18 de Março de 1995.

De alguma maneira, vi a veia de meu braço se dilatar, contraindo, de um modo prazeroso. De alguma maneira, estava tremendo. Sem perceber, comecei a sorrir. Fechei o punho, olhei para ele com raiva, sabendo que podia me controlar. Segurei na corda, olhei para baixo e vi Killer deslizando, segurando na grossa corda gigante, que se estendia até o chão.

Dei meu último suspiro, e me deixei levar pelo prazer da adrenalina. Com um pouco de força, mais acariciava do que segurava, fazendo com que eu deslizasse suavemente pela corda. Quando me dei conta, já estava no final, e já era hora de soltar a corda. Tirei meus pés dela, e soltei minhas mãos, tendo como resultado um impacto de 3 metros de altura do chão.

Ajoelhado, com as mãos na grama, olhei para Killer, que já estava encostado em uma árvore, olhando para o lindo céu azul que se mostrava naquele dia.

"Estão todos bem?" - Perguntou Ekan, com uma respiração cansada. "Não, sua cara tá meio estranha... Ou você é sempre assim?" - Respondeu Killer irritado, pela pergunta tosca de Ekan. Um silêncio se estabeleceu, até que ouvimos o helicóptero pousar perto de nossa localização poucos minutos depois.

"Vocês observaram em algumas das torres? Alguém nos viu?" - Perguntou Stryker, enquanto descia do helicóptero já pousado em uma área segura. "Ninguém das torres nos viu, posso afirmar" - Respondeu Stell, com o olho fechado, fumando um charuto.

"Bem, trouxe uns lanchinhos para quem estiver com fome" - Afirmou Ekan, enquanto levantava uma pequena maleta para todos verem. "Ekan, você é o cara mais tosco que tem aqui. Faça-me um favor e enfia essa maleta no seu rabo" - Disse Killer, debochando de Ekan. "Ah, foda-se vocês" - Gritou Ekan, furioso, enquanto pegava um sanduíche natural - "Mais para mim então!" - Concluiu, enquanto mastigava a comida.

"Bem, o Ekan vai comendo no caminho. Nós precisamos chegar até o ponto marcado o mais rápido possível. Lembrem-se, precisamos chegar ao lado oeste da base para tomar as torres" - Disse, enquanto seguia a trilha.

Tomei o rumo, fazendo com que os outros me seguissem. Lembro de ter aprendido algumas técnicas florestais com Killer, principalmente com Stryker, que me ensinou um pouco antes de virmos.

A correnteza da água, os pássaros a bater suas asas, o vento fluindo em sua determinada direção... Tudo poderia indicar algo a mais para a localização do inimigo.

Pegadas. Vi pegadas na lama. Decidi seguí-las, porém com cautela. Observei um pedaço de fio enrolado entre dois pequenos pedaços de madeira, pouco distantes entre os outros. "É uma armadilha" - Afirmei, com um ar de alívio. "Vamos ir para o plano: Nos direcionaremos à entrada oeste de Irking's Frad. Vamos!" - Disse, enquanto retomava minha direção para a esquerda.

Vimos a parede, que mais parecia uma muralha de um castelo, da gigantesca base de Irking's Frad. Revestida de pedras antigas, possuía uma altura relativamente grande ao nosso tamanho. Pelo canto, fomos até a entrada, onde estavam postas duas torres. As outras duas torres estavam no lado leste, tendo o lado norte e sul com apenas muralhas, sem entradas.

12:45, mostrava meu relógio que estava no braço direito, sendo o do braço esquerdo um radar. As torres possuíam uma escada para a subida, cada uma delas. A segunda torre estava do outro lado, sendo separada da primeira torre pela entrada.

"Merda, como vamos passar?" - Perguntamos uns pros outros, menos Stell. O silencioso gênio então teve uma ideia. tirou seu colete preto como o nosso, tirou sua roupa preta, até a calça, ficando apenas com sua cueca branca e seu facão na mão.

"Q-Que... Porra... Cara..." - Ficamos nos olhando com caras surpresas. Tampamos nossas faces com nossas próprias mãos, com vergonha alheia. "Não tirem conclusões precipitadas. Ekan, suba na escada ao meu sinal" - Disse Stell seminu, com o facão na mão.

Em seguida, Stell se deitou perto da parede, e começou a rolar em direção à outra parede, passando visivelmente pela grande entrada, com extensão aproximada de 15 metros de largura.

"Ih... Agora fudeu" - Dissemos, enquanto olhávamos Stell rolando no chão para chegar ao outro lado. Percebi então que Stell tinha um lindo e pequeno plano. Ele decidiu passar para lá sem que ninguém percebesse. O uniforme preto, que agora estava nas mãos de Ekan, chamava muito atenção, então ele decidiu tirar sua roupa, tentando igualar sua cor de pele com a cor da areia do chão.

Quando todos nós percebemos isso, começamos a olhar para Stell, que estava quase chegando no final da outra parede. Nos sentimos orgulhosos por termos um gênio entre nós.

Stell então se levantou em frente à escada, e deu um sinal com a mão para Ekan. Ambos subiram às escadas, e puxaram os inimigos para fora delas, segurando em sua roupa e jogando-os para fora, fazendo com que eles caíssem cerca de 30 metros de altura para o chão.

Um sinal foi recebido pelo meu rádio, atendi, e ouvi a voz de Stell. "Há uma Sniper para cada torre, podem passar tranquilamente, damos cobertura" - Disse Stell pelo rádio - "Quero minhas roupas de volta" - Afirmou, com um tom sério em sua voz, como sempre.

Desligamos o rádio. Eu, Killer e Stryker, fomos por uma pequena porta que tinha ao lado extremo direito da muralha do Oeste. Tal porta liderava para uma pequena casinha, onde três ou quatro inimigos moravam.

Entramos lá, e vimos três inimigos dormindo em redes diferentes, com suas M4A1 postas em paredes próximas. Tal arma era usada apenas no exército americano. Killer apontou para dois inimigos, e fez um sinal de matar, passando sua própria mão pelo pescoço.

Cheguei perto de um deles que estava roncando, pressionei minha mão em sua boca, vi seus olhos se arregalarem, e com o facão na mão, esfaqueei sua testa. Seus olhos começaram a ir mais para o alto, e sua boca começava a ficar mais aberta, enquanto jorrava sangue de sua cabeça.

Killer se posicionou à parede que estava ao lado da saída nos esperando. Nos posicionamos também, até que nós três saimos juntos com Killer. Miramos para todos as direções, até que vimos quatro inimigos à nossa direita, os únicos visíveis na base de parte exterior.

Segurei o braço do primeiro, contornei em sua direção, agarrei seu pescoço e peguei seu comunicador. Joguei-o no chão, tapei sua boca, e quebrei seu pescoço. Stell e Killer estavam encarregados dos outros, enquanto vi o quarto inimigo pegando o rádio.

Mirei e atirei, em uma fração de segundo, atingi seu rádio. O mesmo voou para trás, enquanto o inimigo olhava com medo para mim. Corri em direção a ele enquanto pegava o facão, pulei em cima dele, e executei um golpe certeiro em seu rosto, sem precisar usar a faca, apenas com os punhos.

Percebi movimentos à minha direita, e vi um inimigo apenas olhando assustado para mim, pronto para sacar a arma. Peguei minha faca e joguei em sua direção. Atingiu seu peito.

Me levantei, andei em sua direção, peguei a faca, e desci mais até sua barriga, enquanto segurava seus cabelos, fazendo com que ele agonizasse de dor. "Onde está Itskovich" - Perguntei, enquanto forçava mais a faca. "E-Está d-d-dentro da b-b-b-base central... Não me m-mate!". Após dito tais palavras, retirei a faca de sua barriga, e finquei em sua cabeça, indo da região do cérebro, até a região da garganta. Deixei a faca lá, enquanto uma poça de sangue escuro se espandia em uma pequena porém notável área do chão.

"Stell, está aí? Você já matou Todos os inimigos??" - Disse Killer, enquanto apontava para um monte de unidades inimigas mortas no chão. Eu, Killer e Stryker ficamos impressionados. Stell e Ekan faziam uma boa dupla. A parte exterior estava sob nosso domínio.

"Já mataram os inimigos das outras duas torres também? Ah, então ótimo. Desce aê, pega sua roupa. Estaremos esperando por você" - Concluiu Killer, desligando o rádio.

"Esses caras são muito fodas... É bom trabalhar ao seu lado Snarkii" - Disse Stryker, ainda olhando para a pilha de corpos mortos feitas por Stell e Ekan.

Eles desceram, e Stell já se apresentou com roupas, e como sempre, se achando o fodão por ter matado quase todos os inimigos. Ele demonstrava isso apenas com seu olhar e seu maligno sorriso, sem apresentar nenhuma palavra.

"Aquela porta branca é a real passagem. Aquela passagem é apenas para tanques de guera e veículos militares" - Afirmou Stell, enquanto ainda sorria - "Vamos por lá" - Concluiu.

Nos posicionamos ao lado da porta, enquanto Ekan manejava a maçaneta bem lentamente. "Com muito cuidado e sutileza agora..." - Dizia, enquanto abria demoradamente a porta. Killer então afastou Ekan para o lado com seu braço, e chutou a porta, dizendo: - "Sutileza é meu rabo, vamos indo".

O silêncio só foi quebrado com minhas altas risadas, que faziam eu perder o meu próprio fôlego. "Já deu né?" - Perguntou Killer, enquanto eu já estava parando de rir. - "Sim sim..." - Disse, enquanto recuperava o fôlego.

Após isso, andamos pelo estreito corredor branco, porém comprido, que provavelmente nos levaria até o saguão principal, ou a base central. Andamos por uns três minutos, até que nos deparamos com um lugar extremamente espaçoso e alto.

Todos saíram, e eu fui o último a me deparar com aquele lugar. Mirei para o centro, enquanto os outros miravam para os cantos.

Corpos estavam espalhados pelo chão. Pessoas apenas com os músculos. Ossos empoeirados num canto do grande lugar. Muitos botões e muitos vidros contendo líquidos experimentais.

"Bem-vindo ao meu espetáculo Snarkii... Aproveite, você é o centro das atenções... A estrela" - Disse uma voz desconhecida que estava começando a ficar familiar.

Nos corredores de cima, que possuíam nos cantos, surgiram inimigos, cada um carregando consigo uma P90. Eles miraram em nós enquanto um homem apareceu em um balcão no meio do corredor que ligava o oeste e o leste daquele estabelecimento.

"Luzes... Câmera..." - Dizia aquele homem, que estava começando a se revelar em minha mente.

"Itskovich..." - Disse baixo, enquanto segurava firme minha M4A1, pega no dormitório inimigo. "Maldito..." - Concluí.

- "Ação!!".