Escola De J Rock escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 16
Me Esquece


Notas iniciais do capítulo

Yoooooooo!
Estou aqui, sem mais delongas então...
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/179487/chapter/16

A ambulância demorou um pouco para chegar e Miyavi estava quase arrancando os próprios cabelos.

– Kaoru, puta que pariu por que você tinha que fazer isso, cara, era só socar ele pra caramba.... – disse Miyavi olhando o outro desmaiado.

– Ele não iria aprender... – disse de maneira seca.

– Pelo menos ele fica quieto... – disse Ni-Ya encostando na parede.

– Se a porra da ambulância não chegar ele morre de tanto sangrar... – disse Miyavi pegando o pulso do meio-irmão e vendo se ele está bem. – O pulso dele tá fraco, esse maldito vai morrer e me arrumar pra cabeça.

Kaoru estava sentado na beira da calçada, com o Shinya ao lado.

Aoi olhava o desespero do Miyavi, que por um ângulo era cômico, já que o Myv nunca tinha se importado com o meio-irmão.

– Miyavi, vaso ruim não quebra. – disse o moreno limpando o rosto suado.

A ambulância chegou junto com dois carros de policia e socorreram o garoto, que já estava bem apático.

– Que morra... – disse Kaoru se levantando e ajudando o Shinya.

– Vocês tem que ir para o Distrito Policial... – disse um dos policiais. – Pra falar o que houve, foi uma briga, assalto?

– Fui eu que dei um jeito nesse ai... – respondeu Kaoru.

Um socorrista olhou assustado, mas não podia demorar mais lá, apenas balançou a cabeça em ato de desaprovação e entrou na ambulância.

O policial segurou Kaoru

– Você já tem passagem pela mesma coisa...

– É, foi você que me levou... não lembra? – riu

O policial o algemou e jogou dentro do carro.

– Vocês, todos no carro também. – disse apontando

– Vou ter que ligar pra mãe do maldito.... – disse Miyavi

[..]

Na Delegacia

– O que esse malandro está fazendo aqui de novo? – gritou o delegado, provando que Kaoru já era velho conhecido dele.

– Fala o que você fez, de novo. – disse o policial empurrando ele a frente.

– Preciso mesmo? - disse

– Esfaqueou outro desavisado? – perguntou o Delegado se levantando ao perceber os outros garotos. – E esses ai?

– Estavam junto. – respondeu um policial. – São todos menores de idade

– Cúmplices ou testemunhas? – perguntou o policial olhando cada um dos garotos.

Kaoru olhou para os outros num tipo de apelo para se salvarem.

– Cúmplices. – respondeu Miyavi.

O Delegado olhou para Kaoru, que o continuava o encarando.

– Vocês, passem o numero pro tenente, para ele chamar o responsável por vocês.

O tenente empurrou os outros garotos.

Shinya ainda olhou para Kaoru, antes de sair.

– E Você.... – o Delegado mediu Kaoru. – Seu pai teria nojo de você agora.

– Meu pai não está vivo... não tenho que orgulhar ele. – respondeu.

– Você... Infeliz....Vai acabar matando minha irmã. – disse o delegado.

Kaoru não respondeu, apenas continuou olhando.

– Fale o que aconteceu... Conte sua versão.... Tente se salvar, pelo menos. – disse batendo o punho contra a mesa.

– Quer saber por que eu fiz isso, de novo? – riu.

– Claro, não posso te acusar, sem ouvir sua versão, você sabe disso.

– Certo. O cara que eu cortei, estuprou um garoto, e bateu no meu Shinya. – disse bem rápido.

– Como sabe disso? Quem é Shinya? – o delegado não entendeu nada.

– Você viu aquele loiro que veio comigo, ele é o Shinya. Tentaram humilhar ele... o magoaram, e eu não aceito isso. E o que tá machucadinho não é um santo, mereceu o que eu fiz.

Uma mulher entrou na sala desesperada., sua feição era abatida.

– O que ele fez dessa vez? – disse deixando as lagrimas caírem.

– Me contou uma história sem pé nem cabeça. – respondeu o delegado.

– Não acredita em mim, pergunta pro Shinya, ou pros outros. – disse Kaoru.

– É melhor mesmo. – o delegado fez sinal para o policial. Que foi buscar os outros garotos.

Shinya entrou na sala praticamente correndo, e ficou perto do Kaoru.

– Alguém aqui, explique, o que aconteceu antes de virem para a delegacia? – impôs o delegado.

– Estávamos defendendo um amigo.... – respondeu Aoi.

– O que o garoto ferido fez?

– Desde quando o Kouyou-kun chegou na cidade, ele o inferniza, chegou a estuprar ele, e ontem tentou agredi-lo novamente. – disse Ni-Ya

– Como sabem disso?

– A irmã do Kouyou já o acusou....e isso já foi registrado aqui. – respondeu Ni-Ya.

– Todos nós aqui conhecemos muito bem o Toshimasa, e ele atormenta todos na escola, e no bairro. – disse Aoi.

Miyavi não abriu a boca pra falar nada, estava se preparando pro que viria a seguir, quando o seu pai ficasse sabendo.

– Kaoru Niikura! Isso não é motivo para o que você fez! – gritou a mãe dele dando um tapa no rosto dele.

– Você ouviu o que eu disse era pra defender o Shinya, eu não quero que ele volte a tocar no Shinya! – Kaoru se levantou e encarou a mãe. – Você nunca tentou me entender nem um pouco! Você nunca me escuta! Por que não me esquece! Finge que não existo, eu saio de sua casa!

– Para Kaoru! – dessa vez foi Shinya que gritou, e pela primeira vez chorava na frente de todos. – Para com isso... Não precisa ferrar sua vida pra me defender!

Kaoru secou as lagrimas do loiro.

– Parem de gracinha, todos sentados que manda nessa birosca ainda sou eu. – disse o Delegado – Temos que esperar os pais dos outros para resolver esse assunto.

Os meninos sentaram, e em alguns minutos os pais deles iam chegando.

– O que houve? – perguntou o pai de Shinya que fora o ultimo a chegar.

– Estão todos aqui....certo, seus filhos estavam numa briga e um dos garotos foi esfaqueado.

São testemunhas, por que esse aqui assumiu toda a culpa. – disse o delegado, tratando Kaoru como qualquer. – Vocês tem que assinar o boletim de ocorrência.

[...]

– Mãe....

– Takamasa, quem foi esse menino ferido? – perguntou Kim assinando o papel.

– Foi o Toshimasa... – sussurrou Miyavi...

– Kami-sama! Temos que avisar o Toshi!

– Agora fudeu tudo. – disse Miyavi levando as mãos a cabeça.

– Takamasa! – repreendeu a mulher.

[Miyavi liga para o pai...]

– O quê???????????????????? – gritou Toshi desligando o telefone na cara de Miyavi.

– Velho mal agradecido, ainda bem que falei o nome do hospital...

– Filho, por que brigaram dessa vez? – perguntou Kim parando o carro.

– Mãe, você ficou sabendo que o Toshiya estuprou um garoto?

– O quê?

– O Uruha-chan, sabe, o loiro alto que anda com a gente... logo que ele chegou na cidade.

– Por Kami... O que aquele menino tem na cabeça! Ele não era assim...

– E ontem, ele mordeu o Uru-chan,ele se aproveita que o Uruha não sabe se defender...-disse o tatuado.

– O Toshi não sabe disso, não é mesmo?

– Ou sabe e não liga... por que o Toshiya age normalmente, como se o que tivesse feito fosse algo de se orgulhar....

–Vamos ao hospital!

– Pra quê?

– Vou conversar com o Toshi...

– Sabe que vai acabar sobrando para mim... – Miyavi, tirou o cinto. – Vou ver como o Kaya está...

– Você vai junto! Se quiser levamos o Kaya, mas você vai até aquele hospital comigo!

Miyavi bufou de raiva e cruzou os braços.

– Então vamos buscar o Kaya. – resmungou.

[...]

– Kaya! – chamou Miyavi .

Kaya saiu correndo e abraçou o mais alto.

– Myv, não quero você brigando, não mais...

– Kaya-chan, vamos comigo ao hospital, minha mãe está me arrastando...

– Tá, eu vou... – Kaya segurou a mão de Miyavi e os dois seguiram para o carro.

[...]

Assim que chegaram no Hospital Toshi, veio na direção de Miyavi e o sacudiu.

– Hey, para com isso. – disse Miyavi se soltando. – Tá louco?

– O que você fez com o Toshimasa? – Toshi tentou não levantar a voz, mas era quase impossível.

– Toshi! Não foi o Takamasa! – disse Kim, empurrando Toshi para longe do filho.

– Quem foi então, um dos seus amiguinhos?

– O Toshiya fez por merecer... ele mesmo fez com que isso acontecesse...- disse Miyavi. - Eu espero que ele morra!

Akemi se aproximou dos quatro.

– Olha com você fala, garoto maldito... você devia apodrecer num reformatório..

Kaya olhava tudo assustado...

O pai do Miyavi deve ser louco... trata o próprio filho como lixo.

Uma enfermeira apareceu.

– Toshimasa-san já pode receber visitas – Toshi e Akemi seguiram na direção do quarto.

Miyavi bufou.

– Filho, eu sei que...

– Mãe, eu não tô nem um pouco preocupado se o Toshi me dá atenção ou não. Eu só acho ridículo ele não enxergar que está criando um monstro na própria casa. – ele segurou a mão de Kaya firmemente.

– Não foi uma boa ideia vir até aqui, vamos meninos... deixem eles cuidando do filho

[...]

– Yuji, queremos conversar com você. – disse a mãe de Ni-Ya parando o carro.

– Sobre a briga? – perguntou o rapaz tirando o cinto.

A mulher não respondeu e desceu do carro. E esperou o menino descer.

Ni-Ya ficou sem saber o motivo, mas seria uma ótima oportunidade para contar sobre Uruha.

Entrou bem rápido encontrando o pai e a irmã sentados na sala.

– Pai... – Ni-Ya fez uma reverencia

– Yuji sente-se aqui, precisamos conversar...

– Tá... – Ni-Ya se sentou de frente para o pai, e a mãe dele se sentou ao lado. – Se foi pela briga eu estava defendendo o Uruha.

– É esse menino pai... – disse Mika

– O quê?... – Ni-Ya se lembrou que levou Uruha ontem para casa, e sua irmã deve ter visto algo. – Mika, o que você falou pro pai?

– Yuji você beijou esse garoto – afirmou o pai dele.

– Ai, Kami-sama – Ni-Ya passou a mão pelo rosto. – Eu ia falar sobre isso com vocês... eu estava me preparando, e Mika, você além de linguaruda, adora bisbilhotar minha vida...

Todos continuavam olhando para Ni-Ya, como se ele fosse um fantasma.

– Há algo errado? Eu não posso fazer minhas escolhas? – Ni-Ya se levantou.

– Acho que isso é influencia. Você tem muitos amigos que fazem isso... – disse o pai dele.

– Eu sei muito bem o que sinto...Não é por que meus amigos também fizeram escolhas parecidas, que a minha foi influenciada. – Ni-Ya já estava vermelho de raiva.

– Filho, mas você já teve tantas namoradas. –desse vez foi a mãe dele que falou.

– Mas por nenhuma senti o que sinto pelo Uruha, quero sempre ter ele por perto, quero protegê-lo e demonstrar que o amo...

Os pais dele se olharam.

– Eu vou sair, não quero ficar aqui... vocês não me entendem...

– Não quero mais você perto desse menino. – disse o pai dele

– Você não vai me obrigar a isso.

– Eu não quero um filho gay! – gritou o homem perdendo a calma.

– Se o problema é esse, me esqueça, me manda embora de casa, eu não vou deixar o Uruha...

Ni-Ya saiu batendo a porta, as lágrimas correram pelo rosto dele. Como isso podia acontecer? Seu pai não tinha o direito de julgá-lo dessa maneira.

Depois de chorar um pouco escondido, ele resolveu ir até a casa do Uruha.

Nunca se sentiu tão mal desse jeito, sempre soube encarar as coisas ruins, mas isso o tinha destruído, sua própria família.

Ele tocou a campainha, quem atendeu foi o Kenichi.

– Yo, Ni-Ya, está procurando o Kouyou?

– Ele está? – perguntou Ni-Ya tentando disfarçar a cara de choro.

– Está. Mas o que houve? – perguntou Kenichi fazendo sinal para ele entrar.

– Nada de importante, não se preocupe... – disse o rapaz entrando.

– Ele está lá no quarto com o amigo...

– Vou lá... – Ni-Ya subiu as escadas depressa e bateu na porta entreaberta do quarto que supôs ser do Uruha.

– Entra... – respondeu Uruha.

Ni-Ya entrou e logo recebeu um abraço do namorado.

Era Sakito que estava com Uruha.

– Ni... o que foi porque essa cara? – perguntou Uruha assim que percebeu a feição entristecida do namorado.

– Minha família... – Ni-Ya não agüentou e voltou a chorar.

Sakito nunca tinha visto o amigo chorar assim, devia ser algo muito grave.

Uruha abraçou-o assustado com a reação do Ni-Ya, e olhou para Sakito para tentar achar ajuda.

Sakito não teve reação nenhuma. Continuou sentado olhando. Uruha puxou Ni-Ya para se sentar.

– O que foi Ni? O que aconteceu? – Uruha acariciou o cabelo do menino que tentava controlar o choro.

– Meus pais... não me aceitam... - Ni-Ya secou as lágrimas

– Como assim não te aceitam? – perguntou Uruha com toda sua inocência.

– Eles não me querem com você.... – Ni-Ya abraçou ainda mais Uruha.

Uruha ficou com os olhos cheios de lágrimas. Queriam separar eles, e isso era horrível.

– Mas não vou deixar Uru, eu não vou deixar me afastarem de você.

– Acho melhor eu ir agora, deixar vocês conversando ok, cuidem-se. – Sakito não queria mais atrapalhar a conversa. Deu um beijo na testa de cada um e saiu.

Uruha e Ni-Ya ficaram um tempo em silêncio.

– Mas você vai desobedecer seus pais?... – Uruha deixou as lágrimas caírem

– Uruha... isso não é questão de obedecer ou não, eu não vou me afastar de você... eu não quero...

– Ni.... Aishiteru... – Uruha selou os lábios do outro.

– Aishiteru, Uru-chan, e nada vai mudar isso ok...

Alguém bateu na porta.

Uruha soltou Ni-Ya e pediu para a pessoa entrar, era Mayumi.

– Ni-Ya, sua mãe está te esperando lá embaixo. – disse ela sem entrar.

O garoto olhou para Uruha e levou ele junto.

Uruha ficou sem reação, só foi se deixando levar por Ni-Ya.

...

– O que você quer? – Ni-Ya estava muito nervoso.

– Volta pra casa não terminamos a conversa... – disse ela de maneira ríspida.

– Por que não fala na frente de todos aqui, da Mayumi-chan, do Kenichi-san, do Uruha?

A mulher olhou Uruha, um olhar de desprezo.

– Vamos logo Yuji... – ela conteve a raiva na voz.

– Eu não vou... não vou ficar naquela casa...Vocês não me aceitam não vou voltar pra lá! – gritou.

– Calma, Ni-Ya... – Kenichi tentou acalmar o garoto.

– Calma? Você me pede calma! É ridículo o que eles estão fazendo, ridículo... sempre falaram em aceitar as pessoas como elas são, mas nunca fizeram isso.... – ele continuava segurando a mão de Uruha.

A mulher não tinha palavras para responder o filho apenas o encarava.

Depois de alguns minutos olhando ele.

– Se não vir agora, não volta mais...

– Então pode jogar minhas coisas na rua... vou ficar melhor lá...

A mulher deu as costas e saiu...

Uruha abraçou Ni-Ya.

– Yuji-kun, não vou deixar você ficar na rua.... – Mayumi fechou a porta. – Você pode ficar aqui se quiser.

– É mesmo Ni... pode ficar! – Uruha intensificou o abraço...

– Gomem nee, Uru-chan, Mayumi-chan, Kenichi-kun, eu não queria incomodar vocês...

– Não irá nos incomodar... aliás, você será uma ótima companhia – Mayumi sorriu

– Eu vou conversar com meu tio... quem sabe ele possa me ajudar...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

alguém quer adotar um Ni~ya? kkkkk
Bjoos até o Proximo!