As portas de entrada são abertas com violência e por elas passa o Moroi mais zangado que eu já vi. Abe parecia furioso com algo. E eu como boa filha que sou não podia deixar isso passar sem um comentário espertinho.

“ Que foi velhote? Anda discutindo a relação de novo. Te botaram pra correr?” ele olhou pra mim, e seu rosto se transformou em uma careta. Bom a coisa deve ter sido feia pra ele esta assim, terminei de descer as escadas e fui me juntar a ele no sofá onde ele tinha se jogado e estava com o rosto nas mãos. “ Abe?” ele levantou seu rosto e me encarou. “ O que aconteceu?” ele se levantou e foi em direção ao bar. Pegou um copo de algo, e virou antes que eu pudesse saber o que era. E começou a falar.

“ Um novo ataque. Um novo ataque a corte. E eu não consigo informações pois algumas redes de comunicação foram bloqueadas.” Como assim um novo ataque? “ Sua mãe estaria voltando para corte hoje com Lissa, Cristhian e Adrian, eles foram a academia Vladimir por ter aparentemente achado outro usuária de espirito. Não consigo saber se eles chegaram a corte ou não.”

Eu fiquei em silencio. Me concentrei no laço e tentei passar, Lissa estava me bloqueando, eu me forcei ao máximo para consegui, com um certo esforço eu consegui passar. Bom sua cabeça estava bagunçada, e tinha as sombras do espirito rondando seus pensamentos, tentei me manter bem longe delas, não eram muitas Lissa podia lidar com elas. Lissa, Cristian e Adrian já tinham chegado a corte e participado do ataque, Cristian, tinha arranhões pelos braços e um corte na boca, suas mãos estavam chamuscadas denunciando o uso do seu elemento fogo. Adrian não estava muito melhor, com vários arranhões, felizmente nenhum deles parecia seriamente feridos. Bom falei cedo de mais. Eu congelei. Minha mae vinha cambaleando ate eles, uma mão  segurava fortemente a estaca e a outra segurava a lateral do abdômen, que estava manchado de escarlate.

O horror passou por mim. Seu rosto pálido e seu andar fraquejante me disse que o ferimento era serio. Lissa e Cristhian se apresaram para ajuda-la, quando a firmaram pelo ombro seu corpo ficou mole, a colocaram no chão do pátio onde estava, que por sinal estava destruído, a colocaram meio deitada e encostada em um pedra, ela parecia frágil demais.

Lissa não esperando, se abaixou e colocou as mãos em seu rosto, a magia do espirito passou dela para o corpo inerte a sua frente, os ferimentos se fecharam e com um grade puxar de folego o corpo da minha mãe se ergueu. Ela esta bem já eu nem tanto.

Voltei pra minha careça e estava ofegando tão fortemente que parecia que estava a pouco me afogando. Meu pai me segurava pelo ombro e gritava meu nome. Eu mais senti do que vi Dimitri descendo as escadas correndo e se juntando a ele. minha respiração foi se acalmando aos poucos mas eu estava travando uma batalha interna, eu conseguia sentir as sombras acordando e dando boas vindas a loucura dentro de mim, mais uma vez eu sentia sede se sangue e tudo que eu queria era torcer o pescoço do Moroi a minha frente, queria velo implorar com a dor dele, queria velo implorar para morrer. As sombras se movimentavam dentro de mim com tanta força, eu tinha que faze-las parar, tinha que faze-las sair.

Dimitri apareceu em minha visão e eu queria poder pedir ajuda e não consegui me mover, eu sabia que se me movesse elas ganhariam, ele segurou minhas mãos e as apertou contra as suas com força.

“ Roza.” Ele praticamente chorou. “ Roza, olha pra mim.” Sua voz despertou algo fundo em mim, ele começou a falar coisas que eu nem sabia o significado, só o som da sua voz me interessava. O controle do meu corpo foi reassumido, minha mente ainda era rondada com a escuridão. Eu tinha que sair de perto deles, eu sou um perigo aqui.

Em um salto eu estava de pé e correndo pela casa, e ouvindo pessoas gritando meu nome. Não me importei, eu só tinha uma coisa em minha cabeça.

Tira-las de dentro de mim. Só não sabia como fazer.

Eu corri pela entrada da mansão em direção ao jardim, não me importando com a temperatura eu me joguei na grama molhada e fria. Segurando minha cabeça com força como se obrigasse elas a saírem, eu chorei por ajuda. Qualquer um que pudesse fazer isso parar.

“ Rose, só você pode faze-las irem em bora.” A voz gritou dentro da minha cabeça.

“ Se concentre Rose. Force as  a sair dai, você as domina não o contrario.” Eu tentei com toda as minhas forças, elas lutavam de volta como se fizessem parte de mim, como se fossem nesse cesárias. Meu corpo se acomodava com isso, mas minha mente sofria, e isso causava algo pior que dor.

“ Vamos Rose, tente, tente. Vamos logo, você não vai segurar por mais tempo.”

Com um grito que descrevia tudo que eu sentia e descrevia exatamente minha agonia eu forcei minha mente e meu corpo a reagir. E como um balão estourando eu senti algo se arremessado de dentro de mim, sem forças pra tentar qualquer outra coisa e cai de barriga pra cima na grama.

Levantei meus olhos, e no meio do céu iluminado haviam sombras dançando em todas as direções, e como se tivesse sido pega olhando algo que não devia elas vieram em minha direção com velocidade e força, sem fechar os olhos as observei e esperei que se chocassem contra meu corpo inerte.

No ultimo segundo, um corpo grande se põe contra as sombras e eu, indo como um escudo, as sombras se chocaram contras suas costas e se dissolveram.

“ Roza.” Eu estava vagamente ciente de Dimitri me tirando do chão e me erguendo em seus braços. Eu me sentia fria, e um choque passou por mim a me encostar no corpo quente dele.

Com os olhos fechados e fraca, imagens começaram a rondar em minha cabeça, e sempre três rostos predominavam. Um deles eu conhecia e tinha aprendido a temer em meu sonhos, outros dois eu nunca tinha visto em minha vida, mas o reconhecimento passou por mim.

Eram, Elijah Ezelsky, Eriin Badica e Galen Drozdov. Os últimos Antigos.

 Eu sabia que tinha que encontra-los. Sabia que deveria terminar o que Jon Hathaway havia começado. Eu tinha que mata-los, e o mais importante, eu sabia que minha missão na Rússia havia acabado.

“ E hora de voltar pra casa.” Mase apareceu em minha frente.  “ Você foi bem. Fique alerta, tudo só esta pra começar.” Ele se aproximou, pegou meu rosto em suas mãos e beijou minha testa. Tudo sumiu.