Logo na manhã, fui ao banho, me troquei (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=53219004&.locale=pt-br). Enrolei um pouco antes de sair a encontro de Justin, peguei o celular e mandei um gesto fofo para Kyle. Eu te amo. Dizia a mensagem. Olhando para a janela o celular vibrou com uma mensagem. Falha no envio de mensagem. Af, pago caro para essas mensagens não chegarem, melhor eu ir já. Pensei, peguei a bolsa e a chave do carro.

Entrei no carro, e segui para algumas ruas a frente. O dia estava mais bonito no lago, sabe por que? EU ESTAVA INDO LÁ! Mentira. Estava bonito, pois o sol brilhava, o vento estava calmo, o lago mais azul e o som dos pássaros que cantavam suavemente. Estacionei o carro, e Justin estava na varanda tomando algo, que provavelmente deveria ser café.  Saí do carro, ajeitando um pouco o cabelo. Subi na varanda, Justin se levantou e me cumprimentou com um beijo estalado no rosto.

- Bom dia – Eu disse sorridente.

- Ótimo dia, aliás vamos andar de canoa – Justin sorria – Vem, me acompanhe até o jardim, o café será servido lá.

Assenti com um sorriso e segui Justin até o jardim. Sentamos-nos, e a mesa estava repleta de gostosuras. Tudo que me engordaria, mas eu não ligava para a tal dieta de se encaixar no vestido de noiva.

- Me diga, quando volta para o centro da cidade? Para as suas amigas na verdade – Justin perguntou, enquanto segurava o pão.

- Amanhã logo cedo – Respondi, colocando o leite quente na xícara.

- Uma pena que você não possa ficar mais tempo aqui – Justin riu pelo nariz.

- Por que a risada?

- Nada, é besteira.

- Compartilhe comigo então – Eu insisti. Rango, quero bolo, pão e tudo que posso me dar 2 kilos a mais.

- Bom, já que nos encontramos de novo, e você vai embora amanhã... Por que não fica aqui nessa enorme casa? Sempre fico sozinho com os empregados, e acaba sendo chato.

Eu fiquei pensando, mas não era uma boa ideia. Kyle me mataria se soubesse que dormiria aqui e eu gostaria de poder ficar aqui, fiquei com saudades de Justin poxa. O que de pior poderia acontecer?

- Parece uma boa ideia, mas não tem problema, Justin? – Eu me preocupei.

- Não, poxa. Se eu estou te convidando porque teria algum problema? É claro que não. Traga suas coisas amanhã, se preferir vou até o hotel e te ajudo a trazer suas coisas – Justin por mais que passasse muitos anos, seu bom humor e sua educação permaneceriam eternamente, ele não muda pelo visto.

- Obrigada – Olhei pelo canto do olho com um sorriso educado.

Após terminar o café da manhã Justin me apresentou a casa, e eu me sentia como uma africana da tribo que acabava de chegar a Nova York era muito luxo. Nem em Liverpool nossa casa era tão grande e luxuosa, talvez, enorme e simples. Conheci o quarto onde ficaria, e Justin com sua educação, mandou alguém para buscar as minhas coisas no hotel onde me hospedei por perto. E nem demorando muito as coisas já estavam no quarto, Justin pediu para que eu colocasse uma roupa um pouco mais confortável para andar de canoa. Jeans e blusa justa não eram muito recomendado para o momento. Achei um vestido azul solto e florido, me vesti e fui para o celeiro encontrar Justin. O garoto – homem na verdade – já colocava a canoa na água e a amarrava para não fugir. Me chamou de longe e eu fui até onde estava. Justin entrou primeiro e depois segurou minha mão para ajudar-me a entrar. Eu logo em pensei que cairia e pagaria um bom mico, mas eu só quase virei o barco, não houve nada demais. Me sentei e olhei Justin ajeitando ao remos em suas mãos.

- Hora da força – Justin sorriu e iniciou a remar.

Eu dei um riso – Acha que aguenta é? – Bom essa pergunta realmente não teve nenhum senso de graça.

- Sou o forte dessa cidade – Justin riu, e eu ainda não acreditava que fiz a piada mais sem graça – Preciso que feche os olhos – Justin parou de remar.

- Fechar os olhos? Para que?

- Apenas feche – Ele pediu e eu assim fechei meus olhos. A canoa se movimentou e a curiosidade de saber  o porquê eu deveria fechar os olhos apenas aumentava. A canoa parou de se movimentar, e tentei abrir um pouco os olhos, mas achei que seria mancada.

- Abra os olhos – Justin disse.

Quando abri os olhos, uma bela vista do lago, com o por do sol já quase vindo. Havia patos e flamingos no lago. O céu estava perfeitamente lindo, alaranjado, rosado, e lilás. Justin sorria para mim, e eu suspirei com a paisagem. Justin tirou atrás de si um saquinho com migalhas e pedaços de pão que sobrou do café da manhã. Ele puxou minha mão, e fiz uma cova na mão e Justin colocou um punhado sobre ela. Joguei de pouquinho em pouquinho no lago as migalhas e logo as aves se aproximavam para comer. Eu bem que deveria estar com o celular para tirar uma foto. Eu olhei para trás e algumas nuvens negras vinham trazendo chuva.

- Justin, melhor voltarmos, olha a chuva que vem vindo! Reme de volta! – Eu exclamei e Justin em desespero pegou os remos e tentou ir o mais rápido que podia, mas a chuva logo nos pegou de surpresa. Como podia, um dia lindo de um lado e uma tempestade tão forte viria de repente?

A chuva tampava um pouco da nossa visão, já chegando perto de terra, Justin desceu da canoa e a empurrou, mas parecia injusto ele empurrar sozinho, eu pulei para fora da canoa e fui para o lado de Justin ajuda-lo. Puxamos a canoa para terra e a deixamos ali. Saímos correndo pela chuva até chegar a porta do jardim, para entrar na casa.

Justin se apoiou no balcão – Conseguimos. Acho melhor tomarmos um banho – Justin sugeriu – Mas tipo... Você num banheiro e eu em outro... É claro – Ele disse sem graça.

Eu ri dele todo bobo – Eu entendi, pode ser.

- O quarto onde você está não tem banheiro,  mas pode usar o do meu quarto. Leve sua roupa para lá e eu tomo banho aqui no banheiro dos criados.

- Nossa, o banheiro do Justin Bieber, se sair na boca do povo as suas Beliebers irão me matar – Nós rimos.

- Antes eu irei salvar você.

Eu sorri – Você continua um ótimo cavalheiro, Justin – ele me retribuiu o sorriso – Melhor eu ir, antes que eu possa ficar resfriada.

Justin assentiu e eu subi as escadas. Entrei no quarto de Justin e fiquei olhando, invejando, desejando um desses para mim se casasse com Kyle. Ou melhor, quando casar. Entrei no quarto, deixei as roupas na cama e fui para o banheiro. Olhei meu péssimo estado no espelho, tirei minhas roupas e deixei na pia. Entrei no Box e liguei o chuveiro, sentindo a água quente caindo sobre meu corpo.

Saí do banho, me enxuguei e me enrolei na toalha. Fui para o quarto e me vesti. Voltando para o banheiro para buscar a roupa molhada, vi na estante uma foto que me chamou a atenção. Nossa, ele tem essa foto. Pensei.

Foto que tiramos no dia de uma festa beneficente que teve na cidade. Ele cantou uma musica aquele dia para mim... Espera... A nova música que eu ouvi esses dias na radio, era... A música que ele escreveu para mim. Fiquei boquiaberta. E voltei a fazer o que estava fazendo, mas o que eu acabava de lembrar me deixou com uma pulga atrás da orelha. Deveria eu perguntar para ele sobre isso? Ou era  muito cedo? Talvez eu nem deveria ter vindo para cá. Só tenho que admitir que esta sendo bom para mim, assim como acho que esta sendo para ele. Uma batida na porta eu ouvi.

- Posso entrar? – Justin perguntou.

Eu tossi – Claro... Entre.

Justin abriu a porta e eu levei um susto – Ai Senhor, estou sem graça. – Tampei meu olhos, Justin estava de toalha amarrada na cintura, e eu comecei a corar com vergonha.

- Desculpe, é que eu me esqueci de pegar a roupa. Me desculpe mesmo. Nem eu sei como criei coragem para entrar no quarto – Ele correu para o closet. Eu meio que reparei no corpo de Justin... Ele andou malhando até. Tudo bem, parei – Desculpe, de novo.  Vamos para a sala, sei lá, ver filme, comer alguma coisa, beber algo quente.

- Pode ser – Sorri. E saímos do quarto em direção para a sala.

Nós nos sentamos no sofá e ligamos a TV. Justin pediu para trazerem pipoca e refrigerante. Tudo ocorria bem, mas aí a televisão desligou. Justin foi ver se algum fio havia se soltado, mas parece que a casa inteira estava sem energia. Justin se sentou e suspirou.

- Bom, melhor conversarmos ou morreremos de tédio.

Eu queria perguntar sobre a foto, só que a vergonha me consumia. Pensei varias vezes antes de perguntar, suspirei e fui tentar.

- Justin – Ele me fitava.

- Sim – Ele deu um sorriso.

- Bom... Eu preciso ser um pouco mais confiante a dizer isso, mas estou com vergonha de te perguntar isso, as vezes vai que é um pouco indiscreto.

- Por favor, pergunte.

- Quando eu terminei o banho, vi na estante uma foto nossa...

- Sim, de uma festa que teve aqui na cidade. Guardei porque eu não tinha muitas fotos com você. Mas isso não foi uma pergunta, qual é a pergunta? Me diga.

- Naquele diz você cantou uma música – Comecei, e só neste começo percebi o rosto de Justin começar a corar – E acabo de ouvir esses dias na radio, que é uma de suas novas músicas... O que eu não entendo, foi o porquê que você só foi usar essa música agora? Já se passaram tantos anos!

Justin franziu os lábios, aproximou-se de mim e segurou minha mão – Eu guardei a letra por muito tempo, quando estava revoltado com a nossa relação, eu quis aquilo longe de mim para parar de pensar e você por um momento. E ao achar, surpreendi-me com a letra, era muito bonita e inspiradora. E hoje, é o nome do cd até - Justin olhou para o chão e riu um pouco bobo – E sinceramente?

- Por favor.

- Eu andei pensando muito em você. Então gravei a música, para saber se você ainda se lembrava de mim, e do que sentíamos na época.

Eu senti minhas bochechas corarem e não sabia o que dizer para Justin, ele ainda tinha sentimentos por mim, e durante todos esses anos.

- Todas as vezes que eu estava com alguma namorada, sentia que algo faltava nelas. Algo que não me completava, e o que quero dizer, é que ainda te amo, e nem sei como isso pode acontecer, foi ótimo você ter voltado – eu senti alguns impulsos, mas não sabia quais eram, só que com Justin tão perto, eu... Eu... Eu apenas o beijei.

O beijo com certeza era correspondido, eu me perdi no tempo, e toda minha adolescência, toda a minha preocupação  com os negócios da família, casamento, não me importavam mais. De repente me senti completa. O beijo tinha algo que era perfeito, os nossos lábios se encaixam perfeitamente.

Justin me puxou para seu corpo, e para seu corpo eu me acolhi. Justin deslizava seus dedos pelo meu corpo e beijava-me intensamente. Ele me segurou e seguiu para o quarto. E se quer saber... Nós fizemos amor, e não sexo. Sexo é algo bruto, amor é uma coisa que se compartilha.

Nós nos olhávamos e dávamos alguns selinhos.

- Que bom que você não mudou – Justin disse acariciando-me.

- Eu não sabia o que fazer, mas acabei descobrindo porque deveria ter vindo para Kentucky – Sorri. O celular tocou, peguei o celular e olhei na tela, Kyle – Espera, só um minuto.

Eu me levantei e fui até a sacada atender o telefone.

- Kyle, que surpresa – Falei um pouco insegura e me sentia uma trairona!

- Amor que saudades, você não me ligou, né? – Ele se importa tanto comigo.

- Nos falamos ontem, querido – Eu ri.

- Ainda é muito tempo sem você, como eu queria que você estivesse aqui em casa comigo, estou tão sozinho – Ele fez uma voz melancólica.

Kyle falando desse jeito realmente mexe comigo, mas quanto ao Justin? Eu deveria tomar alguma atitude, mas a pior parte, e melhor, é que eles me amam.

***

“Querido Justin, sabe o quanto é bom eu estar aqui com você de novo? É ótimo, muito bom. Eu não me arrependeria do que fiz hoje. Uma lembrança boa que senti sobre meus lábios. Os seus. Só que tenho algo a pedir... São desculpas pelo o que vou fazer. Estou indo embora hoje, vou voltar para as minhas amigas, só espero estar fazendo a coisa certa, mas realmente precisam de mim nesse momento. Principalmente Kyle. E é por isso que estou indo, sei que é errado, me sinto culpada pelo que faço agora, só que... O pai de Kyle faleceu nesta amanhã. Sou tudo o que ele tem agora, não é certo o largar nesse momento. Só que ele me ama, assim como você. Espero que entenda a situação, e outra coisa a pedir, você com certeza dirá não. Mas peço que apareça no casamento para conversamos melhor. Por favor. Agora é com você, mas saiba de algo, Justin. Saiba pelo menos disto e saiba que NUNCA vai mudar algo em mim, e é o meu sentimento por você, eu sou apaixonada por você, mas nunca pude admitir para não sofrer. Com todo meu coração te deixo hoje, desculpe-me. Eu te amo, de novo. Te amo sempre. Com amor, Ronnie.”

Deixei uma lágrima escorrer e na madrugada saí escondida da casa.