(Sam’s POV)

Eu não acredito que aquele motherfucker do Ash foi dormir enrolado no tapete! Juro que ele não é normal! Ele não pode ser normal!

Só ficamos, eu, o Andy e o Jake. Mas por incrível que paressa não havia nada de estranho entre aqueles dois. Nenhuma tensão no ar, nem níveis de testoesterona demasiado elevados.

Fiquei a olhar para eles enquanto gozavam com o Ash. Ai eu não acredito que eles lhe puseram um bigode de papel. E depois o Andy rasgou um bocado de uma folha e comeu. Espera, rebobina. O Andy, o meu Andy, come papel? Espeeeeeeeera! Rebobina novamente! Eu acabei de pensar no Andy e eu realmente coloquei um “meu” à frente do nome?

#INTERNEM-ME!

Eu estava a dar em louca. Ora queria estar com o Jake (e não se armem em Ashley’s e comecem a pensar em perversidades!) ou com o Andy (agora sim, podem encarnar o vosso Ash interior, por que eu tenho que admitir. Eu queria o Andy de muuuuitas maneiras). O meu problema é que eu não sabia o que estava a fazer!

Primeiro: realmente eu estou a pôr o Dereck de parte. Eu nunca mais pensei no Dereck desde que comecei a andar com eles!

Segundo: eu acho que estou a ficar apaixonda.

Terceiro: ao estar apaixonada eu estou a trair o Dereck, mas ele está morto e eu acho que ele quereria que eu seguisse em frente!

MERDA!

- Caham. – clareei a minha voz e ambos olharam para mim – Eu vou para casa.

- Por quê? – perguntou o Jake.

- Preciso de falar com os meus pais, e não tenho o meu telemóvel aqui. – que desculpa mais esfarrapada, Sam!

- Okay. – o Jake olhou para o chão com a sua cara de cachorrinho.

- Mas eu volto. Não precisas de ficar preocupado! – fui para o pé dele e dei-lhe um selinho. Vêm!? Eu tenho ou não tenho razão? Como é que eu não vou dar em louca? Eu gosto do Jake, mas eu também gosto do Andy. Arg, merda!

Voltei-me para o Andy e dei-lhe um beijo na bochecha.

- É só isso que eu recebo? – perguntou ele fingindo estar chocado.

- Sim.

- Nunca mais te protejo contra os demónios que aparecem naquele quarto durante a noite quando está escuro!

- É o quê? – como é que ele sabia que eu tinha medo do escuro? E dos demónios que te apanham durante a noite se estiveres fora dos cobertores? Ele lê mentes?

- Ouviste muito bem o que eu disse. Agora faz boa viagem! – ele virou-se de costas para mim de braços cruzados e eu fui embora estupfacta.

(Andy’s POV)

Mas aquela Sam não viu que eu estava a brincar com ela?

- Sam? – ela parou e olhou para trás. Eu corri para o pé dela e abracei-a. Bléh, eu sei. Vocês vão-me perguntar onde é que eu ando com a cabeça, mas eu sei lá! Eu acho que cada vez que estou com a Sam vejo arco-íris por tudo o que é canto e talvez um unicórnio ou dois. Que pensamentos gays, Andy! Pára de te relacionar com o Ash! – Eu estava a brincar contigo.

Ela virou-se e encarou-me. Vi uma sombra de dúvida cruzar os olhos azuis dela. O que é que se passaria naquela cabeça? Por que é que tens que ser assim Sam? Queria saber por que é que ela deu aquela desculpa esfarrapada. Eu sabia que ela se cortava, e se ela fosse para casa só para se cortar… não, eu não ia deixar que a minha Sam fizesse isso. Esperaa! Eu acabei de dizer “a minha Sam”? Okay, eu estou a ficar mesmo apaixonado, apanhado, o que quiserem dizer, por esta garota linda e maravilhosa (que veio com pacote de problemas incluido) que está à minha frente. Ela olhou para os meus olhos e deu-me um selinho antes de correr e ir embora sem dizer mais nada.

ELA BEIJOU-ME POR INICIATIVA DELA!

Wyyyyyyyyyyyyyyyyy!

Esperem! Ela foi-se embora!

“Andy 1, ‘bora fazer uma cena bem à filme e correr atrás dela?

Mas para quê, Andy 2?

Assim ela não se pode cortar e tu vês se ela vai ficar bem sozinha, Andy 1.

Não me parece uma má ideia.

Então corre paspalho!”

Saí a correr da sala atrás da Sam. Tinha só um pequeno presentimento que ela se queria cortar novamente.

Não me perguntem como é que eu sabia. Eu só sabia e pronto!

( Sam’s POV)

Eu não acredito que eu dei um selinho no Andy! E que ainda por cima fugi! Só espero que ele não venha atrás de mim. Eu preciso só de um pequeno corte, ou e vários bem profundos, mas eu não quero que me vejam assim.

Sei que eu não tenho vergonha de mostrar as minhas cicatrizes, mas daí a deixar que alguém assista às minhas sessões de terapia física vai um grande passo.

Cheguei a casa em menos de um minuto. Tirei as chaves do bolso atrapalhada pelas lágrimas que queriam sair mas eu não sabia o por quê de elas existirem sequer.

Quando finalmente abri a porta alguém agarrou na minha mão.

- Sam. – aquela voz inconfundível disse o meu nome. Enguli em seco e tentei limpar as lágrimas com a manga da minha mão livre. Ele virou-me de frente para ele – Sam, o que se passa?

- N-nada.

- Podes dizer-me Sam.

Olhei os olhos dele. E depois lembrei-me do meu sonho de umas noites atrás. Aquele sonho em que o garoto de olhos azuis dizia que me iria salvar. Acreditando com todas as minhas forças que esse garoto era o Andy beijei-o. Coloquei toda a minha fúria, toda a minha paixão, todo o meu ódio, todo o meu amor naquele beijo selvagem. Agarrei nos cabelos dele e puxei-o para mais perto de mim. Ele respondeu agarrando a minha cintura e levando-me para dentro de casa.

As mãos dele passavam por todo o meu corpo. Nunca me largaram. (eu até acho que ele fechou a porta com o pé!).

Encostei-o contra a parede e parei o beijo olhando no fundo dos seus olhos. Ambos arfavamos buscando ar.

- Andy…

- Não digas nada. – rugiu ele tomando os meus lábios novamente.