You Are All Your Hate escrita por CarolynNinne
Notas iniciais do capítulo
Capítulo curtinho, eu sei.
Capítulo super ranhoso, também sei.
Não é que seja importante, mas teve que ser para me ajudar a desbloquear para escrever a história.
Enjoy!
Olhei para o relógio que estava no meu pulso direito. Nove horas. Finalmente.
Desatei o avental e tirei a t-shirt, arrumando-as no cacifo que me pertencia.
Esperei até que a pessoa do próximo turno chegasse. Aquilo não era só bem uma loja. Do outro lado da porta da sala era a entrada para um bar bastante popular pelo pessoal mais hardcore.
Sally – acho que era o nome da rapariga – deu um longo beijo no namorado e entrou dentro da loja. Deixei as chaves em cima do balcão e saí.
O ar da noite rodeou-me. Respirei fundo e caminhei para casa.
Carros passavam a alta velocidade por mim. Muitos deles iam em direção ao bar. É só pessoal hardcore e bandinhas.
Ouvi gritos de fãns enquanto caminhava tentando concentrar-me no silêncio.
– OH MY GOD! ANDY!
Fechei os olhos e parei. Não estava a ver a rapariga mas uma pontada de ódio e raiva começou a palpitar no meu peito.
Abanei a cabeça e continuei o caminho para casa.
Quando cheguei estava um papel em cima da bancada.
“Filha, eu e o teu pai vamos passar a semana fora. Sei que é muito mau ir embora enquanto tu estás assim, mas precisavamos de espairecer.
Não faças nenhuma asneira,
Amor,
Mãe e Pai.”
Amassei o papel e deitei-o no lixo. Abri o frigorífico e tirei uma das caixas transparentes. Abri a tampa e tirei uma fatia de queijo. Fechei a caixa e coloquei-a no frigorífico.
“ANDY! ANDY! ANDY!”.
Porra. O raio das raparigas estavam a enervar-me. E eu deixei de me enervar facilmente.
Respirei fundo e fui para o meu quarto.
Caí na cama. Nem me dei ao trabalho de me despir.
Adormeci.
***
Bateram à porta. Abri os olhos e rolei para o lado. Vi as horas. Fechei os olhos novamente. Ninguém merece.
Bateram mais forte da segunda vez. Coloquei a almofada em cima da cabeça para abafar o ruído.
Não consegui dormir mais. Bateram novamente. Levantei-me pronta para assassinar quem quer que fosse que estivesse a bater à porta àquelas horas!
Desci as escadas e fechei a minha mão num punho. Bateram com mais urgência agora.
– Merdinha. – disse baixinho para quem quer que tivesse do outro lado da porta. Fui buscar um copo, enchi-o com água, bebi a água toda, e só aí é que fui abrir a porta.
– Oi. Por acaso não viste ninguém a correr por aqui, não? – perguntou um rapazinho. Fechei a porta na cara dele e fui dormir.
Bateram à porta durante muito tempo, mas depois de me ter habituado ao som adormeci.
***
– Estou aqui para te salvar, Samantha. – olhei os olhos dele. Aqueles olhos azuis estavam a fazer-me sentir novamente, e eu não queria. Eu sabia o que vinha depois.
– Não me podes salvar. Tu sabes disso.
– Eu sei que juntos vamos conseguir.
– Não, não vamos! Estás a perder o teu tempo. – olhei para baixo. A grande distância que me separava do chão.
– Sam, eu amo-te. Ainda não percebes-te isso?
– Desculpa, mas não posso acreditar nisso. Tu não me conheces.
– Por que tu não deixas. Por favor, Samantha. Não desistas.
– Dá-me uma única razão para eu continuar com a minha vida patética. – olhei para ele e vi a dor nos olhos dele quando lhe disse aquelas palavras.
– Eu. – ele puxou-me para baixo e beijou-me. E eu, não sei como nem por quê, respondi.
***
Bateram na merda da porta. Outra vez. Olhei para o relógio. Mas ficaram a merda da noite toda a bater na porta? Ó, espera. Eu é que só consegui dormir mais dois minutos!
Desci e abri a porta ao rapazinho.
– Viste alguém a correr por aqui? – ele estava cansado. Pudera. Estar quinze minutos sem parar a bater na porta.
– Não.
– Custou muito dizeres isso?
– Yeah. Adeus.
Fechei a porta e fui comer. Olhei pela janela. O rapazinho estava a ir-se embora. Olhei para o carro preto dele. Se eu não estava em erro era um Camaro. Sorri. Eu amava aquele modelo de Camaro.
– Sam… pára. Já. – falei para mim.
Tinha que continuar em miséria e ponto final.
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E então?
Muito mau mesmo, né?