[Narrador]
Abaixo da varanda, no jardim onde o casal Jennifer Michells e Georg Listing se encontravam, o rosto de Jenny indicava preocupação. Ela sabia o que aconteceria a seguir.
Tom Kaulitz estava ocupado demais agarrando alguma menina na sala, mas, ao ouvir toda a gritaria vinda da entrada da mansão, a loira se separou dos braços dele e correu para tirar foto com a “Superstar” que havia chegado.
Enrique e Brendon estavam sumidos em algum lugar da casa, não se tinha noticias de nenhum dos dois.
Enquanto todos os convidados da festa se aglomeravam ao redor de Sthephanie Hastings, Bill e Viviane permaneciam parados no mesmo lugar. Um olhava fixamente para o outro com expressões indecifráveis. Viviane tinha medo, porque apesar da recente amizade entre eles, ela tinha medo das recaídas de Bill, ela tinha medo de que ele voltasse a sofrer de novo.
Então, depois de muito tempo, Bill desviou o olhar para o chão e deixou que uma expressão triste tomasse conta do seu rosto. Ao perceber isso, o pânico tomou conta do coração de Viviane, ela correu e acolheu Bill em seus braços.
– Que droga Viviane, o que essa mulher está fazendo aqui? Que inferno! Quer saber? Ela vai ter o que merece, vou expulsa-la a tapas daqui. –Disse separando-se de Viviane e caminhando em direção a porta para fora do quarto.
– Não Bill! Não faz isso! –A Marin correu e segurou a mão dele na tentativa de impedi-lo. –Se você for, vai gerar boatos e confusão, vai ser ruim pra sua carreira e... Pra você.
Viviane estava decidida a impedi-lo a todo custo. Seus olhos encontravam-se fixados aos dele e sua mão agarrada ferozmente a do Kaulitz.
– Mas eu não posso permitir que ela fique aqui, não posso. –Viviane sentia a raiva de Bill ao dizer aquelas palavras. –Eu não queria gostar tanto dela. Não entendo porque eu sempre me apaixono pela pessoa errada.
A Marin sentia suas lagrimas teimarem em cair, mas respirou fundo, segurou firme e engoliu o choro.
–Não Bill, você vai ficar aqui, e eu vou falar com ela, vou pedir para que ela se retire.
Bill não disse nada, Viviane saiu do quarto, batendo a porta violentamente. Ela tentou mostrar ao Kaulitz o quanto estava calma, mas a vontade dela era de ralar a cara da Sthephanie no asfalto. Desceu as escadas em direção ao hall elegantemente sob seu salto vermelho. Ao chegar na parte de baixo, ela avistou a mulher que parecia mais uma arvore de natal com um duende de terno ao lado. Sim, por maior cara da pau que pareça, a loira com roupas chamativas estava acompanhada de seu suposto namorado e de um segurança que afastava a “estrela da tv alemã” de todos os convidados da festa que queriam tirar foto com ela. Então, sua voz aguda ecoou sobre todos os cantos da casa.
– Mas que palhaçada. Eu, Sthephanie Hastings, a mulher que o homem mais cobiçado da Alemanha ama, não fui convidada para essa festinha de merda na mansão Kaulitz.
Ela falava alto e em bom som para ter certeza de que todos ali estavam escutando-a, inclusive Bill que estava em cima no seu quarto. A rodinha de pessoas que se encontravam ao redor dela permaneciam em silencio. Talvez estivessem gravando cada palavra dita pela loira para vender a alguma revista de fofoca alemã.
Depois de ouvir aquilo, Viviane respirou fundo, ela não iria ser agradável com a loira, de jeito nenhum. Seus olhos estavam vermelhos de raiva e seu punho implorava para ir de encontro ao rosto delicado da vagabunda da ex do Bill. Mesmo estando ainda do lado de fora do aglomerado de pessoas, ela fez questão de responder a estrela no mesmo tom de voz:
– Uma palhaçada maior ainda é você ir a um lugar onde não querem sua presença. A vaca da sua mae nunca te ensinou a ter educação não, vadia?
Naquele momento, TODAS as atenções da festa desviaram em direção a Viviane. As pessoas não acreditavam que a garçonete brasileira teve tamanha coragem de enfrentar a rainha dos barracos, como Sthephanie era conhecida. Os convidados se afastaram, abrindo caminho para elas duas de aproximarem. O segurança da atriz estava tão perplexo quanto os convidados e nada fez para afasta-las.
– Quem você pensa que é para falar assim comigo? –Falou mantendo o tom de voz e apontando o dedo na cara de Viviane. Ela dobrou o dedo da loira sem quebrar, só fazendo-a gemer de dor.
– Eu sou alguém que sonha em te ver no inferno. –Viviane parou para olhar o rosto das pessoas que estavam em volta delas, todos estavam boquiabertos, ela continuou. –Voce trouxe seu namoradinho que parece um duende, trouxe a mídia e tudo isso pra chamar atenção das pessoas e se auto-promover. Mas você não se importa pelo que o Bill esta sentindo, na verdade, você não esta nem ai pro Bill. Eu só sinto pena de você, pena.
Então, a Marin virou as costas e saiu da aglomeração enquanto ouvia as palmas da plateia e a Hastings tentando falar alguma coisa que ninguém deu importância. Ela saiu da aglomeração e percebeu Tom encostado na parede, observando tudo aquilo com um sorriso no rosto, ela se aproximou.
– Puta merda Marin, você foi incrível! A cunhada mais foda que eu já tive.
Ela riu e Tom amou a briga. Primeiro porque ele odeia a Sthephanie e depois porque qualquer homem ama ver duas mulheres brigando, mesmo que seja pelo seu irmão no caso.
– Não sou sua cunhada Tom, sou a melhor amiga do seu irmão. –Disse com toda a paciência que ela tinha recuperado depois da briga. –A proposito, chame seus seguranças e ponha essa gente barraqueira fora daqui.
Tom riu e fez o que a Marin tinha pedido. Na frente de todos os convidados da festa Sthephanie Hastings, seu namorado e seu segurança foram expulsos pelos gigantes seguranças dos gêmeos, a loira estava puta e Viviane sabia que teria vingança.
A Marin subiu as escadas em direção ao quarto do Kaulitz mais novo, mas parou em frente a porta fechada e decidiu mudar de direção e ir ao banheiro. Chegando la, trancou a porta e se apoiou na bancada da pia, observando a si mesma no espelho.
– Viviane, o que você esta fazendo aqui? Essa briga não é sua, essas amizades não são suas. –Disse a si mesma.
Ela sabia que estava perdendo seu tempo, se metendo em confusões, e se preocupando com todos os problemas que não diziam respeito a ela, tudo por causa dessa amizade do Bill. Era isso mesmo que ela queria para sua vida?
Viviane sentiu suas pernas ficarem bambas, o que fez com que ela caísse de joelhos no chão do banheiro. Ela não fez esforço para levantar-se, apenas abaixou a cabeça e deixou que uma lagrima caísse no chão.
– Eu não posso sentir nada além de amizade pelo Bill, tudo o que eu estou fazendo por ele é porque somos amigos. Não posso permitir que meu coração sinta outra coisa por ele. Preciso controlar meus sentimentos, ou eu serei a próxima a sair machucada nessa historia. –Ela parou por um instante, levantando a cabeça com receio de que alguém tenha escutado a conversa dela consigo mesma. Percebendo o silencio, continuou. –Vou encarar a minha verdade e ir ajudar meu melhor amigo a enfrentar isso tudo.
Ela se levantou, retocou a maquiagem e saiu em direção ao quarto do Bill. Quando abriu a porta, ela não acreditou no que viu: Bill estava caído no chão com um dos braços amarrados e uma seringa no chão.
Viviane se desesperou, enquanto toda a confusão acontecia la em baixo, Bill estava se drogando para fugir da realidade. Ele havia injetado a droga pela veia diretamente na corrente sanguínea e estava ali, desmaiado no carpete do quarto.
Ela correu, se jogou no chão ao lado dele. Os piores pensamentos invadiam a sua mente, enquanto as lagrimas escorriam pelo seu rosto recém maquiado, ela fazia de tudo para acorda-lo.
– Bill, por favor, responde! –Disse em meio ao choro –Por favor, eu preciso que você me diga, que você vai ter forcas pra superar isso tudo, eu vou te ajudar.
Viviane encostou sua testa a testa quente do rapaz.
– Eu só preciso que você reaja Bill, por favor, eu estarei do seu lado e...
Viviane foi interrompida pela tosse de Bill, que abriu os olhos e sorriu quando encontrou a Marin tão próxima a ele. Ainda deitado, procurava a mão dela para segurar-lhe.
– Meu anjo, me desculpe. –Com o polegar da outra mão, foi ate o rosto de Viviane, lhe fazendo carinho. –Cuida de mim? Só diga que sim, prometa. Fique comigo esta noite, segure a minha mão enquanto eu durmo. Eu preciso de você Viviane.
Ela tentou sorrir, talvez o efeito da droga ainda esteja no organismo dele, ela não sabia ao certo, mas uma coisa era certa, seu coração acelerou depois de ouvir aquilo.
Ela o deitou na cama e passou a noite inteira do seu lado, segurando a mão dele e observando-o enquanto ele dormia.
“Tudo bem, qualquer amigo faria o que eu estou fazendo” pensou ela, na tentativa de justificar-se para si mesma.

i'm trying to tell you, i'm trying to know you, i'm dying to show you, fighting to get you (Eu estou tentando te dizer, eu estou tentando te conhecer, eu estou morrendo para te mostrar, lutando para conseguir você) Oh no, i'll never let you go. Oh no, i hate that i need you so (Oh não, eu nunca vou deixar você ir. Oh não, eu odeio precisar tanto de você).