A Última Dumbledore escrita por Baggins


Capítulo 24
Refúgio Particular


Notas iniciais do capítulo

Ai gente, eu tô me sentindo uma pessoa horrível. Fiz as pessoas chorarem )):
~I'M A BAD PERSON~
Mais um ai, e por favor, não chorem, ou algo do tipo!
Mas enfim, o capítulo é dedicado à linda da Sarah Black Lestrange.
Obrigada pela recomendação, gatinha!



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Abri os olhos devagar, tentando aproveitar ao máximo os últimos instantes de inconsciência. Essa que retirava minha dor, a mandava pra longe, para um lugar desconhecido. Um lugar que eu não tinha nenhuma curiosidade de ir ou explorar. Mas infelizmente, tinha que voltar para o mundo real. O mundo onde minhas dores, medos e inseguranças apresentavam-se três vezes maior do que realmente eram.

Sentei ereta na cama, tentando não fazer barulho. Não queria acordar ninguém, não queria receber os olhares de pena deles, não queria ser a coitadinha. Ainda mais aqui, na casa que sempre me acolhei, com as pessoas que mais amo nessa vida. Receber seus olhares de pena seria a pior coisa do mundo.

Logo depois do que acabou de acontecer, claro.

Apesar de tudo isso, não queria parecer forte, não agora. Não quero fingir que tudo está bem, porque não está. Não está! Minha mãe se foi! Sei que já perdi muita gente, que já deveria estar acostumada, mas não estou. Perdê-la é insuportável. É como se um pedaço de mim tivesse ido com ela. Ido pra um lugar obscuro, em que a vida já não existe.

O barulho da porta se abrindo me faz despertar dos devaneios.

– Bella! – Gina entra apressada. Mas é o olhar dela que me faz permanecer calada. Pena. – Você está bem?

– Estou. – Falei sem emoção alguma.

– Sinto muito! – Não suportava aquele olhar direcionado a mim. Será que ela não via que aquilo só piorava tudo?

– Tudo bem, não tem problema. – Respondi.

– Bella, você não precisa ser forte o tempo todo. – Falou. – Não precisa esconder suas emoções. Não agora! – O choro já subia pela minha garganta. – Eu imagino a dor que está sentindo. Não precisa lidar com isso sozinha!

Não consegui segurar. Chorei. Chorei como se não houvesse amanhã. Gina sentou ao meu lado e puxou-me para seu ombro. Não falou nada, só ficou ali fazendo-me companhia.


***


Dias depois

– Cuidem-se. E pelo amor de Merlin, não façam nada de errado! – Molly despedia-se de nós enquanto entravamos no trem.

A volta à Hogwarts seria estranha. Primeiro, Luna não estaria conosco, porque ainda estava desaparecida; e segundo, ninguém sabia da morte de minha mãe. Essa segunda coisa é até boa, pelo menos, me poupa dos olhares dirigidos à mim. Porém achava isso estranho. Sempre faziam estardalhaço quando algum membro da família Dumbledore morria, mas não houve nenhuma notícia da morte da minha mãe. Mas não queria nem pensar no motivo pra isso, não gostava de pensar que nunca mais iria vê-la. A ideia me matava.

– Bella, Gina. Aqui. – Neville chamou de uma cabine onde estava. Junto com Simas, Córmaco e Miguel.

– Oi gente. – Gina e eu falamos juntas. Sentei ao lado de Neville que apertou minha mão. De imediato entendi a mensagem, ele sentia muito pelo que tinha acontecido com minha mãe. Consegui dar um sorriso e retribuir o aperto.

– Como foi o Natal? – Córmaco perguntou.

– Foi bem. – Neville falou.

– Não sabia que você ia passar o Natal com a Gina, Bella. – Córmaco comentou.

– Não ia, mas… - Minha garganta fechou. Neville apertou minha mão outra vez. – Imprevistos aconteceram.

– Hum… - Pensei que a conversa pararia por ai, mas como Córmaco tem o péssimo hábito de prolongar a viagem, ele continuou. – Como está sua mãe, Bella?

Para mim, isso foi o pior. Nem sequer ousei olhar para ele, simplesmente sai correndo da cabine tentando reprimir as lágrimas. Já estava no corredor quando ouvi os gritos de Neville. Algo do tipo: “Qual o seu problema?” E tinha certeza que Córmaco não entendia nada. Nem o porquê de Neville gritar com ele, nem a razão de eu sair dali correndo feito uma louca. Na verdade, ele não tinha culpa nenhuma, afinal não sabia o que acontecera à minha mãe.

Meus pensamentos continuaram desvairados, até que esbarro em uma pessoa no corredor.

– E voltamos ao mesmo estágio de antigamente. Um esbarrando no outro! – Draco brincou, mas logo viu minha expressão. – O que aconteceu? Você está bem? – Apenas neguei com a cabeça. – É sua mãe, não é? – Tive que olhar pra ele.

– Como você sabe? – Ele ficou branco.

– Eu sou sobrinho dela. – Olhei pressionando-o a contar mais. – Acha que ela não chegaria em casa se vagloriando por te matado um membro da família Dumbledore? Ela fez uma festa porque matou o Black, porque não faria o mesmo por ter matado a filha de Alvo Dumbledore? – A questão é que aquelas palavras doeram mais que tudo.

– Você não está me ajudando! – Choraminguei.

– Desculpa. É que as vezes, falo as coisas sem pensar… - Abraçou-me forte. E pela primeira vez em dias, me senti segura. Me senti amada. Como se aquilo consolasse meu coração e preenchesse o vazio. Não todo ele, mas o suficiente pra me fazer sentir bem.

Mas, como não consigo ter um segundo de paz nessa vida, a felicidade durou pouco.

– Que casalzinho mais lindo! – Pansy falou com desdém. – Tão lindo que… me dá enjoo.

– Vai arrumar o que fazer, Pansy. – Draco falou, ferozmente.

Felizmente (ou infelizmente), ela foi embora sem dizer mais nada.

– Que pena que ela foi embora. – Lamentei.

– Porquê? – Draco perguntou, confuso.

– Estava querendo realmente lançar uma maldição da morte nela… - Comentei.

– Para de brincadeira, Bella!

– Não estou brincando. – Respondo.

– Isso te causaria problemas… - Draco fala asperadamente. – Os Comensais iriam atrás de você e… Nem gosto de pensar nisso!

– Que diferença faz? Não tenho mais ninguém mesmo. Então já posso morrer! – Virei-me, mas ele se colocou na minha frente.

– Quer parar com isso? – Praticamente gritou. – Que história é essa de morrer, ou de não ter ninguém? – Falou exasperado. – Eu por acaso sou o quê? – Ele gesticulava muito com as mãos (fazia isso quando ficava com raiva). – E Neville? E Gina? E Luna? Nós não significamos nada para você? – Respirou fundo, provavelmente tentando se acalmar. – Eu sei que isso é difícil. Sei que está sofrendo, mas precisa seguir com sua vida. Não precisa fazer isso por mim, nem por ninguém. Mas por você mesma! – Segurou meus ombros. – Precisa fazer isso!

Fiquei um longo tempo calada, pois, por mais que doesse sabia que o que ele dizia era a mais pura verdade.

– Obrigada! – Falei. – Mesmo.

– Por nada. – Passou um dedo na minha bochecha. – Mas vai ficar me devendo essa. – Olhei para ele, indignada. – Brincadeira!

– Sem graça. – Dei um murro em seu ombro.

– Ok, mas dá pra parar de conversa? Estava com saudades! – Me abraçou.

– Nossa, tá carente, hein? – Brinquei.

– Shiu. – Beijou-me. E por um momento, permiti-me fugir dos meus problemas.


***


– Como é bom vê-los mais uma vez. – Não sei porque, mas minha felicidade esvaiu assim que ouvi a voz do Seboso. – Sabemos que nem todos os alunos voltaram, mas ainda resta vocês. E isso é muito bom! – Minha vontade de matar alguém aumentava a cada palavra dita por ele. – Queremos avisar, que toda a área do sétimo andar que não dê no Salão Comunal da Grifinória está proibido. Repetindo, P-R-O-I-B-I-D-O! – Ótimo, tiraram mais duas coisas de nós. A liberdade e a Sala Precisa. Esse último, o mais revoltante de todos. – Bom, agora vão para seus dormitórios.

Despedi-me de Draco na entrada do Salão Principal e segui Neville e Gina para nossos dormitórios. A única coisa que conseguia pensar no momento era ir para cama e prender-me à meu refúgio particular.


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Notas finais do capítulo

Então, reviews? ESPERA!!! CHORARAM? NÃO NÉ. Digam que não!
Vou deixar de paranóia...
xx.



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