Amanhecer dos Anjos escrita por Jonny


Capítulo 13
Capitulo X - Rogers Bucker


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, e tbm os erros de escrita!
Espero que aproveitem!



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Capitulo X - Rogers Bucker

 

-Não esqueça os óculos Mark! – Avisou Thiago.

Eu assenti tirando do bolso o óculos escuros que escondiam meus olhos amedrontadores. Como era de costume eu não gostei de tê-los que usar mas aos poucos, quem sabe eu iria me acostumar. Desci do carro e admirei mais de perto a casa. Era uma casa modesta se comparada a da vizinhança. Possuía apenas o andar térreo. Tinha uma fachada até que luxuosa, dando destaque a porta e as duas janelas que estavam encobertas por cortinas. A grama era bem verde, e o caminho que guiava aos degraus que levavam a entrada era bem definido. Marchamos até a porta, mas notamos o pequeno movimento na janela, indicando que alguém percebera nossa chegada. Quando subimos os três degraus a porta se abriu e fomos recebidos por um homem que estava na casa de seus 60 anos. Ele não possuía cabelo, somente um bigode já branco. A cara bondosa era marcada por pequenas rugas deixando um pequeno brilho para os olhos castanhos irradiando a felicidade.

-Mark Troyes? – ele perguntou olhando para mim.

-Sim, mas o....

-Menino como tu cresceste! E está ficando cada dia igual  teu pai! – Ele se virou para minha irmã – Liliam? Meu Deus ou será Joyce?

Lily deu um sorriso antes de responder:

-Lílian!

-Você está igual tua mãe! Parece que estou vendo-os de novo em minha frente! – Um espasmo de tristeza passou pela suas íris, mas ali não permaneceu por muito tempo – Entrem... Mas eu não te conheço! – Ele indicou para Thiago!

Thiago se adiantou a apertar a mão do velho na porta.

-Thiago Laynez, namorado da Lílian! – ele disse voltando ao lado de Lily e dando a mão à ela.

-Ok! Vamos entrem....

Ele deu passagem para nós. A casa era aconchegante. A sala era apesar de moderna indicava que ali a tradição preservava. Os sofás negros contratavam com o tapete branco. O chão revestido de taco era bem encerado, mas eu não tinha tempo para ficar a admirar muita a casa.

-Vamos ao meu escritório! Lá podemos conversar melhor.

Ele nos guiou até uma porta onde entramos. O escritório poderia se dizer ser mais executivo que pessoal. Atrás da escrivaninha estava uma estante onde escovam alojados vários quadros, livros e em belas molduras vários diplomas e certificados de prêmios. Rogers se sentou na cadeira que ficava do outro lado da mesa. Eu e Lily nos sentamos nas poltronas que estavam dispostas na frente da mesa, e Thiago se acomodou no sofpa perto da janela.

-Bom creio que vocês vieram ver os bens da sua família? – ele falou tirando de uma gaveta uma pasta de couro.

-Na verdade queríamos saber o que aconteceu com nossos pais! – Lílian se adintou.

A cara de Rogers expressou um tom de tristeza que ressoava em seu timbre de voz chocado. As feições dele relaxaram enquanto ele baixava a cabeça e respirava bem fundo. Aquilo começou a me preocupar, mas eu continuei parado do jeito que estava sem mexer um músculo sequer. Se fosse humano meu corpo não gostaria de ficar assim, mas nesse meu novo estado eu poderia me fazer de estatua viva e eu não me incomodaria.

-Eles não te contaram? – Ele perguntou ainda com a cabeça baixa.

-Contou o que? – agora eu me mexi um pouco para a frente.

Rogers levantou a cabeça a fitar a mim e minha irmã. Eu não sabia o que ele diria mas pelo jeito com que ele nos olhava e pelo tom de voz a partir disso indicavam que coisa boa não era.

-Alguns meses depois de enviá-los a casa de ajuda, eles perceberam que haviam errado em fazer isso. Passaram um ano fazendo tudo que podiam para tirar vocês de lá. Tentaram de tudo, tanto pelos meios legais como pelos ilegais, mas não conseguiram. Eu era a única pessoa que eles confiaram o segredo e os ajudei no que pude. Depois de um ano, eles foram avisados que não poderiam tirar vocês de lá, por que agora faziam parte de um setor de pesquisa de uma organização. Buscaram ajuda no governo mas ficaram sabendo que essa organização fazia parte das companhias escuras do governo. Enfim, no final de dois anos eles estavam acabados. Parecia que aquilo que eles não envelheceram em vinte anos veio tudo em dois. Bem eles me indicaram o que devia fazer caso algo acontecesse com eles. Disseram que iam tentar uma loucura para libertar vocês!

-Mas o que aconteceu com eles? – Lílian estava chocada e pelo tom de voa eu sabia que se ela pudesse chorar ela agora estaria lavando as roupas dela com lágrimas.

-Eles não me disseram, mas não conseguiram tirar vocês de lá. Seus pais – ele permitiu sua voz ser embargada por lagrimas por um tempo antes de continuar – morreram num acidente de carro. Consegui abafar a noticia da imprensa como eles queriam, e manti nos negócios da família na maior estabilidade que pude.

Eu estava chocado. Na verdade muito mais que chocado. Então eles tentaram! A casa estava abandonada por que eles haviam morrido tentando.  Não era exatamente aquilo que eu havia pensado. Não era por que eles haviam tentado se livrar de nós, mas por que eles estavam nos tentando trazer de volta. Eu deixei mau corpo relaxar e escorregar na cadeira onde estava. Eu estava detonado. Parecia que eu estava sob uma montanha de gelo ao qual eu não conseguia me mexer.

Um minuto de silêncio planou sobre o escritório. Era um silêncio dramático, onde a sinfonia da vida parecia ter para que naquele momento eu repensasse em meus pensamentos antes do começo do segundo ato de destruição. Um movimento ao meu lado denunciou que Thiago se aproximara para abraçar de Lílian, o que certamente me dizia que ela estava em estado bem pior que eu.

-Eu sinto muito! Meus pêsames! – Rogers disse abaixando o olhar.

-Eles forma enterrados dignamente? – eu perguntei. Não gostaria que papai e mamãe não tivessem um enterro digno deles.

-Somente os melhores amigos e alguns parentes que eles tinham por perto, mais o grupo da TIG. Nada de imprensa ou qualquer coisa que eles me pediram para abafar.

Todos na sala permitiram que o escritório emergisse no silencio antes de eu perguntar:

-E a empresa de papai?

-O conselho vem me apertando para vender as ações pertencentes a vocês, já que faz 11 anos que vocês não dão sinal de vida. Coloquei os melhores detetives para procurarem, mas eles não acham absolutamente nada. Bem, posso cancelar as buscas já que certamente vocês vão assumir o controle do conselho não?

Troquei um olhar com Lílian. Nós não tínhamos pensado nessa possibilidade desde então.

-Talvez....

-Bem.... – ele abrio a pasta e agora notei no centro na cor para um grande tigre por detrás de letras indicando T.I.G. – Posso dizer que é um negócio sério, já que vocês possuem em seu nome 75% das ações do Grupo, e é o conglomerado mais estável do mercado tecnológico.

T.I.G. era o grupo que meu pai havia fundado. Troyes International Group era o conglomerado de empresas que trabalhavam no desenvolvimento de tecnologias e que ia incluindo outras áreas também de acordo com o tempo como publicidade e outras coisas.. Nos tempos de papai era muito prospera e mamãe o ajudava às vezes. Papai era o presidente só conselho executivo e trazia o mínimo possível de trabalho para a casa. Dizia que trabalho se deixava no local de trabalho e em casa era o momento de aproveitar a vida com a família. Mas agora Rogers queria que eu e Lily assumíssemos tudo aquilo? Ele queria que nós assumíssemos a presidência do conselho? Como se (pelo menos eu) nunca tive experiência em qualquer coisa do gênero?

-Não tem como o sr. Continuar pelo menos essa parte?

Ele sorriu com a proposta antes de negar com a cabeça e com as palvras.

-Meu garoto... Eu já estou velho, e o conselho está cada vez me pressionando mais! Posso auxiliar por um tempo vocês, mas não tenho tanto tempo....

-Por um tempo pelo menos. – se apressou Lílian.

O homem respirou fundo, antes de dar seu veredicto.

-Por um tempo até que as coisas se ajeitem.

Passamos um bom tempo conversando sobre o que a nossa (essa palavras soou esquisito em minha mente) empresa esteve fazendo nesses últimos 11 anos. Eu e Lílian teríamos que ir no dia seguinte no prédio nos apresentar ao conselho, e colocar coisas em dia. Seria algo desgastante; foi o que o Sr. Bucker afirmou mas por enquanto era o certo a fazer.

No caminho de volta passamos pelo cemitério onde nossos pais estavam enterrados. Paramos na entrada sem saber p que fazer. O vento trazia a melodia fúnebre que ressoava no local dizendo a todos o ambiente triste ao qual as pessoa adentravam. As pilastras brancas em forma de crus era a única coisa que demarcava o local onde os mortos jaziam marcando a grama verde com manchas fantasmagóricas. As arvores pareciam balançar ao murmúrio de vozes que caminhavam no vento, escondendo-se de diz sendo libertadas a luz da lua para dançar nos campos.

Eu caminhei por um tempo até encontrar o local certo. A cruz branca onde pendia em sua palidez a placa de bronze com as letras em cor de ouro:

 

Edmund A. Troyes

&

Joyce M. M. Troyes

“Que descansem em paz, na companhia de Deus!”

 

Aquelas palavras teriam me causado choro se possível, mas isso era algo inviável. Eu estava tendo que enfrentar as decisões que eu não havia escolhido. Eu teria de enfrentar aquilo que eu não conhecia. Era uma sensação de vazio que planava sobre minha cabeça que eu não sabia o que fazer. Eu queria sair correndo para qualquer lgar onde aquele mundo não conseguiria me achar. Correr para um lugar onde tudo que eu era (tanto o fato de ser um vampiro ou de ter algum defeito genético) não fosse mais capaz de me atingir. Eu gostaria de chorar nessa hora. Pareci que aquela semana que se passei eu havia entrado em um turbilhão de emoções sem saber mais o que fazer. Eu estava girando, girando, girando, girando, e cada vez mais estava indo para o fundo escuro. Fazia cerca de três dias que eu havia me transformado em vampiro e eu já começava a achar que a eternidade era tempo demais.

Do mau lado Lílian estava abraçada nos braços de Thiago. Desde quando Lílian era tão fácil de ser atingida por circunstâncias? Desde quando Lily havia se tornado tão... Sentimental? Eu me abaixei colocando a palma de minha mão sobre a grama macia. Eu sentia muito pelos meus pais. Eu sentia muito eles terem sofrido por nossa causa. Eu agora lutava contra mim mesmo para não esquecer a face de nossos pais, e tinha fé nos pertences que Rogers disse que nos levaria para buscar no outro dia. Eu lutava contra mim mesmo para não esquecer o que era ter pais.

Era engraçado como naquele mesmo dia na parte da manhã eu daria tudo para já ter esquecido tudo o que fora minha infância pensando que era tudo uma mentira, mas agora eu lutava para não esquecer. Agora eu sabia que aquilo que havia vivido fora as únicas coisas boas que tinha a me recordar de minha memória humana. Eu sabia, quer dizer Lily já havia me dito que se eu lembrasse frequentemente de quando eu era humano eu não sofreria as perdas tão rápidas, e era isso que eu fazia a cada momento. Eu repassava cada detalhe de cada riso, de cada brincadeira que preenchera meu espaço de vida até meus 7 anos.

O brasão da família Troyes reluziu com os últimos raios de sol em sua face dourada. O leão que estava apoiado nas duas pernas traseiras e com a cabeça erguida dando seu rugido de ferocidade. A coroa no topo, com as letras manuscritas bem desenhadas na parte inferior dizendo Troyes. Agora era isso. Eu teria que ser o leão da família. Teria que ser forte e agüentar o que vinha pela frente. Teria que enfrentar um conselho que babavam pela nossa fortuna, pelo menos alguns. Teria que lutar contra a dor das perdas e enfrentar as coisas de cabeça erguida. Eu poderia dizer que possuía qualquer tipo de sorte levando em conta que Rogers era um ótimo advogado e muito amigo de minha família. Tinha sorte por Thiago ser formado em direito e ter alguma experiência, já que ele passara quase pelo mesmo processo quando ainda era humano, com a empresa da família dele; sendo apenas a diferença que a empresa dele não era tão grande quanto a que eu teria que reivindicar. E poderia até dizer que estava com sorte por ainda ter Lílian como parenta e que estaria do meu lado.

-Vamos... Amanhã vocês têm um longo dia – Thiago disse, e após isso se dirigiu expressamente para mim – e você tem que caçar! Amanha você tem que estar entre humanos e se não estiver cheio os coitados correm um grande perigo.

Eu me levantei, e com marcha fúnebre segui os passos dos dois que iam a frente dessa vez.

-Meu santo Deus... Vocês precisam caçar é para se divertir isso sim! – Thiago disse entrando no carro dele. – Tem uma reserva aqui perto que tem coisas interessantes para se caçar.... – Ele deu um sorrisinho que certamente me alertou com algo – E se tivermos uma grande sorte.... Talvez encontraremos um jovem casal de ursos!

A animação das palavras dele deveria ter causado certo tipo de excitação em mim, mas o máximo que me disseram foi que pelo menos durante a interminável noite eu teria algo com que distrair minha cabeça e saciar um pouco da sede que; agora que ele tocara no assunto; começava a ficar insuportável novamente, incluindo mais uma nova batalha em meu intimo: a da minha sede com o autocontrole para não sair caçando humanos. Eu creio que se a montanha de coisas não tivesse caído em cima de mim de uma única vez eu já teria cedido a vontade de acabar com a vida do Sr. Bucker ali mesmo no seu escritório.

-Então agora é a vez de eu te ensinar realmente como se caça Mark! – Thiago falou olhando para mim no banco de trás sem nem se importar em olhar para a auto-estrada pela qual ele dirigia.

Então pela primeira vez naquelas ultimas horas eu me permiti entrar na áurea contagiante de alegria que Thiago tentava englobar-me.

-Você não nem um pouco convencido, não é?

-Convencido, eu? – Thiago rio olhando para frente e passando outro carro que ia pela estrada – Antes eu era convencido... Hoje sou mais que perfeito!

Eu ri com a frase dele. Eu tinha que admitir, mais tarde é claro, já que eu não queria que o ego dele inchasse mia do que já estava; que ele tinha um bom senso de humor.

-Falou Rei Perfeição.... Mas você quis dizer que minha irmã não é boa professora!

Lílian rui e deu um tampa no braço de Thiago.

-Deixa eu mostrar para ele se sou ou não uma boa professora! – ela deu a frase um tom sério, tentando tonificar com a expressão, mas esta lhe traiu.

-Não distorçam as minhas palavras! – Ele entrou por alguma trilha de terra.

-Não estou distorcendo – aleguei em defesa – somente interpretando!

Ele inspirou fundo, antes de parar em um estacionamento onde poucos carros estavam estacionados. E desceu. Fiz o mesmo. Estávamos em meios a uma floresta. Não era densa a principio, mas pude notar que se fechava a medida que avançava. Na direita subia uma trilha que dava para algumas casas, e do outro lado descia um trilha que dava para o que parecia ser um lago e alguns campos. À frente estavam o começo de algumas trilhas que serpenteavam pos entre as arvores e foi por ali que nós tomamos rumo.

Passamos por algum lugar onde estava a parte de um Playground feito de madeira que estava vazio. O balanço jogava no ar sons. Ali também tinha uma área para se fazer exercícios físicos indicados numa placa bem grande com desenhos brancos. As trilhar partiam de um lugar onde havia alguns bancos e mesas para piqueniques. Eram trilhas diversas. Algumas largas iguais ruas e outras apertadas. Umas que começavam com as arvores soltas e outras com a floresta já densa. Foi para uma onde a floresta se mostrava mais fechada que marchamos.

-Vamos ver quem acha um casal de ursos? – perguntei me virando para os dois enquanto ainda entravamos por entre as arvores e a luz era filtrada por pouquíssimos espaços entre as copas das arvores.

-O que é que ganhamos? – Lílian perguntou.

Eu pensei um pouco. Qual prêmio se poderia dar ao ganhador? Era difícil, mas não impossível. Pensei por poucos minutos até que uma odeia surgiu na minha mente.

-O vencedor ganha um carro!

-Boa oferta... Espero que você já tenha um bom dinheiro para desembolsar! – Lílian riu se adiantando.

-Mas tem que capturar e mostrar vivo! – Eu disse correndo por entre as arvores.

-Prepare-se para perder! Ninguém ganha de mim tão fácil! – Thiago disse Rindo enquanto cada vez entravamos mais e mais na floresta.

-A sorte está lançada! – Foi um ultimo comentário antes de começarmos uma verdadeira caçada.

E realmente a sorte estava lançada. Eu queria só ver para quem eu teria que pagar o carro. Espero que fosse para mim mesmo!

 

 

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