You Are All Your Hate escrita por CarolynNinne


Capítulo 1
My life? I'm about to end it!


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic. Acho que não está assim tão mal. Oh, e os BVB provavelmente não vão aparecer tão cedo (acho eu!).



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Olhei para a minha pele branca. Não a cortei com força suficiente. Peguei na lâmina e cravei-a com força no meu pulso esquerdo. O sangue finalmente começou a correr. Olhei enquanto ele caía. Óh, dor. Finalmente sentia alguma coisa. Fechei os olhos e deixei aquele sentimento preencher-me por completo. Só a dor é que me dizia que eu continuava aqui, que eu não era simplesmente um sonho, uma alucinação, um holograma. Não, eu era um ser humano que perdeu a habilidade de amar, de ficar com raiva e ódio, de ficar feliz.

Eu sei o que perdi, mas penso que foi melhor assim. Não queria ter que sentir aquilo de novo. Não, tudo menos aquela dor. Tudo menos aquilo.

Eu ainda me lembro do tempo eu que eu era uma líder de torcida. Quando fingia gostar sempre das últimas tendências para as minhas "amigas" gostarem de mim. Mas então eu conheci Dereck, e ele me ensinou que não estamos aqui para fazer favores a ninguém. Temos que ser aquilo que somos e nada mais. Então tornei-me no que sempre quis. Alguém que diz sempre o que pensa, a Senhora Sarcasmo, alguém que não quer saber do que os outros pensam. Tudo isso graças a Dereck.

Mas o Dereck foi-se.


Flashback mod Onn

Lilian estava a dar uma das suas festas de arromba. Ela ainda achava que eu era a menininha que seguia cada passo que ela dava e que não discordava sobre nenhuma das suas decisões ou comentário maldoso.

Dereck aparece e sorri-me.

Ele sabia que eu queria sair dalí.

Lilian olhou-me e começou a falar sobre como Dereck era um desperdício de espaço e tal, por que, como todos têm que saber, a maneira como ele se vestia e a maneira como ele se comportava não estavam de acordo com a sociedade. Mentalmente mostrei-lhe o meu dedo do meio, mas só lhe deu um sorriso e concordei.

– Tenho que ir ao banheiro. - disse deixando-as sozinhas a fazerem-se a todos os gajos que elas consideravam decentes - Vamos embora. - disse para Dereck. Ele deu-me um selinho e agarrou na minha mão e fomos para casa dele.

Sei que nos rimos pelo caminho. Ainda sei como os lábios dele beijam, qual é a sensação de o ter ao pé de mim.

Estupidamente deixei cair a minha bolsa de mão no meio da estrada enquanto o beijava. Só quando chegámos ao outro lado do passeio é que reparei. Ia para dar um passo em frente, mas ele barrou-me com o seu braço, deu-me mais um selinho e ele foi.

Não havia nenhum carro, e sei que quando ele pegou na bolsa e riu como se aquilo fosse a coisa mais importante do mundo eu também ri. E fechei os olhos por um segundo. E só vi umas luzes fortes e um baque. Quando os abri Dereck estava no chão. Olhei para os lados, mas o carro estava a fugir dali.

Corri para Dereck.

– Não, não. Dereck, tu não podes morrer. Não podes.

– Sam...

Olhei para ele, os olhos cheios de lágrimas, os meus pulmões sem ar, o coração apertado num pequeno nó e a minha garganta seca. Dei-lhe a mão e ele fechou os olhos.

– Estou aqui, Dereck. Não te vou deixar nunca.

– Sa...

A cabeça dele tombou para o lado e eu senti-me a coisa mais estúpida deste mundo. A minha razão de viver estava ali. E eu tinha deixado que ela morresse. Mesmo assim liguei para o 911. Eles ainda podiam salva-lo.

Quando chegaram, uma senhora segurou no seu pulso e olhou para mim.

– Morto.

Só disse uma única palavra que me rasgou ao meio.

Eu não queria e eu não podia viver sem Dereck. Ele era o meu Sol, a minha Lua, o meu tudo. O que seria eu sem ele?

Levaram-no e disseram-me para eu ficar fora da ambulância. E eu fiquei.

Dereck tinha morrido, e levado a minha vida com ele.

Flashback mod Off


A minha mãe bateu à porta. Não me dignei a responder. Peguei na camisola preta que estava para lavar e passei-a por cima do chão para limpar o sangue que tinha caído ali. A minha mãe já abanava a porta. Estava preocupada. Mas eu não conseguia sentir nada por ela. Não consegui. Só, talvez, uma minúscula partícula de pena por me ter a mim como filha. Só isso.

Depois de ter passado o braço por água fria para lavar o sangue seco é que abri a porta. Ela abraçou-me completamente feliz, como se eu estar aqui fosse uma dádiva. Era mais um suplício.

– Filha, estava tão preocupada.

Ela sabia que eu não ia responder. Ela largou-me e eu desci o corredor em direção ao meu quarto. Olhei para as roupas espalhadas no chão e na cama, para o armário cheio de arranhões. Abria a gaveta das calcinhas e dos sutiãs e peguei os primeiros que apanhei. Fiz o mesmo com as meias. Depois peguei numa t-shirt lavada (as que estavam espalhadas pelo chão) e umas calças quaisquer. Sentei-me e tirei as minhas botas da tropa.

Foi o Dereck quem me deu as botas.

Desci para a cozinha para ir beber um copo de água. A televisão da sala estava a trabalhar, o que significa que o meu pai já tinha chegado a casa.

Bebi a água e deixei o copo na bancada para depois o lavarem.

Não sei como mas o meu pai tinha-me convencido a trabalhar numa pequena loja tipo Hot Topic, onde se vendia merch de bandas e CD's e todas essas coisas.

Saí de casa e caminhei para a loja.

Ia ser só mais um dia solitário.

Entrei na loja e fui para a sala onde era suposto vestir-mos. Ou seja, colocar uma t-shirt da loja e um avental - daqueles só com a parte de baixo.

Fui para o balcão. Quem estava no turno antes do meu deixou tudo organizadinho.

Estava à espera de ser só mais uma tarde fraca em que eu estaria sozinha com os meus pensamentos.

Abriram a porta.

Umas líderes de torcida entraram na loja e começaram logo com os seus risinhos irritantes e com os comentários maldosos e estúpidos. No meio delas estava uma rapariginha com uma t-shirt dos Avenged Sevenfold. Presenteei-me com um meio sorriso. No fundo da minha mente Welcome To The Family começou a tocar.

– Boa tarde. - disse.

– Oi. Tem o Nightmare dos Avenged Sevenfold?

– Sim. - saí do balcão e fui pega-lo. Entreguei-o à garota e ela sorriu olhando para o álbum como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Uma das patricinhas abriu a sua bolsa e pagou.

– Não sei como consegues ouvir esse lixo, Ann. É que nem sequer são bonitos como os outros. - disse a patricinha.

– Eu não os oiço por serem bonitos, mas pela música.

Saíram da loja, por isso não ouvi o resto da conversa.

Mas a garota falou bem.

Go, girl!

Regressei à parte dos CD's e fiquei a olhar para eles.

– Black Veil Brides, Bullet For My Valentine, Falling In Reverse, Escape The Fate, Avenged Sevenfold, My Chemical Romance...

Peguei no Revenge dos My Chemical e olhei para os tracks.

Coloquei-o novamente no seu lugar e fui para trás do balcão
à espera de algum cliente.

Dereck amava My Chemical Romance. Fomos a um show deles uma vez.

Abanei a cabeça.

Não penses nele.

Ele está morto. Ponto. Não vai voltar.

Eu tinha que ir dar o nó na corda.

A minha vida a cada dia que passa fica pior.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam da história?