The price of evil... escrita por Laís


Capítulo 22
Now they have the nerve to tell you how to feel.


Notas iniciais do capítulo

OI GALERE, TUDO NA PAZ? Eu particularmente acho que não demorou muito e quem fica conversando cmg por MP sabe que eu sumi esses dias, dsclp gente, mas é o cansaço e a CRIATIVIDADE QUE EVAPOROU.
Queria agradecer pelos reviews, babei tanto neles :333 agora estão nojentos -.- Obrigada mesmo, é muito importante pra mim, suas lindas. Desculpa os erros, n revisei muito.
AVISO: ESTOU DANÇANDO SCREAM NAS LAJE AGORA.



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-Que forma mais desagradável de tratar uma velha amiga, Clarisse. –A ruiva à minha frente ria. –Você está péssima querida, a falta do sol da Califórnia não te fez muito bem.

-Isabelle. –Assenti e sorri da forma mais cínica que pude. – Você continua com a mesma cara de prostituta de esquina. –Cuspi as palavras.

-Eu não provocaria Isabelle Vernet – falou o nome como se fosse algo que se orgulhasse muito - se fosse você. –Sua expressão era totalmente debochada e eu juro que pensei em todas as formas de matá-la lenta e dolorosamente.

-Era só o que me faltava ter medo de você, Isabelle. Acho que vou fazer uma enquete. Qual dos Vernet consegue ser mais ridículo e desprezível? E por que insistem com essa história de tentar me ameaçar? Será que se apaixonaram por mim? –Debochei. – E então... Veio fazer uma visitinha pro papai? Que carinhoso da sua parte. –Não desviávamos o olhar uma da outra em momento algum.

-Pois é... Suponho que você nunca tenha feito isso já que seu pai se mandou antes de você nascer. Ou será que sua mãe ao menos sabia quem, em meio de tantos, seria o seu pai? Ela era uma vadia, não é mesmo? E você aprendeu direitinho.

Agora me digam uma coisa, eu vou passar basicamente o resto da minha vida na cadeia, o que eu tenho a perder?

Não estava de algemas então levantei rapidamente da cadeira e cheguei mais perto de Isabelle fitando sua expressão atentamente. Ela não parecia estar com medo ou coisa do tipo. Da forma mais habilidosa que eu pude deferi um soco na área próxima de seu olho fazendo com que cambaleasse o corpo para trás. Aproveitei-me disso e agarrei seu cabelo empurrando sua cabeça com força contra a parede. Foi difícil me controlar, mas parei depois disso.

-Seu papai deveria ter te ensinado a não brincar demais com quem não se deve. –Falei em um sussurro enquanto analisava Isabelle de cabeça baixa, com os cabelos desgrenhados demais e a mão pressionando a testa.

-Sua puta desgraçada! –Falou rispidamente enquanto tentava retomar sua postura.

-Uma pequena marca para você não se esquecer de mim, querida.

-Você vai se arrepender muito por isso. –Falou ao se aproximar novamente de mim. Sua testa sangrava.

-Estou esperando ansiosamente. –Murmurei com um sorriso no canto dos lábios vendo a ruiva virar as costas e sair apressada da sala.

Não pude conter minha felicidade e acabei gargalhando sozinha na sala. Não acredito que realmente tinha feito aquilo. Há um tempo eu teria aguentado cada insulto sem mover um músculo, mas depois de ouvir e ser tratada como um monstro que havia assassinado a própria mãe e se aproveitado das pessoas que quiseram me ajudar... Bom, talvez eu estivesse me tornando realmente o que eles achavam que eu era. Sentei-me e tamborilei os dedos na mesa. É lógico que estava ciente de que Isabelle arranjaria um jeito de se vingar pelo olho roxo e a cicatriz na testa, mas o que se pode tirar de alguém que já perdeu tudo?

Meus dedos rapidamente correram para minha testa sentindo a camada de pele mais alta. A minha cicatriz. O meu presente de aniversário.

Antes mesmo que inundassem meus olhos, as lágrimas foram contidas por um Gregory suado e atrapalhado adentrando a sala de forma não muito silenciosa.

-Desculpe pelo atraso, senhorita Wooden Brown. –Enxugava algumas gotas de suor da testa com um lenço. –Estava chorando?

-Clarisse. –Corrigi. – Não tem problema, você quase abandonou sua vida pra cuidar desse caso. E não, eu não estava chorando. –Sorri.

-É o que os advogados fazem minha criança. –Piscou. Gregory era um senhor muito agradável e me trazia lembranças de Sr Mack. –A velha história do cisco no olho? –Argumentou, mas deve ter percebido que eu não iria falar sobre o assunto e pigarreou.

-Quais são as novidades? –Perguntei sem muitas expectativas.

-Tudo continua na mesma, estou tentando conseguir que fique pelo menos em regime semi-aberto até o julgamento, mas a promotoria está dificultando muito. Você deve ter desagradado alguém importante, criança.

Gregory sabia boa parte da história, com exceção de alguns –muitos- detalhes, mas já tinha conhecimento do necessário. Ficamos em silêncio por um tempo, não havia nada mais a ser dito, porém...

-Gregory, você me faria um favor?

-Se estiver ao meu alcance. –Assentiu.

Expliquei o endereço e disse quem ele deveria procurar, se tudo ocorresse como o planejado, amanhã eu teria uma tarde mais agradável.

Xx

Ossos do ofício. Sim, esse caso com o qual eu estava trabalhando estava sendo um grande desafio para mim, mas não podia negar aquele pedido, Larry era meu amigo. Bom, o pedido não veio de Larry em si, ele nem sabia que eu estava trabalhando no caso de Clarisse, mas eu conheci a história e acabei compreendendo, aliás, a jovem Wooden Brown não é uma pessoa tão ruim quanto parece. E acabamos topando qualquer coisa quando tudo o que queremos é dar um tempo de nossas vidas e cuidar dos problemas alheios. Por isso a advocacia foi a minha escolha.

Cheguei ao endereço recomendado e adentrei no estabelecimento.

Na pequena confeitaria só havia algumas pessoas lanchando e um rapaz sentado com um livro em mãos do outro lado da vitrine de doces, ao perceber minha presença levantou-se.

-Posso ajudá-lo, senhor?

-Estou procurando Simon Mackeinze.

-Sim?

-Sou Gregory Chase, advogado. –O cumprimentei com um aperto de mão e percebi que sua expressão estava ainda mais confusa. –Precisamos conversar rapaz.

Xx

Clarisse.

 Então esse era o seu nome.

Eu havia me apegado muito a ela, mesmo não sabendo nada sobre a garota, me prendia aos detalhes. Na época em que se hospedou em minha casa eu gostava de observar cada uma das suas manias e memorizá-las.

Ela gostava de mexer nas coisas antigas do meu pai, lembranças de viagens, fotos em preto e branco... Parecia gostar muito de coisas desse tipo e principalmente os livros. Ficava babando por cada página extremamente amarelada. Tomava café constantemente como se seu corpo precisasse daquilo para funcionar. Se distraia com muita facilidade e ficava perdida na própria mente, às vezes por muito tempo. Falava sozinha, parecendo uma criança. Ria alto e saía com minhas blusas largas sem se importar. Na maioria das vezes tirava sarro de si mesma pela falta do que as outras garotas consideram como estilo.

Ter passado aquele tempo com ela me deu a impressão de que viveríamos assim pra sempre, mesmo eu nunca sabendo nada sobre sua vida, ela não parecia ter outro lugar pra ir então como fugiria ou partiria?

Mas eu deveria ter entendido que da mesma forma que Clarisse apareceu em nossas vidas, ela também sumiria. E assim foi. Partiu e eu nem sei explicar o vazio que havia deixado.

Por um bom tempo me perguntei se a culpa não tinha sido minha, por tê-la beijado. Mas depois de muitas conversas de madrugada percebi que eu realmente sentia algo por ela e enfim, precisava fazer alguma coisa quanto a isso, já estava mais do que na hora de realmente lutar pelo o que eu queria.

Uma ou duas semanas depois de Clarisse ter sumido, Isabelle contou para mim e Mack uma história estranha que eu tentei não acreditar, mas agora parecia fazer sentido.

“Provocou um acidente, digamos que não acidental, de carro, mas não conseguiu o que queria, então atacou a mãe que nem ao menos pôde se defender. Lisa Wooden Brown, mãe de Clarisse, ainda chegou viva ao hospital, mas não resistiu muito. Por isso ela chegou aqui com roupas hospitalares, também estava internada e por esse mesmo motivo fugiu na noite do show.”

Depois daquela conversa Mack nunca mais tocou no nome de Clarisse, mas eu sabia que também sentia sua falta, eles tinham se tornado grandes amigos.

O tempo foi passando e eu tive que me acostumar com a ideia de que nunca mais a veria. As coisas ficaram mais complicadas agora que descobrimos que Mack tinha um tipo de câncer no estômago que estava se desenvolvendo rapidamente e piorava um pouco mais a cada dia. Não sei como estaria sem a ajuda de Isabelle, com certeza não daria conta de manter a confeitaria, estudar para as provas da faculdade e cuidar de meu pai.

Ela sempre estava lá. Às vezes tomando conta da confeitaria por tardes, ou fazendo coisas que eram as minhas obrigações para que eu pudesse estudar e ajudou financeiramente também. Nunca aceitaria coisas desse tipo, mas o tratamento de saúde do meu pai fugia do que a confeitaria oferecia, então precisei engolir o orgulho, mas é claro, devolveria tudo quando pudesse.

E sim, agora Isa é minha namorada. Ela provou de todas as formas que realmente gostava de mim e eu não podia esperar pelo resto da vida alguém que havia me abandonado.

Porém agora tenho uma escolha a fazer.


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Notas finais do capítulo

PRENDENDO A RESPIRAÇÃO ATÉ ALGUÉM RECOMENDAR ESTA BAGAÇA QUE EU AINDA ESCREVO.
APAREÇAAAM NA LAJE, OK?
BEEEIJO ♥