Assim que eu pus meus pés na soleira da porta, Hermione e mamãe pularam em cima de mim.

Gemi de dor, as bolhas estavam ficando maiores. 

- Er... Será que alguma de vocês tem alguma poção para nós? - Disse apontando para mim e Sirius.

- Ah! Claro. - Responderam em uníssono.

Eu tirei os tênis molhados e joguei no sofá. Laguei a taça em cima da mesa e fechei os olhos. 

Estava com saudades de Ginny. Pensar na minha ruiva sempre me deixa alegre, mas, não agora porque eu estou há anos de distancia dela.

- Harry? - Ouvi a voz de Hermione.

- Hum...

- Aqui está. - Peguei o frasco dela e comecei a passar nas bolhas que se formavam.

- Menino! - Mamãe exclamou. - Você está encharcado! Vá trocar de roupa!

- Ok, Mamãe. - Disse e ri. - Estou indo vestir algo seco.

Tirei aquelas roupas e as deixei largadas no chão mesmo. Vesti uma jeans e uma camiseta, logo já estava descendo as escadas.

- Mas... Isso é uma raridade. - Ouvi mamãe dizer. - Simplesmente não podemos destruir isso!

- Temos que destruir isso. - Falei sério. - Isso depende...

Mas, minha voz foi abafada por um longo soar da campainha. Mamãe se levantou e foi abrir a porta.

- Oi, Peter. - Mamãe disse sorrindo de lado.

Eu senti uma onde de raiva se espalhar pelo meu corpo e eu parti para cima daquele rato traidor.

- Seu filho de uma puta. - Berrei. - Como ousa aparecer aqui? Depois do que vai fazer com os meus pais?

Segurei seus ombros com força e chacoalhei-o. Estava com muito raiva mesmo da cara de pau dele.

- Harry! Tem calma garoto! - Hermione gritou me afastando dele.

- O Hermione você sabe o que ele fez! 

- Eu sei. Mas, não vai resolver nada você fazer isso.

- Tamo boiando aqui. - Papai comentou metendo a mão nos cabelos. - Dá para explicar?

- Rabicho se você não sair daqui, eu juro que te mato! - Disse com raiva.

Ele saiu correndo e bateu a porta. Mamãe trancou e voltou para sala.

- Pronto. Dá para explicar?

- Uhum. Rabicho é um traidor. Em algum momento de 1981, quando vocês fizeram o feitiço Fidelius ele deu o endereço daqui para Voldemort.

- Mas, o nosso guardador do segredo é o Sirius.

- Não. Sirius foi burro, se me permite dizer, e disse que seria mais "seguro" deixar o segredo com o Rabicho. Daí o Voldemort veio aqui e... e... 

- V-você quer dizer que ele nos matou? - Mamãe perguntou com a voz trêmula.

Não encontrei a minha voz para afirmar que sim, então apenas maneei com a cabeça. 

Pela segunda vez na noite a campainha soou. Dessa vez quem foi atender a porta foi o papai.

- Katherine?