(Andy’s POV)

Era meio-dia quando acordei. Novamente pelo barulho que aqueles gajos tanto prazer têm em fazer.

Levantei-me do sofá completamente partido. Fui para debaixo do chuveiro tomar o banho que melhor me soube durante estes últimos meses. Vesti os meus boxers e fui à procura da minha roupa do dia.

– Nós vamos fumar. Vai lá ter! – disse Ash.

Uau! Falavam comigo! Deve ter caido um santo do altar!

Fui tão estúpido com eles. Eu fui, eu sei. Mas não quero baixar o meu orgulho a ponto de lhes pedir desculpa. Talvez, quem sabe!

Depois de estar vestido fui maquilhar-me. Não havia nada de muito elaborado nela, só o básico. Além disso não estava com paciência nem me queria chatear muito por causa da maquilhagem. Peguei nos meus dois maços de tabaco e enfiei um dentro do bolso. Quando abri um vi que faltavam cinco cigarros. Sei que ontem fumei um daqui por isso só há uma explicação. Aqueles viciados tiraram cigarros do meu maço sem me pedirem! Mas não vou fazer um drama disso, por que eu também faço o mesmo.

Meti o cigarro na boca e fui à procura do meu isqueiro preto. Dentro do bolso das calças de ontem, lá estava ele. Acendi o cigarro e fui fumando enquanto me encaminhava para a rua onde eles estavam.

Quando lá cheguei a Susan estava lá. Nem me dei ao trabalho de me juntar a eles. Sete cigarros depois a Sam chegou.

– Atrasada, Sam. Como sempre! – disse Susan.

– É! Não estou assim tão atrasada. – replicou ela. Ela estava mais bonita do que o habitual ou é só por que é de dia?

– Estou aqui à cinco minutos. Ou seja, à hora marcada.

– Até parece que estás sozinha!

– Ela está muito bem acompanhada. – disse CC olhando para Susy. Sinceramente, aqueles dois podiam ser mais óbvios? Ou já se comeram ou vão-se comer! Tal e qual. E o Tio Andy é que sabe. Ya, nenhum de nós tem gaja, mas eu é que sei!

– Bem, eu não sei quanto a vocês mas eu odeio fazer de vela ou castiçal! – lá a Susy corou, e os outros quatro riram! É que tem uma graça uma rapariga corar por fazerem incinuações que nem vos passa! A Sam meteu-se no meio do Ash e do Jake e acendeu o gigarro dela. Eu bem disse a mim mesmo que ela tinha ar de fumadora. Alguma vez na vida o meu “instinto” para reconhecer os da minha espécie tinha que funcionar, não?

– Ei! Não sabia que fumavas! – disse Ash. Ele tinha tanto a ver com isso! É que se ele não fumasse eu entendia o espanto, mas pelo amor não?

– Passas a saber! – ahahaha! Aquela Sam era o máximo! Acho que só a irmã do Ash é que alguma vez lhe respondeu assim. Espera. O Ash tem uma irmã? Não faço a mais pequena ideia!

– Só me dou com drogados, sinceramente. A minha mãe bem me disse que eu só me dava com más influências. – ó sim, Jinxx! Eu amo como este gajo é um histérico! Sempre a fazer um drama da coisa mais pequena que há! A Sam olhou para ele como um burro olha para um palácio (lá por eu até nutrir alguma “simpatia” pela menina, não significa que eu não continue a usar o meu vocabulário habitual!) e aí é que reparei que ela estava com olhos de quem acabou de acordar e não dormiu muito. Imagino a que horas é que aqueles se foram deitar! – E a Sam não deve fumar só tabaco… - áh, Jinxx, meu filho, cura-te e depois fala dos outros! Atenção, não estou a dizer que ele fuma mais que tabaco. Por que eu saiba ele não fuma! Também…

– Ei! Sabes tu! – eita menina comedora de tabaco! Ela acendeu o cigarro há dois minutos atrás e já tá todo fumadinho até ao filtro! Encontrei a minha alma gémea e não dei conta disso! Ahahahah! Eu sou uma pessoa tão hilariante! Alma gémea! Eu nem em amor acredito! – Alguém tem tabaco? – perguntou ela. Quanto é que apostam que todos iam dizer a merda do meu nome?

– O Andy. – disseram eles em conjunto. Mais uma aposta ganha pelo Tio Andy!

– Quem é o Andy? – eu não acredito que ela não sabe quem eu sou! Hello!? Estou mesmo aqui! Qual é a cena de saberes o nome deles todos e não saberes o meu? Como seria de esperar todos começaram a rir, e o Jinxx até rebolava no chão! Ele e o meu cão tinham algumas parecensas. E iam ficar com mais quando eu matasse o Jinxx por ele se tar a rir de algo tão estúpido e tão… uau, dói ela não saber quem eu sou! Provavelmente já estava com o meu olhar de Serial Killer on. Querem o quê? Deve ser o meu olhar habitual! – A sério. Quem é o Andy?

– Sou eu! – quase gritei. Não me consegui conter, okay? Dói pa caralho ela saber quem eles são e nem saber o meu nome! Eu sou o quê? Inixestente? Lá por eu não estar aí todo abraçado e a babar pra cima dela não significa que eu seja invisivel!

– Merda. – sussurrou ela, e Ash e Jake riram ainda mais. Como se tivesse muita graça! – Motherfuckers!

Estavam todos a rir-se. Isso era por que não sabiam o quanto doia cá dentro. O quão magoado eu fiquei. Mas eles que se fodam todos! Eu nem sei por que continuo aqui de qualquer maneira! Eu já me devia ter matado à muito tempo! Acho mesmo que o melhor é ir dar o nó à corda!

– Ahahahahaha! Ai não Sam! EunãoacreditoquetunãosabesqueméoAndy! – disse a Susan. Desliguei. Eu tinha que desligar. Eu não me podia dar ao luxo de sentir aquilo. Eu não ia aguentar uma vez que começasse, não ia conseguir parar a dor!

– Mau, Susy. Vamos lá ver a brincadeira. – ela ralhou lá com a amiguinha dela e virou-se para mim - Bem, Andy, dás-me um cigarro? – o quê? Ela agora ainda me vinha pedir um cigarro? É cá preciso uma lata do caraças para se fazer isso! Ela que se foda! Que tudo isto se foda! Estou farto destas merdas!

– Não. – disse indo embora.

Não suportava olhar mais para a cara dela. Ela… ela… e eles? A rirem-se! A rirem! De mim! Não. Não era de mim! Eles estavam a rir por que ela não sabia o meu nome. Mas eu sei o dela. O nome dela não me sai da cabeça. Ela não me sai da cabeça. Mas não. Eu não posso fazer isso. Não vou gostar de ninguém. Não posso, não quero! Simples! O que há de mais simples que isto? O que há de tão complicado em fechar a parte do meu cérebro que sente as emoções e nunca mais sentir nada?

Não havia nada de errado com isso! Não não havia!

Imagino o que eles devem de estar a fazer agora. Alguém lhe deu a porcaria do cigarro e estão a dizer o quão estúpido e insensivel eu sou! Eu não escolhi ser assim, okay? Não escolhi…

Lágrimas ardiam nos meus olhos. Eu queria chorar mas as lágrimas não saiam! Olha que bom, menos trabalho para mim!

Eu precisava de sair dali. Eu queria voltar à Paradise, foder mais uma gaja qualquer e sentir-me o Andy normal outra vez. Queria que isso fosse possível. Eu ser eu outra vez.

Sentei-me no chão a pensar em nada de relevante.

Não sei quanto tempo se passou, mas o CC e a Susan apareceram de mãos dadas lá dentro. Ai que lindos, já assumiram a relação! Ele deu-lhe um beijo e sussurrou-lhe qualquer coisa ao ouvido. Ela saiu da sala.

– Dude, o que é que se passa contigo? – repreendeu-me ele.

– Não faço a mais pequena ideia.

– Andy, a sério! Não gozes comigo. Não depois destas cenas todas!

– Ouve, eu não sei, okay? Eu gostava de saber, mas eu simplesmente não sei porra! – levantei-me e pontapeei o sofá.

– O sofá não tem culpa da tua brutidade. – Mãe? Okay eu definitivamente estava a endoidecer!

– O que é que queres?

– Pedir-te para voltares para junto de nós. Não te faz bem passar tanto tempo sozinho. É daí que vem o teu mau humor.

– Daí de onde?

– De ti. You are all your hate, Andy. – ele disse isto e saiu. Fui atrás dele depois de amaldiçoar até há nona geração de CC’s e segui atrás dele.

– Uau. Foi rápido! – comentou logo a Sam quando chegamos. Ai que linda, agora deu em comentadora!

– Parece que sim. – disse. Estava de braços cruzados. Eu realmente não queria estar ali. Nunca pedi para ir para alí. Só me queria enfiar na Paradise outra vez. Cheguei ao pé da Sam e suspirei. Tirei o maço do bolso das calças e dei-lhe um cigarro. Depois digam que eu sou uma pessoa má! – Considera-te uma miúda com sorte. Muita sorte.

Ela pôs o cigarro na boca e acendeu-o. E depois encostou-se a Jake! Boa, Andy! Mais a merda de um desgosto! Á, é melhor eu virar o disco!

– Obrigada. – ela disse-me “Obrigado”! Vamos celebrar! Alimentei-lhe o vício e agora já me fala! Eu sou tão triste! Eu tenho dó de mim mesmo! – Então, vamos para onde?

– Foi só para isso que me chamaram? Por que não tinham para onde ir? Que belos amigos que vocês me sairam! – okay, agora estava a encenar. Eu queria ir para a Paradise e qual a melhor desculpa do que ir com eles? Hello? Não há nada melhor do que isto! Mas por um lado, eu deixei escapar aquilo por que era verdade. Só me foram chamar por que eu era sempre quem encontrava sítios para se ir dar uma volta e sair à noite.

– Ei, então Andy! Tu é que saiste daqui! Ninguém te mandou embora. Mas em parte sim, só te fomos chamar por que não tinhamos sítio para onde ir. – obrigada pela sinceridade Jinxx! Realmente o meu ego sente-se melhor agora!

– Obrigado, Jinxx! Isso realmente anima qualquer um!

– Bem, mas vamos para onde? – perguntou Jake.

– Sigam-me! – estão a ver os desenhos animados? Tal e qual a imagem que eu estava a passar agora com a mão no ar à super herói! Mas eu sou um super herói com super poderes! As pessoas é que ainda não sabem disso. E eu ainda não os descobri!

Parecia que ninguém sabia para onde é que o caminho ia dar. Ó, meninos, aqui o Tio Andy está realmente desiludido com vocês! Não reconheceram o caminho para a Paradise!

(hai-de alguém que esteja a cantar a música dos Colplay agora! É que não tem nada a ver!)

E chegamos ao paraíso!