Spy escrita por Lee Rehsung


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Algumas explicaçoes nesse cap ^^



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Deixei o celular na mesa e fiquei olhando para ele, pensando nas possibilidades da chamada de Sara. Ainda não chegara a uma conclusão..... Olhei para o relógio e me surpreendi por ter esquecido que dia era aquele e que se não saísse logo, chegaria atrasada.

Peguei meu celular, minhas faixas para colocar nas mãos e sai correndo do apartamento. Peguei o carro e disparei, ainda não acreditava que poderia ter esquecido de algo tão importante, se minha missão tivesse realmente acontecido eu não teria feito esse meu pequeno "trabalho" e me culparia mentalmente por isso. Cheguei logo ao local e acenando para o porteiro entrei na garagem. Coloquei as faixas em minhas mãos e ao sair do carro analisei um pouco as pessoas, pensando quem eu iria quase matar dessa vez. Fui encarada com raiva por alguns que já tinha derrotado, mas só respondi com um sorriso, era engraçado ver como eles ainda tinham ressentimento sobre isso. Abri a porta e fui recebida com palmas e gritos animados.

- Finalmente nossa lutadora chegou!- TOP, o apresentador, me anunciou, como se fosse preciso.- venha para o centro do ringue minha querida.- concordei com a cabeça e passei no meio das pessoas. Era o típico público de sempre, a maioria homens alguns ricos e outros não, que gostavam de ver tragédia e dor, e apostar por isso.- Muito bem! Quem hoje será o corajoso a desafiar nossa campeã?- TOP anunciava animado assim que coloquei os pés no ringue.

Um murmurinho começou entre as pessoas, era sempre assim, o primeiro idiota que viria lutar comigo demorava a chegar. Meu papel era olhar para eles com cara de má e estralar toda e qualquer parte do meu corpo. Tinha pessoas que achavam que eu era forçada a lutar, e eu ria com esse pensamento. Meu ditado era: Quando acaba o saco, começa o idiota. E sim eu considerava todos que achavam que poderiam lutar comigo de idiotas, pois achavam que ganhariam só por eu ser mulher. Era uma sensação incrível ver o susto do idiota na minha frente no primeiro golpe, quando não era nocauteado por ele. Finalmente surgiu um homem entre a multidão e entrou no ringue, do lado oposto ao meu.

- Eu desafio essa aí.- ele me olhou com uma expressão confiante, eu só levantei a sombrancelha e senti TOP estremecer por isso do lado do homem. Ele sabia bem que quando eu demonstro qualquer emoção que não seja de deboche no ringue é porque não vai sobrar muita coisa do idiota que me desafiou.- quero ver você ganhar dos meus anos de kung-fu e box.

Ele provavelmente era um filhinho de papai. Tinha um brinco na orelha direita, uma argola, má escolha de acessório para uma luta comigo. Estava de bermuda, mostrando uma cicatriz no joelho esquerdo, outro alvo fácil no corpo dele.

- Bem, então vamos começar! O desafiante é o professor Joon Goon da academia nacional de artes marciais! Jennifer, tente ser civilizada ok?- a platéia riu, ele praticamente me implorou com o olhar, respondi olhando para ele séria. Desculpe TOP, preciso me desestressar." Mas então quer dizer que meu desafiante é professor? Essa será interessante. Olhei para a platéia e via muitos ricaços apostando nele, hoje o lucro seria bom. TOP engoliu em seco e bateu o sino para começar a luta.

- Quero ver o que vai sobrar de você quando eu acabar menininha! Vou acabar com esse rostinho bonito!- ele continuava falando, obrigada por me mostrar mais um alvo, idiota.- Que foi? Você é muda é?- ele falava com os punhos na frente do rosto. Olhei para a platéia, seus rostos estavam com medo, ele sabiam do que eu era capaz, mas acho que esse idiota não.- Vamos lá!!!

Ele gritou vindo na minha direção com o braço estendido para me dar um soco. Desviei seu braço e com o cotovelo desloquei seu maxilar para a esquerda, com a mão do mesmo braço, arranquei sua argola. Ouvi a platéia fazendo um sonoro: Ó enquanto ele caía no chão, gritando enquanto segurava sua orelha cortada e sangrando. Olhei para a argola calmamente enquanto andava para longe dele. Era de prata, muito bonita, pena que não poderia usar. A joguei no chão na frente dele, ele me olhava furioso enquanto levantava com dificuldade.

- Sua vadia! Como ousa?- ele então voou em mim novamente, me abaixei, desviando de seu ataque ficando embaixo dele. Segurei sua perna com uma mão, e com o cotovelo do outro braço quebrei o joelho machucado dele. Ele passou por cima de mim e caiu no chão novamente, gritando e xingando enquanto segurava seu joelho novamente quebrado. Ele desajeitadamente se sentou usando a perna boa como apoio. Ele não estava mais sendo divertido e eu estava com sede, queria acabar logo.

- Olha pra mim idiota. - eu disse calmamente. Ele me olhou com raiva, típico....

- O que você quer, vadia?- eu ri, fazendo com que ele ficasse ainda mais furioso. Rapidamente girei e chutei o outro lado de seu maxilar, totalmente o deslocando do lugar. Assim ele ficaria sem se achar por um bom tempo. O deixei lá se contorcendo no chão e fui pegar uma água ao lado do ringue. Quando cheguei lá as pessoas se desviaram rapidamente, estavam com medo de mim, ri da situação e comecei a tomar a água normalmente.

- Bem Jennifer como sempre ganhou a luta! - era estranho me chamarem de Jennifer, nunca gostei muito desse nome, mas..... Tudo para esconder minha verdadeira identidade.- Mais alguém aí acha que poderia ganhar da nossa campeã?- Ninguém respondeu, só olhavam com medo e um pouco de dó para o tal Joon que estava sendo carregado para fora, totalmente desacordado.- Então acho que é tudo por hoje com a Jennifer! Logo o ringue será aberto para lutas marcadas! Esperem ansiosamente e aplaudam nossa campeã!- todos aplaudiram e gritaram. Realmente, como os homens podem ser criaturas tão nojentas e desprezíveis que vêem prazer na dor dos outros? Dei um pequeno sorriso e desci do ringue.

Fui então até os fundos para encontrar TOP, seguida de olhares curiosos.

- Essa foi uma boa luta Jenny! Mas acho que você poderia controlar um pouco da sua força, logo logo não teremos mais nenhum homem pra lutar com você!- TOP me recebeu com um tapa no ombro. Ele era uma boa pessoa, escolhera ser apresentador de lutas, mas é realmente uma boa pessoa.

- Nunca vou esquecer daquele Kong Gui!- GD gritou do outro lado da sala enquanto trazia uma bebida para mim.- dizem que ele não anda direito até hoje! E faz mais de um ano e meio hein! Você tava de tpm Jenny?- o sócio de TOP era sempre muito engraçado, fazendo piada de tudo que acontecesse. Ri verdadeiramente enquanto ele me entregava um copo grande de espanhola.- seu favorito Jenny!

- Valeu!- segurei o copo e tomei metade em um gole. Olhei para TOP que estava dividindo o dinheiro.- E aí, quanto hoje?

- Hoje mesmo só com uma luta, valeu por cinco. Aquele homem era muito temido sabia?

- Era!- GD brincou, me fazendo rir.

- Bem, 2.679 pra você e o resto para nós. Nunca ganhamos tanto antes de você entrar pro negócio. E somos muito gratos Jenny! Acho que duas vezes por semana é pouco, quer vir quase a semana inteira?- ele brincou, mas sabia que adoraria que eu fizesse isso.- ficaríamos milionários!

- Não obrigada, tenho outros trabalhos.- suspirei e peguei o dinheiro, agradecendo a GD pela bebida.- Agora me vou.

- Adoraria saber o que você faz com esse dinheiro sempre, já que parece que não precisa dele.- TOP disse por fim.- olhei para ele sorrindo e respondi.

- Você sabe que nunca vai saber. Até mais pessoal!- não olhei para seu rosto e sai rapidamente.

Sempre achei estranho como aquele ringue ilegal abrir cedo, talvez fosse um jeito de disfarçar, mas continuava sendo estranho. Eram exatamente oito e meia, e a atracão principal já estava saindo. Cheguei no meu carro e peguei um dos muitos envelopes que tinha no guarda-luvas. Coloquei o dinheiro e escrevi o recado de sempre, quando acabei, o deixei no meu colo e sai daquele lugar. 

Onde eu queria ir não era muito longe e logo cheguei lá. Aquela placa nova deixava o lugar com um ar um pouco melhor:"Orfanato da Esperança". Sempre achei ser um nome bom para um orfanato, mesmo sendo meio prache. Saí do carro e apoiada no mesmo fiquei olhando o prédio. Finalmente tinham feito reformas, deixando o prédio velho um pouco melhor. Era possível ouvir o riso e a bagunça das crianças da rua e me permiti abrir um sorriso. Podiam achar que não, mas eu adorava crianças, um dos únicos seres que eram capaz de carregar o verdadeiro amor. O mundo seria um lugar tão bom se todos fossem assim....

Aquele lugar sempre me trazia uma alegria e paz, diferentes de qualquer coisa. Lembrava do tempo que fui obrigada a ficar lá e senti uma lágrima solitária correr meu rosto, lembrando do porque de eu ter que ir pra lá.


~Flashback on~

- Olá ahjumma! Temos uma nova integrante para o orfanato!- a assistente social que havia me levado até lá falava no momento em que a porta do orfanato fora aberta, por uma senhora com olhar amoroso e um carisma incrível.

- Oh... Olá minha pequena! Você sabe coreano? Qual é seu nome?- ela me olhava com carinho enquanto me examinava.

- Rebeca.- respondi com firmeza fazendo com que ela se surpreendesse, ela provavelmente achava que eu não falava bem coreano.

- Bem, muito prazer Rebeca-sshi! Vamos entrando! Não posso deixar vocês duas no frio!- então entramos no pequeno e sempre cheio, orfanato. Algumas crianças me olhavam curiosas e outras com raiva por saber que teriam que dividir a pouca atenção que tinham com mais uma. Tinha alguns adolescentes, aproximadamente perto da minha idade,15. Chegamos logo em uma sala que deveria ser o escritório da ahjumma que mais tarde descobri que o nome era JiHo. Elas conversavam sobre o ocorrido com meus pais e sinceramente, não queria ouvir de novo.

Fiquei olhando pela janela que dava para um parquinho do orfanato, mesmo estando nevando, as crianças menores brincavam e corriam como se não houvesse amanhã. Sempre pensara que orfanatos seriam depressivos, mas este até que me parecia ser bom. Elas finalmente tinham acabado de acertar toda a papelada, e com um beijo a assistente se despediu.

- Bem, Rebeca-sshi, me acompanhe, vamos apresentar você para o resto do grupo!- ela disse animadamente segurando minha mão.

Fiz amizades, brinquei, conheci coisas novas, foi um tempo bom. Mesmo eu ainda chorando toda noite antes de dormir, como várias outras crianças faziam, mas eu não chorava de tristeza, chorava para tentar tirar um pouco do ódio que crescia a cada dia dentro de mim. E assim, todas as noites naquele pequeno dormitório eu jurava vingança.

A vida continuou assim por um ano, até que o orfanato recebeu uma visita especial. Uma oficial muito importante do governo. Todos olhavam para ela com medo, pois tinha um semblante sério e perigoso, mas eu não me sentia assim, com uma só olhada em seus olhos castanhos eu pude saber que aquela mulher não estava lá para fazer nenhum mal. Depois de um tempo de ansiedade de todos, JiHo unnie saiu da sala e surpreendentemente me chamou.

- Venha Rebeca-sshi, ela quer falar com você.- concordei e fui até a sala.- Sente-se.

Sentei na cadeira do lado da oficial enquanto ela me examinava.

- Prazer, me chamo Sara!- ela estendeu uma das mãos, e eu a apertei.

- Prazer.- respondi.- como posso ajudar?

- Bem....- a JiHo começou mas foi interrompida por Sara.

- Eu e minha divisão estamos precisando de mais ajudantes. Estamos escolhendo novatas bem minuciamentre e sua história chamou minha atenção. Por isso estou aqui par saber se você gostaria de se juntar a nós.- ela me olhava tentando esconder suas reais emoções, ela estava com ansiedade, provavelmente querendo muito que eu aceitasse a proposta, mas o que ela expressava era calma. Olhei para JiHo, uma mulher que eu considerava muito querida para mim, alguém em quem eu confiava. Pedia permissão com meu olhar.

- Você terá que decidir isso sozinha.- ela me respondeu. Olhei novamente para a oficial e respondi.

- Eu aceito a proposta.

~ Flashback off~


Se não fosse por Sara, não sabia onde eu estaria agora. Mas também se não fosse pela senhora JiHo que me dava amor e carinho também não sabia se teria sobrevivido.

Olhei o relógio e marcavam nove horas, era hora da minha entrega. Fui até a porta e toquei a campainha. Deixei o envelope pesado no chão e corri até o carro, disparando pela estrada.

Sentia saudade daquele tempo, mas nada poderia mudar o que tinha acontecido comigo, com meus pais. Fazia o máximo para não lembrar deles, então tranquei meu coração novamente. Pelo menos me sentia feliz por ajudar de pouco a pouco o lugar que me ajudou a sair da depressão que estava, mesmo que fosse só com dinheiro e um recado:"Vocês são anjos que estão aqui para abençoar a vida dessas crianças que perderam tudo, continuem fazendo o bom trabalho!". Esperava que isso ajudasse as pessoas que trabalhavam no orfanato a superar qualquer dificuldade.

Logo cheguei em casa e com o espirito renovado fui até meu quarto me jogar na cama. Amanhã pensaria na minha missão, amanhã me preocuparia com essas coisas. Hoje só queria descansar.


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Notas finais do capítulo

Espero q estejam gostando!!!



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