Filha Do Sol escrita por Ana Luisa


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem...



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Capítulo 2
              Acordei praticamente morta na manhã seguinte. 

Eu não havia dormido nada, nada, nem 5 minutos, mas eu fiquei aliviada e feliz quando percebi que teria a manhã para tentar dormir novamente.

         Minha felicidade acabou rápido quando minha mãe abriu a porta do meu quarto e falou:

       - Filha, acorda, hora de ir para a escola.

       Escola, é impressionante como essa simples palavra pode estragar o dia de uma pessoa.

       Com sono, eu saí da cama e fui para o banheiro, ele tinha paredes brancas levemente rosadas e apenas uma pia, o vaso e o chuveiro.

        Me olhei no espelho: Ótimo, meu cordão ainda estava lá!                         Vocês devem estar se perguntando "que cordão?" Por isso, vou contar uma pequena história. 

         Um pouco depois de eu nascer, um pouco antes de meu pai me abandonar (o que foi uma decisão maravilhosa), ele me deu um cordão,  ele era lindo, de ouro com um pingente com uma metade com o formato de uma Lua e a outra metade, um Sol - em homenagem aos gêmeos arqueiros, minha mãe me contou - quando eu perguntava sobre o colar para a minha mãe, ela só falava:

       -Ele vai te ajudar na hora que você mais precisar, vai te dar proteção na hora que você estiver vulnerável e irá fazer companhia quando você estiver solitária.

        Ele, minha mãe falava como se o cordão estivesse vivo, o que era realmente assustador, mas decidi não perguntar mais.        Voltei a atenção para mim.

       Meu cabelo estava um ninho e eu estava com roxas olheiras. Lavei meu rosto com água fria, penteei meu cabelo, escovei os dentes e fui para a cozinha.

       Era um cômodo pequeno, como o restante da sala. Metade da parede era coberta com lindos azulejos dourados e simples.                                       Imediatamente avistei a minha mãe, apoiada na geladeira tomando café enquanto John reclamava da coluna machucada, o que seria mais engraçado de se assistir se eu estivesse em sã conciência.                       - Bom dia, mãe. - Eu disse, com um sorriso cansado.                                   Me virei para John:

        - Dormiu bem no chão, Johnny?

         - Passou um bom tempo no reformatório, Bebell? Ele falou, com cara de deboche.

         - Ah, cala a boca seu...

         - Chega. - Minha mãe respondeu, com um tom relativamente calmo.- A Bell precisa ir para a escola... e você - ela disse, se virando em direção ao meu irmão - Precisa ir tentar arrumar um emprego.           -                          Só em sonho o bobão vai fazer isso - Eu sussurei, mas a minha mãe aparentemente ouviu e me mandou uma cara de reprovação.

          Olhei para o relógio e dei um gritinho (do qual eu não me orgulho), faltava 10 minutos para a aula.

          -Deus, eu to atrasada!! - Fui rapidamente até minha mãe e lhe dei um  beijo no rosto - Tchau, mãe, te amo.

           -Tchau querida! - Ela disse, enquanto eu me virei, peguei minha mochila, que se encontrava em cima do sofá, e saia pela porta.                          A escola Saint August (a qual eu infelizmente frequentava) era apenas 5 minutos a pé de minha casa.

               Eu entrei correndo pela porta de entrada, corri em direção ao meu bagunçado armário para pegar meus livros, tinha acabado de bota-los dentro da mochila quando duas mãos seguraram meus dois braços, levando meu corpo a andar para frente. As mãos seguraram as minhas mãos de um modo confortável.

                 Levantei meus olhos e pensei...ah não.       

          -Deixaram os monstros sairem do inferno para me atormentar? -Eu perguntei, rindo.

                  -Exatamente,  nós vamos te atormentar para sempre, Bell Tish - Disse minha melhor amiga, Vick, rindo junto comigo.                                              -Você não vai conseguir se livrar da gente, Bebell, somos igual sanguessuga mas sem a parte do... sangue. -Disse meu melhor amigo, Luka, no meu outro lado. Luka e seu pavor de sangue, é, eu senti muita falta desses dois. Pensei.

                  Libertei minhas mãos e as enlacei no pescoço deles, puxando-os para um abraço e aquilo me livrou de parte da dor que sofri: O abandono do meu pai, ele brigando comigo, a saudade de casa, de minha mãe, dos meus amigos até um pouco (só um pouco) de John, saudade de tudo que eu conhecia e amava. meus olhos ficaram cheios de lágrimas.        

            -Você está bem, Bel? -Disse Luka, me observando.                                  -Sim e-eu...eu estou bem.- Eu disse enxugando os olhos envergonhada. - Entrou uma coisa no meu olho... Então, vamos enfrentar os professores?

             Eles assentiram é nós começamos a andar a aula de inglês, dada pelo professor Clearlight, um senhor de 50 anos baixinho de cabelos brancos, mas eu não liguei para nenhuma aula nesse dia, eu só queria chegar em casa.

               A hora da saída ( finalmente) havia chegado, Luka e Vicki insistiram em me levar para casa.

               Passei metade do caminho contando para eles sobre as minhas experiências no "inferno" e como lá era horrível, e eles passaram metade do caminho falando as bobeiras que Mel Hopkick (a menina mais idiota e vulgar da minha escola) havia falado, quando estávamos quase chegando, meu celular tocou.

                Vi o número para ver se eu conhecia a pessoa que me ligava, eu não reconhecia, atendi o telefone.

                  -Alô?

                  -Isabelle Tish? - Perguntou uma voz forte e grossa no outro lado da linha.

                   -Sim, sou eu. - Eu respondi, e o resto da ligação foi o pior momento da minha vida inteira.

                   Saí correndo para casa, com lágrimas nos olhos. Quando cheguei, abri a porta e saí correndo para meu quarto e me deitei na cama, com lágrimas rolando pelo meu rosto, olhei para meu colar, que emitia uma luz fraca e, novamente, a voz da jovem garota invade minha mente: Principalmente agora, semideusa, não é seguro ficar ai nem pela sua vida nem pelo seu coração, fuga para que ele não se parta como ele se partiu agora... 

              Olhei para a mala feita jogada no chão, a peguei e a arrastei até a porta da frente e, quando a abri, ouvi a voz de John atrás de mim.

              - Você vai me deixar? Agora que a nossa mãe morreu?                              -Me desculpa, John - disse, chorando- Você sabe por que eu tenho que ir embora.  

                -Eu sei, por que você prefere se esconder da tristeza ao invés de enfrentá-la... deveríamos ser uma família, Bell... para onde você vai?                                   

                -Para qualquer lugar - eu disse, e sai.                                                       Algumas horas depois, o céu já estava escuro e eu estava sozinha, sentada na beira da estrada de um pequeno bairro da cidade, estava comendo um hambúrger que comprei com um dinheiro que havia guardado, quando, de repente, ouvi uma expécie de rugido perto de uma árvore no outro lado da rua.

                 Pensei que era apenas parte da minha imaginação, porém ouvi de novo, me virei e vi uma coisa saindo de trás da árvore com um salto.

                 Era um cão preto enorme, com dentes de tubarão que pareciam navalhas, prontas para atacar.

                  Eu fiquei ali, paralisada, rezando para que ele não me visse, porém mais cães (pelo menos, 20) sairam detrás dele.                                               Eu comecei a correr entre as árvores, porém eles eram rápidos e rapidamente estavam quase do meu lado, mordendo o ar esperando uma sortuda mordida que arrancaria um pedaço do meu corpo.   

                  Meu colar novamente começou a brilhar. Porém, dessa vez, era um brilho poderoso e muito chamativo, e a voz da garota retornou em minha mente: use a benção do seu pai, use o cola, os seus instintos te guiarão para o Acampamento.

                   Eu não havia escolha, por isso segurei o meu colar, fechei levemente os olhos e pedi para que meu pai me ajudasse a sobreviver. 

                   De repente, meu colar começou a ficar pesado, tão pesado que eu não conseguiria usar no pescoço.                                                                   Depois de alguns segundos, estava segurando um arco-e-flecha de ouro extremamente lindo (e mais leve do que imaginava), havia uma bolsa de flechas em  minhas costas. Eu as peguei e começei a atirar nos cães, que ficavam cada vez mais irritados.                                           Após alguns minutos, eu havia terminado de matar todos os cachorros, ou foi o que eu pensei, pois, de repente, uma coisa extremamente pesada me fez cair no chão, me fazendo bater a cabeça.                                 Então, eu apaguei.


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