Bem Vindo Ao Mundo Real. escrita por LuluuhTeen, Luisa Druzik


Capítulo 6
Capítulo V: Conversas e Discussões.


Notas iniciais do capítulo

DESCULPE A DEMORA! Eu estava tentando encaixar tudo que a @Foiprabeleleu me falou na minha história, mas eu compenso, ok? Próximo capítulo, provavelmente algum dia. Não vou me comprometer por que quando faço isso só me ferro. Esse capítulo está relativamente grande, espero que não parem de ler... Outra coisa, eu estou nesse capítulo explicando o que é Cheiro da Infância para a nannie_petrova , espero que entenda.



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Socius era um Eohippus, um animal pré-histórico do tamanho de um cão, mas que pertence a família dos cavalos. Eu o tinha desde a minha 8ª vida e... espera! Eu estou me lembrando! Socius significa companheiro em latim, e eu lhe dei esse nome, pois ele era o meu único companheiro. Todos os outros vinham por obrigação, e eu dei a opção ao Eohippus de ir embora várias vezes, mas ele gosta de mim.

– Vejo que se lembra do animal. - Falou 12

– Ele não é um animal, que eu saiba, é muito melhor que muitos... números aqui no céu. - Eu falei olhando para ele. Hesitei ao falar números, mas parecia o modo certo de me dirigir as pessoas pós-morte.

– Sabe, - ele falou depois de uma gargalhada. - ele sentiu muita sua falta. - 12 esticou a mão para acariciar o focinho de Socius que rosnou e se retraiu para mim.

– Não acredito que ele sinta a sua. - Outra gargalhada soôu na sala.

– Não, ele não gosta de mim. - Ele olhou para mim como se estivesse simplesmente fitando algo sem propósito, com o pensamento lonje. Depois de um tempo piscou e sacudiu a cabeça saindo dos seus pensamentos e sorriu para mim afetuosamente. - Acho que Ele quer se encontrar com você.

– Não lhe dei intimidade para me chamar de 'você'. Corrija-se. - Eu sai da sala, sabia onde O encontrar.

– Espere, senhorita. - Ele falou aquilo com uma exagerada reverencia.

– Que ótimo senso de humor, 12.

– Muito obrigado, meu senso de humor é realmente, impecável. - Ele falou aquilo e deu uma piscadinha. - Acredito que Ele gostaria de te encontrar louca, pelo menos.

– Louca? - Que confusão! Pensei que ele fosse dizer lúcida, ou lembrada, mas louca? Na presença Dele?

– É por essa e outras perguntas ridículas que é muito melhor você se sentar e antes, falar comigo. - Eu senti que era verdade, teria que antes me lembrar de tudo que ocorreu para poder falar com Ele.

– Tudo bem... Primeiro eu quero saber o que eram aqueles remédios, aqueles 'Cheiro de não sei o que' e 'Águas de alguma coisa'

– Sim, Cheiro da Infância. Bom, você deve saber que as pessoas não têm conhecimento sobre como é aqui. Mas é por causa que elas não querem ter esse conhecimento, ela querem esquecer o que só poucos acreditam. Durante a Infância, toda pessoa sabe de tudo, sabe sobre Papai Noel, Coelho da Páscoa, Fada do Dente, tudo bem, nem tudo é real, mas a Infância é pura e única, você pode casar várias vezes, você pode aprender várias coisas, mas você nunca pode ser ingenuo novamente.

– Eu... acho que compreendo.

– Sim, tenho certeza que compreende. Esse aroma, traz de volta toda a simplicidade da vida para a pessoa, é o cheiro que mais promove a felicidade. Você pode perceber, as pessoas não conseguem não ser crianças. Elas já correram e pularam, não importa se isso foi em apenas um dia, já no outro, estavam mortos ou trabalhando. Mas todos já tiveram um momento de querer ser 'gente grande'.

– É, é uma coisa muito bela. Realmente, achei uma coisa muito criativa o Cheiro da Infância, mas ainda não entendi para que ele é usado.

– Para trazer a pureza e as lembranças de volta. Eu te expliquei que na Infância sabemos de tudo, então, quando você sente esse aroma, que a propósito, é diferente para cada pessoa...

– Como assim? Quero dizer, não quis te interromper... Contiue.

– É diferente para cada pessoa por que cada um têm um aroma que marcou todas as suas vidas.

– Qual é o seu? - Perguntei curiosa, ele não era tão detestável quanto imaginei, era belo, sincero e carinhoso. Comecei a duvidar da teoria de que não existia amor no céu.

– É... o cheiro da minha primeira vida, eu acho. É um aroma natural, como água de uma cachoeira num dia de chuva, e esse cheiro se mistura ao da terra molhada e das frutas que caíram das árvores, isso tudo com o cheiro do orvalho.

– Parece ser incrível... - Comentei e ele sorriu.

– Realmente, é delicioso. Mas agora, que aroma você sentiu? - Hesitei. Não sabia falar exatamente. Então, optei por descrevê-lo da melhor forma possível.

– É um aroma doce, como alguns perfumes. Mas ele é simples de mais, e parece feito de vidro, como se a qualquer momento fosse se quebrar e eu nunca mais pudesse senti-lo. Ele é especial, quando o senti, vi algumas de minhas vidas, mas em especial, um borrão, uma garota, provavelmente eu, abraçada a um garoto. Nós aparentavamos ter 17 anos, ele... - Eu me segurei, 12 me olhava com raiva. - Eu sinto que aquilo nunca aconteceu, pode um dia vir a acontecer.

– Novamente, é ele de quem você lembra. - Ele bufou e percebi que aquela cena não agradava 12.

– Quem é ele? Me explique! Eu suplico! Foi por causa dele que fui embora? Que te abandonei e a todos aqui? - Ele ficava mais assustado com cada frase que eu pronunciava.

– Continue! Você está lembrando! Continue!

– Você, minha vida número 8... Eu... Você era meu... amigo? - Ele balançou negativamente a cabeça e me implorou com os olhos. - Irmão. Isso, você era meu irmão. - Ele suspirou de alivio. - Eu... minha cabeça doí, eu queria... - Então eu me vi em outro lugar. Um homem alto, de aproximadamente 35 anos acariciava minhas mechas de cabelo e quando viu meus olhos se abrirem mostrou um lindo sorriso.

– Tribus! Nunquam me refugit! In nemo ut restituo is! - Ele estava falando comigo? Ele? Mas, o que Deus dizia?

– Eu não estou entendendo, Senhor.

– Acredito que não, seu latim está muito desgastado. Mas eu também acredito que se repitir consiguirá lembrar-se, certo?

– Acredito que sim. - Ele repitiu e pediu para eu traduzir.

– Três... Nunca mais, escape? - Ele balançou negativamente a cabeça. - Nunca mais fuja! Nunca mais fuja de mim, não encontrei ninguém para...

– Substituí-la. Nossa, você está mal mesmo!– Assenti.

– Mas não tão mal para que não lembre do seu apelido, Di. - Ele riu e me dirigiu um olhar de segundas intensões.

– Mesmo assim, está mal o bastante para não se lembrar de que certas pessoas te mataram. - Então ele estalou os dedos e não me lembro do que ocorreu depois. Somente acordei escrevendo em Praesent com Verum. O pote de Atramenti Iudicati estava ao meu lado e eu sabia que tinha que fugir daquele lugar.


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Notas finais do capítulo

Traduções:
Socius - Companheiro.
Eohippus - Espécie de animal pré-histórico da família dos cavalos cujo o porte é o de um cão.
Cheiro de Infância - É um aroma dos céus que faz com que a pessoa que o sinta se lembre do que é realmente importante após a morte.
Gente Grande - É o nome usado por nós, mortais, para falar de quem já é responsável pelos seus atos e ignorante pela sua lucidez.
Tribus - Três.
Nunquam me refugit! - Nunca mais fuja de mim!
In nemo ut restituo is! - Não encontrei ninguém para substituí-la!
Di - Apelido usado por Tribus para se dirigir a Deus.
Praesent - Destino. O Livro que Três usa para falar tudo que acontecerá na nossa vida.
Verum - Pena usada para escrever em Praesent, essa pena só escreve o que é verdade e só obedece a um senhor. Ela não é usada em nenhum outro livro, somente Destino, além de que nesse livro não se pode escrever com nenhum outro instrumento.
Atramenti Iudicati - Tinta da Decisão. Tinta usada para escrever com Verum em Praesent. Esses três itens ficavam sobre a Escrivaninha da Vida, onde Três escrevia o destino da história do mundo. Nenhum destes instrumentos era usado por outra pessoa além de Tribus e niguém, nem mesmo Deus ousava tentar, já que vidas se perderam quando isso foi tentado.



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