Malfeito Feito III escrita por Miller


Capítulo 16
Como um garoto - Capítulo Quinze.


Notas iniciais do capítulo



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Harry Potter

Gina parecia realmente alguém determinado quando eles se encontraram naquela tarde para começarem “o conhecimento de causa”. Ela encarava-o com um ar professoral e caminhava de um lado a outro pelo quarto, os cabelos balançando ao vento enquanto gesticulava e dizia a ele o que fazer e o que não fazer.

Harry começava a sentir um aperto no estômago ao ouvir tudo o que a garota falava, pois não parecia provável que conseguisse fingir um relacionamento de forma convincente até o Sábado.

Quer dizer, que droga ele estava na cabeça para imaginar que uma coisa daquelas daria certo? Os pais poderiam muito bem ir até o tal jantar, conversarem com eles dois como pessoas civilizadas e então, depois, separarem-se.

Mesmo que Hermione dissesse que tudo o que eles precisavam era de um tempo juntos, fazendo algo juntos, para relembrarem o quanto se amavam, Harry não tinha muitas esperanças. E ver Gina falar todas as coisas que deveria decorar e fazer para que aquilo desse certo, apenas aumentava o grau de nervosismo do garoto.

— Gina, pelo amor de Deus, respire! — ele disse ao sentir a cabeça ficar atordoada.

A garota parou de andar de um lado para o outro, encarando-o antes de soltar um suspiro.

— Você não ouviu nada do que eu falei, não é mesmo? — ela indagou colocando as duas mãos na cintura parecendo demais com sua mãe, Molly.

Harry, desconcertado com a pergunta, suspirou antes de passar as mãos pelos cabelos naquele gesto que havia herdado do pai.

— Não. Desculpe-me por isso, Gina, mas estou com a cabeça cheia de coisas... — suspirou mais uma vez. — Acho que não vou conseguir fazer isso! Quero dizer, é tudo muito idiota e...

— Ah, pelo amor de Deus, Harry, cale a boca! — ela bufou, aproximando-se e prostrando-se em sua frente, seu olhar indicando toda sua irritação. — Você não me convenceu disso para desistir logo em seguida! Nós vamos ir nessa droga de jantar, iremos fazer seus pais pensarem que somos namorados, vamos sim conseguir juntá-los novamente.

— É só que esse plano parece tão idiota agora... Quero dizer, que droga um relacionamento adolescente pode fazer para mudar um casamento em ruínas? — ele indagou, desacreditado.

— Você deveria ter pensado nisso antes de falar para eles que estava namorando, Harry. — ela disse simplesmente, dando de ombros logo em seguida. — De qualquer forma já está feito. Não adianta de nada você ficar se remoendo agora. Nós vamos lá naquela jantar, iremos fingir ser os melhores namorados do mundo, vamos arranjar uma forma de fazê-los ficarem juntos e conversarem para relembrarem o quanto se amam. Se esse jantar não der certo, não me chamo Gina Weasley.

— E realmente não se chama, para falar a verdade. — Harry pontuou, sorrindo fracamente. — Seu nome é Ginevra.

Ela estreitou os olhos, furiosa.

— Me chame assim novamente e você vai ter de arranjar outra namorada falsa, Potter.

Harry ergueu os braços como em rendição.

— Me desculpe, chefe.

X—X

Gina parecia, de fato, muito focada no plano. A garota parecia finalmente ter abraçado a causa e então passava a maior parte do tempo, quando não estavam na escola, treinando para o jantar fatídico.

No início Harry até havia se sentido meio desgostoso com tudo aquilo, mas depois de algum tempo acabou acostumando-se com a presença constante de Gina. Ela era muito legal e divertida e, diferente de todas as outras garotas com as quais já se envolvera – exceto Hermione (e Luna) -, ela não estava nem aí para ele e nem dava muita atenção para seus flertes.

Claro que nenhum deles era, de fato, verdadeiro, porém era realmente estranho ser rejeitado.

Estava começando a acreditar no que Gina havia falado algum tempo atrás: Harry era um garoto mimado e não gostava de ouvir não.

O ponto é que aquilo estava começando a incomodá-lo. Muito. Gina nem sequer lhe respondia quando Harry falava qualquer coisa estúpida para chamar sua atenção. E não podia negar que aquilo, mesmo que fosse de brincadeira, feria seu orgulho.

Afinal de contas ele era Harry Potter. O idolatrado Harry Potter. O CARA da escola. Capitão... Ex-capitão do time de futebol. Um zero à esquerda em matemática. Com os pais prestes a se separarem.

Bem, as coisas não estavam muito boas para ele, afinal de contas.

— E você precisa fazer desse jeito, entendeu? — ela perguntou ao voltar-se para ele após encenar a forma como deveria olhar para ela.

— Eu vou ficar parecendo um pateta se eu te olhar desse jeito, Gina! — resmungou.

— Porque pessoas que estão apaixonadas são patetas, Harry. É essa a intenção! — e então ela suspirou, atirando-se na cadeira à mesa da escrivaninha, encarando-o com atenção. — O que foi, Harry? Por que você está tão avoado?

Harry não soube o que responder de início. Por que estava tão aéreo? Por que não parava de observar os cabelos de Gina balançar à sua volta? Por que ficava observando com atenção demais os seus movimentos ao invés de prestar atenção no que ela falava?

Que merda estava acontecendo com ele, afinal de contas?

— Eu... — ele começou a falar, mas então se interrompeu, sem saber como prosseguir. — Só preciso dar um tempo, Gina. — disse por fim, respirando fundo antes de erguer-se da cama da garota e voltar-se para se despedir.

Quase ao mesmo tempo em que ele se erguera a garota fizera o mesmo e, com o quarto da garota tão atulhado de móveis, os dois acabaram próximos de mais.

Por alguns instantes Harry poderia ter contado todas as milhares de sardas que Gina possuía em suas bochechas e nariz, a respiração dos dois entrecruzando-se de forma ofegante.

Ele ergueu os olhos para os dela, os quais o observavam, arregalados.

Harry não sabia por quanto tempo ficaram daquele jeito, trocando olhares completamente surpresos antes de ele finalmente acordar e perceber o que estava fazendo.

— Huh... — começou a falar, dando um passo para trás e batendo na penteadeira, derrubando qualquer coisa que fez barulho ao cair no chão. — Desculpe... — abaixou-se para pegar, batendo em uma cadeira e a derrubando. — Deus! — ergueu a cadeira e colocou o pente que havia caído novamente sobre a penteadeira. — Eu vou indo lá, Gina... Nós... Hm, nos falamos. Okay? — e então, sem esperar pela resposta da garota, Harry saiu para o corredor, respirando profundamente na tentativa de acalmar os pulmões. E o coração que, por algum motivo totalmente estúpido estava batendo de forma descontrolada.

Que merda era aquela?

Hermione Granger

Se havia alguma coisa totalmente desconcertante para Hermione, esta coisa era ter de ficar no mesmo local em que Lilá Brown estava. Não sabia por que todos os movimentos da garota pareciam como provocações pessoais para ela. Não sabia que droga de sentimento era aquele de pular no pescoço da garota apenas pelo fato de ela estar respirando alto demais.

Ela estava na biblioteca onde deveria estar estudando para a prova de física que aconteceria no dia seguinte, mas as letras do livro não pareciam fazer sentido, afinal ela tinha certeza de que “mate Lilá” não poderia estar escrito em um livro de um físico conceituado, certo?

De qualquer forma, Hermione estava irritada. E a garota, sentada duas mesas de distância cochichando de forma audível para Parvati Patil, não ajudava em nada para diminuir sua irritação.

— E então meus pais chegaram, pode acreditar? — a garota falou e então soltou uma risadinha babaca daquelas que garotas estúpidas sempre davam quando falavam sobre garotos. Onde, diabos, estava Madame Pince bufando nas nucas das pessoas quando era preciso?

— E vocês fizeram? — Patil indagou totalmente interessada.

Sabendo que não aguentaria muito tempo mais tendo de aturar aquela conversinha idiota, Hermione juntou seus livros e ergueu-se, afastando-se da mesa e encaminhando-se para a saída de forma decidida, sem nem mesmo olhar na direção em que as garotas estavam sentadas.

Quando estava quase saindo da biblioteca, porém, sentiu alguém tocá-la no ombro e, ao voltar-se para ver de quem se tratava, deu-se de cara com uma Lilá totalmente ofegante.

— Hey, Hermione, tudo bem? — a garota perguntou sorrindo para ela no que deveria parecer simpatia.

— Tudo ótimo, Lilá. — forçou um sorriso. — O que foi?

Franzindo o cenho para a brusquidão de Hermione, Lilá deu de ombros antes de voltar a sorrir.

— Bem, já que você é uma das melhores amigas do Ron, imaginei que poderia entregar isso à ele? — e então deu um pedaço de papel dobrado nas mãos de Hermione. — É muito importante, okay? — e encarou-a com um pedido nos olhos.

Engolindo em seco, Hermione retribuiu o sorriso – rezando para que não parecesse um esgar – e então apertou o papel em sua mão.

— Claro! — disse entredentes. Por que estava tão irritada? — Tudo bem.

— Oh, muito obrigada! Sei que vocês são superamigos e tudo o mais. Acredita que eu estava com ciúmes? — ela rolou os olhos enquanto Hermione sentia as bochechas esquentarem.

— Ciúmes? Ah, por favor, Ronald e eu...

— Oh, sim! Ele me explicou que você é praticamente um garoto para ele. Que eu não me preocupasse. — riu. — Não é um amor? — e então, sem falar qualquer outra coisa para Hermione, afastou-se de volta para a mesa onde Parvati as observava, interessada.

De forma automática, Hermione voltou a se encaminhar para a saída da biblioteca, totalmente atordoada pelo que havia acabado de ouvir. O papel em suas mãos estava totalmente amassado e ela não sabia se duraria tempo o suficiente para entregá-lo à Ron.

“Ele me explicou que você é praticamente um garoto para ele”.

A frase parecia ecoar em sua mente, fazendo com que seu sangue esquentasse ao ponto de fervura.

“Praticamente um garoto”.

Que merda Ronald Weasley pensava que ela era? Francamente! Como um garoto? Era mas do que óbvio que ela era uma menina! Por Deus! Eles conviviam juntos há anos e ele nem sequer havia reparado que ela era uma garota?

Francamente! Lilá Brown e todos aqueles pelos no buço é que parecia um garoto!

Em um rompante, Hermione apressou-se pelos corredores, querendo mais do que nunca chegar a sua casa e poder ler um bom livro de romance longe de todos aqueles babacas que ela chamava de amigo.

Quando estava quase saindo pelos portões, totalmente irritada e espumando, não viu que alguém vinha na direção contrária e, antes que pudesse pensar, estava estatelada no chão junto de seus livros.

— Outch! — ela reclamou, colocando a mão na cabeça enquanto sentia uma dor latejante no cotovelo.

— Deus, me dexculpe! — uma voz grossa e engrolada soou bem acima dela. — Você istá ben?

Ao erguer o olhar deparou-se com dois olhos negros encarando-a de forma preocupada. O garoto, sem esperar pela resposta dela, puxou-a de forma gentil para cima.

— S-sim. — ela murmurou enquanto tentava ajeitar as vestes que estavam cheias de terra.

— Eu non vi você vindo. — ele voltou a falar, alcançando os livros que tinham caído para ela. — Non si machucou? — indagou, mais uma vez preocupado.

— Oh, não, tudo bem. — Hermione respondeu de forma desconcertada.

— Que bon. — ele sorriu e então esticou a mão em forma de cumprimento. — Meu nome é Vitor. Vitor Krum. — disse.

— Hermione Granger. — ela retribuiu o cumprimento meio desajeitada.

— Hermon-ni-ni? — ele tentou falar, fazendo-a rir.

— Her-mio-ne. — repetiu lentamente, fazendo-o franzir o cenho em concentração. — Você não é daqui, certo? — sorriu.

Ele retribuiu o sorriso enquanto negava com a cabeça.

— Sou interrcabista. — falou simplesmente naquele tom carregado. — Vim de Durmnstrang, Bulgária. — disse.

— Oh, seja muito bem vindo, Vitor! — ela disse. — Hogwarts é ótima, você vai adorar.

O garoto lançou um olhar maravilhado para a escola enquanto assentia.

— Tenho cerrteza que sin. — assentiu.

— Bem, eu tenho que ir. — Hermione disse finalmente, lembrando que ainda tinha alguns livros de romance para ler. — Tchau, Vitor.

— Tchau, Hermion. — ele acenou para ela enquanto a observava se afastar.

Hermione sentiu as bochechas coradas até chegar a sua casa. Por que não faziam garotos bacanas como Vitor em Hogwarts?

Ronald Weasley bem que poderia ter umas aulas de educação com o menino, pensou e, ao lembrar-se de Ronald, sentiu o papel ainda em suas mãos. Atirou-o de qualquer jeito sobre sua escrivaninha, as palavras de Lilá voltando à sua mente como fogos de artifício explodindo: “como um garoto”.

Oh, sim, Ronald, como um garoto. Logo ele veria quem era o “garoto” ali. Francamente.


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Notas finais do capítulo

Hey, amores, como estão? Tudo bem com vocês?

Finalmeeeeeente um novo capítulo, heim?! E este vem cheio de boas notícias: o próximo já está quase pronto! Isso mesmo! Não to mentindo não!

Finalizei algumas fanfics antes de vir aqui (e postei mais algumas, mas isso não vem ao caso hehe) e agora posso dizer com toda sinceridade do mundo que MFIII está totalmente em ativa! Eu estava esperando concluir Corpus Inversion para voltar a atualizar aqui com mais frequência e, agora que concluí, é exatamente o que vou fazer.

KRUM APARECEU! Issae! E eu posso amar Romione, mas adoro Krumione também hehehe

E, podem apostar: ele vai ser bastante frequente daqui para frente, amores! Afinal, se tem Lilá, tem que ter concorrência pro Ronald também, né?

Espero que tenham gostado do capítulo, amores!

Não esqueçam de me contar o que acharam, okay? Vou responder os reviews do anterior nesse final de semana, certo?

PS: postei uma fic sobre uma carta de Lily para a Moly, quem quiser ler, o link é esse: http://fanfiction.com.br/historia/629849/Dear_Molly/

Beijinhos e até breve ♥