A Última Dumbledore escrita por Baggins


Capítulo 29
Desentedimentos


Notas iniciais do capítulo

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- Promete que vai se cuidar? – Gina perguntou pela milésima vez.

- Prometo. Vai logo, senão você perde o trem. – A abraçei.

- Lembre-se que te amo, tá? – Falou, o que me fez rir.

- Porque esse sentimentalismo todo? – Perguntei.

- Só fala que me ama também e pronto. – Brincou.

- Também te amo. – Rimos e empurrei-a na direção da Entrada Principal.

- Então, tem certeza que vai ficar aqui mesmo? – Draco perguntou, abraçando-me por trás.

- Absoluta. – Falei. – Até porque, certas pessoas meio que disseram que não pudia ir à casa delas! – Virei-me, pondo os braços ao redor de seu pescoço.

- Foi por uma boa razão, acredite. – Então, ele estava mesmo escondendo algo de mim…

- Pode me contar qual? – Tentei arrancar algo dele.

- Não. – Dei-me um beijo. – Preciso ir. Te vejo depois! – Falou indo embora.

Ótimo. Ele que me aguarde quando voltar.

Fiquei encarando o portão de Entrada, até Neville chegar.

- Então, vamos para Sala Precisa? – Chamou-me.

- Vamos, não quero encontrar Aleto ou Amico.

Andamos o mais rápido que podíamos para a Sala Precisa, até porque, mesmo com a Páscoa, ela continuava proibida à todos os alunos. Porém, graças a Merlin, não havia ninguém vigiando a Sala. O que era estranho, muito estranho. Isso com certeza era obra do Snape. Algo me dizia que ele sabia que eu e Neville ficariamos lá.

- Ai meu Deus. – Falei, assim que entrei.

- Gostou? – Perguntou.

- Se eu gostei? – Falei, ainda impressionada. – É… incrível. – Não sabia o que dizer. A Sala Precisa estava irreconhecível.

As paredes ainda eram as mesmas. Com o brasão das Casas, com excessão da Sonserina. A diferença era que por toda a sala eram espalhadas camas de armar, como se fosse um daqueles acampamentos trouxas ou algo do tipo. Lugares onde se via livros de todos os assuntos imagináveis, mesas de xadrez, rádio… Mas o que realmente me chamou a atenção foi um quadro no canto da parede.

- Neville, como… como conseguiu esse quadro? – Era um quadro de Ariana. Minha tia-avó. Não tinha como Neville saber a história dela.

- Ah, era isso que queria te mostrar. – Ele chegou perto de mim. – Eu estava aqui esses dias, e havia um dementador do lado de fora impedindo minha saída. Então, quando a fome bateu, eu desejei um pouco de comida à sala. Mas, por algum motivo, ela não fornece isso. – Se aproximou do quadro. – Foi quando apareceu esse quadro, eu entrei nele e… digamos que é uma passagem.

- Para onde ele leva? – Perguntei, mais interessada que nunca.

- Vem. – Neville empurrou o quadro e foi quando o vi. Uma espécie de beco, escuro. Como disse Neville, uma passagem. Para onde? Eu iria descobrir agora.

Segurei sua mão que estava estendida para mim, e entrei lá. Era um beco comum, porém não se conseguia enxergar o final, ou qualquer outra coisa que não fossem paredes escuras e cheias de teia de aranha.

- Precisa limpar isso aqui. – Falei, ele riu.

Neville me guiou, o que na verdade, não era preciso, porque a única direção que havia era em frente, porém não reclamei. Era bom sentir sua mão na minha, porque comecei a me sentir claustrofóbica.

Não sabia se havia quando tempo estavamos andando, mas finalmente, chegamos ao final do túnel. Levei um susto quando o final da passagem foi aberto por alguém.

- Tio Ab? – Me surpreendi.

- Minha pequena? – Ele estava mais surpreso que eu. – Venham, venham! – Neville me ajudou a sair dali e dei um abraço no meu tio. – Quanto tempo, hã?

- É tão bom te ver, Tio Ab. – Digo.

- Posso dizer o mesmo de você, minha querida. – Falou. – Agora me digam. Como conseguiram entrar na Sala Precisa? Porque, de acordo com o Longbottom, a entrada dela estava sendo vigiada dia e noite.

- Acho que por ter poucos alunos na escola, talvez eles tivessem achado que não precisavam vigiá-la. – Neville falou.

- Entendi. – Tio Ab ia falar algo, mas pareceu desistir de última hora. – Long… Neville. Pode pegar uma jarra de água para você e a Bella?

- Claro que sim. – Desceu as escadas e desapareceu.

- O que foi, tio? – Perguntei. Ele queria falar algo, eu sabia.

- Você me conhece mesmo, hein garota…. – Falou apertando minha bochecha. – Bella, sei que esse assunto é delicado, mas preciso saber o que aconteceu no dia em que… - Pigarreou. – No dia em que sua mãe morreu.

Minha garganta fechou, mas obriguei-a a falar. – Foi na véspera de Natal. – Minha voz falhava, mas precisava falar. – Estavámos em casa e Bellatriz Lestrange e Ferir Greyback entraram perguntando por mim, que estava escondida no quarto dela, mas minha mãe se recusou a falar onde eu estava. – As lembranças voltavam como em um pesadelo. – Então, usaram a Imperius nela, mas ela conseguiu resistir e Bellatriz a matou. – Lágrimas escorriam por meu rosto. Sequei o rosto. – Quando eles já estavam indo embora, eu desci as escadas, mas um jarro se quebrou aos meus pés, e eles vieram atrás de mim. Mas eu pulei a janela do quarto de minha mãe a tempo e consegui aparatar para a casa da Gina.

Ele passou um tempo digerindo as informações para depois dizer: - Veja Bella, existe uma razão para ele estar atrás de você e…

- Eu sei qual. – Falei sem pensar. Como ia dizer que um próprio Comensal havia me dito que Voldemort achava que a varinha de meu avô estava comigo? – Eu descobri que ele acha que estou com a varinha do vovô. – Decidi omitir uma parte.

- Nem morto o Alvo deixa de atrapalhar a vida das pessoas. – Depois que ele disse aquilo não aguentei. A raiva passou por mim.

- Como pode falar assim dele? – Levantei, furiosa. – Ele era seu irmão. Ainda é. Seja vivo ou morto. – Resolvi falar tudo de uma vez. – E sabe de uma coisa. Ele era mil vezes melhor que o senhor. E sabe porquê? Se estivesse vivo, estaria combatendo Você-Sabe-Quem e a Ordem ainda existiria. Mas você… Você só fica aqui acovardado e cheio de medo, enquanto não sei quantas pessoas morrem. – Nessa hora Neville voltou, de mãos vazias. – Passar bem, Tio Ab. – Puxei Neville, que não estava entendendo nada, na direção do retrato.

- Bella, tudo bem? – Neville perguntou, assim que chegamos na Sala Precisa.

- Estou, Neville. Não dá para ver? – Falei, praticamente gritando. Neville se assustou com meu tom de voz. Tentei me acalmar. – Desculpa. Não devia descontar em você!

- Sem problema. – Falou. Depois de um momento, disse: - Ele falou algo do seu avô, não foi?

- Ainda me impressiono no quanto você me conhece. – Falei, sorrindo. – Mas sim. Ele falou do vovô.

- Hum, entendi. – Comentou. – Mas vamos voltar? É melhor não abusar da sorte que tivemos.

- É, vamos. – Concordei. Saímos em direção ao Salão Comunal, sem interrupções.

***

Dias depois

Acordei com uma coruja desconhecida na janela. Tirei a carta de sua perna.

“Bella,

Vou ser direta, porque esse assunto é urgente. Você precisa saber que a Luna está à salvo, graças a Merlin. Ela está na casa da Fleuma e do Gui.Porém, prepare-se, aqui vão três notícias ruins:

Primeiro, o Dobby, infelizmente morreu. Bellatriz o matou; Segundo, não vou poder voltar para a escola depois das férias da Páscoa (papai acha melhor assim); E terceiro, que vai te deixar ainda mais brava, é que consegui saber onde a Luna estava presa e… bem, ela estava na casa do Malfoy. Sinto muito, Bella.

Gina.”

Ai Merlin. É muita informação em uma única carta.

O Dobby morreu. Como eu adorava aquele elfo… Sempre tão doce e gentil! E ainda tinha o pior detalhe, Bellatriz o havia matado. Depois, Gina não irá voltar. O que significa que as chances da AD abrir, se desfizeram totalmente. E claro, o Draco… Era isso que ele escondia.

Por tantas vezes perguntei se sabia de algo da minha amiga e ele sempre negava. Agora, fico sabendo que ela esteve esse tempo todo em sua casa, presa. Nunca achei que ele podia mentir desse jeito para mim. Queria poder dizer que o sentimento que crescia dentro de mim era a raiva, mas não. Era outro, pior ainda. Dor. Tristeza. Tristeza de saber que ele mentiu para mim sobre algo tão importante quanto a vida de minha amiga. Hoje aprendi algo que devia ter aprendido a muito tempo. Não se deve confiar em Comensais da Morte.

***

- O trem chegou! – Anunciaram. Todos comemoraram ao reencontrar seus amigos. Parecia que não se viam a um ano, e não que tinha partido à alguns dias. Mas isso não me importava agora. Tudo o que eu queria ver era uma cabeleira loura.

E eu vi. Saindo do trem um pouco afastado de todos. Rondando os olhos pelo local, até que me viu. Veio correndo na minha direção, e me abraçou. Não retribui o abraço ele deve ter percebido e me soltou na hora.

- O que foi? Não está feliz em me ver? – Perguntou.

Apenas o olhei: - Como pôde fazer isso? Porque mentiu para mim?

- Do que você está falando? – Perguntou assustado.

- Da Luna. Ou não foi a única vez que mentiu para mim? – Gritei.

Ele arregalou os olhos: - Como soube?

- Por você com certeza não. – Disparei. – Responde. Porque não me contou? – Gritei outra vez.

- Por isso, está agindo como louca.

- E com razão. Sabe, quantos dias eu passei preocupada com ela? Sabe quantos dias sem dormir direito? Com pesadelos? Chegando a pensar que ela estava morta? – Falei. – Tem ideia de como é isso?

- Imagino. – Falou, frio.

- Não. Você nunca chegou nem perto de saber como é isso. – Gritei. – Eu acreditei em você. – Lágrimas enchiam meus olhos, mas fazia de tudo para reprimí-las.

- Bella. – Tentou falar.

- Mas sabe de uma coisa… Isso foi bom. Porque finalmente, eu aprendi minha lição. – Falei, friamente me aproximando cada vez mais dele. – Não se deve confiar em Comensais da Morte. Não se deve confiar em um Malfoy. – Estavámos frente a frente. Centímetros de distância. – Não se deve confiar em você. – Lágrimas desciam de seus olhos, mas não acreditei nem por um segundo nelas. Seus sentimentos não eram verdadeiros. Nunca foram. Porque seriam agora? A vítima na história não era eu, nem ele. Era a Luna, que estava até poucos dias presa. – Eu sou muito burra. – Ri, baixinho. – Sou tão burra, a ponto de não ter enxergado isso antes. Porque com certeza, não doeria como dói. – Virei-me.

- E acha que em mim também não dói? – Gritou. – Acha que sou feito de pedra? – Aproximou-se de mim. – Porque aqui vai uma novidade. Eu não sou assim! Também tenho sentimentos. Também tenho aflições, pesadelos. Tudo! – Falou. – Acha que eu menti por querer? Não podia contar, porque com certeza, do jeito que você é, iria correndo para lá salvar a Luna, sem nem ao menos pensar nos riscos. – Gritou.

- Argumento inválido. – Minha voz não demonstrava emoção alguma. Parecia de outra pessoa. – Sabe Draco, você devia assumir responsabilidade pelo que faz.

- Dá para você parar? – Gritou, sacudindo meus ombros. – Sabe que eu nunca mentiria para você. – Isso é golpe baixo.

- Mas mentiu… - Não consegui mais reprimir as lágrimas. – Mentiu para mim.

- Bella. – Segurou meu queixo.

- Para. – Empurrei sua mão. – Não vê, que só me faz mal? Estar com você… só traz problemas. – Tentei me afastar. – Somos de realidades diferentes, Draco. Você, um Comensal da Morte. Eu, a menininha frágil e idiota, que acredita que as pessoas mudam. – Solucei. – Sinto muito, Draco. Acabou.

Corri em disparada na direção do castelo.

Só queria minha cama, e um dia inteiro de paz. Mas claro, que isso não era possível.

***

Depois do showzinho que eu e Draco demos na estação, nos tornamos a sensação do momento. Eu, a menina que havia dado o fora em um dos garotos mais desejados de Hogwarts, e ele o coitadinho. Já sabia que não iria me safar dessa histórinha tão facilmente.

Andar nos corredores sem ser percebida, parecia impossível. Todo quanto que olhava, havia pessoas cochichando, apontando. Não aguentava mais aquilo…

- Eles não têm o que fazer? – Perguntei à Neville, enquanto sentava ao seu lado no Salão Principal. Ele apenas riu.

Notei que duas garotas ao meu lado, cochichavam lançando olhares na minha direção. E entendi que eu era o assunto da fofoca.

- É… Fofoquinha, matraca. – Disse, friamente. As duas arregalaram os olhos. – Sim, vocês mesmo. Acho melhor calarem a boca, antes que eu cale para vocês. – Disparei.

- Seu humor tá lá em cima, né? – Neville perguntou rindo.

- Você também. – Falei.

- Tudo bem. – Começamos a rir.

Até que fomos interrompidos por Miguel Corner. – O HARRY ASSALTOU GRINGOTES! – Gritou no meio do Salão Principal.

Foi como se ele tivesse disparado uma bomba. Todas as pessoas começaram a falar umas com as outras sobre o novo assunto.

- Como é que é? – Neville falou, surpreso. – Mas como eles…

Ele não pôde terminar, porque nesse momento, todos fomos interrompidos pelo grito estridente de Miguel. Vi Aleto com a varinha erguida lançando a Cruciatus nele. E só houve silêncio a partir dali. Nem fofoca sobre mim, ou sobre qualquer outra coisa.

Estavam todos assustados e amedrontados. Afinal, não é todo dia que se vê alguém sendo torturado na sua frente.


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Notas finais do capítulo

Então gente.
Essa semana, provavelmente não irei postar, porque é semana de provas ~sacooo~.
Mil desculpas desde já.
xx