Afrodite sai com a garota em direção as escadarias do santuário, ela o seguia timidamente e ambos sentiam o abrangente cosmo de Athena. Um cosmo tão poderoso, acolhedor e caloroso que se sobrecolocava acima de quaisquer cosmos ali presente. Subindo as escadarias encontram Mu na primeira casa, que já os estavam esperando e lhe deu passagem, sendo assim com todos os cavaleiros que estavam em suas respectivas casas.

– Tudo bem Seronha Koré? – Afordite pergunta devido o silencio da garota.

– Sim, estou bem. Cavaleiro, quem era o garoto de cabelos verdes? – Koré pergunta curiosa.

– Ele é o cavaleiro de bronze de Andrômeda, chama-se Shun – Afrodite responde, não demonstra, mas achou estranha a curiosidade da deusa no garoto que era o avatar de Hades.

– Andrômeda... sua beleza também lhe faz jus a sua armadura, mas algo nele me é familiar... não sei bem dizer o que. – Koré fala pensativa.

O cavaleiro de peixes estranha o comentário. Se a esposa de Hades estivesse a par de tudo o que acontecia no submundo saberia de imediato que o cavaleiro de Andrômeda era nada mais e nada menos que o corpo a abrigar a alma de Hades.

– Desculpe a minha intromissão mas, Senhora Koré, não a vimos em lugar algum durante a Guerra Santa. – Afrodite pergunta cordialmente. Realmente estava curioso para saber onde a deusa da fertilidade estaria, mas alguma coisa nela não lhe inspirava confiança.

– Ah, sobre isso... bem, quando meu marido resolveu virar-se contra Athena eu me coloquei contra e ele me aprisionou em uma das mansões do Cócitos. Se não fosse por Dionísio, certamente ainda estaria presa lá

– Entendo... então você saiu do submundo no início da Guerra Santa. – Afrodite comenta.

– Sim e, desde então vivo com minha mãe Demeter. – Responde a deusa serenamente.

Afrodite sorri ternamente para a garota, mas por dentro suas suspeitas continuam a aumentar “ Se estaria vivendo com sua mãe desde então, por que a encontramos na Itália?” pensa o cavaleiro da décima segunda casa.

Em um intervalo de meia hora, subindo em passos firmes, porém sem pressa, ambos chegaram ao salão do Grande Mestre. No caminho Koré se encantou em especial com as lótus na casa de Virgem, com as rosas que enfeitam a casa de peixes e com a entrada imponente do salão. Koré e Afrodite são recepcionados por Shion que está em pé ao lado de Athena, sentada no trono.

– Minha irmã, fico feliz em recebe-la – Saori fala com ternura, levantando-se e dirigindo-se em direção a deusa mais mirrada.

....

– Perséfone era amante de Dionísio sim, mas para os deuses que habitam o Olimpo, sabe como é né... Ela catou o pai e o filho então, sabe-se lá o que deve acontecer hoje. – Kanon fala irônico com um meio sorriso .

Os dois cavaleiros param subitamente ao sentirem que os cosmos de Saga, Shura Camus desapareceram da mesma forma que o de Mascara da Morte e o de Shun.

- Acho que eles devem ter achado como os dois desapareceram, vamos continuar Ikki. – Kanon fala tranqüilizando Ikki, mas na verdade estava tão apreensivo quanto o Fenix.

Chegando aos pés da escadaria sentem Athena queimar seu cosmo de uma forma atípica. Ao chegarem na casa de Áries se deparam com Mu e Aldebaran conversando na entrada da primeira casa.

- Com licença Mu, passaremos pela sua casa. – Kanon fala cordialmente fazendo um pequeno aceno com a cabeça.

- Certo Kanon, podem passar mas... será que poderia nos falar o que está acontecendo no Cabo Sunion? Kiki sentiu os cosmos dos cavaleiros desaparecendo do nada na vila e veio me reportar e Athena está expondo seu cosmo de uma forma bem cálida como uma espécie de boas vindas e sinal de proteção para Koré, mas acabou por ocultar esse desaparecimento de nós e certamente de Koré também. – Mu fala curioso para Kanon.

- Também estou curioso sobre isso, eles simplesmente sumiram quando a Koré aparece em nosso santuário, algo não anda me cheirando bem. – Aldebaran fala com uma expressão preocupada.

- Nós também adoraríamos saber – Ikki responde entrando na conversa. – Meu irmão e Máscara da Morte desapareceram primeiro, simplesmente sumiram, Kanon e eu estávamos voltando para reportar o ocorrido ao Grande Mestre quando os cosmos dos demais também desapareceram.

- Apesar de que, analisando o que está acontecendo, não acho que seja prudente irmos até o salão do Grande mestre. – Kanon fala pensativo. – Aldebaran está certo, eles desapareceram justamente quando Koré apareceu. Isso pode ser coisa dela ou...isso pode estar relacionado a ela de alguma forma. Mu, teria como você contatar o Grande Mestre mentalmente?

-Sim, facilmente. – Mu responde um pouco intrigado.

Kanon e Ikki falam tudo sobre o ocorrido desde o encontro com Shun embaixo da romanzeira até seu estranho desaparecimento, sendo seguido por Máscara da Morte. Quando estavam terminando seu relato, veem Shun, Saga, Shura, Máscara da Morte e Camus se aproximarem. Mu resolveu esperar antes de relatar o que ouviu ao Grande Mestre mentalmente e sem muitas delongas, os cinco cavaleiros chegam e conta tudo o que ocorreu em sua breve volta ao submundo deixando Mu, Aldebaran, Ikki e Kanon abismados.

– Bom, minha parte eu já fiz, preciso descansar, informação demais para minha cabeça. – Mascara da Morte sobe as escadariasem direção a sua casa após relatarem o ocorrido. – boa noite pra quem fica.

– Mas... estamos lutando todos esses séculos por nada?! – Ikki fala pasmo.

– Na hora pensamos a mesma coisa mas agora eu não diria por nada afinal Hades representa, ou se isso for verdade, representou um perigo muito grande para os humanos. Se Athena ganhasse a luta como sempre aconteceu, teria muitas baixas, não teria como fazer uma investida no Olimpo, se Hades ganhasse a luta, Zeus ficaria livre para fazer o que bem entendesse na terra, pois na verdade ele estava controlando Hades de certa forma. – Camus fala recuperando sua postura habitual. – Bem, e desde os tempos mitológicos nossa função era não deixar Hades conseguir tal feito, mas na verdade nunca tivemos realmente a oportunidade de parar o problema na raíz, averiguando-o mais a fundo, foi a primeira vez que conseguimos tocar o corpo de Hades de fato.

– Bem... não sei vocês, mas para mim a história que Hades nos contou me pareceu bem convincente. Hades não tem um corpo físico no momento para vir a Terra e o fato de Shun ser um cavaleiro de Athena não possibilita mais tomar posse de seu corpo, no máximo apenas por alguns momentos e, pelo que Hécate nos contou depois, o Olímpo percebeu que os deuses ctônicos não morreram e que havia a possibilidade de Hades ter recobrado a consciência. – Shura afirma.

– Como assim recobrar a consciência? - Mu pergunta.

– Pensa bem Mu, Hades queria castigar os humanos devido a sua crueldade e trazer a utopia para a Terra e a vida eterna para os que o seguirem toda essa balela, mas Hades já não faz isso sem ter posse da Terra? Qual o sentido de trazer a utopia um plano da qual você não reside, castigar pessoas que você já castigaria mesmo assim pois, todos quando morrem vão para o submundo e de lá, lhe será aplicado o castigo ideal e, se você for integro, terá o descanso eterno nos Campos Elísios onde fica localizado os repousos de Hades, Thanatos e Hypnos? – Saga comenta de forma despretensiosa. – Sabíamos disso, mas acreditávamos que esse discurso era apenas enrolação e o Imperador do infra-mundo estivesse fazendo isso por pura maldade, mas não é bem assim.

– Basicamente, seu raciocínio teria sido alterado pelo vinho de Dionísio, caindo na conversa de Perséfone, Hades se engajou em uma luta sem sentido contra a humanidade, que automaticamente implicava em uma luta contra Athena, tirando o foco da deusa de seu próprio pai? É bem típico de Zeus uma trama ardilosa dessas hehehe – Aldebaran afirma voltando ao seu bom humor.

– Visto que se Athena entrasse em luta contra o próprio pai poderia ter uma divisão no Olimpo, afinal, alguns deuses provavelmente apoiariam Athena contra Zeus, uma luta direta contra sua filha não seria viável. Já contra Hades, que não possuía inimigos, nenhum deus olimpiano iria interferir. Bem, avisarei meu mestre Shion, ele saberá o que fazer então o melhor a fazermos por enquanto é descansar. Boa noite rapazes. – Mu entra no seu templo dando total passagem para os outros dourados subirem.

– Ikki e Shun não saiam das proximidades do Santuário. Por mais que Hades aparentemente não nos oferecem nenhum perigo, não confiamos totalmente nele. – Kanon avisa os irmãos Amamiya que consentem com a cabeça. – Agora vão descansar um pouco, está tarde e foi uma noite atribulada.

Os irmãos seguem caminho até os aposentos dos cavaleiros de bronze e Saga, Shura, Kanon, Camus e Aldebaran sobem as escadarias.

Até mais rapazes, boa noite. – Aldebaran se despede ao entra em seu templo e os quatro acenam em resposta.

– Céus, como o Aldebaran consegue manter o bom humor até numa situação como essas? Chega a ser invejável. Minha vontade é de socar alguém ou sei lá, beber um pouco pra descontrair porque essa noite eu não vou dormir. – Shura fala abatido com todos os acontecimentos desta noite.

– Se optar pela bebida eu te acompanho Capricórnio, acho que só assim para dormir um pouco. – Kanon comenta igualmente abatido

– E aí Camus, topa? Tem um bom vinho na casa de Gêmeos, se quiserem ficar por lá, também estou totalmente sem sono – Saga comenta. Também estava precisando descontrair um pouco depois dessa avalanche de informações.

– Agradeço, mas vou dispensar, preciso refletir um pouco sobre isso. – Camus fala. – Você vai ficar mais um pouco na Casa de Gêmeos certo Shura? Então eu vou indo, Tchau rapazes.