A semana se passou lentamente chata - pelo menos ao meu ver. Durante todos esses dias não troquei mais nenhuma palavra com Ron, mas eu sempre recebia aquele olhar intenso dele.

Percebi que ele e a Granger se reaproximaram muito. Toda vez que eu via os dois juntos meu estomago revirava. Uma sensação nada boa de se sentir. 

Sei que isso é bem precipitado,  andei pensando sobre eu estar apaixonada e não sei se pode ser apenas uma atração fisica, sabem? Meus antigos modos podem estar dando uma passadinha ou sei lá. Mas eu nunca senti isso antes. Nem mesmo pelo Draco!

Por falar nele, ele anda meio pra baixo. Não sei o que aconteceu. Não sei se tem haver com Astória. Não sei se tem haver com seus pais... Ele se afastou muito de mim. Não conversamos mais com tanta frequencia como antes. Isso deprime.

Enfim, hoje é o ultimo passeio a Hogsmeade antes do Natal e todos estão afobados com as listas de presentes.

Comigo não é nada diferente; apesar de minha familia não ser muito grande como antes...

Apenas eu, minha mãe e minha avó. 

Eu não sei o que comprar. Elas tem gostos muito diferentes... Uma gosta de tudo sombrio, temeroso, mas nada ligado a artes das trevas - o que seria o mais facil de encontrar por aí. A outra é bem exótica, bolsas de penas de Hipogrifos, sapatos de pelo de cobra...

Não sei se consigo encontrar alguma coisa dessas por aqui.

Meu pai está em azkaban, portanto, sem presentes pra ele. O Ministério o levou por ter se juntado ao Lorde das Trevas. Ele nunca quis isso, eu sei, mas por causa daquela maldita marca no braço, ele foi levado. 

Seu julgamento já está marcado para março. E quando ele for solto - que eu sei que vai - vamos fazer uma festa de boas-vindas e aí sim, eu entrego um lindo presente pra ele.

Ele é um bom homem, um bom pai. Óbvio que como um Sonserino nato ele ainda não suporta trouxas e sangue-ruins e é muito orgulhoso, mas ele nunca, em hipotese alguma, maltratou minha mãe e nem a mim.

Parei de frente ao portão de Hogwarts, e Blaise, que estava em meu encalço, parou de supetão bem atrás de mim. Olhei pra fora e percebi que não havia mais nenhuma carruagem.

- É... Vamos ter que ir a pé mesmo. - ele disse num tom divertido

Argh!!! 

Fomos caminhando lado a lado num silencio pertubador.

O caminho é longo, e ainda percorre-lo sem falar nada é o ó!

- Então... - tentei puxar assunto mas não sabia o que dizer

- Então...? 

- Então que eu não sei o que falar e por isso eu disse "então".

- Então você quer dizer que fica sem fala quando está sozinha comigo? - ele disse na maior cara-de-pau

- Então... - falei sem pensar - Ãhn? - rimos

- É que sabe... Acontece isso com a maioria... Claro, estamos falando de mim!

- Então quer dizer que você agora é bem modesto, hein?

Silêncio novamente

- Puxa assunto aí! Esse silêncio é constrangedor.

Ele nada disse.

- Ok... Hum... Me ajuda a escolher um presente pra minha mãe? To sem idéias... - nenhuma resposta - Blás? Bla-a-ise... ZABINI!

- Ahn? Quê?

- Como o que, criatura? Tava admirando como a casa da mãe Joanna é bonita, é?

- Pois é!!! Ela é bonita, sabe? Paredes verdes, porta de madeira... O ruim é que fica lá no Quixaxá. - Ahn? eu ri - Mas tem coisas bem mais belas pra admirar...E estão bem mais perto - acho que não era pra eu ouvir essa ultima parte.

Já dava pra ver ao longe o topo das casinhas que tinham lá no povoado. Todas cobertas de neve. 

Olhei no relógio e vi que já era a hora do almoço

"Demoramos tanto assim pra vir até aqui?"

Peguei na mão de Blás, que me olhou confuso, e corri, desajeitada, puxando-o.

Paramos na entrada do Três Vassouras pra recuperar o ar e logo depois entramos.

Avistei Draco sentado com Astória numa mesa perto do balcão. Ele parecia mais animado. Ele tinha um brilho diferente nos olhos, toda vez que olhava pra garota a sua frente.

É... Até que eles formam um casal bem bonitinho.

Deixei meus pensamentos de lado, e segui até a mesa deles.

- Mais duas cervejas amanteigadas aqui, por favor. - gritei pro balconista - Oi

- Oi - Draco e Astoria responderam em unissono

- E aí? Qual a boa?

Conversa vai, conversa bem... E quando me dei conta já eram 14h. Me despedi dos três, e saí á procura dos presentes.

Encontrei um casaco bem... Diferente - pra não dizer outra coisa - pra minha avó, lá na Trapobelo

Fui na Dervixes e Bangue, Penas Escribas e nada eu encontrei pra minha mãe.

"Acho que precisam inovar as lojas aqui em Hogsmeade"

Continuei caminhando e percebi uma algazarra dentro da Zonko's - a única loja que eu não entrei. 

A loja nunca ficava lotada como hoje. Fiquei curiosa e fui até a vitrine ver se eu descobria algo.

Cheguei perto, e notei um cartaz de um novo produto. Uma pontinha de esperança surgiu. Olhei mais pra baixo e vi que o objeto era colorido e brilhante.

"Nem pensar."

Entrei na loja só pra bisbilhotar. Vai que tem algo que venha a calhar? Como aquele Pó Escurecedor Instantâneo do Peru. Ele é bem útil. 

Sim, eu sei que esse Pó é das Gemialidades Weasley, e não da Zonko's; mas o gêmeos pegaram grande parte de suas idéias aqui dessa loja, não é?

E minha mãe precisa rir um pouco ultimamente. 

Andei de corredor em corredor, atravessando as várias muvucas entre eles. 

Fui mais ao fundo da loja e percebi que aqui haviam alguns objetos menos conhecidos - eu pelo menos nunca ouvi falar. 

Kit Beleza Instantânea. Sapato-Pé-de-Valsa. Lentes de Contato Filmadoras. E muitos outros.

Em uma das prateleiras, vi um ganchinho com várias pulseiras marrons penduradas. Por mais que seja simples, me chamou a atenção. Acho que é por isso mesmo: por ser simples. 

Acho que em uma loja extravagante e colorida como aquela, ter um coisa assim, atrae muita atenção.

Vi uma plaquinha abaixo no gancho e li:

Pulseira Bom-Sonhos

A pulseira Bons-Sonhos tem como intuito dar bons sonhos à todos que a utilizam. Além de bons, a pulseira é encantada para dar sonhos premotinitivos em algumas vezes. Até hoje não se sabe ao certo como o Objeto funciona, porém, Lucilda Gribbe, uma jovem Curandeira, afirma ter se tornado a maior Vidente de todo o mundo bruxo, após ter colocado a pulseira.¹

Eu realmente queria dar algo pra minha mãe de que ela gostasse; olhasse, e pensasse: "uau! Que filha explendida que eu tenho. Saiu á procura de algo com a minha cara", mas eu acho que é de coisas do tipo dessa pulseira que ela precisa. A ida de meu pai á Azkaban foi torturante pra ela. Nas férias ela só sonhava com o beijo do dementador. É deprimente vê-la daquele jeito: toda deplorada.

Peguei a pulseira e fui em direção ao balcão pra pagar.

- Hey, Mione! Você acha que o Percy ia gostar disso aqui? - ouvi aquela voz grossa vindo de um corredor próximo ao que eu estava

- Ah, claro! Ele iria adorar entrar no quarto e ver uma bolinha iluminada saltanto 'pra lá e pra cá', de parede em parede, to teto ao chão. - a Granger respondeu sarcasticamente.

- Ah, mas... - não escutei o resto. O homem do caixa gritou 'próximo' e percebi que era a minha vez.

- 2 galeões - o homenzinho disse num tom tediante

"2 GALEÕES? QUE ROUBO, SENHOR AMADO!"

- Aqui - entreguei o absurdo em dinheiro.

Saí da loja, e deparei com Blaise sentado num murinho me esperando.

- Vamos voltar? Ou você precisa comprar mais alguma coisa? - perguntou

- Vamos... - olhei pro lado e vi Ron saindo da loja acompanhado daquela rata-de-biblioteca - voltar...

Ele entrelaçou seu braço no meu e caminhamos calmamente até Hogwarts.

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¹ - Pulseira bom-sonhos, eu peguei do site  http://bibliosmeade.weebly.com/objetos-maacutegicos.html. 

Eu não sabia o que inventar entao eu fui pesquisar, pra que fique bem claro que nao é plagio, ok?