão dentro da minha perna, e consegui tirar a bala com ele.

Começou a doer muito mais, uma dor intensa e incontrolável. Comecei a gritar, já estava saindo muito sangue. Vi mais uma vez os objetos: Cigarro, grampeador, whisky... Bingo! Álcool.

Eu iria usar o Álcool como um desinfetante, já que era a única coisa que tinha.

Lembro de minha mãe passar álcool nas minhas feridas quando eu era criança, doía pra caralho. Mas foda-se, vai parar de doer e é isso que importa.

Peguei o Álcool, passei na minha mão um pouquinho, pensei, e olhei para os objetos, o que eu poderia usar. Pensei no pedaço pequeno de madeira... Ele é usado para casos extremos, de dores extremas.

Com minha mão esquerda, peguei o pedaço de madeira e coloquei entre os dentes de cima e de baixo, mordendo-o, me preparando para o pior.

Com minha mão direita, possuindo uma alta quantidade de álcool, joguei todo ele na minha perna e comecei a passar. Gritei, e gritei muito, agonizando de dor. Parecia que o Inferno estava na minha perna.

Naquele momento, vi uma sombra atrapalhando a luminosidade que estava passando pela fresta da minha porta. Percebi então que havia alguém ouvindo ou alguém me observando.

Não tirava o fato de eu sentir muita dor. O álcool estava escorrendo junto com meu sangue pela perna. A dor começou a ficar menos intensa, mas ainda doía.

Mais objetos a escolher... Decidi então pegar o pano. Usei ele para trancar a hemorragia, ou pelo menos diminuí-la. O pano branco, em 10 segundos ficou totalmente vermelho. Fiquei pressionando por um bom e dolorido tempo.

Quase 2 minutos depois, peguei o grampeador... Olhei para ele com raiva, sabia que essa dor ia ser muito, mas muito forte. Não hesitei, depois de tirar o pano e ter parado a hemorragia por um tempo, juntei as duas partes separadas da carne e pele, posicionei o grampeador, e apertei.

Não doía tanto quanto antes, mas foi como duas agulhas atravessando sua carne e perfurando-a intensamente.

Havia parado um pouco de sangrar, então peguei a faixa, enrolei ela na minha perna, dando uma volta na ferida. Depois de dar voltas suficientes, amarrei a faixa para ficar bem presa, e cortei com a tesoura.

Finalmente, meio deitei, meio sentei na cadeira, olhando para o teto mal iluminado apenas pela lamparina. A dor intensa sumiu, o que eu sentia era uma dor mínima, comparada a de antes. Agradeci a Deus, e olhei os itens restantes: Um cigarro e um Whisky.

Peguei o Wisky, olhei para ele por um momento. Abri. Comecei a tomar, e estava muito bom. Foi o primeiro Wisky da minha vida, e depois de um pouco, a dor comecou a diminuir, porém ainda estava lá, presente na carne da minha perna esquerda.

Olhei para o teto, estendendo meu braço para alcançar minha visão. 11:55 era a hora, e eu estava entediado. Queria que me liberassem logo para eu voltar, ou que alguém me explicasse alguma coisa.

"O pior momento passou" - Pensava eu, constantemente. Estava convencido de que nada pior aconteceria, até que às 12:00 horas em ponto, Arbok entrou na sala.

"Filho da Puta! Pra quê tudo isso!?!?" - Gritei eu, diretamente olhando para Arbok, enquanto ele fechava a porta e acendia uma luz, cujo interruptor estava escondido mais embaixo da parede, ao lado da porta.

Olhei para ele, ele olhou para mim. Trocamos olhares constantemente. Eu estava com raiva, e ele, calmo e sereno. Enfim, se sentou na cadeira, apagou o fogo da lamparina, colocou seus braços na mesa, apoiando seu queixo, e falou.


– Muito bem...

– Muito bem o quê!? Você não sabe da dor que passei!

– Ah! Hahaha... Claro que sei! Já passei pior que isso, muito pior.

– ...

– Mas estou impressionado. Deixei os itens necessários para tal ocasião, e você se deu bem. Foi a primeira vez que fez isso?

– ...

– ...

– ... Foi...

– Muito bem!

– É.

– Mas esse não foi o objetivo primário, o objetivo primário é te deixar dentro dos fatos.

– Hm? Que fatos?

– Bem, primeiro: Testei você pra provar sua resistência e pra comprovar que você é realmente filho de Jack.

– Como você conhece meu pai?

– Pergunta pra ele, provavelmente ele te responderá.

– Hm...

– Mas o objetivo primário é você saber de uma coisa apenas.

– O quê?

– Você está familiarizado com o Projeto Snark?

– Sim, o Míssil Snark II, daqui uns 15 anos.

– Não... Na verdade --


Naquele instante, Arbok foi interrompido por um homem do Comando Vermelho, que desesperadamente, entrou na sala e anunciou uma invasão dos azuis. "Resolve isso lá" - Disse Arbok, mostrando pouco desespero em seu rosto. "Mas você precisa ver isso!" - Respondeu aquele homem, que estava muito assustado.

Arbok então se levantou da mesa e acompanhou o homem. Eu levantei e senti uma dor na minha perna esquerda, mas eu estava acostumado já, então fui mancando devagar.

Estava dentro de uma casa bem grande, que não parecia nada com a favela. Saindo da sala, me deparei com um corredor contendo algumas portas, e mais a frente, a entrada, uma porta bem grande, com duas janelas dos dois lados.

Fui em direção a Arbok, que estava olhando para fora pelas janelas. Ouvi vários gritos e muito barulho. Chegando em uma das janelas, vi Killer e um monte de azuis, estendendo suas armas ao ar.

Arbok olhou para mim, eu olhei para ele, não sabíamos o que fazer. Killer olhou para mim pela janela e disse: - "Snarkii! Fala pra ele que se você não sair em 10 segundos, vamos invadir!"

Não adiantava, Arbok já ouvira o que Killer disse, e começou a ficar preocupado e angustiado. Olhei para meu relógio, em 10 segundos, seriam exatos 12:05.

Killer sorria, finalmente olhando para Arbok pela Janela. Ele mandou todos mirarem para a janela onde ele estava observando. Todos o fizeram, mirando com seus fuzis para tal janela.

Foi quando Killer disse, com um sorriso sádico:


– 3... 2... 1...


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo em breve e Não esqueçam de comentar!



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