Gina acordou com uma grande dor de cabeça, olhou para o lado e tentou se lembrar de tudo que tinha acontecido ontem.

Então se lembrou, do loiro, da música e do seu novo trabalho e lar.

Sorriu sozinha e ao mesmo tempo sentiu um aperto no coração, Harry havia falado sobre a cocaína e que não iria mais se importar com ela a partir do momento em que ela começar a usar, e se suas palavras fossem verdadeiras? Iria perder seu único amigo. Sentiu um aperto no coração, ela não tinha nenhuma fome.

Andou um pouco fraca até a porta do banheiro e se sentou em baixo do chuveiro, não se importava que estava de roupa, ligou na água quente e sentiu seus músculos relaxando soltou um suspiro alto e sem saber porque, começou a chorar. Depois de algum tempo naquela situação, se lembrou do seu pai, sentiu raiva e nojo por ser filha dele e sentiu mais raiva e nojo de si por nunca ter se preocupado de onde vinha todo aquele conforto em que ela vivia, odiava saber que sua vida era uma vida “boa” graças ao pai.

Saiu do banheiro e trocou de roupa, passou lápis no olho demarcando bastante ele e penteou os cabelos, sorriu com o seu reflexo. Saiu do quarto e se viu em um corredor estreito e pequeno, andou um pouco e parou em uma segunda porta, abriu e se deparou com o bar, agora menos cheio.

Olhou no relógio pregado na parede e viu que já eram 15 hrs, “como consegui dormir tanto?” foram os pensamentos da Gina olhou em volta e viu Harry parado em um canto com cara de poucos amigos, ela foi em sua direção.

- Oi Harry. – disse a ruiva com um sorriso fraco no rosto.

- Oi? OI?! Você pensa que eu não sei o que aconteceu não é? Na moral, você é muito idiota menina,  sua burra, como você foi usar aquilo? – disse o moreno com raiva passando a mão no cabelo bagunçando ainda mais o mesmo, seus olhos estavam marcados com um sentimento de raiva.

- D-d-esculpa Harry, meu pai me expulsou de casa e eu tava sem cabeça, desculpa. – disse a ruiva sem coragem de olhar para o moreno em sua frente.

- E você acha que isso é motivo para usar cocaína? – o moreno falava no mesmo tom que o de Gina. – você tem certeza disso? Quer saber, vim aqui te avisar que vou viajar. Não sei quando vou voltar e nem se vou voltar, vim falar pra você não fazer merda, mas parece que você já fez merda o bastante não é? – disse ele novamente com raiva.

- E como sabia que eu estava aqui? – perguntou ela com um misto de curiosidade e surpresa.

- Com o tempo você começa a conhecer as pessoas sabia? – ele disse sem sorrir.

- Mas, para onde você vai? Deixa eu ir junto, eu não quero ficar aqui, por favor Harry. – pediu a ruiva.

- Vou pra outro pais, outro estado, outra cidade, não sei para onde, e não você vai ficar aqui, você achou que eu estava blefando quando disse aquilo sobre me afastar de você? – os olhos da ruiva se encheram de lagrimas e um nó se formou na sua garganta.

- Na verdade, achei. – disse ela.

- Estava enganada. – Harry virou as costas e deixou ela sozinha ali com suas lagrimas, porque tudo na sua vida tinha que dar errado?

Correu para o quarto, mas no caminho tropeçou em alguém, seus olhos foram subindo lentamente até que se deparou com olhos cinzas-azulados. Draco tinha um sorriso sínico no rosto.

- E então ruivinha, gostou de ontem? – sorriu ele ainda mais, se quer que isso era possível.

- Gostei. – disse ela sem pensar, mas não estava mentindo. – você tem mais? – perguntou ela, sabia que aquilo era uma forma dela acalmar e se esquecer do seus problemas.

- Claro que tenho. – sorriu ele de novo.

- Eu quero! – disse ela.

- Vem aqui então. – o loiro a puxou para uma mesa e eles começaram a cheirar.

Gina não se dava conta do quanto já havia cheirado, porém estava gostando e estava cada vez mais nas “nuvens”. Sorria sem saber o porque, estava feliz sem saber o motivo, só estava feliz. Chegou ao velho dono do bar e pediu para cantar uma musica, ele assentiu e ela escolheu.

Decode - Paramore 

How can I decide what's right,

when you're clouding up my mind?

I can't win your losing fight.

All the time.

Now can I ever own what's mine,

when you're always taking sides?

You won't take away my pride.

No, not this time...Not this time.

How did we get here,

When I used to know you so well?

But how did we get here!?

Well, I think I know.

This truth is hiding in your eyes,

And it's hanging on your tongue.

Just boiling in my blood, but you think that I can't see.

What kind of man that you are?

If you're a man at all.

Well, I'll figure this one out

On my own...

(I'm screaming "I love you so"...)

On my own...

(But my thoughts you can't decode)

Se sentiu tomada pela melodia da musica e pelo efeito da droga, o loiro a sua frente sorria e aplaudia, e ela só cantava, cantava com a alma, com o coração. Tomou um pouco de ar e continuou.

How did we get here,

when I used to know you so well?

Yeah, yeah

How did we get here!?

Well, I think I know.

Do you see what we've done?

We've gone and made such fools of ourselves.

Do you see what we've done?

We've gone and made such fools of ourselves.

How did we get here,

when I used to know you so well?

Oh, how did we get here,

when I used to know you so well?

I think I know.

I think I know.

There is something I see in you.

It might kill me, I want it to be true.

Aquilo fazia bem a ela, tomou um pouco de ar e desceu do palco, sorrindo, foi até o velho Tom e pediu uma bebida, bebeu tudo em dois goles. O loiro de olhos cinza-azulados estava vindo em sua direção, ela continuava a sorrir.

- Obrigada pela droga. – ela sorriu em forma de agradecimento.

- Ah, então você acha que não vai me pagar? – disse ele com um tom diferente em sua voz, um tom safado.

- Como assim? – o loiro abraçou a ruiva e lhe deu um beijo no lóbulo da orelha que a fez estremecer e arrepiar. – m-me s-s-olta.

- Agora que a brincadeira tá começando? Ah, mas é claro que não. – O loiro sorriu, dessa vez em uma forma diferente misturada com alegria e safadeza.